O Morro dos Ventos Uivantes escrita por Boadicea


Capítulo 2
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas ^-^
Nesse capítulo as coisas já começam a tomar um rumo, mas é no próximo que tudo começa de fato a "pegar fogo," hehe.
Boa leitura:



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Após a morte do pai, Kakashi retornou para Wuthering Heights trazendo sua esposa – o que foi um espanto para todos.

Até hoje não se sabe ao certo de onde ela veio, como se conheceram e muito menos qual era o seu nome de solteira. Era uma mulher muito bonita e fútil que via o velório do sogro como um incômodo e que se cansava muito facilmente, denunciando sua fraca saúde.

A partir do momento que o Sr. Haruno foi enterrado foi como se todo o seu legado tivesse ido junto com ele, com Kakashi reinando com sua tirania.

Hinata e Óbito foram banidos da sala, tendo permissão apenas para frequentarem livremente a cozinha (Kakashi queria a casa “livre” para ele e sua esposa), Sasuke passou a ser tratado como um criado e foi privado de continuar tendo aulas enquanto que Sakura era constantemente castigada por ainda ficar em sua companhia.

A princípio as coisas se mostravam deveras ruim, mas relativamente confortáveis: todos os dias Sasuke trabalhava com Óbito e passava o tempo livre com Sakura, que lhe ensinava o que aprendia; Hinata cuidava da casa com zelo e a nova Sra. Haruno, esposa de Kakashi, adorava a ideia de ter uma irmã mais nova – o que impedia que a rosada fosse tão severamente castigada (decorava enormes sermões, que Óbito lhe passava, ao invés de levar pesadas surras).

No entanto, Sakura e Sasuke, sempre que conseguiam um tempo livre, escapavam por aí, correndo pelo vento fizesse chuva ou fizesse sol – o que lhes rendiam castigos, já que Óbito não perdia uma oportunidade de delatar as crianças – como uma forma de se “rebelarem” contra a tirania do irmão. E foi em uma dessas fugas que tudo se complicou ainda mais.

Em uma noite, já relativamente próxima ao natal, as crianças se demoraram demais lá fora, o que despertou a fúria de Kakashi: mandou trancarem todas as portas e janelas e proibiu todos de as abrirem quando eles regressassem – mesmo que desatasse a chover terrivelmente.

O patrão e sua esposa - sem qualquer preocupação real - subiram para o quarto, assim como Óbito também se recolhera (resmungando algo sobre as crianças serem atentados pelo próprio demônio).

Hinata foi a única que permaneceu esperando, estando disposta a desobedecer o patrão e permitir a entrada deles (principalmente por ter desabado a chover), mas já passava da meia noite quando finalmente ouviu indícios de que alguém havia chegado. Correu para a porta antes que batessem nela e acordassem Kakashi (que com certeza lhes dariam uma boa surra) e a abriu o mais silenciosamente possível.

— Onde está a Srta. Haruno? - foram as primeiras palavras a deixar seus lábios ao notar, com espanto, que Sasuke estava sozinho.

— Ficou em Thrushcross Grange – resmungou ele, tratando logo de entrar – E eu também teria ficado, juro que teria, se não tivessem me enxotado de lá! Mas amanhã cedinho eu já volto lá para trazê-la de volta!

— Thrushcross Grange?! O que diabos vocês foram fazer lá?!

— Ah, Hinata. Você já esteve lá? Eu e a Saky estávamos apenas dando uma volta pela charneca quando, do alto do morro, avistamos as luzes lá embaixo. Então apostamos corrida até lá e nos escondemos embaixo de uma janela. Nós só queríamos ver como eram as coisas por lá, Hinata, eu juro! Foi tudo por curiosidade, sem nenhuma má intenção, a gente só queria saber se as crianças de lá também ficam renegadas a qualquer canto da casa, tendo que ouvir intermináveis sermões do empregado metido a pastor, enquanto os pais delas se divertem perto da lareira! E você acha, Hina, acha mesmo que as coisas são assim por lá?!

— É claro que não, pois tenho certeza que os Uzumakis são crianças comportadas e bem educadas, que não fazem nada para merecerem castigos – ao contrário de você e da Srta. Sakura!

— Não diga bobagens, Hina! Aqueles dois são piores que nós e mesmo assim possuem bem mais. A casa é linda, pelo que pudemos espiar pelas janelas, linda mesma: a decoração é toda em carmim e o teto é branco com adornos de ouro! Dá para imaginar algo assim, Hina? Não parece tão diferente daqui? E as crianças tinham a sala toda para elas, e mesmo assim não aproveitavam nada daquilo. Naruto e Ino estavam chorando, cada um em um canto, por conta de um cachorro de pelúcia que os dois queriam ao mesmo tempo. Eles chegaram a quebrar o pobre cachorro no meio, e ficaram lá berrando e jogando a culpa um no outro! Isso não é um absurdo, Hinata?! Eles são crianças tão mimadas que nem sequer sabem aproveitar o que tem! Quando é que você viu eu e a Saky brigando por alguma coisa? Um invejando algo do outro? Ou, que absurdo ainda maior, nós dois esgoelando por qualquer bobeira, cada um em um canto?! Eles foram tão ridículos que desatamos a rir deles, e foi aí que tudo se complicou. Aqueles dois imbecis nos ouviram e começaram a chamar pela mamãe, e soltaram os cachorros em cima de nós! Eu e a Saky corremos, e eu segurava com firmeza na mão dela, mas ela estava descalça – tinha perdido os sapatos e não conseguia ir depressa o suficiente. Então um dos cachorros a alcançou e a pegou pelo calcanhar, e mesmo assim ela não gritou, Hina. Estava pálida de dor, saía muito sangue, mas ela não ousou dar um único grito – apenas insistiu para que eu fosse embora, que eu corresse o mais rápido possível e me salvasse. Eu nunca a deixaria para trás! Peguei uma pedra e a joguei no cachorro, fiz força em sua boca para ver se ele desgrudava, mas não adiantava. O maldito não a largava de jeito nenhum! E aí, para piorar a nossa situação, um diabo de criado saiu para fora e nos viu – começou a gritar para o patrão que tinha pego os ladrões e me agarrou pelo braço. Ele estava vociferando comigo, e dizendo o quanto ia ser bom me ver condenado a forca, até que viu a Sakura: ele não entendia muito bem como uma garotinha havia ido parar ali e, ainda me segurando, a pegou no colo e a levou para dentro da casa (que era mesmo tão bonita quanto parecia lá de fora). O Sr. Uzumaki agiu do mesmo jeito e falou que nós dois estávamos lá para roubá-lo e que ele faria um bem para a sociedade ao se livrar de mim, pois até o meu rosto era o rosto de um ladrão. E aquele babaca do Naruto ficou nos encarando por todo o tempo até que finalmente se pronunciou. Disse que ao pai que a garotinha era Sakura Haruno e a partir daí foram todos muito atenciosos com ela – como se a meio minuto atrás não nos tivessem acusado de sermos ladrões! Cuidaram do pé dela, colocaram ela em um lugar bem próximo a lareira, lhe deram uma infinidade de doces e ficaram todos lá, admirando-a como se fosse uma deusa. É que ela é mesmo, não é, Hina?Você não acha incrível o quanto a Saky é tão mais superior que todos nós? Bom, e aí eles me mandaram embora, no meio dessa tempestade! E o Sr. Uzumaki prometeu que amanhã ele virá aqui falar com o Kakashi para informar-lhe da minha conduta. Dá para acreditar que aqueles malditos estão me culpando por um erro deles mesmos, Hinata?!

— Erro deles? Cachorro nenhum teria mordido a Srta. Sakura se vocês dois não tivessem resolvido se meter onde não são chamados! Já pensou no que vai lhe ocorrer quando isso chegar aos ouvidos do patrão?!

— Só estávamos nos divertindo, Hina. Não pegue assim tão pesado conosco! E eu não ligo para o que Kakashi irá fazer, ele pode me bater o quanto quiser, o que me interessa é que ele vá buscar a Saky o mais rápido possível. Eu mesmo a teria trazido se aqueles idiotas não tivessem me expulsado de lá! Mas, Hina, eu ainda fiquei espreitando na janela depois de ter sido mandado embora: não iria sair de lá sem ter certeza que a Saky estava confortável lá e sendo muito bem tratada.

— Que Deus tenha piedade de todos nós, Sasuke. Tenho para mim que essa história toda não irá acabar bem.

No dia seguinte, já pela manhã, o Sr. Uzumaki batia a porta de Wuthering Heights exigindo falar com Kakashi – que o atendeu com enorme surpresa, enquanto que Sasuke esperava ansioso por notícias da rosada.

Mas tão grande fora o sermão que o Sr. Uzumaki destilara contra Kakashi (sobre o descaso com que ele criava a irmã) que este resolveu tomar uma atitude: Sakura ficaria em Thruschcross Grange até estar totalmente recuperada e só receberia visitas de sua cunhada, que cuidaria para que ela voltasse de lá como uma dama dignamente elegante – e não como a selvagem que corria ao lado de Sasuke.

— Você precisa ir lá buscá-la! – a voz do garoto soou alto e acusatória – Saky pode muito bem se recuperar aqui!

— Eu não preciso fazer nada, moleque! E abaixe essa voz para falar comigo ou lhe meto a porrada agora mesmo, para aprender a se colocar no seu lugar.

— Bata em mim quantas vezes quiser, mas traga a Sakura de volta, seu demônio! – Sasuke gritou, se segurando para não avançar no irmão adotivo.

— Já disse para abaixar essa voz! Sakura irá se recuperar por lá, onde não terá a influência de pessoas como você – ele fez um pequena pausa e abriu um sorriso vitorioso, que fazia Sasuke querer arrancá-lo dali com um belo murro – e quando ela voltar você não deve trocar nenhuma palavra com ela. Ouviu bem: Nenhuma palavra. O menor contato com ela e eu coloco você na rua, que é o seu lugar.

Quando Kakashi saiu a porta bateu com violência e o único som que se ouvia era o do cerrar dos punhos de Sasuke e suas juras de vingança.

Mal sabia ele que aquilo não era nada, comparado ao que viria a seguir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Por favor, não deixem de comentar o que estão achando.
Tentarei postar o próximo capítulo o mais breve possível.
Beijos, e até ^-^



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