De ontem, De hoje, De amanhã escrita por AfterCloudiaSan


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Desculpem a demora. Capítulo ainda está sem título pq ne... ideia que é bom não apareceu :/ é isso. Espero que gostem ♡



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Mais uma vez se via em um sonho até então sem nexo por ela. Ainda trajada no vestido longo e vermelho, encontrava-se num corredor longo, de pouca luminosidade e no fim havia uma entrada a esquerda. Não sabia onde estava, mas, a aura que sentia não era boa. Ao seu redor agora o cenário instantaneamente mudava.
Estava no meio de uma floresta. Sentia a calmaria da área fluir no seu corpo. A mulher de branco do sonho passado estava mais a frente. Aoi fez menção de ir atrás dela mas seu corpo não se movia. Após a mulher de branco, o mesmo brasão do selo que viu antes se formou mas agora muito maior como se estivesse englobando todo o local.
Ela seguiu em frente atravessando aquela camada luminosa porém, o ato da mulher causou uma dor física nela, especificamente nas costas como se estivesse rasgando, quebrando algo. Uma luz forte consumiu sua visão e saiu daquela realidade.
A sensação ruim a fez apertar o travesseiro “rígido?” que ela abraçava. Ainda de olhos fechados, aconchegou-se mais a aquele calor. Ué, mas não se lembrava que dormia agarrada a algo... espera! Desde quando seus travesseiros tinham aquele cheiro bem conhecido por ela nos últimos dias? E desde quando ele abraçava de volta?! Abriu os olhos num rompante e deparou -se com Odanna ao seu lado com um braço ao seu redor até a cintura, a outra segurando um de seus livros e ela deitada no peitoral dele “como fui acabar assim???” afastou-se dele um pouco desnorteada:
— Odanna? O que faz aqui?!
— Bom dia, Aoi – falou afagando o topo da cabeça dela.
Ela levantou-se espantada com o ato dele. Ia questionar o porquê de estar ali até lembrar da noite passada e do que havia dito. “talvez essa vaga já estava reservada para você” retraiu o que ia falar sentindo o rosto esquentar levemente e desviou o olhar indo até a janela para disfarçar seus pensamentos.
Odanna percebendo sua retração aproximou -se dela aos poucos abraçando-a por trás a trazendo para seu peitoral encostando o queixo no topo de sua cabeça. Percebeu o nervosismo dela:
— aquela vaga reservada para mim no seu coração ainda está aberta ne? -baixou a cabeça tentando capturar com os olhos suas expressões.
—... que remédio me deu pra falar aquilo?...- disse fitando a manhã nublada. O homem atrás de si sorriu perto do seu ouvido lhe causando arrepios por conta da sua respiração tão próxima.
— essa doeu! Mas sabe, eu disse que abriria uma brecha no seu coração para mim quantas vezes fossem necessárias – aproximou-se do seu ouvido falando com uma voz um pouco rouca – costumo cumprir com minha palavra. Abri uma brecha e roubei a dona dele para mim. – terminou a abraçando mais forte afundando o rosto entre a sua curva do ombro e pescoço.
Aoi não queria se entregar tão fácil, embora tenha sentido verdade nas suas palavras na noite passada, ela queria saber mais a fundo quem era aquele homem. Entender de onde vinham todos esses sentimentos que estão despertando por ele, que “diferente” era esse que ele se referia e que verdade tinha sobre ele e ela:
— Odanna- virou-se de frente à ele- nós podemos estar começando algo agora, mas ainda tenho muitas dúvidas sobre você. - Falou olhando-o nos olhos. – Não irei sossegar ate você falar, mas estou disposta a dar um voto de confiança. Seja lá o que for... Não demore muito. Fale quando achar que é a hora certa.
—... sim – ele não pode negar sua expressão de alívio em não precisar falar agora. Talvez não esperasse sua compreensão dessa forma. Abraçou-a novamente pela cintura se aconchegado ao corpo dela. Iria lhe contar tudo, mas antes disso, gostaria de aproveitar o tempo ao lado dela. Queria protege-la, transmiti-la seus mais sinceros sentimentos e se recebesse de volta menos da metade disso mais uma vez, sentia que poderia pagar todos seus pecados no inferno sem se importar.
Aoi não entendeu o porquê daquele abraço dele. Parecia estar tenso ou temendo a algo. Correspondeu de volta afagando seu cabelo da nuca sentindo-o relaxar sob seu toque. Ele afastou-se um pouco para olhar seu rosto:
— é bom tê-la de volta, Aoi – a pegou de surpresa iniciando um beijo lento, desejoso, com paixão mas sentia algo a mais nele.
Mesmo antes sem rótulos ele já havia feito isso, mas esse agora, lhe dava a impressão de que era um beijo muito esperado por ele. Não parecia ser só um selar de lábios mas também, um selar de almas, de posse, redescobrindo e resgatando laços perdidos , uma substância que ficou muito tempo sem consumir e agora, qualquer quantidade parecia ser pouca demais. Sentiu algo nostálgico. Uma lágrima desceu pelo seu olho esquerdo acompanhado de uma onda de desejo correr seu corpo. Todas essas sensações pareciam valer não só para ele mas para ela também.
Dessa vez ela lhe impôs sua vontade. Pegou aquele rosto pálido entre as mãos e aprofundou o beijo adentrando sua língua nele o que o surpreendeu fazendo-o abrir os olhos. Não perdendo mais tempo, prendeu ela ainda mais no seu corpo provando também sua boca urgentemente como ela. Explorava suas costas, apertava sua cintura por baixo da blusa dela fazendo-a suspirar entre o beijo testando sua sanidade. Cada um explorava o gosto do outro, sem contenção ou segundas intenções. Eram apenas suas almas que estavam se conectando .
Odanna resolveu passar o resto do dia na companhia de Aoi até mesmo pela proteção dela. Ele sabia que já era para ter retornado a um dia atrás ao seu lugar, que tinha responsabilidades que só ele poderia resolver e que iria escutar um sermão de certa pessoa depois mas conseguiria suportar.
Enquanto estava ao seu lado sentia sua energia revigorada, tanto pela sua presença quanto pela sua culinária. Sentia algo de diferente na sua comida, talvez fosse sua energia sendo repassada inconscientemente. Sendo ela quem é, era bem provável.
No decorrer do dia, a ajudou com algumas questões simples referentes ao restaurante, nas compras da casa e no final da tarde serviu de cobaia para provar alguns doces que estava pensando em colocar no cardápio. Deliciou-se com o sabor inédito que fora criado.
Não era um grande fã de doces mas aqueles feitos por ela, comeria quantas vezes precisassem de bom grado. E claro não perdeu a chance de roubar adocicados beijos dos lábios da sua amada compartilhando entre os dentes uma das guloseimas e comendo em meio ao ato. As 21:00 ele definitivamente tinha que ir embora:
— terei que retornar agora. Infelizmente não sei se irei conseguir te ver essa semana, mas mandarei um recado.
— você... vai voltar ne? – falou aoi desviando o olhar. Ele não entendeu de início sua dúvida, mas imaginou que ela poderia ter receio de sumir por muito tempo como antes. Sorriu de lado da sua expressão de hesitação e afagou o topo da sua cabeça:
— eu nunca mais irei me afastar de você. Simplesmente não posso. Aconteça o que acontecer, sempre voltarei. E se eu precisar ir embora – aproximou-se do ouvido dela mudando seu tom de voz para algo sexy e possessivo – Levo você comigo. Pode soar egoísta mas, não deixo tão fácil aquilo que eu amo -Aoi não poderia garantir nada, porém , naquelas palavras sentia um peso de verdade, o que fez seu corpo paralisar mas também sentindo um certo conforto. Odanna aproveitando a situação, não resistiu a iniciar uma trilha de beijos pelo seu pescoço sentindo os arrepios que estava causando nela, novamente marcando sua pele no ombro. Ela afastou-se dele alegando com o rosto vermelho para não fazer aquilo. Ele sugeriu então que o marcasse também fazendo menção a desabotoar a camisa mas ela negou imediatamente.
— e antes que eu esqueça - tirou de baixo da camisa um colar simples com uma pedra verde que continha um certo brilho – pertenceu a alguém importante para mim. Não uso isso que costumam chamar de celular mas quero que use isso – colocou o objeto no pescoço dela – não o tire em hipótese alguma. Enquanto estiver com ele, estarei diretamente ligado a você. Aconteça o que acontecer, eu virei. – embora não entendesse como um colar permitiria isso, sentia- se bem com ele. E o que ele queria dizer com “isso que chamam de celular?”
— é lindo mas, porque isso me ligaria a você?
— digamos que, um pouco de mim está nele. Vai perceber isso com o tempo. – ela não entendeu o que isso significava. “ mais um de seus segredos” – a propósito, no futuro vai te a ajudar a proporcionar uma parcela da minha verdade quando achar necessário conhecer.
ela fitou ainda mais aquele colar com curiosidade “ o que esse objeto poderia revelar sobre ele?” ia perguntar mas ele aproximou-se lhe envolvendo o corpo a abraçando como despedida em seguida pegou seu rosto entre as mãos lhe dando um breve beijo acompanhado de um boa noite. Saiu fechando a porta atrás de si. Aliás essa era a habilidade dele. Lhe encher de incógnitas.
Mais tarde naquela noite enquanto dormia, não sonhou com mulher de branco igual a ela, mas sim, com uma mulher que trajava vestes pretas, seus cabelos eram longos e negros como a noite. Não conseguiu ver claramente seu rosto. Ela estava de costas olhando de lado para uma criança que aparentava talvez ter uns 5 anos. Embora ela dirigisse a criança um sorriso, o cenário parecia tão sem vida, um jardim com poucas plantas e algumas estátuas danificadas talvez pelo tempo...
Acordou- se num estalo com o som do despertador marcando 7 da manhã. Ainda sonolenta tentou recordar o sonho que agora só tinha lembranças vagas e distorcidas, mas sabia que era uma mulher e criança.
Esses sonhos a estavam deixando louca. “ Quem sonha tantas vezes consigo mesma? E porque sempre num jardim ou floresta? Mas ontem foi um lugar diferente e alto, se bem que o lugar que a mulher estava...” Sentiu uma pontada na cabeça tentando cavar tantas informações logo cedo.
Pela presença daquela pessoa nas últimas horas, olhou ao redor do quarto não encontrando o dono do perfume que de fato grudou na sua cama. “como é possível alguém conquistar um espaço tão rápido? “ não conteve um sorriso bobo ao lembrar dele e do que firmou esse final de semana.
Nos últimos dias sentiu a felicidade que não sentiu em vinte e quatro anos. Mesmo que isso fosse algo tão recente, percebia sentimentos em todos seus atos. Como se tivesse guardado tudo aquilo ...por muito tempo... inconscientemente segurou o colar e o apertou sentindo um certo conforto.
Como ele havia dito, parece que aquilo os conectavam. Aliás se ele estava se esforçando, iria fazer isso também. Levantou-se, cuidou de alguns afazeres do apartamento e as 10:00 encontrou-se com Ginji no restaurante. Iriam inspeciona-lo em busca de encontrar algum defeito para concertar antes de abri-lo a noite.
No decorrer do dia notou uma mudança de comportamento no seu amigo. Estava com uma expressão séria ou até mesmo de incômodo com algo. Questionava-o querendo saber o que era mas só dizia que não era nada. A tarde os gêmeos chegaram para o serviço e assim deram início a mais uma noite movimentada no restaurante.
A semana seguia na mesma rotina, noites lotadas, questões do restaurante a resolver, mas o comportamento de Ginji continuava estranho. Oryo sua esposa havia notado algo de diferente nele mas deixou essa questão fechada por enquanto. Na quinta, ela resolveu passar no restaurante na sua hora de almoço para visita-lo.
O encontrou sozinho falando com alguns fornecedores no telefone atrás do balcão. Ao terminar foi ate ela lhe dando um beijo breve. Ela o convidou para ir almoçar fora e assim fizeram. Enquanto caminhavam até o local ela tentava perceber algo de diferente nele. Quando se viu sendo observado Ginji questionou o que houve e ela aproveitou para virar a pergunta.
Perguntou sem muito arrodeio o que estava acontecendo nos últimos dias que ele sempre estava com a expressão “de quem comeu e não gostou” segundo ela. Sorriu com a definição que ela lhe deu e com sua forma direta de ser. “essa é minha esposa”
Ao se acomodarem na mesa, explicou a ela que essa semana estava sentindo algo de estranho no restaurante. Não sabia de onde era ou o que era mas sentia uma aura diferente e fraca. Fazia tempo que oryo via seu marido dizer que sentia algo. Aconselhou que ele esquecesse isso. Talvez não fosse nada ou poderia ser algo passageiro. Tinha convicção do que estava sentindo mas resolveu seguir o que ela falou. Mas de onde isso vinha?

ora, ora! Porque tanta hostilidade? Perguntava a figura com a máscara sem detalhes a alguém na sua frente. Ao seu lado dois indivíduos agonizavam com chamas que não cessavam embora tentassem apagar se batendo na grama. Era uma noite onde, a única luz que iluminava o céu e o campo gramado no alto da montanha era a enorme lua cheia fazendo contraste com a criatura de aura densa e macabra a frente do mascarado.
— Não ouse chegar perto dela ou envolve-la nisso novamente.
— você sabe, fazer o que se ela tem o ingrediente muito importante para mim.
— se não quiser enfrentar uma nação ou agonizar nas chamas infernais até virar cinzas a terra, a esqueça.
— Hum? Você ainda tem todo aquele desempenho do passado? Perguntou em tom sarcástico recebendo de volta um olhar mortal e em chamas. – mas claro, não irei subestima-lo. Afinal estou lidando com um dos pilares do Reino oculto. Odanna sama. Mestre tenjin-a e mestre do clã ...– foi interrompido pelo círculo de fogo que se formou ao seu redor. – esse é só o começo... Odanna- falou sumindo no ar.


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