Ele odiava aquele gato.

Não era nem um sentimento que partia dele, mas sim do maldito gato, o bicho que o odiava. Pura e simplesmente isso. O por que? Não se sabe. Talvez, e ele acreditava bastante nesta hipótese, o gato fosse apenas um implicante rabugento.

Primeiro aquela implicância com seu bicho de estimação, que já fora superada, já que o tal bicho se mostrou um bruxo e não um rato como todos achavam. Ok! Ele tinha aceitado isso, na época sentiu até uma certa afeição pelo gato, por um momento de inocência acreditou que o gato tinha feito tudo aquilo numa tentativa de lhe proteger.

Mas a maldita bola de pelos não lhe deu uma colher de chá, mesmo depois disso ele sentia o olhar dele sobre si.

Pode parecer estranho aos olhos dos outros, mas Rony podia jurar que vez ou outra o gato lhe lançava olhares estranhos, isso sem contar as vezes que o menino o pegava lhe encarando.

Certa vez, logo no começo de seu namoro com Hermione chegou a comentar com ela que o gato parecia perseguir ele, como resposta Rony não ouviu palavras de apoio da namorada, não, ele ouviu uma sonora gargalhada e um "Isso é besteira, Rony! Bichento é um ótimo gato, você que implica com ele."

Estava ali mais uma prova de que aquele gato querendo ou não, conseguia o que queria, sua namorada ficava do lado daquele peludo e não dele.

Além de tudo o gato era fingido, quando Hermione estava por perto ele era todo receptivo, quando ela virava as costas lá estava o gato lhe lançando aquele olhar de novo.

Depois de casado Ronald teve que aprender a dividir a cama, e não era só com Hermione, dividir a cama com ela era um prazer, não uma tortura, o grande problema, que ele teve - ou melhor - foi obrigado a aceitar, era dividir a cama com o gato também.

Quando era criança ele acreditava que Madame Nora era estranha pois parecia estar em todos os lugares do castelo, mas ela não se comparava ao inconveniente Bichento.

Rony era o homem daquela família, mas começava a acreditar que o gato achava que era o dono da casa.

Até seus filhos caiam na graça do gato, sempre lhe protegiam e o defendiam.

Logo, Rony só podia entender que o problema era ele, o gato não o suportava. E ele já tinha tentado de tudo pra agradar o maldito gato, se sentia um imbecil por isso, mas por amor se fazia essas coisas, por Hermione ele faria até mais.

Porém, nada funcionava, nunca, e Ronald Weasley não podia compreender o motivo daquilo tudo, daquele olhar do gato.

Mal sabia o pobre ruivo que Bichento até gostava dele, mas mantinha o olho sempre atento quanto a Rony por já ter ouvido muito desabafo de sua dona no dormitório escuro de Hogwarts, quando Hermione não tinha com quem conversar e desabafava com o gato, que muito ele ouviu o choro baixinho de Hermione até que ela finalmente pegasse no sono.

Bichento não via aquilo como ser implicante com Rony, via como uma precaução. Rony era uma boa pessoa, um homem corajoso, que amava muito a sua dona e cuidava e protegia toda sua família, mas nunca era demais se manter vigilante. Afinal, Ronald não era o único que amava Hermione.