Ko-mehk, Ko-fu escrita por Arymura


Capítulo 2
Philippa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/761833/chapter/2

Há sete anos, quando Sarek te trouxe até mim, eu não sabia o que esperar. Você era uma humana moldada em um casulo vulcano, discordava de tudo que eu dizia. Até mesmo quando eu só sorria, mentalmente você me julgava. Aposto que não deve ter perdoado meus cabelos soltos fugindo à norma da Federação! Porém, quando seu olhar se encontrou com as luzes da ponte de comando, mesmo com suas respostas bruscas, eu não pude deixar de sorrir.

Eu te disse: esse pode ser o seu lar se você quiser. E por sete anos você nunca nos abandonou. Não sei porque, mas você sempre me faz sorrir. Toda a esperança que eu tive naquele primeiro dia, enquanto você analisava friamente a Shenzhou, foi correspondida. Sua capacidade de se adaptar me fascina, Imediato.

Durante estes mesmos sete anos, tentei lhe ensinar tudo o que podia sobre mim, sobre sentimentos, e no fim você sempre me fazia sorrir. Aos poucos você saiu daquele casulo, aprendeu a ver as mais sutis nuances do mundo, sem esquecer suas raízes, sua essência.

Quantas vezes você esteve ao meu lado quando algo dava errado e tudo o que eu queria era chorar? Mas você sempre me fazia sorrir. Quantas vezes eu te vi como uma criança, a minha criança, explorando o universo lá fora e dentro de si?

Depois de tudo isso...você me traiu.

Minha confiança excessiva me levou até a desgraça. Fui tola em pensar que podia te salvar. Eu só não queria que a raiva te cegasse.

Quando eu toquei o seu ombro, você me subestimou, tive vontade de ficar ali estirada ao chão pela dor da traição, mas lembre-se que sou forte, uma veterana de guerra.

Então tive que lhe apontar um phaser, enquanto você continuava a me enfrentar. Isso doeu tão forte que só me sobrou te mandar para uma das celas, antes que eu desabasse ali mesmo. Quando você voltou, após toda aquela destruição, derramei completamente minha decepção sobre ti, mas tuas respostas, sobre seus motivos, quase me fizeram sorrir. Pela última vez acreditei em você.

Eu só queria proteger a sua vida, a sua capacidade de me fazer sorrir, mas não pude. E a culpa é minha. Para sempre eu vou carregar o peso das suas últimas palavras e a beleza do seu olhar.

 Eu não voltarei mais a sorrir, mas saiba que te perdoei, minha amada ko-fu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ko-fu = filha em vulcano.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ko-mehk, Ko-fu" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.