Ecos de Amor escrita por Maria Gabriella


Capítulo 1
Cantadas de Natal


Notas iniciais do capítulo

*Olá, gente! Como estão? Trago aqui a história de Sadie e William, dessa vez o ponto de vista narrado é o da nossa queridinha e ingênua garçonete. Boa leitura!



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 A primeira vez que eu o vi? Seria impossível dizer. Muitas pessoas passam diariamente na lanchonete na qual eu trabalho, fica em um lugar bom e acessível ao centro, estação de trem e à área residencial da cidade. Foi por isso que eu preferi trabalhar lá em vez da joalheria do meu tio, além de ter mais autonomia.

 Você pode pensar que uma pessoa de trinta anos que tem como ofício ser garçonete só pode estar entediada e frustrada com a vida, mas não. Eu gosto de lá por variados motivos e, com certeza, um deles é ter conhecido William Oximen como um cliente.

 Da mesma forma que não sei responder quando foi nossa troca de olhares pioneira, é impossível recordar da primeira conversa. Provavelmente algo como “Bom dia, senhor, faça o seu pedido, por gentileza” seguido de “um chá com leite” ou quem sabe “ um café”. Will passava lá quase que todos os dias, vindo sempre de diferentes direções, geralmente acompanhado de quem eu descobriria ser seu primo, Pauly, mas quando eles não estavam juntos o homem misterioso que me chamava atenção parecia me observar à distância. Bem, não querendo soar paranoica, a verdade é que ele parecia observar tudo, como se fosse um telespectador da vida cotidiana e das banalidades que envolvem uma simples lanchonete.

 Sei que não é sobre isso, porém eu necessito contar essa história. Foi quando ele me fez rir. Eu lembro que chovia, mas estava calor, era quase Natal. O dono do estabelecimento havia contratado um Papai Noel para atrair clientela, ele ficava indo e vindo pela lanchonete com um saco vermelho cheio de cardápios, perguntava às pessoas o que elas queriam de presente e sempre lhes oferecia o menu para ajudar no pedido.

 William tem esse jeito meio esquisitão, por isso nem respondeu e sentou-se onde era acostumado para aguardar o atendimento. Eu rapidamente fui até ele, mas o outro sujeito era um pouco alienado e o seguiu para insistir na pergunta:

—O que vai querer de Natal? Vamos, solte sua criança interior. — Oximen o fitou de maneira tão profunda que por um instante eu ponderei interpor-me na conversa e sugerir ao velhinho que fosse atender outra pessoa, a fim de evitar importunos. Mas, quando ia abrir a boca, Will desviou o olhar para mim.

—Ela.

—Perdão? — Se o tal Papai Noel se espantou, a minha surpresa me proibiu de entender a frase completamente. Ele teve que repetir.

—De Natal, eu quero ela.

—Senhor, o que quer para comer? — E lhe entregou o cardápio.

 Bem, a essa altura muita gente estaria constrangida. Imagine, então, que William deu seu olhar mais malicioso para mim quando o idoso acrescentou que seria para comer. Todavia ele recolheu o menu e escolheu alguma coisa qualquer, apenas me fitando com um sorriso desavergonhado. Eu caí em euforia, porque o Papai Noel era caduco o suficiente para não ter entendido, e a situação em um todo impediu que o embaraço fosse maior que a graça.

 Realmente corei. Só que foi devido às gargalhadas quase infindas. As outras garçonetes e o garçom me intimaram depois para saber do que estava rindo e, de alguma maneira, Will me ligou no Natal, me convidou para sair e me desejou felicidades.

 Ele diz, percebam a ironia, que foi o Papai Noel quem lhe concedeu meu número, no entanto não sei o quão isso é confiável considerando que aquele homem também não tinha meu telefone. De qualquer maneira, por viés de curiosidade, eu não aceitei o pedido de encontro, até porque estava em casa com a família. Mas, a partir daquele Natal, tínhamos nossos respectivos contatos e começamos uma aproximação. Posso dizer, portanto, que foi no Dia do Nascimento do Menino Jesus que eu e Liam nos falamos pela primeira vez?


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Notas finais do capítulo

*Lembrando que a Sadie não sabe que o verdadeiro nome do William é Ardila, por isso o chama de Oximen.
*Obrigada pela leitura ♥



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