Férias de Verão – Aproximadamente 4 Anos Atrás

Era o primeiro dia daquelas férias de verão e tudo o que James queria era voltar para o Instituto.

Sua irmã, Christine, estava finalmente namorando Andrew e os dois estavam lhe dando nos nervos. Claire havia aprendido que beijar era bom e ele não estava preparado para ouvir sua melhor amiga falando daquilo tão tranquilamente. Cara e Rose estavam fazendo as coisas de criança que, para a sua felicidade, eram tão irritantes quanto normais (incluindo as bombas de ovo podre). Quanto a Laura não havia nada a se fazer, a garota iria passar pelo Instituto em dois ou três dias para os exames e depois sumiria por mais um ano.

Para piorar tudo a primeira coisa que chamou a atenção de James quando chegou foi Helena Strange e como ela estava mais linda do que a um ano, além do fato de isso ter mexido com muito mais do que o calor em seu rosto ou seu coração acelerado.

Obvio que ver a garota de quem ele gostava a dez anos em roupas de banho não melhorou a sua situação mental ou física.

—Cara, eu tô muito ferrado.

—Reparei. –E ouvir o comentário maldoso de Nate não ajudava nada James.

—Você sabe que ela tem a mesma idade que a Alexis e você é um ano mais velho que eu, não é?

Nate suspirou frustrado.

—Ainda bem que você é meu amigo e não inimigo.

Dessa vez James deu uma risada curta e voltou a olhar a piscina bem a tempo de ver Helena saindo da água, o que fez um nó se formar em sua garganta.

Aquilo só podia ser algum tipo de castigo.

—Acho que estamos ambos ferrados. –James estranhou o comentário de Nate até ver que Alexis havia seguido Helena e saído da piscina.

—Estamos.

==========X==========

James tinha que admitir que gostava das mudanças feitas no acampamento nos últimos anos. Especialmente por que agora o caminho para o lago estava muito melhor para quem não era como ele e poderia se machucar mesmo de dia.

Infelizmente para ele não havia mais se encontrado com Helena sozinho depois do beijo que trocaram a cinco anos, na verdade mal haviam se falado desde então por que a garota parecia fugir dele como se tivesse alguma doença contagiosa grave.

Claro que James não iria mentir e dizer que não beijou outras garotas depois daquele dia, especialmente depois do seu aniversário de quinze anos. Desde aquele dia parecia que seu corpo exigia contato físico, especialmente sexo, com uma regularidade que o assustava e ficou feliz quando Nate comentou que o mesmo acontecia com ele.

O alivio para James e Nate sobre aquilo veio apenas depois de uma conversa com Gabriel Parker, que falou que havia passado pela mesma coisa e que não havia muito o que fazer a respeito. Apesar da falta de esperança os dois amigos pelo menos resolveram que podiam, quando necessário, arrumar alguém para passar a noite. Não era o ideal, mas ajudava.

No final James acabou sentando o tronco onde havia beijado Helena pela primeira vez como fazia todos os anos e ficou observando a lua, mesmo que mais atento do que naquela época. Por isso quando um ruído típico de transporte mágico aconteceu ele não se assustou, apenas olhou para trás, dando de cara com a única garota que realmente não sabia se queria ou não ver naquele momento.

—Oi, não conseguiu dormir? –Mas Helena não respondeu, ela parecia irradiar certo poder de seus olhos, o que chamou a atenção de James. –Algum problema com seus poderes? –Mas a garota não respondeu. –Tudo bem, vou chamar seu irmão, ele deve saber o que fazer.

Mas antes que James saísse correndo Helena segurou sua mão, o fazendo encara-la e então ela o beijou.

Foi diferente do primeiro beijo de ambos, não apenas por que James sentiu um desejo dolorosamente físico diante do toque dela, mas por que Helena o beijou com um desejo similar, fazendo o beijo simples parecer muito diferente do que trocaram a tantos anos.

Isso foi o que James precisou para aprofundar aquele beijo e Helena não pareceu se importar quando a língua dele invadiu sua boca, muito menos quando uma das mãos dele agarrou possessivamente sua cintura e a outra a sua nuca.

Quando ambos ficaram sem folego e James se afastou, um lampejo de consciência passou pela mente do garoto.

—Acho que é melhor eu ir...

Novamente Helena segurou a mão dele.

—Hoje não. –Havia um misto de ordem e pedido nas palavras dela.

—Eu não acho que seja uma boa ideia mesmo.

—É sim.

E antes que James pudesse processar qualquer pensamento a luz rosa dos poderes de Helena os envolveu, quando o garoto percebeu estava no seu quarto no Instituto.

—Espera. Como...?

Mas tudo que James teve como resposta foi um beijo cheio de desejo daquela garota que estava virando sua cabeça do avesso. Especialmente quando Helena tomou a iniciativa e invadiu a boca dele com a própria língua.

Tudo que ele conseguiu pensar era como ela aprendia rápido.

Quando Helena se afastou a cabeça de James girava e ele tinha sérias dúvidas se conseguiria se afastar dela rápido o suficiente.

—Helena, acho melhor você levar a gente de volta para o lago e ir para o seu chalé, estou falando sério.

—Vamos ficar aqui. –Ela esticou a mão e tocou a camisa dele que sumiu.

—O que...? –Mas James logo notou que a peça estava na poltrona no canto do quarto, o que o fez segurar a mão da garota quando se aproximava da sua calça. –Sério, é melhor você ir embora, por que eu não sou santo.

Helena sorriu para ele, o que quase fez James soltar a mão da garota.

—Eu sei que não. –Com a mão livre ela tocou na própria camiseta que sumiu do seu corpo e apareceu junto da camiseta de James. –Não preciso que você me diga nada, posso te mandar para o outro lado do planeta, mas estou aqui, não é mesmo?

James engoliu em seco e sentiu seu peito se encher de um estranho sentimento de satisfação.

—Pare de usar magia para isso. –Helena o olhou curiosa.

Ele não falou nada, apenas soltou a mão dela e levou a própria mão até as costas da garota, deslizando a mão até o fecho do sutiã e o soltando, o que fez a garota sorrir.

—Tudo bem, você pode fazer isso.

Aquelas palavras fizeram o corpo inteiro de James ligar.

E mesmo sabendo que estava fazendo algo muito idiota ele apenas voltou a beijar Helena, tocando cada pedaço da pele dela que podia imaginar e deixando que ela mesma o tocasse como quisesse.

Era tudo que qualquer um dos dois queria naquele momento.

==========X==========

James acordou um pouco mais desorientado do que gostaria, mas não demorou até lembrar do que havia feito e, principalmente, com quem.

Olhou para o lado e encontrou os brilhantes olhos de Helena abertos o encarando.

—Oi, tudo bem com você?

—Eu acho que sim. –Havia uma certa hesitação na voz da garota.

—Alguma coisa errada? Eu... Acho que exagerei em algo.

Helena tocou o rosto de James chamando a sua atenção.

—Eu só não acredito que fiz isso.

—Por que?

—Meio que não era completamente eu, mas era totalmente eu.

—Como assim? –Agora ele estava preocupado.

—Digamos que passei os últimos meses sufocando minha vontade de te ver, te beijar e... Enfim, mas no final essa vontade venceu quando te viu ontem.

—Eu sinto muito, não percebi que era isso. Se eu...

Helena tapou a boca de James com a mão.

—Acredite, ainda era eu. Completamente eu em analise final.

—Então... –James queria ter uma chance.

—Então, vamos ficar com o agora e depois conversamos sobre o que fazer sobre isso.

Não era a resposta que ele queria, mas podia ficar com aquilo por enquanto.

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FIM

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A história de Helena e James continua em All Different World.