Primeiros erros escrita por Aislyn


Capítulo 1
A primeira vez que nos falamos


Notas iniciais do capítulo

História escrita para o desafio do Nyah do Dia dos namorados: A primeira vez.

Eu devia participar só com uma história, mas como tenho um casal principal que amo demais e um secundário que me traz diversão, eu precisava escrever com os dois.

Boa leitura!



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Mikaru se acomodou melhor sobre o corpo do namorado, suspirando satisfeito com o carinho que recebia em suas costas. Sabia que estavam suados e sujos, precisavam se lavar, mas a última coisa que queria fazer era sair da cama.

 

— Está acordado? – Katsuya questionou baixinho, cessando os carinhos e recebendo um resmungo como resposta. Era um dos poucos momentos em que conseguia vê-lo fazendo manha. Riu baixinho, retomando a carícia e recebendo um roçar de lábios em seu pescoço como retribuição – Nós devíamos tomar banho. Você não pode dormir assim.

 

— Daqui a pouco… aqui está confortável.

 

— Podemos voltar pra cá depois. Vamos, antes que você acabe realmente dormindo.

 

Katsuya tinha certeza que se ficassem ali mais um pouco, o namorado ia pegar no sono. Não seria difícil acordá-lo novamente, levando em conta o sono leve, mas ficaria com a consciência pesada por fazer aquilo.

 

— Você está sendo chato… – mesmo contrariado, Mikaru se sentou no colchão, espreguiçando longamente. Não precisava conferir o corpo para saber que não tinha marcas. Katsuya era sempre cuidadoso e carinhoso.

 

— Eu não quero que você pegue um resfriado. Você está suado e de madrugada vai esfriar, por isso precisa se manter aquecido.

 

— Você é muito inocente… Não é só por isso que vou ficar doente. – Mikaru saiu da cama, olhando a bagunça de lençóis sobre a mesma – Troca as roupas de cama pra gente? Eu vou encher a banheira.

 

Não demorou muito para estarem juntos no banho, as carícias recomeçando aos poucos. Katsuya o envolvia pela cintura, a cabeça apoiada em seu ombro, enquanto Mikaru inclinava o rosto para o lado, dando-lhe mais espaço para beijar seu pescoço.

 

— Posso fazer uma brincadeira com você?

 

— Aqui? – Mikaru encarou-o desconfiado, se perguntando o que e onde aquele garoto andou aprendendo brincadeiras novas.

 

— Ah, bom… não exatamente aqui, mas podemos começar e terminar no quarto.

 

— Você sabe que não participo de nada estranho, perigoso, que vá causar dor-

 

— Não! Nunca! – Katsuya encarou-o assustado, notando que sua sugestão foi interpretada de forma errônea – Eu estava falando de uma brincadeira mesmo, com perguntas e respostas. Meus amigos estavam fazendo entre eles e as namoradas. Pensei em tentarmos juntos…

 

— Sei… devia namorar alguém da sua faculdade. Poderia participar ao mesmo tempo que eles.

 

— Eu quero fazer com você, seu ranzinza!

 

— Não me chame assim, idiota. – Mikaru resmungou amuado, virando o rosto na outra direção, mas ficou aliviado por não ser nenhuma brincadeira que fosse deixá-lo receoso de participar – Tudo bem, como funciona isso?

 

— Bom, eles fizeram com perguntas a respeito do gosto de cada um, roupas, comidas, pra onde gostariam viajar, algumas coisas mais pessoais… eu pensei em fazer sobre a primeira vez.

 

— Nossa primeira vez não foi muito memorável. E por falar nisso, acho que nunca me desculpei por estragá-la.

 

— Eu achei a noite incrível! O problema foi o dia seguinte, quando você me chutou pra fora. – Katsuya cutucou-lhe as costelas divertido, conseguindo afastá-lo até a outra ponta da banheira – Mas eu estava pensando em primeiras vezes num geral. Por exemplo, a primeira vez que conversamos. Você se lembra?

 

— Hm… na frente da minha empresa, quando eu estava saindo do carro.

 

— É? Não foi naquele evento onde eu estava trabalhando de fotógrafo? – Katsuya tentou puxar na memória, mas não se lembrava de tê-lo encontrado antes, apesar que não podia confiar muito em suas lembranças.

 

— Isso foi uns dois anos depois. – Mikaru voltou a se aproximar, ressabiado, se aconchegando no abraço em busca de calor. A água estava começando a esfriar – Mas pensando agora, se quando te conheci você tinha uns dezoito, naquela época você era realmente uma criança.

 

— Hei! Sempre disseram que eu era maduro pra minha idade!

 

— E ingênuo também.

 

— Não sou ingênuo, só não gosto de pensar mal de tudo. Vem, vamos voltar pro quarto.

 

— Na verdade você ficou sem argumentos. – mas Mikaru não contestou dessa vez, saindo da água e pegando toalha para ambos.

 

— Não fiquei… mas é verdade sobre nossa conversa? Não foi no evento quando aquele cara-

 

— Eu não quero me lembrar daquilo, por favor. – Mikaru suspirou fundo, tentando não focar nas lembranças ruins do passado. Pegou roupa limpa no closet, vestindo uma camiseta sobre a peça íntima antes de seguir para o quarto – Mas voltando ao assunto, você estava passando em frente ao prédio, eu escorreguei no gelo quando saía do carro e você me ajudou a levantar e me acompanhou até a recepção da empresa.

 

Katsuya ficou um instante em silêncio, tentando se recordar enquanto ambos se ajeitavam para deitar novamente, mas a lembrança era bastante vaga.

 

— Você realmente tem a memória boa, Mikaru…

 

— Talvez… e acredito que tenha sido mais marcante pra mim. Eu odeio quando passo vergonha em público.

 

— Pense pelo lado bom, se não tivesse passado vergonha, a gente não tinha se conhecido.

 

— Hipócrita! – Mikaru pegou uma almofada na cama, jogando no namorado e arrancando-lhe uma risada – Você acabou de dizer que não se lembra! Então não lembrava de mim também!

 

— Detalhes! O importante é que você lembra! – Katsuya puxou-o contra seu corpo, envolvendo num abraço – Nisso veio o segundo encontro, você aceitou outra ajuda e assim fomos nos conhecendo.

 

— Quer dizer que estou devendo vários favores por ficar me ajudando? Está fazendo parecer tão simples! – Mikaru revirou os olhos, indignado, mas não tentou se afastar – Qual a próxima pergunta desse seu jogo?

 

— Agora é sua vez de escolher. Apesar que estou com medo de ter esquecido qualquer coisa que seja, já que a primeira eu errei…

 

Katsuya iniciou um carinho leve em seu braço, fazendo desenhos imaginários enquanto Mikaru ria baixinho do comentário, parecendo pensativo sobre o que perguntar.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima semana!



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