Deus dos Erros escrita por Dramoro


Capítulo 10
A Senhora dos Desejos


Notas iniciais do capítulo

Hello people! Se vocês leram até aqui, acredito que estejam gostando da história. Portanto, continuarei postando capítulos periodicamente. Espero que gostem :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/761365/chapter/10


Um casal esperava o ônibus em um banco. Diante deles, carros paravam e voltavam à sua movimentação. Ao seu lado, uma senhora oferecia panfletos à outra mulher. E o casal continuava a esperar com mãos entrelaçadas. Do outro lado da rua, um grupo de homens se preparava para atravessar. O que fariam então? O casal esperava o ônibus, e o ônibus chegara. Um abraço selava a despedida. Um abraço. Seria perigoso? Os homens atravessaram. O que fariam então?
— Nada. – disse Laiza a si mesma, vendo a mulher deixar seu par e entrar no veículo enquanto os transeuntes seguiam seus cursos, alheios a ela.
Afeto não era perigoso, não deveria ser… então, por que tudo aquilo havia acontecido?
— Você está falando sozinha de novo. – disse Fátima, tentando trazê-la para realidade.
Mas a verdade é que Laiza nunca a deixara. Apenas a via de outra forma.
— Às vezes, você é tão chata, que eu prefiro falar comigo mesma. – respondeu a menina, remexendo seu pote de açaí com a colher.
Fátima ignorou o insulto da irmã, como passara a sempre fazer. Antigamente, Fátima teria usado aquilo como desculpa para uma discussão, mas desde que aquilo acontecera, tratava-a como se fosse um pedaço de vidro quebrado. Afiado certamente, mas ainda assim machucado.
— Já devem ter saído os resultados. – lembrou Fátima, mudando de assunto.
— Já devem. – continuou com a implicância.
Sem lhe dar mais munição, Fátima pegou seu celular e fez uma série de deslizes com os dedos, escrevendo palavra atrás de palavra até encontrar a verdade que Laiza se recusava a confrontar.
— Vamos ver… Gastronomia… aqui… Agora: Laiza Paulina…
— Não repita esse nome. – ordenou Laiza com seriedade.
— Ninguém aqui te conhece. Relaxa. – Fátima olhou os arredores da lanchonete. – “Laiza Paulina Figueira Rocha”. Achei.
— Ótimo. – resmungou.
— Você tinha tirado um conceito C na prova anterior… nessas agora, você… passou!! Você passou!!
Laiza deu um sorriso amarelo, mas não conseguiu nem sequer fingir que se importava com as reações vibrantes de sua irmã mais velha. E daí que tinha passado para Gastronomia? E daí que iria começar a faculdade no ano seguinte? Nenhum daqueles sonhos era virgem. Já haviam sido rompidos e sempre teriam algo faltando… alguém. A menina olhou novamente para o ponto de ônibus, bem a tempo de ver o homem, que anteriormente se despedira de sua parceira, indo embora. Pelo menos um deles ainda restara.
E era hora de visitá-lo.
— Querida… - disse a mãe de Heitor ao abrir a porta de seu apartamento para Laiza, mais tarde naquele dia.
A saudação se fechou em um forte e terno abraço que não se preocupava com o tempo. Dona Maria sempre fora uma mãe para aqueles que não tinham uma, algo que Laiza sempre tivera em comum com Charles. Mas era Maria que tinha algo em comum com Laiza agora. Tantas dores compartilhadas…
— Soube que o resultado das provas saiu hoje. – disse a mulher, soltando a menina.
— Sim. Foi por isso que eu vim. Fiquei… preocupada.
Maria olhou para trás e repôs Laiza em seu foco.
— Eu também estou. – ela segurou as mãos da garota. – E muito.
As duas fecharam a porta e se acomodaram nos sofás da sala.
— O que aconteceu? – perguntou. – O que Heitor fez?
— Não sei ao certo… ele tem estado… estranho.
— Como assim?
— Depois do que aconteceu com Charles, ele ficou muito deprimido. Todos nós ficamos, mas não como ele. Ele tentou esconder, mas eu sempre encontrava garrafas vazias e… outras coisas.
— Pode deixar comigo. Eu vou quebrar as garrafas na cara dele. – frustrou-se Laiza.
— Não… Ele parou com isso. Mas, ainda assim… ele tem feito… coisas estranhas…
— Como o quê?
Maria repuxou os lábios, olhou para trás e disse:
— Eu acho melhor você ver por si mesma.
Laiza parou diante do quarto de Heitor. Ela envolveu a maçaneta da porta fechada com sua mão, mas não a abriu. Apenas o fato de ter de abri-la já a assustava. Heitor era claustrofóbico, ele nunca deixava sua porta fechada.
— E o sonho? Você pode aparecer hoje? – ouviu Heitor dizendo.
A menina franziu o cenho, tentando reconhecer a pessoa com quem Heitor falava, mas tudo que ouvia era um leve arrastar de madeira. Estaria ele usando o celular?
— Eu vou esperar você então… e… - Laiza abriu a porta. – O que você está fazendo aqui?
— Olá para você tam… - o olhar da menina captou a cena em instantes.
Heitor estava com olheiras profundas, sentado no chão ao lado de sua mesa de centro. Sobre a mesma havia um tabuleiro ouija, e uma peça furada de madeira parada sobre a palavra “SIM”.
— Mas que… Que merda que você está fazendo aqui? – perguntou espantada.
— Nada. – respondeu, desviando o olhar.
— Não minta pra mim! O que você está fazendo aqui? – vociferou Laiza.
— O que você está fazendo aqui? – Heitor se levantou com um movimento enraivecido. – Acha que pode sair entrando no meu quarto assim?
— Não acho, eu tenho certeza. Sempre pude. E posso dar uns chutes no seu traseiro também se você não começar a se explicar. Você estava… usando isso?
Não houve resposta, então a menina entrou no quarto e fechou a porta com força.
— Com… - Laiza olhou novamente para o tabuleiro. – Com quem você estava… falando?
O rapaz olhou para o lado, como se houvesse outra pessoa no quarto.
— Você não entende.
— Eu entendo, sim. Você não acha que eu sinto falta dele também? Não acha que eu gostaria de falar com ele também? Não acha que eu… - as lágrimas cobriam seus olhos. – A gente tem que superar isso. Esse… esse não é o caminho. Isso não é real.
— Você…
— Não é real!
— … não…
— Ele…
— …entende.
— …morreu! Ele morreu e você tem que aceitar isso.
Heitor avançou sobre Laiza, prendendo-a na porta com o peso de seu corpo.
— Eu não tenho que aceitar porra nenhuma! – apontou o dedo para seu rosto. – Porra nenhuma!
O rapaz olhou para trás, algo havia chamado sua atenção. Laiza estava perplexa e assustada. Aquele não era seu amigo, não podia ser. Então seguiu seu olhar. O tabuleiro havia sido movimentado.
— O que…?
— Vai embora. – pediu Heitor perdendo a força de sua ira.
— Heitor… - ela tentou tocar seu ombro.
— Por favor… - desvencilhou de seu toque. – Vai embora.
Então ela foi, levando perguntas como retratos amargos do incidente, e imortais e insistentes; elas a torturaram através das horas, até que a distância de dias fosse abatida, alcançando o nono dia de dezembro. Era sexta-feira, e como tantas a ela iguais, seus ânimos ecoavam por frequências festivas. Uma conversa da qual Laiza não participava, mas, ainda assim, a qual comparecia.
Uma mesa havia sido reservada. Pratos, copos e talheres postos como uma composição artística. A comida que viera depois era o toque final, mas não como uma nona sinfonia, e, sim, como a última amarração de uma armadilha. Laiza sentia algo se aproximando, algo inapropriado para seu humor. Fábio, o irmão caçula de Charles, parecia partilhar de suas suspeitas. Não haviam trocado argumentos, mas o olhar opaco do menino lhe era semelhante.
Ele estava sentado ao lado de Júlio, seu pai, e, pela primeira vez, Laiza vira o menino abdicando do uso de casaco e capuz. Júlio, por sua vez, tinha uma aparência controlada como um castelo de cartas que podia desabar a qualquer momento, mas, até que o fizesse, mantinha-se impecável, altivo e belo. Laiza sempre adorara ambos, embora nunca entendesse o porquê de terem desenvolvido um vínculo tão forte com sua irmã.
Ela, também sentada à mesa do restaurante, segurava a mão de Júlio, falando de trivialidades do dia, nas quais Laiza não conseguia prestar atenção. Ainda assim, havia aquele sentimento de que algo estava por vir, algo desagradável.
— Por que estamos aqui? – perguntou Laiza saindo de sua imersão desatenta. – Não diga que estamos apenas “jantando fora”. O que está acontecendo?
Tanto ela quanto Fábio olhavam para seus respectivos familiares, esperando por respostas.
— Bem… - Júlio apertou a mão de Fátima com mais força. – Temos algo para contar para vocês.
A expressão do homem era ao mesmo tempo sofrida, culpada e inesperadamente alegre. Já a de Fátima era pura felicidade mecânica.
— Nós decidimos nos casar. – disse a mulher.
Houve silêncio. Nem mesmo Fábio, que sempre idolatrara a irmã de Laiza, ousava pronunciar alguma coisa, não havia demonstrações nem de aprovação nem de reprovação. Apenas o som mudo de uma pergunta que ninguém tinha coragem de fazer.
— É claro que não vamos fazer isso tão cedo. Apenas tomamos uma decisão. – disse Fátima atendendo a necessidade de uma resposta, mesmo que não houvesse a pergunta. – Já era hora de nos tornarmos uma família.
Mais uma vez houve silêncio, e este perdurou até que Fábio, por fim, se levantou e disse:
— Um pouco tarde para isso. – então andou em direção ao banheiro.
— Binho… - disse Fátima se levantando, mas, por algum motivo, as duas taças de vinho que estavam à sua frente caíram em seu colo, ensopando seu vestido branco.
— Amor! – exclamou Júlio se levantando para ajudar Fátima que começara a chorar.
Laiza observava tudo como se visse algo que ninguém mais notara. Primeiro no quarto de Heitor, e agora ali. E as histórias… as coisas que aconteceram a Fábio logo após àquilo. Seria tudo parte da mesma estranheza? Seria possível? Se fosse, havia um lugar no qual a menina poderia obter uma confirmação, um lugar aonde fora com sua irmã após a morte de seus pais, quando eram ainda mais jovens e ingênuas.
No dia seguinte, Laiza fora ao centro de Água Grande. Ao lado de uma farmácia, havia uma escadaria fina e curta que levava aos andares superiores do prédio. A cima do beiral de sua porta haviam placas com os nomes dos estabelecimentos que ali funcionavam.
— “Senhora dos Desejos”. – leu Laiza.
O lugar era similar a tantos outros que prometiam trazer amados de volta a sua vida, e coisas do tipo, mas não era por isso que Deseara, a dona do lugar, era conhecida. Seus verdadeiros dons eram bem diferentes. Laiza começou a subir às escadas. Chegando ao segundo andar, ela entrou por uma porta azul repleta com símbolos de astros, signos e constelações.
— Bom dia… – saudou Laiza entrando no lugar com certo receio.
O estabelecimento era pequeno e recheado de cores informativas. O chão era coberto por um tapete marrom escuro com luas de prata. A única janela oposta à entrada era composta por mosaicos azuis e brancos de vidro que lançavam uma aura gelada sobre uma mesa redonda, que estava coberta por um pano negro sobre o qual se dispunham algumas cartas finas e longas ladeadas por pares de incensos acesos.
Mais próximas à porta, havia duas estantes com vários frascos, muitos guardavam pedras e cristais, e outros, ervas e flores. Diante das mesmas estantes, na parede oposta, havia uma espécie de cortina de contas púrpuras e negras que parecia cobrir um painel de pano branco. Laiza esticou a mão para afastar a cortina de contas e analisar melhor o painel, mas assim que o tentou foi interrompida.
— Buenos días, querida. – disse uma senhora entrando por uma porta ao lado da mesa redonda.
A mulher foi até um rádio que estava perto da janela e iniciou uma versão suave de piano de Lacrimosa, por Mozart.
— Señora Deseara. – disse Laiza se aproximando. – Eu…
— Laiza Paulina. Eu me lembro de você. – disse a mulher.
Após ver a expressão surpresa da menina, a mulher começou a rir.
— Ainda tenho contato com su hermana. Não se assuste. No soy tan buena. – assegurou rindo
— Ah… sim. – Laiza soltou a respiração.
— Venha. Sente-se. – ela indicou uma das cadeiras à mesa.
Laiza atendeu seu pedido e, após se sentar, assistiu a Senhora Deseara fazer o mesmo movimento. A mulher vestia uma espécie de túnica cinza com manchas negras que dialogavam com seus cabelos crespos e grisalhos presos em um coque.
— Por que veio? Que páso? – perguntou a mulher.
— Bem... vou direto ao assunto. Tem algumas coisas estranhas acontecendo com as pessoas que eu conheço. E isso começou depois que um amigo nosso faleceu.
Os olhos claros e azuis da mulher assumiram uma paz tensa.
— Acredita que as duas cosas estão relacionadas? O que exactamente aconteceu? Quien era su amigo?
— O nome dele era Charles. Charles Correia. Ele morreu há quase dois meses.
Laiza esperava que a mulher já soubesse disso, que já soubesse o que estava acontecendo, mas a Senhora Deseara não fingia ser onisciente. Não era assim que ela agia.
— Bem, como eu disse, aconteceram algumas coisas depois que ele morreu. Primeiro com o irmão mais novo dele…
Laiza contara o que havia acontecido com Fábio algumas semanas após a morte de Charles, como ele fora parar no local onde seu irmão havia sido atacado durante a madrugada. Depois contou sobre Heitor e o tabuleiro ouija, e por fim sobre o jantar da noite anterior.
— Sei que parece besteira, mas não custava nada vir aqui e…
— Custa vinte e cinco reais, na verdade. – lembrou a mulher com um sorriso divertido. – Mas no se preocupe com isso agora. Geralmente essas cosas son apenas coincidências interpretadas demais.
— Possível. – concordou Laiza.
— Mas de todo modo, se realmente houver um espírito próximo à sua família e amigos, eu devo conseguir senti-lo. Vamos tentar.
A mulher esticou as mãos sobre a mesa, e Laiza deitou as suas sobre as dela. Os olhos da cartomante focaram-se nos da menina. Em um segundo Laiza estava sentada diante dela, no outro, estava sentada em um banco de pedra, lambendo um picolé ao lado de dois garotos. Um deles tinha a pele escura e seus cabelos crespos estavam raspados lateralmente para fazer um moicano. O outro tinha pele clara e cabelos encaracolados e claros. Aos olhos de Deseara, o segundo parecia perder a cor, como se fosse uma foto velha e gasta.
— Charles. – disse a mulher, tanto na visão quanto na realidade.
— Você o está vendo? Ele está aqui? – perguntou Laiza.
— Seu último dia… sentados em um banco de pedra. Planos. Tantos planos.
— O que mais você vê?
A mulher andou pela visão e encostou sua mão no ombro de Charles. O rosto do menino se tornou branco como porcelana, e seus olhos vermelhos com o sangue que escorria até lábios negros e sorridentes.
— No… - suspirou a mulher apertando as mãos de Laiza. – No, no, no, no…
— O que foi? O que está vendo?
A imagem do trio de amigos perdeu o brilho lhe dado pelo dia, e foi tomado pelas sombras da noite. Agora, a cartomante via um menino dando passos lentos e solitários por uma rua deserta.
— Só mais um passo… - disse Deseara com um tom patriarcal que não lhe pertencia. – Vamos, Binho… Vamos para casa. Juntos.
Laiza quis soltar as mãos da mulher, mas a senhora as apertava ainda mais fortemente. Em sua visão, os passos do garoto foram se tornando cada vez mais distantes, e logo chegaram a um quarto de madeira. Uma mão envolvia uma garrafa sobre um tabuleiro.
— Tenho tanta coisa pra perguntar… pra dizer. – disse a mulher com uma tristeza que não combinava com seu semblante. – Você... não vai embora, vai?
Então outra mão envolver a garrafa e a fez se mover.
— Não sei se consigo ficar. – continuou Deseara. – Um pouco tarde pra isso…
A imagem se transformou em duas taças se virando sobre a mesa.
— Sua vadia! Fique longe da minha família! Longe! – vociferou Deseara.
— Você está me machucando! Pare! – pediu Laiza mexendo as mãos até se soltar.
A conexão foi quebrada e a visão destruída. Contudo, quando o olhar da cartomante encontrou o de Laiza mais uma vez, viu um rosto pálido de um homem de cartola parado ao lado da garota.
— O garoto… - sussurrou o homem saindo de trás de Laiza e se aproximando da mulher. – é… MEU!!
A voz gutural do espectro se aglomerou em um urro de pura insanidade e ódio, um som tão potente que fez com que a mulher caísse da cadeira.
— Ai, Meu Deus! – Laiza se abaixou e tentou ajudá-la a se levantar. – A senhora está bem?
A vidente se sentou mais uma vez e olhou desesperadamente ao redor, em busca do espectro que a assolara.
— Señora? – repetiu Laiza.
— Estoy bien. – disse por fim. – Seu amigo… ele no fez a travessia. Ainda não. Está siendo mantido aqui.
— Como assim? O que você viu?
A mulher ignorou Laiza e se voltou para o baralho de cartas sobre sua mesa. Ela o cortou em duas partes e tirou a primeira carta de uma delas.
— La muerte. – disse ao revelar a imagem de um esqueleto ficando uma foice no chão.
Tal revelação precedeu a visão de Charles caído no chão, desfazendo-se em fumaça.
— La templanza. – revelou mais uma carta, desta vez de um anjo derramando água de um copo para o outro.
Sua visão agora era do menino sentado no chão em posição de lótus. Metade de seu corpo estava azul como um cadáver antigo. A Senhora Deseara revelou a última carta do trio. Um ser sentado em uma cadeira como uma ave, com uma mão erguida, e a outra segurando uma tocha para baixo. Sua pele era vermelha, e ele possuía chifres e asas de morcego.
— El diablo. – pronunciou.
Então o viu. Um rosto com enormes buracos no lugar dos olhos, e uma boca rasgada violentamente até as orelhas, da qual saíam ratos e lacraias.
— Perdona-me, Laiza. No te puedo ayudar. – disse Deseara. – Só posso confirmar o que você veio saber. Charles ainda está entre nós. Porém… é ele quem está em perigo.
— E o que eu faço? O quê?
A vidente segurou suas mãos mais uma vez, então as soltou, deixando sobre elas um crucifixo.
— Ore. – aconselhou. – É tudo que podemos fazer. Agora… vá. No precisa pagar. Estoy mui cansada. Preciso me retirar.
Após a saída de Laiza, a mulher se levantou com dificuldade e caminhou até a cortina de contas. Ela a afastou e empurrou o painel branco, revelando uma passagem para outro cômodo da casa. Uma sala abandonada por qualquer luz exterior. Iluminada apenas por velas curtas que traçavam um círculo no chão, e revelavam uma silhueta negra sentada sobre pernas cruzadas em seu centro.
— O que você viu? – sussurrou uma voz grossa com ar de intempérie.
— Eu o vi. – respondeu Deseara. – Lo que buscamos. Achei uno de su prisioneiros.
— Quem? – perguntou o outro.
— Charles Correia.
— Então, esse é o nome… - olhos completamente brancos se abriram na escuridão. - … do nosso novo alvo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se você gostou por favor me deixe saber para que eu continue motivado a escrever esta história. Até o próximo capítulo (11 - O Réquiem de Máscaras)!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Deus dos Erros" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.