Cora teve um sono conturbado, ao acordar sentiu como se tivesse corrido uma maratona. Olhou seu celular antes de se levantar e viu que tinha uma mensagem de Mary, mais resolveu deixar para ler depois. A mulher se levantou da cama, tomou um banho e desceu para o café da manhã, encontrando somente o filho sentado à mesa.

— Bom dia Robin. – Disse a mulher se sentando.

— Bom dia mãe, está tudo bem? Parece cansada. – Falou o rapaz enquanto comia uma fatia de bolo.

— Não dormi muito bem. – Cora respirou profundamente – Robin... não consigo mais viver sob o mesmo teto que seu pai. – Dizia enquanto massageava as têmporas. – Vou até a imobiliária mais tarde ver um apartamento ou uma casa, o que você acha? – Olhou para o filho.

— Desde que eu possa ir com você, vou adorar. – Olhou para mãe. – Só estou aqui ainda por você e pela minha irmã. – Robin disse naturalmente. – Vocês discutiram ontem enquanto nós não estávamos?

— Conversamos, não foi nada demais – Cora disse para não preocupar o rapaz. – Mais já estava pensando nisso a algum tempo, percebi que não posso mais adiar, ele não vai mudar mesmo... por enquanto não comente nada com a Regina, quero resolver tudo primeiro.

— Pode deixar e se precisar de ajuda me fala. – Falou se levantando. – Já estou indo para empresa mãe, até mais tarde. – Robin se despediu da mãe e foi trabalhar.

Ao terminar o café da manhã, Cora subiu para falar com a filha que ainda não tinha acordado.

— Regina. – Disse abrindo a porta do quarto.

— Sim mãe? – Resmungou com sono ainda. Cora se aproximou da cama.

— Vou precisar sair por algumas horas, você pode ficar sozinha? – A menina a olhou.

— Vai demorar muito? – Cora negou – Vai sozinha?.

— Não, vou com sua tia Mary. – Cora viu que a filha ficou um pouco aflita por ter que ficar sozinha. – Se quiser posso te deixar na casa dela enquanto resolvemos...

— Vou adorar. – Regina disse sorrindo. – Vou tomar banho e me arrumar, vou ser rápida. – Disse se levantando rapidamente e indo para o banheiro.

A mulher aproveitou para ligar para a amiga.

— Oi Mary, preciso que me acompanhe em um lugar agora, pode ser?

— Sim, estava saindo para o trabalho mais eu te espero. – Respondeu Mary.

— Vou deixar a Regina aí enquanto resolvemos, só estou esperando ela se arrumar e já estamos indo.

— Ok, vou acordar a Emma e espero vocês. – Encerram a ligação.

Meia hora depois, Cora deixou a filha na casa de Mary e as duas seguiram juntas.

— Posso saber onde vamos? – Perguntou Mary.

— Vamos escolher uma casa para mim. – Cora sentiu a amiga lhe olhar confusa. – Vou sair de casa, aliás, os meu filhos e eu vamos sair, não posso mais viver com Henry... – a mulher contou à amiga tudo o que tinha se passado na noite anterior.

As mulheres passaram a manhã toda olhando as casa e os apartamentos que estavam à venda.

— Gostei dessa Mary! Não é tão grande, parece ser aconchegante e segura, tem um jardim maravilhoso, uma piscina... – Dizia olhando algumas fotos. - ... o que achou?

— Parece perfeita! Vamos visitá-la, podemos ir naquele apartamento que você gostou também.

Cora combinou com o corretor o horário para que pudessem visitar os locais que tinha gostado, voltou para casa de Mary e decidiu contar para Regina sobre a mudança, assim ela e Robin poderiam ajudar na escolha. Quando a garota soube dos planos da mãe, ficou eufórica, ela se sentiria mais segura longe de Henry.

Já estava perto do almoço, então, Mary pediu para que elas ficassem, para depois irem juntas fazer as visitas. A tarde, Cora enviou o endereço do local para que Robin as encontrassem lá.

Primeiro visitaram o apartamento. O local possuía quatro suítes, sacadas em todos os quartos e na sala, um escritório, uma lavanderia, uma cozinha grande que se juntava a uma copa, o local era bastante arejado e tinha uma vista incrível de um dos parques da cidade.

Depois foram ver a casa. Na entrada existia um jardim bem colorido, com algumas árvores e uma fonte. Possuía uma sala bem ampla, com enormes janelas de vidro, uma sala mais escura com uma lareira o que deixava o ambiente bem confortável. Uma sala de jantar, uma cozinha grande estilo americana. Na parte de cima, tinha cinco suítes com sacadas que saiam para o jardim dos fundos e um escritório. Um caminho de pedras grandes ligava a casa ao jardim dos fundos, onde tinha uma piscina de tamanho médio com o chão ao redor dela de madeira, ao lado um quiosque com outra cozinha e dois banheiros. Alguns coqueiros e árvores enfeitavam o local. A casa tinha muros bem altos e um portão fechado.

— Mamãe, adorei essa casa... é perfeita! – Disse Regina com os olhos brilhando.

— É, realmente a Regina tem razão mãe. Adorei esse lugar! – Falou Robin enquanto passava as mãos por alguns detalhes que tinham na lareira.

— Bom, se vocês gostaram eu também gostei. – Cora olhou para os filhos – Posso confirmar a compra com o corretor? – Perguntou.

— Por mim já podemos vir para cá hoje mesmo, não acha baixinha? – Robin perguntou à irmã.

— Com certeza! – Regina deu um beijo no rosto da namorada – O que achou Emma?

— Adorei, é linda... só é um pouco longe de casa né! – Falou Emma meio angustiada.

— Para de ser boba Emma! – Disse Mary – A cidade nem é tão grande assim e essa casa não fica nem quinze minutos da nossa. – Falou rindo e viu a filha mostrar a língua.

Ao saírem da casa, Robin voltou à empresa e as mulheres foram direto para a imobiliária, Cora queria deixar tudo certo para que pudesse se mudar o quanto antes. A mulher pediu para que os filhos não comentassem com ninguém, muito menos com Zelena, queria que o marido fosse pego de surpresa com essa mudança.

[...]

Na semana seguinte, Cora já tinha finalizado a compra do imóvel, ligou para Marco, para que ele pudesse ajudá-la com alguns móveis.

— Olá Marco, como vai? – Disse sorrindo ao telefone.

— Cora, bem melhor agora... – Disse galante.

— Seu bobo... bom, eu preciso que você me ajude com alguns móveis... – Cora contou ao amigo sobre sua nova casa e marcaram um encontro para que pudessem planejar os móveis.

Como a mobília ainda ia demorar algumas semanas para ficar pronta, a mulher decidiu passar alguns dias na casa de sua irmã Ingrid, dando como desculpas as férias da filha. Robin, Elsa, Regina e Emma foram junto com a mulher.

Ingrid morava com alguns funcionários em uma fazenda próxima a cidade. Os jovens adoravam passar um tempo junto com a tia, como esta nunca teve filhos, vivia para agradá-los quando estes a visitavam.

— Família! Que saudades! – Disse Ingrid indo receber os visitantes. – Parece que vocês cresceram crianças! – Falou enquanto abraçava os sobrinhos.

— Acho que já paramos de crescer faz tempo tia. – Disse Robin divertido. – Posso ir até o celeiro, quero andar à cavalo?

— Claro que sim, Will está lá, peça para ele te ajudar e tome cuidado! – Ingrid falou – Vamos entrar meninas, fiz algumas coisinhas para comermos. – As meninas riram porque sabiam que Ingrid sempre exagerava quando o assunto era comida.

[...]

— Então agora é pra valer mesmo. – Disse Ingrid vendo a irmã confirmar. – Você está certa Cora, o Henry passou dos limites, eu no seu lugar já teria feito isso!

— Sabe Ingrid, eu amei muito o Henry... esperei todo esse tempo porque desejava que ele mudasse mais isso não aconteceu. – Cora dizia um pouco triste.

— É, vocês estão juntos desde a adolescência. – Apertou a mão da irmã. – Mais vai dar tudo certo Cora, fique tranquila e não esqueça que pode contar comigo!

Apesar de não se encontrarem muito, Cora tinha grande admiração pela irmã e voltava a se sentir em casa quando estavam juntas.

Passaram uma semana na fazenda, o tempo exato da casa estar pronta para mudarem.

Cora voltou para a cidade se sentindo renovada e disposta a enfrentar o marido seja para o que fosse.

[...]

— Podem ir empacotando suas coisas, a Mary trouxe algumas caixas que estão no meu quarto. – Disse Cora ao entrar em casa. – Amanhã levaremos tudo para a casa nova e já ficaremos por lá ok?

— Nem acredito que vamos sair daqui. – Regina falava animada enquanto corria para o quarto.

A mulher foi para o escritório separar alguns livros que gostaria de levar.

— Sra Mills. – Disse Granny chegando na porta. - Precisa de ajuda?

— Não Granny obrigada, você tem que arrumar suas coisas também. – Falou Cora um pouco distraída enquanto a mulher a encarava. – O que foi? Não pensou que iria ficar aqui com aquele ogro pensou? Você vai comigo!

— Sra Mills, não sei se devo... – Granny disse receosa.

— Granny, por favor! Você foi a única funcionária para quem eu contei que íamos nos mudar. Desculpe por dizer funcionária... você é parte da família, sempre me ajudou, cuidou dos meus filhos, eu quero que continue ao meu lado... eu preciso de você! – Falou Cora  com os olhos marejados.

— Obrigada por me considerar assim, é claro que eu quero ir com vocês. – Disse rindo.

— Então vá arrumar suas coisas, quero ir para lá amanhã mesmo! – Cora falou animada vendo a mulher mais velha sair.