Obrigado, por sermos nós. escrita por Enyelinn


Capítulo 1
Sentir. Viver. Amar.


Notas iniciais do capítulo

Olar queridos!

Estou postando essa one beeeem tranquila, que surgiu em uma conversa com uma amiga sobre como seria o nosso RapMon papai. Espero que gostem.

Também estou com ela postada no Spirit, na minha conta de usuário @AnnieGunn.



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Ilsan, dias atuais.

S/N ria animadamente enquanto filmava seu esposo correndo pela sala atrás do pequeno bebê, levemente desesperado que o mesmo batesse em algum móvel e se machucasse, enquanto engatinhava rapidamente. Kim Namjoon. O homem da sua vida, com quem ela construiu uma família, por quem ela largou uma vida inteira, estável e se jogou no mundo, no desconhecido completo, para viver aquilo que muitos denominaram loucura. Mas ao olhar para ele, pegando no colo o pequeno Hak-Kun, fruto do amor dos dois, que dava a melhor das risadas que um bebê poderia dar, ela sentia que tudo o que ela passou, o que os dois passaram juntos para que pudessem realizar a vida, havia valido a pena.

Ele olhou para ela e deu um meio sorriso, mostrando aquelas covinhas que a mesma tanto amava e caminhou até ela com o filho nos braços. Ela deixou o celular de lado e os recebeu no sofá em que estava, aninhando o pequeno em seus braços e sentindo-se ser acolhida nos braços do seu homem. Sentiu o mesmo respirar o aroma de cerejeira de seus cabelos, que ele particularmente adorava e suspirar. Ela sorriu. Então ele começou a falar, um pouco cansado, mas divertido:

— Esse menino tem uma energia que eu não sei de onde vem! - Ela riu levemente ao ouvir isso. Ele continuou: - Imagine quando ele andar realmente! Ele vai sair correndo e nos deixar para trás! Vai se estatelar no chão, vai se machucar...

— Hak-Kun tem um papai super preocupado, mais do que a mamãe aqui… - Ela disse, com uma pitada de sarcasmo e provocação, que lhe é característica. Namjoon estreitou levemente os olhos para ela, fingindo estar bravo. Ela continuou: - As crianças correm e caem, Nam. É normal. E se ele for desajeitado como você, com certeza vão ser muitos tombos! - Completou ela rindo da cara indignada do esposo.

Logo ele juntou-se a ela nas risadas, que cessaram com um olhando nos olhos do outro. Enfim, ele a beijou, calmamente. Se amavam, de forma sublime. Eram completos, um com o outro, na simplicidade. No dia a dia. Na quietude. Ou também na confusão, quando Namjoon resolvia se aproximar da cozinha ou dos eletrodomésticos e eletrônicos da casa, que já deixavam S/N alarmada. 

Não era fácil ser esposa de um K-Idol mundialmente conhecido, com uma multidão de fãs, em sua grande massa, do público feminino. Durante algum tempo, ela achou que iria surtar com tudo isso, mas ele foi paciente, compreensivo e, principalmente, fiel. Era difícil. Tinha o assédio das fãs, quando não sabiam do relacionamento, depois todo o estranhamento com a Big Hit e o fato de que eles estavam juntos, a revelação para a mídia e as A.R.M.Y.s perseguindo-a e retalhando a sua pessoa, em especial pelo fato da mesma ser estrangeira, latina, diferente dos estereótipos que se imaginavam para ele. Quando ela mudou para a Coréia, longe da família e dos amigos que amava, sofreu demais, pois isso, somado a hostilidade, estava demandando muito dela psicologicamente. Teve um momento em que ela quis desistir de tudo, mas com o tempo, a segurança e a certeza de que ela era a única e especial na vida daquele homem, tão simples, calmo e tímido, e ao mesmo tempo cheio de sex appeal, energia e ferocidade, que se revelava no palco e explodia naquilo que se tornava a pessoa do rapper, do RM, ela foi se acalmando. Encontrando seu lugar, no país, com as fãs, na vida dele.

— Vou colocá-lo na cama, ok? - Disse ela, baixinho, ao ver que o filho já dava sinais de que estava se entregando aos braços de Morfeu.

— Tudo bem, eu vou ajeitar essas coisas aqui - disse ele, apontando para os brinquedos do pequeno, jogados pela sala. - Estou destruído, não está fácil retornar à rotina de ensaios depois da temporada no exército. Acho que perdi a prática… - Completou ele, amuado. Ela riu.

— Acho que isso é a idade chegando, meu caro senhor Kim. - Ele arqueou uma sobrancelha, inquisitor.

— Hoje você está bastante provocativa, não acha, senhora Kim? - Ela aproximou-se dele, com cuidado para não acordar o filho em seu colo e disse baixinho:

— De fato, estou. E você sabe que eu adoro, não é mesmo? Em inúmeros sentidos, meu caro esposo. - Ela deu uma piscadela para ele, enquanto recebia uma sorrisinho malicioso em troca. Ela gostava de provocar. Ele, de ser provocado. Combinação perfeita.

S/N deixa a sala, com o filho nos braços, rumo ao andar de cima da espaçosa residência. Lembrou-se de quando compraram aquela casa. Faltavam poucos meses para que ele fosse para o exército. Ela estava aflita, pois não sabia o grau de distanciamento que os dois teriam por conta desse novo momento. Muitas coisas estavam em jogo naquele momento, Namjoon estava cansado e estressado com toda a pressão.

 

Ilsan, dois anos e meio atrás.

Namjoon e S/N estavam no carro a caminho de Ilsan. Iam passar o final de semana com os pais dele. Ela os adorava e a recíproca era verdadeira, por mais que o início do relacionamento tenha sido estranho, por ela ser estrangeira e eles não verem isso com o melhor dos olhos. Mas hoje, os adorava e via o quanto os mesmos eram bons pais e se preocupavam com seu namorado. Ele estava cansado, então esse final de semana seria bom para ele ficar tranquilo e esquecer tudo o que estava acontecendo: ida para o exército, apresentações de despedida, entrevistas, ensaios exaustivos. Estava tudo uma bagunça e ele estava pilhado.

Só que essa manhã, ele parecia mais ansioso e estressado que o normal. Ela olhava para ele dirigindo, olhando atentamente a estrada, enquanto tamborilava os dedos no volante. Sabia que quando ele ficava assim, calado e inquieto, era porque estava ansioso com alguma coisa. Era só mais um final de semana, em que os dois mal poderiam sair de casa, por conta de possíveis paparazzi e etc. Pelo menos estariam com os pais e a irmã dele, rindo e comendo as comidas divinas da sua sogra, o que ele, particularmente, adorava.  O que mais poderia ter de diferente para ele estar tão calado e ansioso?

— Nam? Tá tudo bem? - Ele olhou de soslaio para ela, com um olhar interrogativo. - Você parece que está mais estressado hoje, aconteceu alguma coisa?

— Não, nada demais. É só um pouco de tensão mesmo. Hobi-hyung tem sido muito insistente em nós trabalharmos as coreografias. Ele é muito crítico em tudo, você bem sabe… - Disse ele, olhando novamente para a estrada. Ela entendia. O adorava, mas admitia que Hoseok era MUITO exigente com os meninos em questão de coreografias, mas não sabia porque, sua intuição dizia que era um pouco mais que isso. Preferiu não insistir, sabia que ele gostava de ficar no canto dele nos momentos não tão bons.

Finalmente chegaram à casa dos pais de Namjoon, onde o clima ficou mais tranquilo, em meio a abraços, beijos, conversas animadas e cheias de saudades, afinal, nem sempre conseguiam vir visitá-los com a frequência que gostariam. Após o almoço, S/N estava sentada no pequeno jardim da casa, lendo, quando sentiu as mãos fortes de seu namorado em seus ombros, descendo lentamente por seus braços. Automaticamente amoleceu por aquele pequeno, mas tão poderoso gesto para com seu corpo, tão ávido pelo toque daquele homem. Olhou para cima e viu as covinhas que adorava e um sorriso fofo nos lábios carnudos. Queria beijá-los naquele momento, mas se conteve.

— Tem um lugar que eu gostaria muito que você me acompanhasse, agora à tarde. - Ela estranhou, pois eles só saíam a noite quando estavam lá, para evitarem serem reconhecidos. Mas ela viu que por trás daquele sorriso fofo, ainda imperava uma ansiedade nos olhos do seu amado e teve aí a certeza de que havia algo a mais que ensaios estafantes o afetando.

— Claro! - Ela sorriu. - Mas aonde nós vamos? - Perguntou, curiosa. Ele alargou o sorriso, mas limitou-se a simplesmente responder:

— Será uma surpresa. Me acompanhe, senhorita? - Disse ele, lhe oferecendo a mão, em um gesto dramaticamente cavalheiresco, que a fez rir. Ela pegou sua mão e levantou-se, seguindo até o carro.

Dirigiram-se durante 20 minutos até um bairro de alto padrão, com característica campestre, nas margens da cidade. Haviam casas grandes, meio coloniais, que S/N sempre achara muito charmosas. Então, ele simplesmente parou em frente uma das casas: era bem grande, não ao ponto de ser uma mansão, mas pelo menos uns cinco ou seis quartos, teria tranquilamente. A fachada era em estilo neoclássico, na cor branca, com grandes janelas, uma bancada linda que dava para o jardim de frente. Era um enorme casarão. Namjoon pegou um pequeno controle e acionou o portão, logo acelerando com o carro, estacionando na porta da frente.

Ela estava tão passada com a beleza do local, que nem percebera o namorado descer do carro e abrir a porta para ela sair. Logo, os dois entraram dentro da casa, que ainda não possuia móveis, mas dava para ver que era imensa. S/N não esperou e saiu andando pela casa, olhando cada cômodo, os jardins, observando cada um dos lugares que tinha ali. Por fim, se encontraram de novo no hall de entrada da casa.

— O que você achou da casa? - Perguntou Namjoon, ansioso. S/N sorri levemente e diz:

— É linda! Por dentro e por fora. Muito charmosa, espaçosa… Adorei cada centímetro do que vi! - Ele sorriu, mas novamente, ficara sério e perguntou:

— Você se veria morando nela? - Ela riu com gosto.

— Você pode apostar! É perfeita! Mas porque, Nam…? - Ela então reparou que o namorado tinha um envelope nas mãos. Ele não estava com ele antes. - O que tem nesse envelope, Nam?

Ele entregou o envelope nas mãos dela, que ficou sem entender, até ele faz um gesto para que ela abrisse. Quando o fez e começou a ler, com um pouco de dificuldade, o que estava escrito, não acreditou. Aquela casa era dela. Dela e de Namjoon. Olhou para ele, espantada. Ele sorriu, um pouco envergonhado e disse:

— Me desculpe por não ter te dito antes, sobre a casa. Eu imagino que você teria sentido vontade de participar, de dar a sua opinião, mas eu queria que fizesse parte da surpresa. Espero sinceramente que minha escolha tenha sido acertada. Fui naquilo que era de acordo com o que a gente já havia conversado sobre uma possível casa nossa. Minha mãe me ajudou a procurar e como você é muito amiga de Jin-hyung e ele conhece seus gostos, melhor que eu, talvez, ele me ajudou a escolher a ideal. - Ela estava estupefata. Não sabia o que dizer. Estava muito feliz, por tudo: pela surpresa, pelo namorado ter acertado no tipo de casa que ela simplesmente adoraria morar.

— Eu nem sei o que dizer, Nam. Não tenho palavras, a casa é perfeita. Vai ser incrível viver nela com você. - Pontuou ela, sorrindo calorosamente. Ele olhou-a profundamente, pegando em sua mão esquerda. Suspirou e disse:

— Sei que Jin-hyung é melhor nessas coisas que eu, mas eu treinei, então vamos lá: - Disse sussurado, mas ela ouviu claramente. - Não é simplesmente dividir um teto com você que eu quero. Eu desejo muito mais do que isso! Eu quero dormir e acordar todos os dias tendo a certeza que você estará ao meu lado. Dividir todas as minhas angústias, meus sofrimentos, mas também a minha felicidade, as minhas conquistas, a minha vida com você. Só com você. Que nós vivamos todos os dias sendo um. Eu preciso ser um com você, unir meu corpo com o teu, minha alma com a tua. - Ele tomou um pouco de fôlego, olhou nos olhos marejados dela e continuou: - Eu desejo que isso tudo seja para a vida toda.

Namjoon tirou do bolso uma pequena caixinha vermelha. Nesse momento, é como se o mundo tivesse parado para S/N. Ela não estava acreditando que aquilo estava acontecendo ali, naquele dia, daquele jeito. Com aquele homem, que ela sonhava todos os dias desde seus vinte e dois anos. Ele se ajoelhou e abriu, e um lindo solitário, em singelo formato oval brilhou aos seus olhos.

— Aceita ser minha para sempre? - Nesse momento, ela não conseguiu mais segurar as lágrimas. Só soube sorrir e dizer um singelo e fraco “sim”, devido a emoção. Ele também estava muito emocionado e ela sentiu isso quando ele colocou o anel em seu anelar esquerdo, com as mãos trêmulas. Ele então beijou sua mão, e ergueu-se, olhando profundamente nos olhos dela. Beijou-a, como se fosse a primeira e última vez que o faria. Só que ainda fariam muitas e muitas vezes, durante toda uma vida.

 

Ilsan, dias atuais.

Ela sorria ao lembrar desse momento. O momento em que fora pedida em casamento pelo homem que amava. O homem que deixara uma marca tão profunda nela, que jamais seria possível apagar. Terminara de colocar o pijama de seu pequeno, que continuava dormindo mesmo com sua mãe mexendo em seu corpinho.

Pegara o filho no colo delicadamente e o colocou no bercinho. Ligou a babá eletrônica, que ficava ao lado do berço, para caso o pequeno chorar durante a madrugada. Em dois meses, faria um ano que Kim Hak-kun nascera, trazendo muita felicidade e completude para Namjoon e S/N. A mesma se recorda de como a notícia da gravidez fora uma surpresa para o casal, que estava casado a pouquíssimos meses. Mas todos os amigos e familiares, além dos fãs, comemoraram e celebraram tanto a chegada da criança. Ambos cresceram muito em maturidade e completude, tanto como casal quanto indivíduos, durante toda a gestação. E depois do nascimento de Hak-Kun, mesmo com as dificuldades, todo o cansaço e pressão de serem pais de primeira viagem, cada dia se sentiam mais unidos, completos e plenos em sua relação, que já estava em quase cinco anos, entre namoro, noivado e casamento.

Cinco anos. Daquele dia que mudou a vida dos dois para sempre.

 

São Paulo, cinco anos atrás.

— Só vocês duas mesmo para me fazer gastar uma fortuna nesse bendito fansing! - Disse S/N pela milésima vez naquela noite, para sua melhor amiga, M.A.(S/N) e sua afilhada, A.(S/N). Ela adorava o BTS? Claro! Queria ir no show e incentivara sua amiga e se responsabilizou pela sua afilhada, de 15 anos? Também! Mas não achou que as bonitas iriam inventar de ir pro fansing que estava sendo promovido pelo casting deles e fariam ela gastar um dinheiro que ela nem sabia quando ia recuperar! - “Santo cartão de crédito!” - pensava ela.

— Você pára de reclamar, senão vou dar na sua cara, S/N. - Disse M.A.(S/N), já irritada em ouvir a amiga reclamar que tava cansada, morta, acabada, antes do show, porque estava há tempos em pé. Para a jovem, o que importava era ver seu amado Jin-oppa com seus próprios olhinhos, tocá-lo e ser realizar seu sonho de arco íris. E queria que a amiga deixasse de ser tão ranzinza e aproveitasse, afinal, sabia que ela era louca por Kim Namjoon, mais conhecido artisticamente como RM, só ficava fazendo seu mimimi às vezes, para parecer mais adulta.

— Ok M.A.(S/N), mas saiba que eu vou jogar na tua cara e na da dona A.(S/N) aqui esse dinheiro todo que eu gastei, pra ficar cinco minutos de frente pros meninos do BTS, pro resto da minha existência! - Disse a mais velha, rolando os olhos para cima.

— Vocês duas parem, que o fansing já vai começar, olha lá! - Disse A.(S/N). As três olharam para a frente e viram que o pessoal do casting do BTS estava dando as instruções sobre a logística do encontro. Logo os meninos começaram a entrar a acenar e a reverenciar as pessoas que estavam ali. Os gritos estridentes das A.R.M.Y.s fizeram S/N querer morrer e fuzilar com os olhos as duas que estavam junto com ela, que riam.

Ficaram cerca de uma hora na fila até o momento em que chegou a vez dela. Primeiro A.(S/N), depois M.A.(S/N) e por fim, S/N. A mais velha estava nervosa, por mais que não demonstrasse. Ela adorava Namjoon, admirava seu trabalho e arrastava um caminhão de paixão platônica por ele. Mas ele jamais olharia para uma garota como ela: que por mais que tivesse ótimos atributos físicos e fosse muito inteligente e articulada, não se encaixa dentro dos padrões que os coreanos consideravam ideais. Frustrante, mas real. Quando deu por si, já havia passado por Jungkook, Jimin e Suga. Agora a ordem era Namjoon, J-Hope e Jin. Seu coração se acelerou ao máximo quando sentou-se na cadeira em frente a ele.

— Olá, muito prazer. Sou RM. - Disse ele, em inglês, fazendo um ageyo com suas covinhas para ela. Ela sorriu de uma forma tão espontânea nesse momento, que ele se impressionou. Era um dos mais bonitos sorrisos que havia visto. Sincero. Transparente. Ela estava com uma maquiagem leve, nada exagerada, mas seus lábios estavam pintados de vermelho, que deixavam extremamente atrativos, ao ver dele. Os cabelos cacheados, um pouco abaixo dos ombros dela, emolduravam seu rosto. Eram bonitos, brilhosos e pareciam macios. Ele sentiu uma vontade louca de emaranhar seus dedos por eles e acariciá-los lentamente. "-Controle-se Namjoon! Está parecendo um louco!" - Pensou ele.

— O prazer é meu, me chamo S/N. Admiro muito o seu trabalho, tanto no BTS quanto na carreira solo. - Disse ela, enquanto entregava seu photobook para que ele autografasse. Nesse momento, suas mãos se esbarraram, e foi como se uma corrente elétrica passasse pelos dedos de ambos. Ela nunca havia sentido isso na vida. Ele, menos ainda.

Namjoon estava passado, que nem conseguia responder. Achava as garotas latinas bonitas, mas nunca mais do que uma coreana. Mas naquele momento, olhando os olhos escuros e o sorriso lindo daquela menina, havia perdido toda e qualquer atitude. Se sentia enfeitiçado por ela. Olhava aqueles olhos e via um misto de sentimentos diversos e isso o fascinou. Queria saber mais sobre eles, sobre ela. Enquanto autografava, parava alguns instantes para ver o quanto a pele dela, amorenada, era bonita, como parecia macia. Quem era aquela menina, e porque ela estava causando aquilo nele?

Por outro lado, S/N também estava muito confusa. Estava diante do seu K-Idol predileto? Sim. Mas tinha algo mais ali, ela soube no momento que sua mão tocou na dele. Olhava firmemente para ele, reparava nos trejeitos masculinos e fortes de seu rosto, nos seus lábios e no quanto seus olhos eram mais brilhantes pessoalmente do que nas fotos. E quando eles se firmavam nos dela, ela sentia-se totalmente nua pelo olhar daquele homem, de uma forma como nunca havia se sentido com seus ex-namorados. Era diferente. Mais do que uma simples relação de fã e ídolo. Uma relação mais visceral e profunda, que ela não estava conseguindo entender, pois nunca havia visto, a não ser nos livros em que haviam paixões fulgurantes entre casais. Só que ali era o mundo real. E com ele, tinha que ser realista.

Quando ele terminou de assinar, um olhou nos olhos do outro. Ela sorriu. Ele se encantou. Sorriu de volta. E naquele momento, algo mudou para os dois. Era maior do que qualquer um poderia imaginar, incluindo ambos. Para a decepção deles, o tempo acabou, e ela deveria passar para a cadeira onde estava sua amiga outrora, em frente a J-Hope. Ela agradeceu a ele, sorrindo envergonhadamente. E enquanto ela se levantava, ele a seguiu com o olhar e mal conseguia reparar em qualquer outra pessoa ao seu redor que não fosse aquela menina. Seus amigos repararam aquilo, e começaram a rir dele, por mais que achassem estranho. Na mente deles, era só uma latina encantadora, que fisgou um momento a atenção do amigo deles. Nada anormal, todos os dias haviam garotas encantadoras nos fansings. Mas para Namjoon, era como se o mundo tivesse parado por um pequeno momento.

S/N se calou durante o percurso para o local do show, enquanto a amiga e a afilhada tagarelavam sobre o quanto haviam ficado emocionadas por terem conhecidos seus utt, isto ou aquilo. Mas ela ruminava dentro de si aquelas sensações diferentes que estava sentindo ao conhecer aquele homem pessoalmente. Quando deu por si, estavam no local do show, em frente ao palco. Quem tinha ido para o fansing, ficaria na pista premium, ou seja, bem perto do palco, com uma ótima visão dos rapazes. As três meninas estavam em frente as grades de proteção, ou seja, visão privilegiada. M.A.(S/N) reparou que a amiga estava estranha e não entendia o porquê, afinal ela estava reclamona, porém feliz e animada com o show.

— Miga, o que aconteceu? Você está estranha desde a hora que a gente saiu do fansing. Você não gostou de conhecê-los? - S/N suspirou e respondeu:

— Claro que gostei! Foi maravilhoso. Só que conhecer o Namjoon me impactou mais do que eu imaginei. - Deu um riso forçado.

— Em que sentido? - Perguntou M.A.(S/N), curiosa.

— No sentido em que parecia que uma descarga elétrica havia passado pelo meu corpo quando meus dedos esbarraram nos dele. - M.A.(S/N) ficara impactada pela fala da amiga, mas não teve tempo de responder, porque o show estava começando.

Eram gritos, aplausos, muitas luzes dos highlights brilhando. Os meninos do BTS entraram no palco. Era uma euforia imensa durante todo o show. Mesmo com as sensações contraditórias que estava sentindo, ela aproveitou o show do começo ao fim. Dançou e cantou muito todas as músicas, com sua amiga e afilhada. Curtiu cada momento. Até que começou a tocar uma das músicas que ela mais gostava. Save Me. E foi nesse momento em que os olhares deles se cruzaram. Ela na platéia. Ele no palco.

“Gomawo naega naige haejwoseo

(Obrigado por me deixar ser eu mesmo)

I naega nalge haejwoseo

(Por me deixar voar)

Ireon naege nalgael jwoseo

(Por me dar asas)

Kkogitadeon nal gae jwoseo

(Por me endireitar)

Dapdaphadeon nal kkaejwoseo

(Por me acordar quando eu estava sufocando)

Kkum sogeman saldeon nal kkaewojwoseo

(Por me acordar de um sonho que era tudo o que eu estava vivendo)

Neol saenggakhamyeon nal gaeeoseo

(Quando eu penso em você o sol aparece)    

Seulpeum ttawin na gae jwosseo

(Então eu jogo fora a minha tristeza)

Thank you. ‘uri’ga dwae jwoseo

(Obrigado, por sermos nós)”

 

Ele cantou seu solo olhando para ela, nos olhos dela. Ela não queria acreditar. Por um milésimo de segundo, não existia aquela multidão ali. Não existia o BTS. Nem M.A.(S/N) ou A.(S/N). Era só Namjoon e S/N. Ela ficara desconcertada por um momento e enquanto se recuperava, não via que Namjoon se debruçava para o segurança e falava alguma coisa em seu ouvido, apontando para a garota. Quando o show terminou, as meninas esperaram o lugar esvaziar gradativamente, para que pudessem sair com tranquilidade. Até serem abordadas por um dos seguranças, que se dirigiu diretamente à S/N.

— Com licença. A senhorita se chama S/N? - As três meninas olharam de forma assustada umas para as outras. Ela confirmara e o mesmo continuou: - A senhorita foi convidada a se dirigir até o backstage. O convite vem da parte do senhor RM.

As três ficaram boquiabertas. S/N entrou em êxtase. Sua amiga e sua afilhada começaram a gritar, conjecturar, mas ela não estava raciocinando direito. Simplesmente perguntou se suas amigas poderiam acompanhá-la. O segurança disse que sim, mas que não poderiam entrar na sala. Achou estranho que ele quisesse falar-lhe sozinho. Mesmo sendo famoso, ele lhe era um estranho. Ainda assim, concordou.

O segurança lhes deu os all acess e as encaminhou pelos corredores do backstage, onde haviam várias pessoas, andando de lá para cá, com figurinos, aparelhagem de som, malas e etc. Quando chegaram em frente a uma porta, o segurança pediu que entrassem. Era um tipo de camarim, com sofás bonitos, água, café, e alguns doces. Havia uma outra porta, que dava acesso para uma outra sala. Ele se dirigindo à A.(S/N) e M.A.(S/N), disse para que elas esperassem ali, que ficassem a vontade para se servir e que S/N o seguisse. Antes, ela virou para M.A.(S/N) e disse:

— Estou com medo, miga. - M.A.(S/N) riu e respondeu:

— Eu também estaria se fosse você e o Jin tivesse me feito essa proposta. - As duas riram. Ela continuou: - Vai lá, vai ver o que ele quer. Mas se for alguma safadeza, sai correndo e vamos embora! Não dê uma de fácil! - S/N riu da preocupação da amiga e sorriu para ela e para a afilhada e simplesmente entrou na sala que o segurança lhe abriu.

Quando entrou pela porta, se deparou com uma sala igual a que suas amigas estavam esperando ao lado. A única diferença era que Namjoon estava sentado em um dos sofás. Assim que ela entrou, ele se levantou. Agradeceu o segurança, que os deixou a sós. Por um minuto, se olharam, sem saber o que dizer. Ela estava com seus cabelos cacheados presos em um coque frouxo, levemente suada pelo calor que fazia no show, mas ainda estava com a maquiagem inteira. Agora ele conseguia ver direito a roupa que ela vestia: uma blusa branca, com a estampa da palavra 'whatever' e uma saia godê preta. Usava uma meia calça cor da pele e um tênis all star vermelho. “- Linda!” — Pensou ele.

Ela também reparava nos detalhes dele: cabelos molhados, provavelmente de um banho rápido que havia tomado no pós show. Camiseta branca e calça jeans preta. Ele estava de óculos de grau, que dava um ar intelectual nele, que ela achava charmoso.

— Bem, você deve estar se perguntando o porquê eu pedi pra você vir aqui no backstage, não é? - Começou ele, em um tom meio retraído. Os boatos eram reais. No palco, o rapper super cheio de si. No privado, um rapaz tímido.

— Sim. Confesso que fiquei surpresa. - Ela respondeu. Ele apontou para que ela sentasse. Foi até o frigobar e pegou duas águas, e sentou-se ao lado dela. Quando lhe entregou a garrafa, seus dedos se esbarraram pela segunda vez naquela noite, e a mesma sensação eletrizante tomou conta dos dois.

— Você sentiu isso? - S/N confirmou com a cabeça, timidamente. - Foi por isso que eu te chamei aqui. Porque essa sensação não conseguiu passar despercebida por mim e eu vejo que por você também não. - Ela novamente confirmou com um aceno de cabeça. Ele pegou seu queixo e levantou sua cabeça até seus olhares se cruzarem. E novamente, aquele turbilhão de sentimentos estava presente nos olhos dela e ele quis se engolfar neles. Aquela menina estava causando sensações muito contraditórias nele, o tão centrado e responsável líder do BTS.

— O que você quer de mim, RM? - Perguntou ela.

— Me chame de Namjoon, por favor. - Ela assentiu. Ele continuou: - Não sei porque, mas não quero que você vá. Quero conhecer mais de você. Você me instigou desde o instante em que sentou na minha frente no fansing. Pode parecer loucura e você pode estar com medo de mim por estar falando isso. Mas meu, você foi a garota que mais me instigou naquele lugar.

— Mas… Bem, eu não sei nem o que dizer… - Ele riu. E completou:

— Não diga nada. Me passe seu contato. Quero conhecer você. Apenas isso. - E dizendo isso, tirou o telefone do bolso e entregou na mão dela. Ela simplesmente anotou o número e salvou, entregando-o de volta a ele. Namjoon sorriu. S/N também.

— Eeeh... bem, eu preciso ir, minhas amigas estão me esperando. Vamos voltar para o hotel ainda e está tarde já. - Ele fez um bico, que a fez rir e disse:

— Eu peço um carro para que vocês voltem para o hotel em segurança. É melhor que depender de outros transportes. E não se preocupe, peço para pagarem. - S/N protestou, mas ele insistiu e ela se rendeu e aceitou.

Ao se despedir, ele pediu um abraço e ela o concedeu. Naquele momento, um nos braços do outro, os dois sentiram sensações incríveis. Não queriam mais desfazer aquele abraço e sofreram por terem que fazer. Ele deu um beijo em sua testa e ela saiu, indo encontrar as amigas, lançando um último olhar a ele antes de ir. Ele ficou alguns minutos na sala, absorvendo tudo o que aconteceu naquela noite. Até que a porta abre e por ela passa Jin.

— E então? Encontrou a garota? - Perguntou Jin. Namjoon sorriu e disse:

— Sim. E tenho o número dela agora. - Disse, com os olhos brilhando. Jin riu e falou:

— Isso tá parecendo aquelas histórias de livros, que as pessoas se apaixonam pela primeira vista. Não acha absurdo? - Namjoon refletiu e disse:

— Se fosse até algumas horas atrás, eu diria que sim. Mas talvez seja o destino.

— E desde quando você acredita nessas coisas? - Jin pergunta, divertido com a cara de idiota apaixonado de seu amigo.

— Desde o momento que eu cruzei com ela.

 

A partir de então, eles começaram a se falar. Por mensagens de texto, de voz, por chamadas de vídeo. Em poucos meses, já sabiam tudo um do outro. Medos, angústias, frustrações, sonhos, felicidades. O fuso horário não importava mais para ambos. S/N fazia mestrado em ciência política no Brasil. E Namjoon tinha os compromissos com a Big Hit e o BTS. Eram vidas diferentes, e cada uma, com suas agendas, ambas bem apertadas. Só que eles não ligavam nem um pouco. Ao invés de dormirem, ou irem fazer aquilo que deveriam fazer, os dois escapavam para poderem conversar, nem que fosse por cinco minutos.

Cada dia, um precisava mais da presença do outro. Um sentimento estava nascendo. Ela sonhava com o dia que ele chegaria e a beijaria calorosamente e ela sentiria aquele maravilhoso cheiro amadeirado que sentira quando o abraçou no camarim. Ele sonhava em tê-la em seus braços, e velar seu sono, admirando sua beleza, sentindo sua pele na dele. Aos poucos, ambos começaram a imaginar como seria fazer amor um com o outro. Não somente sexo, para o prazer. Mas algo que os completasse.

Assim foi caminhando durante quatro meses, até uma pausa de um mês na turnê mundial do BTS. Namjoon então, simplesmente pegou um avião e veio para o Brasil, encontrá-la. Os dois combinaram, de forma tranquila e discreta, de se encontrarem no aeroporto. E assim o fizeram. Ela o levou para a sua cidade, no litoral de São Paulo. E lá ele ficou, hospedado durante quinze dias. E saiam furtivamente, na parte da noite, para aproveitarem a sós. E foi em um desses dias que ele a beijou pela primeira vez. Ela disse que sentia algo especial por ele. Ele também, por ela. E assim foram, até o dia que ele partiu de volta para a Coréia, cada um sabendo de seu sentimento pelo outro.

Dois meses depois, ela tirou férias, largou a dissertação do mestrado, tudo o que tinha para fazer e embarcou para a Coréia, para ver o homem que ela amava. Ele a apresentou para seus companheiros de grupo. Eles a adoraram e a acolheram como se fosse uma irmã. E os dois começaram a sentir que estavam no caminho certo. Fazia um inverno forte naquele ano e ele a levou para passar um final de semana em uma estação de esqui, para esquiarem juntos. Em uma das noites, foi quando ele fez o pedido mais fofo de namoro que ela poderia ter recebido. Ele confessou que havia treinado com Jin e J-Hope, para não se atrapalhar com as palavras, pois sentia vergonha. Ela achou fofo e adorou, simplesmente. E foi aí que se amaram pela primeira vez. Sentiram-se completos como nunca haviam se sentido em outros braços.

Depois que ela retornara ao Brasil, as coisas começaram a ficar difíceis, afinal, a distância era muito longa e a saudade, grande demais. Ela já não se dedicava e se concentrava tão bem no mestrado. Ele vivia estressado e de mal humor por ela não estar por perto. Então, quando estava para fazer quase um ano que a história deles começou, ele fez a grande proposta. Morar na Coréia. Sair do Brasil, deixar os pais, a avó e os amigos. O mestrado e a tão promissora carreira que ela definira com apenas 18 anos e estava se esforçando fazia muito para conquistar. Ela entrou em um dilema tão profundo, que não sabia como fazer. Até que ouviu da pessoa que mais amava na vida as palavras que lhe deram a força para seguir:

— Filha, se for pela sua felicidade, para aquilo que você precisa para ser feliz, eu e o seu pai vamos apoiar você ir. Vai ser feliz, vai viver ao lado do homem que você ama. - Naquele dia, S/N chorou muito no colo de sua mãe. Mas tomou a decisão que lhe era necessária.

S/N se desligou do mestrado, mesmo com os protestos de todos os professores e de seu tão adorado orientador. Se desligou da igreja que frequentava, e na qual era feliz há anos. Se despediu de todos os amigos, de todos os familiares. Sofreu com os protestos da avó, que não queria que ela fosse. Rezou no túmulo do seu amado avô, para que ele lhe desse sua bênção, do lugar onde estivesse.

Enquanto isso, Namjoon corria contra o tempo para encontrar uma casa para ela morar, mobiliar de uma forma que ela gostasse, uma forma de ela se locomover por Seul, tudo ao mesmo tempo em que tinha todos os seus compromissos profissionais. Seus hyungs e dongsaengs se empenharam em ajudar. Escolheram móveis, pintaram paredes, fizeram compras de mantimentos, roupas de cama, eletrodomésticos e eletrônicos. E principalmente: se esforçaram para manter tudo isso em segredo da imprensa e da Big Hit.

Dois meses depois da decisão tomada, S/N desembarcou em Seul. Pegou o carro que estaria lhe esperando e que lhe levaria para a sua nova casa. Havia avisado Namjoon que queria que fosse simples e funcional. Nada de luxos, pois ela não queria depender dele. Logo estaria se virando sozinha. Quando chegou no seu prédio novo, gostou de tudo. Ao abrir a porta do apartamento, se deparou com uma linda festa de boas vindas, com todos os membros do BTS, ao lado do seu amado. Pulou em seus braços e o beijou, fervorosamente. Depois cumprimentou seus novos amigos e festejou com eles a sua chegada.

Aos poucos, fora se adaptando a nova vida. Namjoon não podia estar o tempo todo presente, por conta de seus compromissos, mas sempre que podia ele ia dormir com ela, e os dois se divertiam. Ele começou a ensinar o básico de coreano para ela e, em pouco tempo, ela já falava o básico, com a ajuda dele e dos meninos, presentes ativamente em seu dia a dia. Dessa forma, ela arrumou um emprego em uma loja perto de sua casa e ganhava um salário ok. Foi se adaptando a vida na Coréia e seu primeiro ano foi ótimo. Ele levou-a para conhecer sua família, que de início não gostou dela. Não era coreana, tinha hábitos considerados estranhos. Mas com o tempo e a convivência, viram que ela era a garota que o filho amava e que a recíproca era verdadeira. Então eles a acolheram como uma filha.

Tudo ia bem, mas o estresse com as A.R.M.Y.s causava brigas entre o casal em momentos pontuais. Ela tinha ciúmes, mas não podia externalizar. Já era a namorada dele há quase dois anos, mas não podia dizer que era. A Big Hit, até então, fazia vistas grossas para o envolvimento dos dois, que já era do conhecimento dos executivos, que não viam com bons olhos. Até o dia em que, pouco antes dos dois noivarem, tiveram uma discussão tão acalorada, na qual ela o expulsou de sua casa. Vazou para a imprensa. Como? Não sabiam. Haviam fotos e não tinha como negar. No dia seguinte, haviam muitas pessoas na porta da casa de S/N. Jornalistas. A.R.M.Y.s enfurecidas. Ela estava sendo massacrada nas redes sociais. Ela ligou para Namjoon, chorando, com medo de sofrer alguma coisa.

— Eu estou sendo massacrada nas redes sociais, Nam. Eu estou com medo de sair de casa! Já telefonei para o meu chefe, dizendo que não tenho nenhuma condição de sair de casa para trabalhar! Desse jeito, vou perder o meu emprego!

— Você tem que ficar calma! - Ele dizia, enquanto andava em círculos pela sala, sob os olhares atentos dos seus hyungs e dongsaeangs. - Eu vou dar um jeito de resolver isso, mas você tem que se acalmar, por favor! Vai ficar tudo bem!

— Você não deveria namorar comigo! - Ela soluçava na linha, deixando-o mais maluco de preocupação. - A solução é terminarmos. Isso resolve tudo.

— VOCÊ SÓ PODE ESTAR LOUCA! - Gritou ele na linha, enquanto seus amigos olhavam espantados. E chorando, completou: - NÓS NÃO VAMOS FICAR SEPARADOS, ENTENDEU? PODE SER O QUE FOR!

Então Namjoon preparou uma declaração na mídia, onde esclareceu o fato de que estava sim namorando S/N há algum tempo, que os dois estavam felizes e que contavam com a compreensão e o respeito de todos os fãs para com o relacionamento de ambos. Isso dividiu a comunidade A.R.M.Y.. Havia os que concordavam com Namjoon, e que apoiavam abertamente o relacionamento dele com S/N, como também aqueles que repudiavam veementemente. Com o tempo, os ânimos foram se acalmando e quando o casal começou a fazer breves aparições públicas, os fãs começaram a aceitar o relacionamento dos dois. A empresa quase foi a loucura quando souberam do comunicado oficial, mas fizeram de tudo para que a situação fosse minimizada e contornada para o bem do grupo. A convivência com S/N foi melhorando e aos poucos ela foi conseguindo ser considerada bem vista pelos executivos da Big Hit.

Quando anunciaram publicamente o noivado, a comunidade A.R.M.Y. foi a loucura. Namjoon estava no período do exército naquele momento, e disse no comunicado oficial que seria um bom momento para que ele e S/N começassem uma vida matrimonial, sem a loucura de tours, gravações e compromissos profissionais de outra espécie. Todos se emocionaram muito quando houve o casamento. Namjoon tirou uma licença do exército para que os dois pudessem celebrar o casamento tanto no Brasil quanto na Coréia. S/N não abriria mão de celebrar em sua religião a cerimônia e ele, mesmo sendo ateu, não se opôs a crença de sua noiva.

O casal se casou no Brasil e depois voltou para a Coréia, para casar no civil e também pela tradição coreana. Foram cerimônias lindíssimas, para amigos íntimos do casal e familiares, mas compartilhadas por meio de fotos e teasers nas redes sociais. Foi também no casamento deles que um novo casal se formara: M.A.(S/N), melhor amiga de S/N e sua madrinha do casamento, conheceu Jin, que fora padrinho de Namjoon, e os dois começaram um relacionamento alguns meses depois, por meio da influência do casal de afilhados.

Pouco menos de um ano após o casamento, Namjoon e S/N anunciaram que estavam a espera do primeiro filho. Fora uma surpresa para todos, incluindo o casal, mas muito celebrado. S/N aproveitou todos os momentos incríveis do pré maternidade, ao lado do esposo e dos amigos, aproveitando ainda mais o fato de a melhor amiga estar morando na Coréia e noiva de um dos melhores amigos de Namjoon, como elas sempre sonharam, desde quando ouviram as músicas deles pela primeira vez. E quando Hak-Kun nasceu, ela pôde viver o sonho de ser mãe ao lado do homem da sua vida.

 

Ilsan, dias atuais.

S/N olhava o pequeno Hak-Kun dormir profundamente em seu berço, com um sorriso nos lábios, enquanto lembrava de todo o caminho que percorrera ao lado do esposo, nesses cinco anos, desde o dia que o conheceu. As tristezas, as renúncias, mas também as alegrias e bonanças. Ela era feliz. Nem tudo fora como ela sonhou, e se a garota de 22 anos, que conheceu RM por uma foto da internet e por clipes de música, falasse com a mulher de 28 anos, hoje esposa de Namjoon e mãe do Hak-Kun, talvez não acreditasse que tudo seria desse jeito: uma verdadeira reviravolta. Mas foi incrível, no fim das contas. E ela não se arrependia de nada. Sentiu então braços envolverem a sua cintura, e o aroma amadeirado, que ela era viciada tomou conta de suas narinas, inebriando-a.

— Você está aí tão pensativa… Nem me notou entrando no quarto, para guardar os brinquedos. - Ele então virou-a para si e olhou para aqueles olhos, que eram profundos e conflituosos até hoje. Causavam nele o mesmo impacto, como na primeira vez. E ele tinha para si que sempre seria dessa forma, até o final da vida deles.

— Estava pensando em nós. - Disse ela, baixinho para não acordar o filho. Ele sorriu. - Pensando em tudo o que percorremos desde quando a nossa história começou.

— E a senhora Kim gostou do que lembrou? - Perguntou ele, maroto. Ela riu levemente e disse:

— Sim. Quero lembrar todos os dias disso. Para ter uma única certeza: que eu sou sua. Que eu te amo, incondicionalmente. E que nada mais importa a não ser nós e a família que nós construímos juntos.

— O mesmo vale para mim. Sou seu, para sempre. Eu te amo. - Ela sorriu e o beijou profundamente. Ele a segurou fortemente pela cintura e ela deu um impulso, enlaçando suas pernas na cintura dele. Namjoon a carregou calmamente em direção ao quarto deles, onde a deitou delicadamente. Se amaram a noite inteira. Reafirmaram os compromissos jurados em seu casamento.

Eles simplesmente se apaixonaram. Era eletrizante, profundo. Um misto de vários sentimentos, que eles não entendiam completamente como ocorreram e o porquê. Mas para eles bastava apenas sentir, viver, amar.


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Notas finais do capítulo

Se tiverem críticas, sugestões, sejam bem vindos a agregar!
Bye!



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