P.O.V. Aro.

Estou frente a frente com Athenodora e quero respostas.

—Athenodora.

—Onde está meu marido?

—Seu marido está morto. Um garoto, humano, extremamente parecido com Caius enfiou-lhe uma lança envenenada e o matou.

—Caius morreu pelas mãos de um humano?

—Sim. Assim como muitos dos meus guardas. E eu quero saber, de onde saiu aquele menino. Como ele existe?

Athenodora respirou fundo.

—Ele é nosso descendente. Meu e do meu marido.

—Se o garoto é descendente de Caius... isso o torna parte vampiro?

—Não. Vampiros normalmente não podem procriar. O garoto é humano, mas ele não é um ser humano comum. Antes de Caius e eu sermos transformados éramos parte de um povo antigo, dotado chamado de caçadores de sombras. Matávamos demônios, wendigos, lobisomens e até mesmo vampiros. E antes de sermos transformados nós tivemos uma filha. Atena. Durante uma batalha, Caius foi ferido mortalmente. Ele estava morrendo, era para ter morrido, mas quando ele voltou pra casa... eu descobri o que ele havia se tornado, eu tentei chegar na espada e dar um fim ao sofrimento dele, mas ele me atacou. A última coisa que eu me lembro é de ouvir a minha filha chorando no berço, felizmente, graças á runa de proteção que estava no berço dela... o demônio que habitava o corpo do meu marido não conseguiu feri-la. Depois da minha morte física, eu entreguei a minha filha aos cuidados de Helena e Heitor Lightwood.

—Caçadores de sombras?

—Sim. Você queria a verdade, essa é a verdade. Eu quis fazer o que era certo e morrer, mas a cada dia Caius se tornava mais monstruoso, a única coisa mantendo ele longe da nossa família... era eu. E essa era a única coisa me mantendo sã em meio a toda essa loucura. Minha família. A lembrança da minha filha, a certeza de que nem você, nem Marcus e nem Caius jamais encostariam nela. Minha filha estava segura, minha linhagem estava segura. E Caius teve o que merecia. Agora eu tenho que ir. Não tenho escolha, preciso conhecê-lo.

—Dimitre.

—Mestre.

Dimitre atacou Athenodora, mas antes que ele pudesse mordê-la ela desembainhou uma lâmina. Do mesmo tipo da do garoto. Dimitre parou pouco antes da lâmina perfurá-lo. Athenodora falou, pausadamente e com lágrimas e raiva na voz:

—Eu sempre serei uma Shadowhunter. Me deixe ir, ou eu mato você e ai eu vou.

—Dimitre.

Ele a largou. Ela se levantou, se virou para sair, abriu as portas e antes de sair ela disse:

—Dimitre, se vier atrás de mim... se atentar contra a vida daquele menino, sangue do meu sangue... eu te mato.

Então ela saiu.