Good Enough: Even If You're Not Here escrita por Celedrin


Capítulo 5
Capítulo 5: A Primeira Vez Que Dissemos "Te Amo"


Notas iniciais do capítulo

Essa Short Fic foi criada para o Desafio do Dia dos Namorados.
Boa leitura!



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A Primeira Vez Que Dissemos "Te amo"

    Podia sentir o calor proveniente da pele de Giovanni, ouvir o eriçar de sua pele, o desviar tímido de seus olhos. Ouvia seus pensamentos incoerentes, o medo de fazer algo errado, o medo de decepcioná-la. Principalmente o nó que se havia formado em seu cérebro, ele não sabia como lidar com seu pai e comigo.

Acariciei o rosto dele. Não acredito que realmente cedi.

— Se tu não queres, não vou... - Ele negou. - Estás nervoso, se estás arrependido... - Negou novamente. - Teus pais não gostam exatamente de mim, príncipe, então qual o teu verdadeiro medo? - Ele nada disse, apesar de sua expressão angustiada. -  Estás indeciso. - Recuei um passo, arrumando algumas mechas da franja dele. - É melhor assim, se não tens certeza... - Recolhi minhas mãos, porém as dele agarraram-se a mim.
— Tu realmente não tens nada a dizer-me? Tuas ações contradizem as palavras que estás pensando. - Esperei que qualquer frase fosse dita, um "não estou pronto", "estou muito nervoso", "vamos devagar", qualquer desses bastaria, porém nada foi dito, ele sequer se moveu. Trinquei o maxilar, ele vai me forçar a invadir sua mente?

Jovens são confusos e por tal motivo, cortejar um adolescente sempre esteve fora de questão.

— Realmente não dirás nada?

Quando seus olhos assumiram novamente o tom azul, Giovanni encurtou a distancia que criei, prendendo-me em um abraço. Se não pelas batidas de meu coração, o calor em meu rosto denunciaria o quão satisfeita fiquei com sua subta coragem, coragem essa muito repentina e que atribuo completamente à sua segunda forma, donde vem aqueles olhos.

— Me desculpa... Eu tô tão constrangido...

— Se não estás confortável... - Afastando muito pouco de mim, o Ômega olhou bem em meus olhos. Suas mãos seguravam com muito mais força que o necessário em minha jaqueta. Tomei seu rosto em minha mãos novamente, como era possível que fosse tão atraente?

— N-não, eu quero, quero de verdade, mas eu acho... Não é muito rápido?

— Tu que me beijaste. - Impedi que continuasse a falar, deslizando o polegar sobre seu lábio inferior. Eu queria e muito dar continuidada àquele beijo. - Deixa-me terminar a frase. Se não estás confortável, não precisamos dar continuidade a isso. Beijar-me ou não, agora, não mudará o fato de que já o fizestes.

— Isso é ruim...?

— Não podes beijar-me sem que o permita, tu o fez. - A tentação era ainda maior, por quê? Possivel que fosse melhor dar a conversa por encerrada, não sei o quando resisto. - Preciso ir preparar-me, e tu, espera minha volta para conversarmos?

— Vai me deixar aqui? Não vai dizer nada? Achei... Quando tentou me beijar, achei que...

— Eu não cederia a uma simples inclinação, como estás pensando. Se queres ofender-me, estás indo na direção certa. Porém, se neste caso perguntas como me sinto, não estou apta a responder.

— 'Cê tá brincando comigo? É só "sim ou não", nem existem tantas...

— Sim.

— Sim...? Mas minutos atrás...

— Não vou ficar aqui por muito tempo e sabes bem disso, ainda assim, depois do que fizeste, quer que eu continue negando? Mesmo eu tenho limites.


— Ainda vai embora?


— É claro que sim. - Deslizei o polegar por seus lábios descendo-o até o pescoço.


Giovanni parecia ainda mais atraente e se não continuasse me esforçando, seu pescoço seria meu próximo alvo. - Teu pai já tentou matar-me antes, mesmo que ele não possa, creio que terá mais motivos para tentar agora. Além disso, voltarei para ver-te, assim que possível.

— Vai?

— Será tua punição pelo que fez, toda ação gera uma consequência, arca com as responsabilidades. - Assentindo, ele abriu um sorriso lindo. - Ficaste feliz? Pensei ter dito que era uma punição... - O sorriso malicioso que dei, talvez mais do que apenas isso, o olhar expectante que me dirigiu, fez com que aproximasse nossos rostos e selasse o beijo. As mãos dele foram aos meus cabelos e estaria mentindo se dissesse que não gostei.  

— Senhora. - O chamado, por mais inconveniente que tenha sido, lembrou-me de algo: não estivemos sozinhos em momento algum. Tomei pouca distância de Giovanni, apenas o bastante para encarar meu soldado e tudo a minha volta. Os soldados entorno do pátio, meus olhos podiam ver a cada um deles, o contrário também seria verdade. O vampiro, Ardeon, encarregado de cuidar a segurança do pátio curvou-se, informando por meio de pensamentos que apenas nos interrompeu para avisar que o exército estava pronto e que os soldados, com a cena que lhes proporcionamos, já haviam espalhado o ocorrido. Os demias soldados no reino já sabiam do beijo.

— Não há um motivo para tanto alarde. - Acariciei a nuca do Ômega, este que escondeu o rosto em meu ombro. - Se vossos olhos viram, a interpretação não será difícil. Por que causam tanto alarido?****

— Perdão, senhora, não quis...

— Fizeste teu trabalho, por isso te sou grata. Já... Logo irei. Vossos pensamentos estão deixando-me constrangida, muito além disso, estão levando-me à fúria. Repreenda teus subordinados ou então eu irei fazê-lo à minha maneira.

— Sim, senhora, peço perdão.

— Irei ter convosco depois, estás dispensado. - Curvando-se com demasiado esforço, Ardeon saiu. O silêncio voltou e com ele vislumbrei a posição petrificada de Giovanni. Afastei-o de meu ombro para que o pudesse ver. Felizmente seus olhos ainda mantinham-se azuis. - Estes olhos caem-te muito bem.

— Amélia, ele viu...

— Qual o problema?

— Vão pensar que estávamos nos beijando...!

— E não é assim?

— 'Cê tem noção do que vão dizer?!

— Que estamos namorando...?

— E vai continuar calma?

— Ainda não entendi o problema. Explica-me.

— Tua noiva não vai...

— Perdoa-me, isso foi uma mentira. - O fato dele lembrar de uma situação em que lhe apaguei as memórias era estranho, possivelmente não o fiz corretamente.

— Me esforcei todos esses dias para não tentar nada contigo por causa dela.

— Não apaguei tuas memórias, não foi? Como é possível?! Estou certa de ter...

— Não tem qualquer efeito sobre mim, Amélia, tu é minha Alfa.

— Então perdoa-me por tudo o que disse-te. Fui rude e muito má contigo, dou-te minha palavra, não...

— Só a palavra não é suficiente, Alfa... - Abri um sorriso mínimo, aquilo estava tirando-me do sério. Senti a mudança na tonalidade de meus olhos e ela pareceu agradá-lo.

— Chama-me assim novamente...? - Com um sorriso ainda maior e mais insinuante, ele questionou:

— Por que, Alfa? Gosta?

— Sim...

Apesar de tê-lo visto com malícia, parte minha via também quão lindos seus dentes eram. Parte de mim, uma que eu ainda não conhecia, queria-o tão bem, e aquilo parecia dizer que eu não era boa o bastante. Essa realidade ficou ainda mais clara. Giovanni é bom demais, inocente demais, homem demais para mim. O pequeno e doce sorriso que me foi dado fez com que notasse que mataria por ele, tanto quando o necessário. Macularia sua inocencia. Eu não sou boa o bastante pra resistir mais nem boa o bastante para abrir mão dele.

— Tudo bem?

— Eu devo ir. Ficarás aqui com Meliodas, ele virá te encontrar.

— É seguro contigo, né? Então me deixa ir.

— Sabe quão perigoso seria você sequer sair daqui? Está fora de questão.

— Não posso? Você não é a melhor guerreira de-

— E vou te pôr no campo de batalha, quando nem mesmo coloco soldados iniciantes para fazerem a proteção de um povoado?

— Mas tu és a melhor...

— Melhor não é sinonimo de seguro. Um campo de batalha não é lugar para ti.

— Por que sou Ômega?

— Por que não tens preparo. Tuas dúvidas sobre meu caráter são muitas, não? Vamos conversar muito em minha volta. - Aproximei meus lábios de seus cabelos, depositando um beijo ali. - Preciso ir, príncipe, meus soldados estão me esperando.

— Não vai se machucar, né?

— Eu vou ferir, não ser ferida. - Tomei uma pequena distancia, curvando-me. - Com tua licença, príncipe, estarei indo resgatar aos teus.


No silêncio de meu quarto, enquanto vestia a armadura, concluí quão fortes meus desejos eram por Giovanni, o quão mais necessária era sua presença agora... Eu queria ver, tocar, ouvir e sentir mais, anseava por muito mais dele, muito além da forma como  o vi em minha chegada aqui, eu queria ficar com ele, vê-lo sorrir. Eu o estava vendo assim como a Daëala, eu faria qualquer coisa para o bem dele, o que incluia abrir mão dele também.

— Cinco dias... Cinco dias e sei que amo-te há muito mais tempo do que o conheço. Não fosse por meus pais, eu não iria crer...
 

Nos portões de Okien, três soldados estavam nos portões atrás de mim, eles o fechariam em nossa saída e junto aos demais protegeriam o povo.

— Protejam ao povo.

— Sim, senhora.

— Não se machuquem.

— Sim senhora.

— Não confiem demais. Voltarei o mais rápido possível, esperem por mim em segurança.
— Amélia, eles ficarão bem.

— Não posso evitar. - Respondi, VIRANDO-ME AO MEU EXÉRCITO. - Vamos. - Estendi meus braços, transformando a todos nós em sobras negras, logo essa sombra desapareceu e nos teletransportamos até o reino vizinho. Os muros eram altos e feitos de pedras de barro, certamente fortificados no interior, haviam quatro soldados detras dos muros, no portão que estava fechado, sinalizei para todos os meus vampiros e cada um tornou-se em cinzas, planando acima dos portões. - "Vamos acabar rapidamente com isso, sem mortes desnecessárias." - Ordenei, assim, iniciamos a invasão.

A luta não durou muito, apesar da grande quantidade de combatentes inimigos, a conversa com o rei foi infrutífera, minhas palavras foram firmadas por meus punhos, assim sendo, ouvi tudo aquilo que quis saber. Retirei sua posição e o peguei por cativo, retirando todos os seus poderes sobre o povo.
Muitos de meus soldados decidiram ficar no reino para se assegurarem da segurança do povo, concenti, apesar de não concordar. Ezendrel permaneceria lá.

Ao voltar sem meus soldados para Okien, apesar de estar com todos aqueles que me foram listados, muitos soldados pareceram desesperados, e apesar de tê-los tranquilizado, continuavam aflitos. Enquanto explicava a necessidade da permanencia momentânea daquelas crianças no outro reino, Giovanni cruzou os portões e abraçou-me, logo atrás dele vinha Ion.

— Não vai mais, Amélia, fica aqui comigo.

— Meu príncipe, estamos em frente aos meus soldados. - Alertei.

— "Eu te amo, Alfa, por favor fica".

— O que disse? - Meu sorriso sumiu quando ele confirmou que durante minha saída, em apenas seis horas, seu pai decidiu escolher para si um noivo. - O que aconteceu?

— Por favor, não me deixa. - Minhas mãos também o envolveram, trazendo-o ainda mais para mim e acariciando seu cabelo.

— Diga ao rei que solicito a mão dele, Ion, eu não estou disposta a aceitar um não. - Giovanni parecia temer o que eu faria, Ion também, mas não me excederia, apenas deixaria claro que Giovanni é meu. Segurei o rosto dele, unindo nossos lábios. - Não posso deixar-te sem uma resposta, não é? Eu te amo, príncipe.

Todos os meus soldados pareceram surpresos comigo, porém, no instante seguinte, nenhum deles não parecia disposto a entregar Giovanni.
 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler e se você é ghost, eu também já fui, mas 'cê não vai saber das atualizações! Não perca histórias tão maravilhosas!



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