Fragmentados escrita por lcdelacour


Capítulo 1
Irmã jedai e a maldita carta


Notas iniciais do capítulo



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— Stiles, hoje é o seu dia de fechar. Não deixe as janelas abertas, você se esqueceu de fechá-las na última vez. — Allison me dá um abraço de despedida e entrega as chaves na minha mão enquanto eu reviro os olhos.

 — Pode deixar, mamãe. — digo sarcástico e ela ri acenando uma última vez antes de ir embora.

 Solto um suspiro e olho ao redor. Hoje foi mais um daqueles dias difíceis, a clientela parece estar diminuindo cada vez mais deixando todo mundo frustrado, principalmente meu pai. Sei que ele está fazendo tudo que pode, mas não é segredo para ninguém que ele não conseguirá segurar esse lugar por muito mais tempo.

 Penso em Malia que, desde o início do nosso namoro, dava um jeito de sempre vir aqui e dar uma força para nós. Seu jeito espontâneo e bem humorado trazia sorrisos onde quer que ela fosse, e de certo jeito deixava o ambiente mais vivo. Com um sorriso nos lábios, toco o bracelete que ela me deu em nosso último encontro. Quase não pude aceitar o presente, mas seu jeito impulsivo e atrevido não me deixou fazer isso.

 Termino de arrumar o que faltava e saio correndo apressadamente em direção à casa iluminada no final da rua. Como era de costume, eu estava atrasado de novo e o toque de recolher iria começar em alguns minutos.

 — Pai, cheguei! — tiro os sapatos e jogo as chaves na bancada. Ouço passos ligeiros e, em um instante, Claudia já está em meus braços, abraçando meu pescoço com seus bracinhos pequenos.

 — Por que você sempre chega tarde? Prometeu que ia brincar comigo quando chegasse e agora o papai não vai deixar porque já é tarde! — ela faz um beicinho e me olha brava, mas rapidamente muda de expressão e solta uma gargalhada quando começo a fazer cócegas nela.

 — Não se desespere princesa Leila, seu pedido é uma ordem. — ela dá um sorrisinho convencido e me aperta mais forte. — Amanhã nós brincaremos, certo?

 Ela acena com a cabeça positivamente e no mesmo momento meu pai aparece com um olhar melancólico e um sorriso no rosto. Sei que a companhia de Claudia o acalma muito, mas também sei que ele solta um suspiro aliviado toda vez que me vê em casa, bem e seguro. Digamos que eu atraio problemas, mas só um pouquinho.

— Já é hora de ir para a cama mocinha, preciso falar com seu irmão. — dou um beijo na bochecha de Claudia e a vejo ir dar um abraço no meu pai antes de se encaminhar para o quarto.

 Reparo em uma carta que não tinha visto antes em cima da mesa e franzo as sobrancelhas por um segundo ao ver que esta estava em meu nome.

 — Pensei que as cartas só vinham no seu nome... — murmurei desconfiado para meu pai, que trazia uma expressão curiosa no rosto.

 — Tem o símbolo da bandeira. É a carta do governo. — ele me entrega e eu fico perdido por um tempo, até que minha cabeça faz um click. Era aquilo.

 Caro senhor Stilinski,

 Gostaríamos de informá-lo sobre uma oportunidade próxima de honrar a grande nação de Illéa.

 Nossa amada princesa, Lydia Martin, atinge a maioridade este mês. Para adentrar esta nova fase de sua vida, ela deseja ter um companheiro ao seu lado, um verdadeiro filho de Illéa. Se estiver interessado na oportunidade na possibilidade de tornar-se noivo da princesa Lydia e o apreciado príncipe de Illéa, por favor, preencha o formulário anexo e entregue-o no Departamento de Serviços Provinciais da sua localidade. Um jovem de cada província será escolhido aletoriamente para encontrar-se com a princesa. Os participantes serão hospedadas no agradável palácio de Illéa, em Angeles, enquanto durar sua estada. A família de cada participante será recompensada generosamente por seu serviço à família real.

 Tiro os olhos da carta e fico quieto por alguns segundos. A resposta é óbvia, eu claramente não quero fazer parte dessa idiotice. A ideia de entrar em um concurso que servia apenas para fortalecer relações com outros países e que o país inteiro assistiria só para ver uma riquinha esnobe escolher um garoto bonito e sonso para aparecer do lado dela na TV era loucura.

 No entanto, não posso deixar de pensar no meu pai. O dinheiro que eles estão oferecendo certamente ajudaria e muito o seu negócio, além de garantir que nossa qualidade de vida melhore um pouco. É exatamente nessa hora que encontro o olhar dele e eu entendo a mensagem.

Ir para a seleção e ajudar minha família, nada mais que isso. Com um aperto forte no peito, eu penso em Malia. A situação me faz lembrar uma frase que minha mãe dizia quando eu era mais novo: ‘’Sem sacrifícios não há vitória’’.  Talvez um coração partido seja o preço para tal desafio.


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Notas finais do capítulo

até a próxima sz



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