A Ordem dos Cavaleiros escrita por Autor100999


Capítulo 44
Arco Arcádias - Kairos


Notas iniciais do capítulo

O cavaleiro das trevas entra em ação para cumprir sua parte do plano. Enquanto isso, Levi Foster se encontra em uma encruzilhada quando se encontra com Kairos, aquele que se julga um deus perante os nobres, para pedir permissão para agir conforme seu plano.



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          A missão para a tomada de Arcádias estava apenas começando. Os Cavaleiros da República tiveram que lidar com diversos obstáculos dentro do plano original para a tomada da capital, mas graças às informações sobre o planeta disponibilizadas pelo Agente 04 ao cavaleiro das trevas e as capas disponibilizadas por Riruzen, os nobres não conseguiram identificar o eminente ataque da República.

— 04, está me ouvindo? – perguntou Tiago, enquanto esperava a resposta do traficante de informações pelo comunicador.

— Sim, estou ouvindo! Minhas informações sobre o fechamento da capital foram úteis? – perguntou 04.

— Sim. Devo admitir que sem as suas informações e os equipamentos do Alone, a tomada de Arcádias seria muito mais difícil, mas tem certeza que não sabe a localização dos rebeldes? Eles são amadores, não devem conseguir manter a camuflagem o tempo todo – retrucou o cavaleiro.

— Acho que você está subestimando os rebeldes, mas entendo o que está pensando. Enfim, ouvi alguns rumores que eles estão reunindo um exercito para a tomada da capital, parece que vão se reunir em Ginly, já adicionei as coordenadas no seu mapa – explicou o traficante de informações.

— Obrigado por essa, vou desligar. Até mais – disse Tiago.

— Espere! Tenho um favor a pedir! – disse o traficante de informações ansioso.

— Diga de uma vez! – disse Tiago com muita pressa.

— Ouvi humores que foi desenvolvido uma nova ferramenta pelo Império de Ember, ela é capaz de quebrar barricadas imensas. Se for verdade, seria ótimo se você pudesse me entregar pelo menos uma arma assim – explicou o agente 04.

— Uma troca de favores? Se você prometer não usar em nenhum republicano, eu consigo para você – disse Tiago.

— Excelente! Muito obrigado, acredito que os rebeldes roubaram essa arma, ela também deve ser útil para entrar na capital – agradeceu o agente 04.

— Ok! Desligando. –  O cavaleiro desligou a chamada e continuou seguindo a estrada para a cidade mais próxima.

          O cavaleiro decidiu seguir a dica do traficante de informações e voou para Ginly, local que estava recebendo diversas noticias sobre um rebelde que invadiu um leilão de escravos e declarou guerra a todos os nobres de Ember.

— Senhor, pode me dar um desses web jornais? – perguntou Tiago.

— Claro, mas vai ter que pagar sete Rubis – avisou o vendedor.

— Claro! Deixe me ver... Parece que estou sem dinheiro, mas obrigado pelo seu tempo – disse Tiago enquanto passava as mãos em seus bolsos, despedindo-se do vendedor.

— Foi fácil! – disse Ryo, próximo ao pescoço de Tiago.

— Está acordado? Pensei que você ficaria dormindo depois do que houve em Frug – disse Tiago, enquanto lia o web jornal que roubou.

— Deixa de ser chato! Eu estava te dando um tempo para se acostumar com o braço novo e com a condição que foi imposta a você – explicou Ryo.

— Obrigado por me lembrar disso – disse Tiago com um tom sarcástico.

— Enfim, isso é bem interessante. Um rebelde declarou guerra contra todos os nobres de Ember, isso não é pra qualquer idiota – disse Ryo.

— Bom, declarar uma guerra contra o terceiro maior poder do Império de Ember realmente não é muito inteligente, mas essa capa... Não é possível que seja um deles – disse Tiago, enquanto passava próximo ao vendedor de antes, silenciosamente, e devolveu o jornal.

— Está preocupado? O que eu perdi enquanto dormia? – questionou o Extreme.

— Nada demais. Enfim, parece que a capital será fechada completamente por conta do ataque rebelde, ainda bem que eu entreguei um bloqueador de escudos para o Gabriel, ele deve ter colocado em algum lugar interessante – disse Tiago.

— Mudando de assunto, seu INT evoluiu bastante – disse Ryo, ao perceber que seu cavaleiro usou INT para esconder sua presença.

— Não foi nada demais. De qualquer forma, preciso pensar em um plano para encontrar os rebeldes – disse Tiago.

          O cavaleiro estava pensativo sobre os acontecimentos na catedral da capital, mas decidiu focar-se em sua missão, ele passou um dia andando pela cidade utilizando seu INT para esconder sua presença de todos os cidadãos. O plano não parecia muito efetivo, mas ele conseguiu ouvir algumas coisas sobre a grande reunião dos rebeldes na noite daquele dia.

— Será próximo às ruínas de uma sociedade antiga? Já adicionei ao mapa – pensou Tiago.

          A noite caiu com o frio da mudança de estação, enquanto o cavaleiro se preparava para encontrar os rebeldes, os nobres estavam discutindo sobre como lidar com o audacioso rebelde que atrapalhou o leilão de escravos. Eles elegeram um substituto para Tomille para se reunir com o mestre Kairos, que estava coberto por roupas negras, enquanto tomava uma xícara de café em seu salão.

— Senhor Kairos, você vai deixar impune o ataque terrorista aos nobres aqui em Arcádias? – perguntou o nobre substituto.

— O que está fazendo aqui? Espero que não tenha vindo para me estressar e falar o obvio – disse Kairos, irritado com a presença do nobre.

— Me desculpe, meu senhor, peço perdão por minha insolência, mas você não acha que isso pode ser um ataque à Arcádias? Esses rebeldes estão conseguindo muitas armas, talvez a República esteja por trás disso... O que está fazendo? Mestre Kairos? – disse o nobre assustado, enquanto seu corpo se movia contra sua vontade.

— Você fala demais! Eu já pensei nessa hipótese, mas não é possível a República apoiar o movimento dos rebeldes, eles são muito frescos quando se trata de terrorismo, ou seja, não tem com o que se preocupar. Nesse caso, que tal dançar um pouco para mim? – disse Kairos, enquanto controlava o nobre como uma marionete e o fazia dançar contra sua vontade.

— MESTRRRRRRRRRRRRRRE KAIROS, POR FAVOR, PARE COM ISSO. EU PROMETO NUNCA MAIS TE IRRITAR – pediu o nobre.

— Cale-se, marionetes não falam – disse Kairos, enquanto obrigava o substituto de Tomille a realizar acrobacias que matariam qualquer inexperiente no assunto.

— PARE, POR FAVOR, SENHOR KAIROS, EU PROMETO NUNCA MAIS FALAR EM SUA PRESENÇA – disse o nobre em lágrimas.

— Você realmente é um saco, mas vou seguir o seu desejo, você deveria se sentir honrado por isso. Nunca mais vai falar na minha frente – disse Kairos, que conduziu o nobre a jogar-se da janela do salão.

— Ele devia me agradecer, fui mais do que piedoso ao seguir a vontade dele – disse Kairos, enquanto voltava a tomar seu café.

— Peço que se acalme ou vai acabar derrubando seu café – disse uma voz ao redor de Kairos.

— Quem se atreve a falar comigo sem minha permissão? – questionou Kairos.

          Dentro de várias nuvens negras, aparecia um cavaleiro coberto de faixas e correntes, que carregava consigo o nobre que havia sido jogado pela janela por Kairos.

— Levi Fosster? O que um subordinado do verme Charlie Hunter está fazendo aqui? – questionou Kairos, enquanto via o nobre que havia jogado pela janela fugir pela porta.

— Senhor Kairos, peço perdão por me intrometer em seus assuntos, mas decidi vir para Arcádias para servi-lo, meu senhor – disse Levi Fosster se ajoelhando.

— Não preciso de nenhum escravo daquele verme! Aquele lunático não merece tamanha credibilidade – disse Kairos, que começou a ficar irritado com a situação.

— Sinto muito por incomodá-lo, mas não estou aqui a mando dele, meu senhor, estou aqui para ajudá-lo a acabar com o iminente ataque da República à Arcádias – explicou o assassino.

— Não acredito que eles tenham coragem ou motivo para atacar um lugar como esse. Principalmente, porque sabem que esse planeta é um membro fundador do Império de Ember, ou seja, se eles tomarem esse lugar, eles entrariam em conflito direto contra os Lordes e aqueles nobres inúteis – retrucou Kairos.

— Entendo, faz sentido. Nesse caso, peço perdão por me infiltrar em seu planeta sem sua permissão, por isso que tal eu ajudá-lo a pegar os rebeldes que estão lutando contra seu regime – propôs Levi.

— Lutar contra meu regime? Sabe quantos planetas de Ember aboliram a escravidão? Todos, menos Arcádias, quer saber o motivo? É porque o Imperador tem medo de desafiar minha autoridade e precisar recorrer a pessoas como o seu mestre – explicou Kairos, que pela primeira vez ficou mais de oito minutos conversando com outra pessoa.

— Então é isso que pensa? Peço que perdoe minha pergunta, meu senhor, mas como um Lorde de Ember trata o Imperador Vissek dessa forma? – questionou Levi.

— Lordes? Ember? Você acha que algum Lorde, tirando o Amon Stark, se importa com esse sistema? Eu apenas quero fazer tudo o que eu quiser, quando quiser e apenas me preocupando comigo mesmo, esse é o motivo que tenho para aceitar as ordens do Imperador – disse Kairos.

— Entendo. Obrigado por sua resposta, mas, voltando ao assunto inicial, o senhor gostaria que eu matasse os rebeldes? – perguntou o assassino, mas antes de ter uma resposta foi arremessado contra a parede pelas linhas de Kairos.

— Quem foi que te permitiu mudar de assunto? Apenas suma da minha frente e acabe logo com aquelas bolhas de lama, que não são nem mesmo dignos de serem chamados de insetos. – perguntou Kairos, enquanto voltava a beber o café em sua xícara.

— Sim, meu senhor! – disse Levi, que foi solto das cordas e saiu pela porta.

— Subordinado de Charlie Hunter, será que aquele mágico de meia tigela está planejando alguma coisa? Não, ele não deve ser capaz de tentar me desafiar – pensou o Lorde, que voltou a relaxar em seu trono.

— Ele é bem durão, não é? – disse Levi, enquanto caia encostado nas paredes do castelo.

          O Império de Ember foi um dos primeiros sistemas a ser formado. No início, seu principal método para manter a economia era o comércio de escravos, mas, após alguns séculos, os Cavaleiros Dellóscurita tomaram o controle do império e o atual imperador aboliu a escravidão. Na época houve uma votação entre todos os planetas e, tirando Arcádias, aceitaram a abolição. O motivo da não abolição era os nobres, que naturalmente são inquestionáveis, eles não aceitaram a abolição, e, para não dividir o sistema, o Imperador concedeu a eles controle total de Arcádias, por isso a escravidão continuou apenas nesse planeta.

— Ei, Levi Foster, correto? – perguntou a empregada, que se agachou para conversar com ele.

— Sim, você trabalha aqui? Poderia me ajudar a me levantar, por favor? – disse Levi, que estava com as pernas tremendo por ficar perante a presença de Kairos por muito tempo.

— Você já foi escravo, estou certa? – perguntou a empregada com um sorriso.

— Você realmente sabe de tudo? – brincou Levi.

— As faixas que estão cobrindo seu corpo estão um pouco soltas, por isso consegui ver o símbolo que é cravado no braço dos escravos de Arcádias, e como está andando livre por aí...– explicou a empregada.

— Entendo, e você seria? – perguntou Levi, que começou a se interessar pela empregada.

— Sou Alice Prince, estou aqui a pedido de minha mestra Alessandra, para entregar alguns papéis, mas não posso falar sobre isso com homens enfaixados – brincou Alice.

— Parece que apenas eu posso ter segredos revelados por aqui, estou um pouco triste por isso, mas agradeço pelo papo – disse Levi, enquanto apertava suas faixas e levantava.

— Por nada! Foi um prazer conhecê-lo, você realmente é muito educado, nem parece que é um dos subordinados daquele homem – disse Alice.

— Obrigado, mas posso te fazer uma ultima pergunta? Por que está vestida como empregada? – perguntou o assassino.

— Acha que tem algum motivo? – perguntou Alice, enquanto se levantava.

— Para se misturar e passar por todo mundo sem chamar atenção para você, estou certo? – deduziu Levi.

— Na verdade... Eu apenas gosto – disse a mulher com um sorriso no rosto.

— Entendo. Você realmente fica bem vestida assim – disse Levi.

— Obrigada, eu queria que tivéssemos nos encontrado em uma situação diferente para conversar um pouco mais, mas o mundo tem dessas coisas. Até mais – disse Alice sorrindo, saltitando para a porta em que Fosster havia acabado de sair.

— Até mais – disse Levi, enquanto atravessava o corredor.

          Enquanto Kairos havia incumbido a Levi Foster a tarefa de encontrar os rebeldes, o aprendiz de Gui-gon finalmente chegou ao encontro deles. Para entrar sem ser percebido, ele usou INT, escondendo-se dentro da multidão para entrar nas ruínas.

— Poderíamos ter chegado mais cedo se você não precisasse fazer as aquelas “configurações” no seu braço mecânico – reclamou Ryo, que estava se materializando como um pequeno lagarto no pescoço de Tiago.

— Falar é fácil, esse planeta vive mudando de estações! Ele é meu inimigo natural, eu acabo sempre tendo que fazer as configurações no ProtMacAvaz para que ele não congele ou fique mais pesado. – explicou Tiago.

— O seu Kamui não é do tipo B? Ele deveria ser a prova de qualquer tipo de ataque, por que não consegue recuperar seu braço? – questionou Ryo.

— Eu já expliquei isso para o Gui-gon, Yoda, Caspian e Gabriel, o problema não é o meu Kamui, mas o ataque do Charlie Hunter, as cartas que cortaram o meu braço estavam encharcadas com uma habilidade chamada Attacco, que é capaz de anular a “invulnerabilidade” do tipo B, ainda não tive tempo de aprender essa coisa, principalmente porque Gui-gon está em uma missão fora de Fiore. – explicou Tiago.

— Entendo, aprenda isso sozinho – reclamou Ryo.
— Não faço nem ideia de como fazer isso. Enfim, fique quieto, porque os líderes devem falar ao público em algum momento – retrucou Tiago, enquanto se sentava.
         O cavaleiro havia concluído a primeira parte do plano, que envolvia encontrar os rebeldes, mas a parte mais difícil seria fazer com que eles se aliassem a República e compartilhassem as informações sobre Arcádias para que o ataque ao planeta ocorresse sem nenhum imprevisto.
— Boa noite a todos, eu sou Taunk, um dos líderes dos rebeldes e agradeço a todos por conseguirem vir a esse local sem serem seguidos, principalmente na época em que a segurança está mais rígida pela chegada dos nobres. Alias, peço que perdoem a ausência de alguns rostos conhecidos, eles estão presos na barricada que está protegendo a capital, devido ao ataque que ocorreu hoje. – explicou o líder.
— Não foram vocês que atacaram a capital? – questionou um dos convidados.
— Não, eu garanto que esse ataque não foi feito por nenhum membro dos Rebeldes de Arcádias – explicou o Taunk.
         Aquela explicação sessou os rumores de que o ataque terrorista, que tinha como alvo os nobres, foi armado pelos rebeldes. Isso tranquilizou todos os convidados, pois a maioria ainda estava em dúvida sobre se juntar à rebelião, mas apenas Tiago interpretou a explicação de Taunk de uma forma diferente, “aquele idiota” pensava o cavaleiro, porque ele deduziu exatamente o que aconteceu na capital. A raiva do cavaleiro fez com que ele perdesse o foco de seu INT por alguns instantes, tempo necessário para ter uma espada abaixo de seu pescoço.
— Quem é você? – perguntou a mulher, que parecia ter se movido mais rápido do que a velocidade do som para colocar sua espada nas mãos do intruso.
— Parece que o plano não vai correr como esperado – pensou Tiago.


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Notas finais do capítulo

Aqui está mais um capítulo
Espero que gostem!



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