Deus dos Erros escrita por Dramoro


Capítulo 23
Os Erros de Deus


Notas iniciais do capítulo

Hello People! Finalmente chegamos ao PENÚLTIMO CAPÍTULO!



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Charles Correia iria desaparecer, e deste fato ele estava certo e consciente. O torpor em seu peito crescia, tomando o espaço do calor que o deixava. Ele sentia-se com muito sono, desejava fechar os olhos e dormir, tomar lugar no descanso que esperava desde que obtivera sua morte. Sua forma começou a se desfazer, o que lhe foi inesperado. Ele imaginara que ao ter sua marca tomada, apenas iria dormir, esvaziar sua mente e coração completamente. Porém, algo diferente estava acontecendo. Sua pele, sua carne, seu sangue e seus ossos perdiam a noção de quem eram, desmantelando-se em fumaça azul índigo.
O fantasma olhara mais uma vez para Otávia. A surpresa também havia se estampado em suas íris em um olhar arregalado. Nenhum dos dois espíritos teve tempo de entender o que havia acontecido, até que houvesse acontecido. Em um segundo, Charles estava à mercê de sua amiga traidora, prestes a perder sua essência de forma vil e cruel. Em outro… só havia fumaça, e nada mais. Seria esse o destino daqueles que perdem sua marca? O menino não sabia, mas estava aliviado por não ver mais a traidora. Um sentimento confortante que teria uma vida curta como um grão de areia.
A fumaça azul índigo ao seu redor concentrou-se em um único ponto, até que Charles possuísse sua forma astral novamente. Ele estava de pé em uma sala escura cuja única iluminação provinha de um círculo de velas dentro do qual Charles estava. Em seu centro um jovem estava sentado de pernas cruzadas sobre o chão. Ele tinha uma pele mulata escura e seus olhos eram completamente brancos. Charles o reconhecera imediatamente, pois já havia o visto durante a visão que a Velha havia lhe dado.
— Sente-se. – disse o rapaz, e sem dominar seu próprio corpo, Charles obedeceu, sentando-se de forma semelhante ao jovem.
Charles olhou para si mesmo, sentia-se como se correntes estivessem apertando seus membros, mas não havia nenhum elo sobre ele.
— “Quem é você?… O que você quer?… O que está acontecendo?”. Você com certeza está se perguntando tudo isso, não é mesmo? – indagou o rapaz.
O fantasma ainda sentia-se entorpecido, sonolento e extremamente confuso, portanto não respondeu.
— Bem, vamos passar muito tempo juntos, então é melhor sabermos o nome um do outro. Eu sou Joel, e você é Charles Correia.
— Sabe o meu nome…? – estranhou Charles.
— Sei muitas coisas sobre você, Charles Correia. Sei como você viveu, como você morreu, e como você tem vivido a sua morte. – respondeu Joel. – Está na hora de você parar com isso.
Pouco a pouco, a capacidade de raciocínio de Charles voltava ao normal, inundando-o com pensamentos e perguntas. Ele olhou novamente para si mesmo e viu que ainda possuía seu esquizograma. Otávia havia falhado. Depois olhou ao redor e não viu nada que lhe parecesse familiar. Só então voltou seu olhar para o rapaz à sua frente. Sentia algo vindo dele, como uma corrente elétrica que formigava sob a pele do fantasma.
— Você está vivo. – concluiu Charles. – Como consegue me ver? Como me trouxe aqui? E por quê?
— Estou vivo… - repetiu o rapaz. – Hum, podemos dizer que estou vivo quase inteiramente. Meus olhos por outro lado… morreram há muito tempo, por isso eu posso te ver. Eles são vítimas de alguém muito próximo a você.
— Quem?
— Quem? Nós o conhecemos por nomes diferentes. Você o conhece como Nepecrapto, para mim ele sempre será James Vanek.
Charles arregalou os olhos, desconfortável por não poder se mover direito naquela posição, o que o lembrou de que fosse quem fosse esse rapaz, ele possuía domínio sobre o espírito.
— James… Vanek? Esse é o nome verdadeiro dele?
— Verdadeiro? Não, “Nepecrapto” é quem ele é agora. Não um nome falso. Mas sim, James Vanek era seu nome antes de ser consumido por essa… coisa. – Joel apontou para o esquizograma que brilhava no peito de Charles.
— Como você sabe disso? – questionou Charles. – Qual é a sua ligação com ele? Foi ele que mandou você me prender aqui?
Ao ouvir o questionamento de Charles, Joel gargalhou com intensidade, fazendo com que as chamas ao seu redor aumentassem e sua imagem se tornasse mais clara por um instante. O garoto usava uma camisa de regata negra e calças de moletom cinza. Tatuagens de correntes brancas estavam desenhadas ao redor de seus calcanhares, e em cada uma delas um elo estava rompido.
— Você está entendendo tudo errado, garoto. – zombou Joel ao parar de rir. – Por que eu obedeceria alguém que me deixou cego? Não, ele não me mandou prender você. Mas é por causa dele que você está aqui. Infelizmente, o seu tutor deixou muita gente irritada, e muitos como eu procuram por ele.
Charles franziu o cenho em confusão.
— Você não está entendendo nada, não é? Não faz ideia do que ele fez. Tudo bem, eu vou te contar, é justo que você saiba, já que você está aqui por causa dele. – Joel estreitou o olhar. – James Vanek era um pobre menininho inglês que viveu há mais de setenta anos. Ele era órfão e queria ser o mais incrível mágico quando crescesse. Mas, quando ele tinha apenas seis anos, ele desenvolveu um tumor no cérebro e foi morar em um hospital regional.
“Naquela época, os médicos injetavam nos pacientes com linfomas as mesmas substâncias do gás mostarda, o que não era muito eficaz comparado à quimioterapia da atualidade, mas, ainda assim, havia casos de recuperação. Só que James não foi um deles. Durante um ano ele viu todos os amiguinhos que fez no hospital melhorarem e irem embora. Quando um deles falecia, os médicos diziam que a criança havia melhorado e que logo seria a vez de James.”
“Com o tempo, James veio a falecer sem nunca ter tido uma família ou realizado seu sonho, mas sua história não terminou ali. Seu espírito permaneceu no hospital, e ele continuou a assistir as crianças que melhoravam irem embora com suas famílias. Isso deixou James extremamente frustrado e enfurecido. Sem ter muita consciência do que estava fazendo, ele começou a deixar as crianças que também tinham câncer piores do que estavam, acelerando o crescimento de seus tumores até que elas finalmente tivessem o mesmo fim que ele. Quando ele matou pela primeira vez, a marca de James o consumiu e ele se tornou Nepecrapto.”
“Por muitos anos, ele continuou assassinando crianças com câncer, e até causou essa doença em outras que estavam saudáveis. Nepecrapto as matava e prendia em sua cartola todas aquelas que se tornavam fantasmas. Alimentando-se delas. Ele eventualmente foi aprisionado por outro espírito, e foi forçado a agir como tutor de novos fantasmas, mas ainda assim ele continuou matando. Possuía enfermeiros e médicos e atrapalhava o tratamento de crianças não só na Inglaterra, mas por todo o mundo. Um dia, ele fez com que dois meninos gêmeos tivessem tumores cerebrais. Um dos meninos não sobreviveu. Ele se chamava Ezequiel. O outro estava quase morrendo, mas um grupo de paranormais o descobriu e o salvou da influência de Nepecrapto. Ele foi o único sobrevivente de James Vanek”.
— Você. – adivinhou Charles. – Você é o outro gêmeo.
— Exatamente. Sem a influência de Nepecrapto, eu me recuperei. Mesmo tendo a cegueira como sequela do tumor, eu passei a poder enxergar a alma das pessoas, e a ter visões sobre elas. Foi assim que descobri tudo sobre James Vanek. Passei a caçá-lo, mas até hoje eu nunca havia chegado tão perto. – Joel ergueu uma das mãos, como se estivesse apertando algo. – Como protegido dele, você irá atraí-lo até mim. Ele não terá escolha a não ser vir te salvar. E quando chegar… - Joel fechou a mão com força.
Charles fechou os olhos e se lembrou de todas as vezes em que Nepecrapto veio ajudá-lo, e de todas as vezes em que ele o abandonou. Lembrou-se da confissão de Otávia, e de tudo que ela havia sofrido nas mãos do bizarro. Mesmo que a traição dela não tivesse justificativa plausível ou perdão, ela estava certa em algo. Tudo aquilo… todo o mal que havia acontecendo a Charles e aos outros tinha Nepecrapto como origem.
— Tudo bem. – disse Charles. – Vamos esperar por ele então. Já está na hora de alguém pará-lo.
— Charles… fico feliz que você concorde, mas não é bem assim que as coisas vão acontecer. – um tom penoso pulsava na voz do rapaz cego. – Você não verá nada.
O menino virou o rosto sem desviar o olhar de Joel.
— Como assim? Não foi para isso que você me trouxe aqui? Pra atrair ele?
Joel fechou os olhos com pesar, então voltou a abri-los.
— Sim e não. – ele disse. – É verdade que eu desejo capturar Nepecrapto, mas isso não é tudo. Como órfão, eu fui adotado por aqueles que me salvaram de James, pessoas com dons como o meu que os usam para ajudar outras pessoas. Juntos, nós também caçamos outros espíritos, livrando o mundo de dos póstumos um de cada vez. Infelizmente, você também deve ser detido. Esse também é o seu fim.
Charles tentou se levantar, mas ainda sentia-se acorrentado.
— Por quê?! – frustrou-se Charles. – Entendo o porquê de você querer Nepecrapto, mas por que eu? O que foi que eu fiz para vocês? O que foi que qualquer um de nós fez?
— A morte deveria ser o fim de tudo. Fantasmas são falhas, não deveriam existir. Pessoas como eu existem para corrigir erros como você.
Sem poder externar sua raiva, Charles apertou os olhos e os dentes com força. As chamas do círculo de velas tremularam com a intensidade de seus sentimentos, mas continuaram acesas. Veias negras começaram a saltar por todo o rosto do menino.
— Erros? – disse Charles reabrindo os olhos. – Isso não é novo para mim. Durante toda a minha vida eu me senti como um erro, como se não devesse estar vivo. Quando morri, achei que finalmente estivesse no meu lugar, mas… ainda assim… - lágrimas carregadas de ódio desceram por seu rosto. – Parece que não há lugar para mim enquanto houver pessoas como você.
— Como eu? – indagou Joel levantando uma das sobrancelhas. – Pessoas como eu não tiveram nada a ver com a sua morte.
— Tiveram sim. – contrariou Charles. – É sempre gente como você… pessoas que agem como deuses, julgando outros como erros, e os punindo apenas por não entender ou aceitar. – suas escleróticas tornaram-se negras. – Você não é melhor do que Nepecrapto.
— Talvez eu não seja. Mas isso não cabe a você decidir. – um brilho cinzento cobriu cada traço da silhueta de Joel. – Quando duas ideologias divergem em oposição, o que define qual está certa e qual está errada é o poder que elas têm de existir sobre a outra. Se você estivesse certo, teria a força para resistir ao meu julgamento.
Pequenas mãos com bracinhos tortuosos de luz cinza serpentearam para fora de Joel e envolveram Charles como serpentes. O menino tentou resistir, mas os bracinhos etéreos começaram a puxá-lo para perto de Joel, arrastando-o um centímetro de cada vez.
— A ideia mais forte não é a que prevalece, Charles Correia, mas a de quem prevalece. Não há como mudar este fato. – Charles e Joel ficaram a um centímetro de distância. – Antes que Nepecrapto chegue, eu vou enterrar você dentro da minha alma, e você nunca mais vagará por este mundo.
Charles foi puxado para dentro de Joel, tendo sua alma integrada ao espírito do jovem cego. Ao tocar no expurgador de fantasmas, Charles sentiu como se estivesse mergulhando em algo. Tudo ao seu redor desapareceu mais uma vez, e ele se viu boiando em águas cinzentas. Ao seu redor havia vários outros espíritos, de diferentes etnias, idades e gêneros. Todos olhavam boquiabertos para cima com olhares vazios e sem luz, dominados pelo espírito de Joel.
O garoto tentou resistir ao poder do cego, mas quanto mais se movia, mais sua força se esvaía. A magia do rapaz começara a confundi-lo com visões daqueles que Charles amava. Os melhores momentos de sua vida passavam como um filme compilado em sua mente. Ele se vira criança correndo com Heitor ao redor de alguém. Seu irmão ainda bebê em seu colo, dormindo tranquilamente. Laiza, sua melhor amiga, jogando-o em uma piscina e rindo dele antes dela mesmo cair na água. Seu pai cobrindo-o com um lençol quando o menino dormira no sofá, exausto de tanto estudar. Seus amigos de escola em uma partida de futebol. Laiza e Heitor em um banco perto da Torre Vermelha, o prédio mais famoso da faculdade que escolheram frequentar. O abraço que Heitor lhe dera que embora mudo dizia muito sobre o que ambos sentiam. E então sua nova família, Marcus, Leonardo, a Velha, o Maquinista e até mesmo Otávia. O dia em que a curaram e reconheceram Charles como parte deles.
Todas aquelas lembranças entorpeciam a força do garoto, faziam-no não querer lutar mais e ficar ali, revivendo os momentos felizes que tivera, anestesiado pela nostalgia enquanto era enterrado na alma de Joel.
— Por que não? – pensou Charles.
Por que ele deveria resistir? O que havia lá fora além de sofrimento, solidão e traição? Outras lembranças começaram a acometê-lo. Ele reviu os olhos cheios de repulsa daqueles que o lincharam. A boca ensanguentada do demônio que mastigava sua carne após prendê-lo em seu covil. O brilho da lâmina do anjo que o retalhava. As máscaras da legião de espíritos que o cercava. Os corpos translúcidos dos ocos que tentavam sugá-lo. O sorriso vil de seu bizarro tutor. E a mão de sua amiga que o traíra. Todos eles estavam ali agora. Desde o momento em que sua morte fora decidida, ele havia sido cercado. Enganou-se ao achar que havia saído do cerco, quando na verdade ele estava apenas adquirindo mais e mais opressores em sua composição.
Agora Charles via-se em uma sala branca com rachaduras negras, envolto por todos aqueles que lhe fizeram mal. Diante dele Joel e seu olhar branco o desafiavam, mas o que Charles poderia fazer? O que fazer contra a hostilidade do mundo? No passado, ele contara com a ajuda de outros, mas assim agora estava sozinho. Leonardo estava perdido, talvez para sempre. Marcus… seu nome significava cada vez menos para o menino. Heitor estava entre a vida e a morte. E Otávia… ela nunca havia sido sua amiga de verdade, ajudava-o guiada por puro interesse e ambição.
Havia Nepecrapto, contudo, Charles não queria auxílio do bizarro, e duvidada consegui-lo de qualquer maneira. Estava por sua conta e tudo que lhe restava eram os versos deixados pela Velha, um último aviso da profetisa ao qual Charles deveria ter prestado mais atenção.
— Àquele que crê, veias abertas… - ele visualizou Heitor ferido em um beco. – A mão amiga quer consolar, mas seu destino é lhe roubar… - Otávia tentando tomar sua marca. – Na alma tumular faz seu enterro… - Joel integrando-o à sua própria alma.
Apenas dois versos ainda não fizeram sentido para Charles. O segundo que dizia “Ao que não vê, a morte certa.”, e o último “Para subjugar um Deus dos erros”. Ele tentava entender os seus significados, mas todas as visões que Charles tivera foram realizadas. Todas exceto uma. Charles voltou olhar ao seu redor, encarando todos os seus inimigos. Só havia uma coisa que ele poderia fazer… Ceder.
Sombras começaram a sair das rachaduras, tingindo toda a sala branca com sua escuridão, e assim como ela, todo o corpo de Charles foi tomado pelas trevas de sua marca. Quando ele finalmente tornara-se completamente negro, sua alma se desfez como carvão na ventania. Sua desesperança seria o ventre imponente de uma poderosa forma.

— Tem certeza disso? – perguntou Mirela à Beatriz. – Ele está mesmo lá?
A menina de cabelos brancos estava sentada à mesa da cartomante, analisando cada uma de suas cartas de tarô com muito cuidado e interesse. Ringo, seu gato, estava deitado em seu colo, fingindo dormir. Beatriz, ou Señora Deseara, seu apelido, sabia que a menina tinha talento nas artes mediúnicas e seria uma importante agente para o clã no futuro, contudo, ela ainda era muito jovem, inexperiente e desconfiada. Precisava aprender a confiar mais na palavra dos seus veteranos.
— Por supuesto. – respondeu a cartomante. – Joel está con uno de sus pupilos. Logo, logo ello aparecerá.
Beatriz olhou para a menina com seriedade, decidindo falar apenas em português para garantir que ela entendesse.
— Observe bem o que irá acontecer aqui, menina. Pois o tipo de espírito que você verá é o verdadeiro perigo que enfrentamos.
Mirela sempre entediava-se com o tom de professora que a Señora Deseara possuía. A garota havia presenciado um crime mais cedo e decidira ficar no hospital até ter notícias do estado do menino que fora atacado, mas quando soube que o famoso Nepecrapto estava prestes a ser capturado, deixou os amigos do rapaz na sala de espera e correu até a “Senhora dos Desejos”, o estabelecimento onde a Señora Deseara realizava suas leituras e previsões.
— Tudo bem, vou prestar atenção. – concordou a garota. – Será que Joel já conseguiu pegá-lo?
As duas olharam para uma cortina de contas que havia em uma das paredes. Atrás da cortina havia uma tela branca que impedia que qualquer luz passasse. A cartomante afastou a tela branca, abrindo a passagem para o cômodo oculto no qual Joel ficava quando tentava sentir rastros de espíritos, ou quando pretendia prender um deles.
Havia vários métodos de se livrar de um fantasma, mas enterrá-los em sua própria alma sempre parecera horrível demais para Mirela, ela admirava e abominava o rapaz ao mesmo tempo por isso.
— Você sente? – perguntou Deseara, parada diante a entrada do lugar.
Mirela colocou seu gato no chão e caminhou até a mulher. Ela conseguia sentir uma presença no lugar, algo diferente de um espírito, algo mais… pesado e frio.
— Será ele? – perguntou-se a menina.
Também curiosa, a Señora Deseara caminhou para dentro da sala de Joel. Imediatamente o horror a invadiu. As velas estavam apagadas e apenas um pouco da luz dos outros cômodos conseguia penetrar na sala, contudo, o que Beatriz não podia ver, podia sentir. O odor férreo de sangue empesteava todo o lugar. Ela olhou ao redor, vasculhando a parte da sala que era iluminada por uma faixa de luz externa.
— Jo… Joel? – chamou Deseara olhando para o chão, mas o que via não era Joel, e sim sua cabeça decepada.
O grito da cartomante foi alto e carregado de dor e pavor. Antes que Mirela pudesse fazer algo, a tela branca se moveu e selou a passagem para a sala de Joel. A garota bateu na tela e tentou movê-la, mas algo muito poderoso estava a mantendo imóvel.
— Deseara!! – chamou Mirela desesperada. – Joel!! Deseara!!!
Entre os gritos agudos e entrecortados da mulher, ela conseguiu pronunciar uma palavra:
— FUJA!!!
Então a tela branca caiu, revelando seu verso tingido de sangue e coberto com os órgãos arrancados da mulher. Dentro da sala, seus membros estavam embaralhados no chão como uma boneca desmontada.


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Notas finais do capítulo

Quase no fim, my people! Por favor me deixe saber sua opinião sobre a história e até o próximo, e último, capítulo! (24- O Salvador de Si)



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