Lucifer escrita por Capitu


Capítulo 5
Capítulo 1 - Recém casados! [part.5]




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/761540/chapter/5

— Por mil demônios! Que é que deu em você, Lucifer!

   O anjo parecia passivo. A analisava e não conseguia entender como anjos e até mesmo um demônio filho de Lilith havia se entregado a emoções humanas. Maze o abraçou, feliz por vê-lo, mas não notou a diferença à primeira vista no modo de agir ou até mesmo nos cabelos cacheados.

    Ele a repeliu.

— Como ousa me tocar, demônio? Eu sou uma divindade!

— Lucifer? Que é que deu em você? De todas as idiotices que já fez...

— Eu não sou Lucifer. Sou Miguel Demiurgus. E agora me convide para adentrar nisto que chamam de casa e me ofereça um banquete.

— Miguel? -Maze ri, mas logo se lembra que nas raras vezes que Amenadiel ou Lucifer citavam o nome de Miguel, nunca era boa coisa. Mas ela era a Maze!- Olha aqui, Miguel. Não sei como são as coisas na Cidade Prateada, mas não sou serva de nenhum traseiro angelical!

— Calada, demônio! -Num simples movimentar de mãos, Mazekee ficou totalmente sem voz. Nenhum som saía de sua boca.-  Como eu já disse... Me alimente. E dê um jeito de avisar ao Lucifer que estou aqui.

   Os olhos de Maze se arregalaram. Ela caiu em si, percebeu que de fato, Miguel não era boa coisa tal qual sua mãe. Ela ainda lembrava do que a mãe deles havia feito com a pobre doutora Linda Martin, uma mortal. Claramente ele havia saído a sua mãe.

    Maze não queria brincar com fogo a esta altura do campeonato por mais que gostasse. Havia rumores, tanto no Inferno quanto na Cidade Prateada, de que mesmo Lucifer sendo o mais velho dentre todos os anjos, era Miguel quem era o arcanjo mais poderoso. Eles eram os primeiros seres da criação. Isso a deixava temerosa.

     A jovem demônio, filha de Lilith, apenas indicou numa pequena reverência que poderia entrar. Tão logo entraram e ela foi pra cozinha preparar algo para ele comer. Mas não sem antes enviar um torpedo (sms) para seu amigo, o Diabo.

"Gêmeo babaca em casa. Apareça logo Luci. Antes que um de nós morra."

    Enquanto isso, Miguel parecia analisar cada canto do perímetro. Armário de bebidas, relíquias e até uma boneca Barbie deixada pela Beatrice.

***

— Olha aqui, cara. Eu não sei o que aconteceu entre você e o Lucifer da sua dimensão, mas estou tentando te ajudar aqui. E eu não gostaria de fazer uso dos meus métodos com você.

— O quê? Quais métodos, Lucifer? Tortura? Assassinato? Não se preocupe. Já passei por isso várias vezes com o Lucifer da minha dimensão. E da última vez, foi o Miguel de uma outra dimensão. Então seja lá o que tenha planejado pra mim, Lucifer e Miguel de outras duas realidades já o fizeram. Quer brincar de gato e rato, irmão? Nesse jogo eu já sou nível diamante!

     - Espera aí. Deixa eu entender... Você saiu de sua dimensão já ferrado, pulou em outra e se ferrou mais ainda, até que veio parar aqui? -ri divertido- Minha nossa! Essa história só melhora! Mas... Se não foi você quem matou o casal, então quem foi? Porque você foi encontrado no local e ainda mais desse jeito. Viu alguma coisa suspeita? Alguém?

    O olhar de Gabriel era de profundo desagrado. Parecia estar esperando a qualquer momento algum surto psicótico vindo da outra versão de Lucifer, o mais velho dos quatro arcanjos da criação. Chloe, entra na sala de interrogatórios e Lucifer já puxa a cadeira para que ela se sente.

— Olha, Gabriel. Eu sei não é comum um anjo ser interrogado por uma humana, ou uma humana interrogar um anjo...

   Gabriel olha pra ela com a maior cara de "ela sabe que sou um anjo?" e depois retorna o olhar para Lucifer que parece mais uma criança que tenta prestar a atenção na aula.

— O Lucifer me contou... Que seus olhos brilharam. Angelicalmente falando. Lucifer, estou indo...?

— Sim, está indo bem, detetive. Mas acho melhor resumir o que consegui tirar do meu irmãozinho aqui. Vou te chamar de irmão ou talvez primo, porque essa história ainda está tentando fazer sentido na minha cabeça. Bem, em resumo. Esse Gabriel é de um universo paralelo, ele se envolveu em alguma briga com outro Lucifer, essa parte ele ainda não entrou em detalhe sobre os motivos. Meu primo/irmão não adentrou nos detalhes... Então ele entrou num outro universo paralelo, brigou com o Miguel desse outro universo, e por fim atravessou para nosso mundo. Onde foi encontrado na casa do casal assassinado.

— Eh... Pelo visto você gosta mesmo de entrar em brigas. Espera, você não é o anjo que anunciou que a virgem Maria estava grávida?

— Não entendo porque vocês mortais gostam tanto da história do "hippie de Belém". Francamente... -Lucifer revira os olhos.

— No fim das contas ele era apenas um profeta que seguia as ordens do pai. Miguel morria de ciúmes dele. E não, eu odeio brigas em família. Sempre tentei fugir delas. Cheguei até a forjar minha própria morte para que me deixassem em paz. Mas não importa em qual universo eu esteja, eles sempre serão inimigos mortais.

— Mas não aqui, meu bom anjo! -Lucifer se animou como quem fosse dar uma grande notícia e tentar abrandar o pobre coração sofrido de Gabriel- Sabe, é verdade que por aqui o Miguel também é um grande babaca. Mas acredito que ele está bem na Cidade Prateada. Ele também não tem enchido meu saco e não temos nenhuma guerra eminente. Então pode ficar despreocupado!

— Ele precisa mesmo ficar aqui? -Gabriel aponta para Lucifer.-

— Ele é meu consultor civil. Mas se isso te deixaria mais à vontade para falar.

— Por favor...

— Espera. Vocês estão me expulsando?

— Cai fora, Lucifer. -antes que ele pudesse contra-argumentar, Chloe lançou aquele olhar que fazia o diabo dobrar os joelhos rapidinho, e logo ele saiu batendo a porta- Agora que ele foi, pode se abrir comigo. Se puder ajudar a polícia a descobrir o assassino, nós fic...

— A mulher.

—O que disse

— Vocês por acaso já fizeram a autópsia?

— Estão fazendo, mas ainda não temos os resultados.

— De fato. Não há um assassino, mas nesse caso há suicídio. Sugiro que investiguem a ficha médica do casal. E sugiro também que queimem suas roupas e entrem em quarentena.

   Gabriel parecia muito calmo. Como se já soubesse de tudo.

— Você sabe o que eles tinham?

— Não posso afirmar com certeza, mas desconfio de ebola. Por causa de onde passaram a lua de mel. Eu cheguei tarde demais e não pude salvá-los. Se eu você a detetive, agiria rápido.

— Droga... 

 Chloe sai rápido da sala de interrogatório e encontra Lucifer conversando com o técnico da autópsia. 

— Chloe, você não vai acreditar!

— Deixa  eu adivinha. Eles tinham ebola?

— É! Como adivinhou, sua danadinha?

— Um palpite. Só um palpite. ATENÇÃO TODOS! A CASA EM QUE O CASAL DOWNSON DO CASO  Nº 496  MORREU ESTÁ EM QUARENTENA, ASSIM COMO TODOS AQUELES QUE  ENTRARAM EM CONTATO COM OS CORPOS!

— Essa não!

— Sim, Lucifer. Você também está na quarentena e nem adianta fugir.

— Você não entendeu, detetive. A senhorita Lopez estava conosco e logo em seguida foi ao hospital visitar minha irmã. Se ela estiver infectada...

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lucifer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.