Cama de Gato escrita por calivillas


Capítulo 18
Estranhos prazeres




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Nem acreditei quando meu despertador tocou, havia dormido muito pouco, depois de passar boa parte da noite fazendo as pazes com Elias, que dormia pesado ao meu lado, nem se mexeu com aquele som irritante. Tal qual um zumbi, me arrastei para fora da cama, indo direto para o banheiro, mesmo cansada, estava feliz pela conversa da noite anterior, quem sabe, assim a situação entre nós dois ficasse mais clara. Até entendia porque ele era daquele jeito, relembrando da atitude do pai dele e pelo o que George comentou, como era difícil agradar o velho. Mas, não era desculpa para me tratar desse jeito, liguei o chuveiro e enquanto esperava a água esquentar, imaginava como teria sido o relacionamento entre ele e Letícia, não devia ter sido bom, já que, ela o trocou pelo amigo, além de ser estranho o modo como Elias parecia encarar essa situação tão bem.

Antes de sair, olhei–o por algum tempo, como era bonito, até suas tatuagens combinavam, aquelas figuras sinistras desenhadas nas suas costas, assim, me inclinei para beijá-lo com delicadeza, ele abriu os olhos.

— Aonde você vai? — indagou, sonolento, eu ri da pergunta.

— Trabalhar.

Elias me puxou e me atirou sobre a cama, me prendendo com seus braços.

— Não vá, fique aqui comigo.

— Não posso, preciso ir — Tento escapar, contudo, ele me estreita ainda mais.

— Fique! Diga que está doente,

— Eu não posso. — Escorrego da minha armadilha e fico de pé. — Preciso ir. Bata a porta quando sair. Tchau!

Vou embora depressa, não quero me arriscar em ser pega de novo. Sai de casa, acreditando que tudo ficará bem.

Ao chegar na empresa, vou direto para a sala de Ícaro, que já está ocupado separando as peças do novo trabalho, avaliando o que serão usadas ou não e se precisaremos de algo mais, é aí que eu entro para ir à caça das que faltam.

— Bom dia. Acordou cedo — digo.

— Bom dia, não consegui dormir direto. — Ele olha para mim. — E pelo visto, você também não dormiu muito bem. Espero que seja por motivos diferentes do meu.

— Você está certo, não sei qual são os seus motivos, mas fiquei acordada fazendo as pazes com o meu namorado — Eu lhe dou um sorriso malicioso.

— Essa é a melhor parte da briga, fazer as pazes na cama. No entanto, o meu motivo foi o oposto do seu.

— Você brigou com Fabio?

— Sim, nós terminamos — ele fala de maneira dissimuladamente casual, mas pressinto o tom de amargor na sua voz.

— Eu lamentando tanto. Vocês estavam juntos há um tempão, tem certeza que não tem volta.

— Não dessa vez. Acho que acabou de verdade. Queremos coisas diferentes, eu quero estabilidade e um relacionamento exclusivo, mas Fabio quer continuar se divertir e sair com quem quiser. Sabe, Sabrina, um bom relacionamento tem que ser construído dia a dia, de vez em quando, uma parte desmorona e temos que refazer, mas se o outro não está na mesma sincronia, não dá certo.

— Quem sabe, você encontre alguém que quer o mesmo que você.

— Eu não me iludo, Sabrina. Será quase como ganhar na loteria. Mas, a vida continua e temos muito trabalho pela frente.

 Ganhar na loteria, era isso mesmo, achar uma pessoa que queira o mesmo tipo de relacionamento que você? Será que seria tão difícil assim? Ou apenas uma fantasia, acreditar nessa história de par perfeito, alma gêmea? Talvez, não desse para exigir mais de Elias do que me dava, pois ele era assim mesmo, no entanto, podíamos tentar e ver até onde iriamos.

Naquele começo de noite, ao voltar para casa, encontrei os derradeiros sinais da passagem de Elias por lá. A cama ainda desarrumada, alguma louça sobre a pia. O travesseiro ainda tinha o cheiro dele.

A grande surpresa aconteceu algumas horas, eu já pronta para dormir, quando o interfone tocou, era Elias.

Ao abrir a porta, eu o encontrei com a cara mais inocente do mundo, diante do meu espanto.

— Espero que esteja com fome, por que eu trouxe o jantar — disse, assim que abri a porta, dando passagem para ele entrar. — Posso não saber cozinhar com George, mas posso comprar o jantar.

Não tinha argumentos para isso, assim, segurei seu rosto entre as minhas mãos e lhe dei um beijo, em seguida, sorridente, arrumei a mesa para jantarmos juntos.

— Eu estive pensando sobre o que disse, a respeito de querer que dê certo entre nós. Eu também quero isso, ter uma relação de total confiança — Elias confessou e eu fiquei abismada com a sua sinceridade. Fiquei tão feliz, que dei um pulo na cadeira direto para o colo dele e grudei a minha boca na sua.

— Eu estou tão contente, que nem sei o que dizer, não acreditava que você me entendesse — digo, olhando nos olhos dele.

— Você não precisa falar mais nada. Foi bom surpreendê-la desse modo. Ver essa sua cara de felicidade por tão pouco.

— Não é pouco para mim.

 E eu o beijei mais uma vez e mais uma, então as coisas começaram a esquentar e o jantar esquecido a esfriar, até ele me afastar com delicadeza.

— Quero provar que eu confio totalmente em você — ele sussurrou no meu ouvido.

— Como?

Ele sorriu e tirou do bolso da calça duas faixas de seda.

— Quero que você me amarre e me vende com isso e eu ficarei totalmente a sua mercê.

— Não precisa. — Eu ri da ideia, mas sua expressão mostrava que ele estava falando sério. — Jura que você quer isso mesmo?

Ele sacudiu a cabeça.

— Sim, será minha prova de confiança.

— Eu nunca fiz nada parecido antes.

— Não se preocupe, use a imaginação. — Elias se levantou e começou a tirar a roupa, ficou nu na minha frente. — Estarei totalmente exposto para você.

Eu ainda estava totalmente atordoada com essa proposta, mas se era isso que ele queria, podia fazer a minha parte.

Peguei uma faixa e cobri os olhos dele.

— Pode ver algo?

— Não — sacudiu a cabeça.

— Sente-se aqui — Eu o guiei até a cadeira. — Coloque o braço para trás. — Ele fez e eu o amarrei assim.

— Você está se saindo uma criminosa e tanto.

— E agora, o que farei?

— O que quiser. Eu sou seu.

Aquelas palavras e vê-lo assim, tão indefeso na minha frente, fez um arrepio de excitação percorrer a minha espinha. Olhei em volta, procurando uma inspiração. Vi os copos com gelo, seria um bom começo, com muito cuidado para não fazer nenhum barulho, peguei uma pedra e testei passando pelo peito dele, que gemeu com a surpresa. Eu gostei daquele som, então passei o gelo por todo o corpo dele, sem nenhuma exceção, enquanto ele emitia sons de prazer e de desconforto. Então me lembrei de algo que vi em um filme, fui até a cozinha e peguei uma vela, eu acendi com o próprio isqueiro dele, ainda receosa, deixei a cera escorrer sobre o ombro dele, ele gemeu de dor e surpresa, recuei.

— Por favor, não pare — ele pediu, assim deixei mais algumas gotas caírem sobre o peito, barriga e coxas deles, nunca imaginei como aquilo me traria um estranho prazer.

Assuste-me ao ver a pele avermelhada, peguei um copo d’água e derramei aos poucos sobre a pele marcada. Percebi que ele estava ficando excitado com a brincadeira e eu também, ao ver aquele homem sobre o meu domínio. Por fim, olhei em volta imaginando o que poderia fazer, quando eu vi a sua roupa largada no chão, assim, tirei o cinto da calça dele e acariciei seu rosto e pescoço com a tira de couro.

— Está gostando, Elias? — sussurrei, sem disfarçar a minha satisfação.

— Sim — Eu bati bem de leve na lateral da coxa dele. — Mais forte! —pediu, eu aumentei um pouco a intensidade, tanto que ele soltou pequeno gemido, recuei.  — Mais forte! — ordenou, com ênfase.

Eu me assustei com o som do estalar e com seu gemido de dor.

— Continue!

Eu fiz de novo

— Não pare!

— Não!

— Continue! — Então, eu bati nele outra vez.

— Agora, chega! — Parei, porque eu estava gostando, por isso, larguei o cinto e o soltei, imaginando se estaria zangado comigo.

— Você foi muito bem para a primeira vez. Agora, acredita como eu confio em você.


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