Dans tout Paris escrita por Widowmaker
Notas iniciais do capítulo
primeiro de muitos
O cheiro de perfume tomava o ar. As luzes da cidade iluminavam a sala, encantando seus olhos. Élise relaxava em sua poltrona enquanto bebericava de sua taça de vinho. Comemorava internamente uma conquista pessoal e viajou em suas emoções positivas.
Une nuit si agréable.
Esboçou um sorriso, fechando lentamente os olhos. Distraindo-se, inerte na poltrona, não havia sido surpresa que a mulher desse um salto do assento quando ouviu as batidas fortes na porta de sua residência. Deixou a taça numa mesinha ao lado de onde estava sentada, e então se levantou, olhando para o relógio pendurado na parede beje. Merde. Não estava esperando por ninguém e estava muito tarde para visitas. Tocou a maçaneta gelada com certo receio, surpreendendo-se com quem estava do outro lado da porta.
Srta. Bisset? – Três homens falando ingês com roupas de couro e mascaras de tecido preto tampando a boca.
Ficou meio segundo imóvel, e então, sem dizer uma palavra, tentou fechar a porta com força, se jogando contra a poltrona onde estava. Os homens impediram que a porta se fechasse, entrando assim que Élise se afastou. Ela pegou a taça que estava na mesa, ainda cheia de vinho, e acertou a cabeça de um dos homens. A taça de vidro quebrou, e o vinho se espalhou pelo cômodo. Ofegante e desesperada, Élise tentou jogar um de seus sapatos de salto, mas o homem mais alto segurou seu braço. Ela se debatia, tentando se soltar com chutes e gritos, até que teve sua boca selada e seu corpo amarrado por completo. Seus olhos ardiam pela vontade intensa de chorar, e os mesmos se arregalaram quando viu outro de seus sequestradores bater sua cabeça com força na mesinha da poltrona. Élise perdeu a consciência.
Aos poucos, acordou, recuperando seus sentidos. Sua cabeça doía e sentiu o sangue seco se quebrar no seu rosto a cada expressão nova. Gemeu ao tentar se levantar, sendo impedida por cordas e feridas em seu corpo. Logo, olhou para cima, vendo os mesmos homens sentados, espalhados pela sua sala. Dois distraídos com armas brancas e de fogo, e o outro, sentado perto de Élise, olhando para ela.
— Não queremos machucá-la – disse, com uma voz ríspida, arranhando os ouvidos da mulher. – Você sabe quem é este homem? – tirou uma foto antiga do casaco e mostrou-a para Élise, que o reconheceu imediatamente. Seu coração apertou dentro do peito. – Tomarei sua expressão como um sim. – Rosnou.
— Se está atrás dele, veio à pessoa errada, imbécile.— respondeu, tentando esconder a preocupação que estava transbordando em seus olhos.
— Pelo contrário, Srta. – o homem sorriu, satisfeito, guardando a fotografia no bolso – Vim à pessoa certa. – Fez um sinal para um dos homens que estavas amolando um punhal dourado. Este lhe trouxe o telefone de Élise. Tirou-o do gancho e o posicionou entre o rosto e o ombro da mulher. Girou o discador diversas vezes até que começasse a chamar.
— Bonjour? – Uma voz cansada respondeu do outro lado da linha, e quando Élise pensou em responder, sua voz falhou, soltando um sussurro.
— Papa... — conteve-se, e então o telefone foi tirado de seu rosto e colocado novamente no gancho.
Sentiu-se indefesa, diante da ameaça que havia recebido. Encolheu-se o máximo que conseguia entre as cordas, tentando retomar as forças.
— Talvez queira cooperar conosco agora – o mesmo homem disse, suave.
— O que querrem de mim? – ela respondeu com o sotaque francês forte. Era perceptível que estava abalada.
— Estamos procurando o homem da fotografia, Edgar Abbott. Um caçador de recompensas inglês. – disse coisas que Élise já sabia.
— Não tenho mais contato com ele desde que nossos caminhos se separrarram.
— Estou ciente disso, – respondeu – mas não vamos brincar de bonzinhos. Abbott fez coisas que não deixaram meus superiores contentes, então foi decidido que a carreira de Edgar Abbott será encerrada.
— Não querro fazer parrte disso – choramingou num tom inaudível.
— Me foi dito, por fontes confiáveis, de que ele está hospedado numa estalagem na Inglaterra. – Ele segurou as mangas do vestido de Élise, erguendo-a. – Por que está chorando, Srta. Bisset?
Élise se manteve em silêncio, com os olhos apertados.
— Ah, do tipo que ouve então? – ele a soltou com um sorriso sádico – Dentro desse envelope irá encontrar tudo o que precisa para a sua pequena operação: dinheiro, endereços, nomes e instruções. – Ele largou um envelope grosso na frente de Élise – Eu acredito em seu potencial, madame, — imitou o sotaque de Élise – afinal, não tem outra escolha, certo?
A mensagem havia sido passada com clareza, e ela refletia enquanto suas amarras eram cortadas com o punhal dourado. O mesmo que a libertou, a levantou pelo braço. Olhou para ela com um tom sério e disse:
— Arrume suas malas, vadia.
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