Povs Jessye

"A preparação é feita para uma semana. Sempre foi assim. Pelo menos desde que eu a conheço. As vezes a acho louca, outras vezes tenho a plena certeza que a Andy é retardada. Mas vamos por partes... 

Olá, sou a Jessye e fiquei amiga dessa garota de um jeito nada convencional... A primeira vez que nos encontramos foi na rua dos motoqueiros, especificamente no Bar do Barril. Estávamos lá porque... Deixa pra lá. Não, vou contar! Estava por lá, primeiramente porque tinha a plena certeza que o meu namorado estava me traindo com uma filha de satanás! Não é exagero, não mesmo. Ele ficava todo sorrisos, com conversinhas no WhatsApp, Instagram e afins e como não sou otária nem nada coloquei no celular do dito cujo ou futuro 'de cujos' quem sabe... um app (pago) um dos melhores no ramo de achar uma agulha em um palheiro, melhor que GPS até porque o próprio app é um stalker e também sou uma hacker então, justamente para que se tivesse algum podre dele apontar minha AK-47 que tenho guardado embaixo do meu colchão, um presente digamos legal Pakas de papai assim que entrei na universidade... Mas, vou voltar a história que é melhor. Vocês devem estar pensando que eu o segui... Acham que faria isso? Pois bem, segui mesmo! Vão fazer o que? Acho que a mesma coisa que euzinha não é? 

Na localização do app demostrou uma rua bastante interessante em uma zona de guerra! Como assim produção? Bom, só iam lá os carinhas nada convencionais, que convenhamos eram bastante assustadores, qual é... Eu penso assim. Posso participar de um ataque cibernético no futuro e usar minha arma em minha própria defesa, mas sou menos assustadora do que aqueles caras suados, sarados, tatuados, especialmente enormes... Ah... Como não sou nenhuma idiota fui preparada portando minha adaga no cós de minha calça cigarrete preta, no coturno de mesma cor guardadas duas facas, uma em cada borda, por dentro é claro. A jaqueta de couro com pregas meio abertas que poderia usar como agulhas... E aquele blusinha linda e folgada, pois já basta o colante por baixo apertando tudo... Estava pronta para a guerra! Pelo menos se tiver um apocalipse zumbi não virarei um tão cedo...

Assim que adentrei o local algumas cabeças masculinas se viraram para mim e vou apostar minha moeda de R$1 no bolso de trás da calça que a outra cabeça deles também ficaram alertas.

Meus olhos foram de encontro ao espécime em possível extinção. Lá estava ele com ela! Cheguei perto como uma cobra para dar o bote e assim que chego nos dois com os punhos cerrados o que vejo e ouço parece indescritível... Mas como sou dessas irei descrever. Foi assim..."

Povs Andy

"Que marmelada essa minha. Porra! Merda no caso, afs. O que ele tem na cabeça? Estou euzinha aqui negando os olhares de tesão dos caras barbudos para o meu corpinho digamos maravilhoso para um frangote daqueles que não estou nem gostando... Tudo por causa daquela bandida da minha amiga que estou seriamente pensando em estrangular já que era para ela estar aqui e não eu. A miserenta não tem piedade de mim, inventa de viajar de última hora e me pede para encontrar com seu ficante meia boca 'vi a foto diga-se de passagem' e perco toda essa tonalidade de testosterona ambulante neste bar, eu não mereço isso.

O barman de nome Carlito me encara com tristeza assim que o carinha meia boca chega chamando a minha atenção tocando em meu ombro. Nem me viro e bufo exasperada.

O energúmeno me pede desculpas pelo atraso e senta-se ao meu lado. Respiro fundo para a bagaça que apareceu em minha vida e me viro com um sorriso mais falso que magreza de modelo em capa de revista."

Às 19:46 No Bar do Barril (Zona de Guerra)

— Boa noite Andy. Desculpe mesmo pelo atraso, estava me saindo de uma garota estranha que me parou na rua, acho que era nerd... - a garota nerd era sua namorada que chegara e se postara a pouco metros deles sentando-se na mesa de um dos barbudos que secavam a ruivinha Andy. Ela literalmente abre os olhos como pratos assustando o barbudo que começa a prestar a devida atenção ao casal estranho no balcão do bar.

— Sei... Uhuruu...

— Onde está Rebecca? Há muito tempo que não a vejo e agora que daria ela some...

— Ela me pediu para te dizer que foi viajar e não tem previsão de chegada.

— Ela não poderia ter me ligado?

— Poderia. Mas não ligou. Não sei o motivo, nem tente me perguntar. - disse Andy com grosseira. - Agora irei vazar, tenho muita coisa pra fazer. - e seu olhar se dirige ao barbudo piscando logo em seguida para o mesmo. Ela sai do banco e quando vai vazar como disse sente uma mão energúmena segurando o seu pulso.

— Você poderia ficar mais um pouco. Estou me sentindo tão sozinho esses dias... - e como voz fonhê continua, mas acho que queria ficar sexy... - Que beber alguma coisa?

— Não quero nada com você! - responde ela resoluta. - Está saindo com minha amiga e quer se divertir assim nem mais nem menos. Comigo não violão... Eu não saio traindo ninguém, muito menos minha amiga. Tá louco meu. Se saia filhote de cruz-credo. - respondeu a garota de uma vez só fazendo com que a morena nerd sorrisse rapidamente.

— Eu não quero ficar assim com você! - se defende ele. - Amo a Rebecca e não faria isso com ela... - Assim que diz isso o sorriso de Jessye murcha. - Mas existem amores diferentes e acho que ela não se importaria de dividir um lado da cama com você...

— Você está me propondo o que estou pensando?

— Depende do que está pensando... Se for test drive e após foda a tre... - ele não termina pois sente um tapa forte em sua face esquerda. Rapidamente fica vermelho como pimentão e seus punhos se fecham automaticamente. Os dois sentados na mesa ficam em alerta e se preparam para levantar intervindo em uma possível briga. - Você não devia ter feito isso... - continua ele com a voz ameaçadora. 

— Ai que medinho... - desdenha Andy "atuando", tanto sua voz quanto seu corpo riem do outro. Assim que ela se vira para ir o rapaz avança na ruiva, mas não chegou nela. O barbudo foi mais rápido e se intrometeu entre os dois deixando assim uma Andy surpresa,  maravilhada e agradecida.

— Quem é você afinal?

— Não importa quem eu seja. Você está sendo incoveniente e merece uma punição... - responde sem mais delongas o barbudo. - Mas para você garota meu nome é Daryl. A seu dispor.

— Obrigada Daryl... - agradece Andy o abraçando por trás o soltando em seguida. Ele dá um sorriso de lado e encara o rapaz à sua frente.

— Você se acha garota... - disse o energúmeno com nojo. - Retiro meu convite. Passar bem.

— Alto lá! - grita uma voz vindo em sua direção parando a sua frente. - Só vai sair daqui quando me ouvir seu filho de uma quenga desdentada!

***

De seus lugares todos os homens e mulheres do Bar do Barril fitaram o desenrolar da próxima cena e especulando qual era a verdadeira história por trás desses personagens às suas vistas.

— J-Jessye... - gaguejou o rapaz se sobressaltando com a voz da namorada.

— Cara... Eu aqui pensando que você me amava e estava me traindo! - grita ela em fúria. - Quem é essa tal de Rebecca? Me fala! - e quando ele tentava se explicar ela não deixava. Andy abismada assistia a cena.

— É uma prima amor... - começa ele.

— Prima o seu ovo! - xinga Andy de trás de Daryl. - Então você também está traindo minha amiga... - ela sai detrás do armário que se postara para protegê-la anteriormente e fica ao lado de Jessye. As duas com as mãos nos quadris.

— Jessye. Não é verdade... Sabe disso...

— Não quero mais vê-lo nem pintado de Patati Patatá, seu palhaço! E chega perto do ouvido do mesmo. - E se tentar chegar perto de mim novamente a última coisa que verá na vida será a minha bebê engatilhada pra sua cabeça. Bum! - ele se treme todo. - Agora vaza daqui! - grita ela no ouvido dele que rapidamente corre em direção a porta mais caindo no processo, pois um dos que olhou para Jessye no início colocou o pé para o mesmo cair... - Está pensando o que... Que sou sua paricera... Ora... - continua ela com raiva e virando-se para Andy se desculpa não percebendo a vaia que o ex estava recebendo de todos os cantos do Bar do Barril. - Me desculpe por isso. Não sei se sua amiga sabe ou não disso. Se sabe mande ela para a puta que o pariu, por mim sim... - e com o rosto virado para o lado continua - Se não, avisa que somos duas cagadas na vida. Passar bem...

— Hey... Chama Andy assim que vê ela saindo cabisbaixa em direção a porta. - Quer beber? - elas se encaram e Jessye tomou a melhor decisão na época, se não agora não estaria dois anos depois nessa semana maluca de aniversário...

***

Atualmente, Ela veio com um pedido no mínimo estranho, quer uma bota da Vizzano no primeiro dia da semana. No segundo me pediu uma lingerie de cauboy... No terceiro uma make personalizada especificamente para a lingerie, bom até esse momento vi que ela iria se auto presentear no próprio aniversário, mas iria ganhar uma coisa boa com isso também. Daryl não é de se jogar fora e seu relacionamento depois daquele dia inesquecível está espetacular. Até o pedido de namoro foi realizado naquele Bar que me trás altas risadas e boas memórias fazendo com que caísse no esquecimento a primeira vez que estive por lá. E bom, apareceu o Rick em minha vida, ele é como um irmão para Daryl então meio que estamos entre famílias. A Andy, mesmo que não me peça coisa com coisa virou uma irmã para mim. E tudo isso começou com uma simples pergunta após um desastre: "Quer beber?"