- Pedro, eu não consigo acreditar. Você convive com elas, abraça, conversa, ri, passa intervalos, elas vão na sua casa.. e você não gosta delas ? Nem mesmo da Camila?

- É questão de convivência. Eu achava que elas eram legais, mas são um porre. Primeiro que se acham porque são mais velhas, segundo que me abraçam e dizem que me amam, mas elas nunca conversam comigo de verdade, como você faz... então, como me amam? Não sei, é muita falsidade, sabe? Acredite em mim, eu não amo elas e elas nem me conhecem, portanto, não me amam. Camila é a pior de todas, pode ter certeza. Mas não a odeio, como você. - eu dizia suplicando para que Juliana me entendesse... como ela poderia achar que eu amava aquelas barangas idiotas?

- Bom, pode me jurar até a sua vida, mas eu não acredito. - Ela dizia convencida, de uma forma que me deixava louco. Eu tinha vontade de pular em seus braços e beijá-la loucamente, era a coisa mais linda que eu já tinha visto na minha vida. A forma como ela sorria e me olhava... Era o sorriso mais perfeito e digno, era o olhar mais brilhante. Eu nunca havia amado ninguém na vida, mas se isso era amar, eu estava adorando!

- Porque você simplismente não se afasta ? Anda com outros amigos, ou tenta conversar com elas, não sei. Eu só acho que você está sendo desonesto consigo mesmo. - ela dizia com uma simplicidade, como se todos pudessem ver isso. Juliana me ajudava, me aconselhava como ninguém, e a cada sorriso e olhar eu me sentia mais completo, eu me sentia bem, como se minha vida não tivesse problemas. Eu poderia jurar que seria completamente feliz ao lado dela, e eu sei que ela poderia dizer o mesmo. Eu a via com suas amigas, e sim, ela ria, mas não como quando ria comigo, eu via o brilho em seus olhos. Todas as palhaçadas que Thomas fazia, ela ria, mas não havia tanta magia comparada as coisas que eu falava. Eu sabia que no fundo não era por causa do nível de graça... era algo a mais, algo inexplicável, uma coisa que poucos sabem o que é. 

As coisas iam melhorando. Eu sentava perto dela todos os dias, e a gente conversava cada vez mais. As broncas da sala de aula agora iam para Pedro, Thomas, Juliana e Daniela. Eu alimentava aquela paixão, e nossas conversas eram mais descontraídas e normais agora que tudo havia se encaixado. Eu pensava que tudo estava resolvido, que eu iria agir dessa forma para sempre e uma hora ela iria se declarar para mim, tudo iria ficar bem, e todos ficariam felizes para sempre. Mas é claro, eu amo sonhar, e alto demais, mas dessa vez eu fuji dos limites, e as coisas começaram a tomar outro rumo.