Prometidos escrita por Carolina Muniz


Capítulo 34
Capítulo XXXII


Notas iniciais do capítulo

Vocês são demaaaais ♥



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Ana estava deitada de costas na cama, ela havia jogado o lençol no chão de tanto se mexer, a camisa - que era de Christian - estava levantada, mostrando um pedaço da pele barriga já aparente, o cabelo negro espalhado pelo travesseiro, uma das mãos inconscientemente repousando na barriga, enquanto dormia tranquilamente. A luz do sol iluminava o quarto, as cortinas fechadas deixando apenas algumas frestas de luz entrar, nada que incomodasse a menina.

Ela parecia um anjo. Era engraçado como ela parecia mais bonita daquele jeito: usando sua camisa, apenas de calcinha, uma das pernas dobradas e a outra esticada sobre o colchão, agarrada ao travesseiro dele, o cabelo todo bagunçado pela cama. Ela estava linda, perfeita. Mais perfeita do quando penteava o cabelo, colocava camisola de seda e ainda passava maquiagem para dormir. A vida deles havia mudado bastante. Sim, dos dois. Ana parecia mais relaxada, mais atrevida também, sempre com uma resposta na ponta da língua, menos submissa. E ele, contra todas as probabilidades, estava apaixonado por aquela vida, por Ana, pelo bebê.

Lá para a décima sétima semana de gestação, o corpo de Ana começou a mudar, transformando sua barriga que ainda era lisa em uma pequena bola de repente. E Christian estava inacreditavelmente, profundamente e incondicionalmente apaixonado pela barriga bonita e delicada da menina. Para ele, não existia nada mais bonito no mundo do que Ana grávida. E o som da risada dela quando ele a beijava desprevenida ficou em segundo plano da seu som favorito quando ouviu o coração do bebê. Era forte e rápido. Apaixonando. Infinitamente importante para ele.

Ele sorriu, admirando como Ana se agarrava ao travesseiro dele, inspirando profundamente o cheiro ali, o cheiro dele.

Ana também não conseguia se conter. Parecia que seu desejo de grávida era longo e intenso, e era Christian. A garota continuava com as mesmas necessidades de ter que ficar perto dele a cada segundo do dia, e quando ele saía para trabalhar e ela para a empresa, era como se ela não conseguisse respirar por longas horas. Ao contrário do que acontece com muitas mulheres, ela não enjoava do perfume dele, do cheiro que ficava impregnado em si quando ele a abraçava, e muitas vezes até pegava suas camisas para usar depois da faculdade enquanto ele não chegava. 

Era cômica a forma em que ela queria sempre se juntar no banho com ele para ficarem mais tempo juntos.

Christian não se importava, era sempre paciente com a menina, sempre com ela quando possível, até mesmo demarcando reuniões ou passando para outros funcionários que poderiam fazê-la em seu lugar para que pudesse dar atenção à morena.

Christian se aproximou da garota, beijando o rosto dela enquanto se sentava ao seu lado, inclinando-se sobre a garota, sentindo aquele cheiro familiar de framboesa que vinha do cabelo dela.

— Huum... - a garota suspirou feliz, ainda de olhos fechados, sem querer mover um músculo sequer.

— Está na hora de acordar, amor - ele sussurrou, sorrindo com os lábios contra os dela agora.

— Não, não quero - reclamou ela, passando os braços por ele, puxando-o para se deitar também. - Vamos ficar aqui. Para sempre - sussurrou quando finalmente conseguiu que ele se deitasse ao seu lado.

Christian riu baixo e abraçou.

— Você todos os dias diz isso - murmurou ele.

— E você todos os dias me ignora - rebateu ela.

— Hoje é quarta, Ana, não podemos ficar em casa.

— Mas você é o chefe e eu sou uma ótima aluna, podemos sim ficar aqui - insistiu ela.

Ana estava num curso avançado de letras durante o verão, o que a faria terminar a faculdade um ano antes do previsto. Não que ela precisasse, mas a garota alegou que não iria passar o verão sem fazer nada enquanto Christian não estava em casa.

Christian a encarou, admirando cada detalhe de seu rosto: os olhos bonitos e azuis todo pidonhos, a boca formada num beicinho, as bochechas vermelhas em contraste da pele que agora estava bronzeada pelo calor do verão mais cheinhas agora.

Era difícil resistir, e ele estava resistindo nas últimas duas semanas em que Ana tentava persuadi-lo.

— Por favor - ela pediu, os lábios arrastando em seu maxilar, os dentes arranhando de leve, provocando.

— Não, temos que ir - ele decidiu, já se levantando.

Porém, Ana o segurou, fazendo-o deitar novamente e se sentou em sua cintura, empinando a bunda e o beijando sem lhe dar tempo de pensar.

Ela afastou a boca alguns centímetros e o olhou nos olhos enquanto sentia as mãos dele descendo para sua bunda. A garota sorriu maliciosamente, deixando os dentes pequenos aparecerem de forma inocente.

Christian xingou. E ela sorriu mais.

Havia ganhado.

— Então...? - questionou, a voz arrastada de forma sexy propositalmente.

O Grey balançou a cabeça em descrença e a beijou com fervor, levantando a camisa, logo a retirando dela com pressa.

Ana desceu as mãos por seu peito, desabotoando os botões da camisa branca, e então descendo para a calça para desabotoá-la também e descer o zíper. Ele se sentou com ela em seu colo e terminou de retirar a camisa, e então virou a garota para a cama com cuidado - sempre com cuidado - pronto para tirar a calça também. Ele se deitou sobre ela, apoiando-se no colchão e a garota entrelaçou as pernas em seu quadril. Ele beijou seu pescoço, mordeu, chupou, deixou marcas que ela nunca se importava em ter e só amava.

A morena desceu as mãos por suas costas, gemendo enquanto tinha agora o seio direito - sensível pela gravidez - sendo sugado e tentou baixar a boxe do marido.

A garota estava com pressa, foda-se as preliminares, precisava de Christian naquele momento.

E ele atendeu. Tirou a boxe e a calcinha da garota, estocando-a logo em seguida, tirando-lhe o ar e deixando um gemido alto sair por seus lábios.

Ele continuou no mesmo ritmo, estocando com força e rapidez, tendo a garota gemendo em seu ouvido, arranhando suas costas com as unhas cumpridas.

— Porra! - ela gritou de repente e Christian a encarou, parando de se mover. - Eu juro que se você não voltar a se mexer agora, vai estar morto antes de seu filho nascer - ameaçou ela.

Ana tinha realmente adquirido uma espécie de apetite sexual infinito com a gravidez, e juntando com a necessidade de ter Christian por perto, sexo era algo que eles faziam com muita freqüência ultimamente. Mas ainda assim, ele nunca a ouviu xingar.

O choque de prazer foi para todo seu corpo ao ouvir a palavra saindo da boca dela junto as unhas cravando em sua pele. Ele voltou a se mover dentro dela, e logo a garota estava se apertando ao seu redor, contraindo e gemendo mais. E então o clímax. Eles gozaram quase ao mesmo tempo. Christian saiu de dentro da garota e desabou ao seu lado, os dois ofegantes, sem fôlego.

O rosto de Ana pegava fogo de tão corado, seus olhos brilhavam mais que o oceano límpido. Ela se aconchegou em Christian e fechou os olhos, curtindo a sensação pós orgasmo. Ela sentiu a mão de Christian em seu cabelo, penteando os fios com os dedos, o carinho a fazendo quase dormir, mas não totalmente.

Os minutos se passaram, e quando sua respiração e seu coração estavam regulares novamente, ela se voltou à Christian, encarando-o com o cotovelo apoiado no colchão, olhando em seus olhos.

— Desculpe por ter te ameaçado - pediu.

Christian riu alto e por bons minutos.

A garota o encarou sem entender e então teve seus lábios capturados pelos dele.

— O que? - questionou confusa.

— Nada - ele riu novamente. - Você que é fofa demais - ele balançou a cabeça. - Eu te amo - sussurrou contra seus lábios, a fazendo deitar a cabeça no travesseiro e ficando sobre ela.

A garota sorriu tímida.

— Eu também te amo - disse.

O coração de Christian disparou. Ela já havia dito que o amava antes, há algumas semanas, aquela era terceira vez que ela dizia, mas ainda era como se fosse a primeira. Eles não eram o tipo de casal que fazia o "eu te amo" virar "bom dia", fosse porque fosse, era ótimo, era uma experiência diferente a cada vez que algum deles dizia, e não rotineira.

Ela o beijou, a mão em sua nuca, os dedos entre o cabelo macio, sentindo a textura.

Ana não conseguia pensar em nada, só no quanto o amava, a certeza sendo o centro de tudo, e o mesmo sentimento sendo refletido nos olhos do marido.

— Você é minha - ele sussurrou, encostando a testa na dela, olhando em seus olhos, os narizes se tocando sutilmente.

Não era uma afirmativa possessiva ou obcecada, era uma afirmação venerada, a adoração em cada letra sendo expelida. O respeito em casa sílaba.

A morena arfou, e ousadamente puxou o lábio inferior dele entre os dentes.

— Para sempre - assegurou ela, beijando-o novamente.

Ele a beijou de volta, devagar, com calma e gentileza, não era como se tivessem pressa. Eles realmente não tinham. Todo o mundo podia esperar.

Daquela vez eles fizeram amor, lento e intenso, se beijaram todo o tempo, exploraram o corpo um do outro como se fosse a primeira vez, mas ao mesmo tempo sabendo exatamente o ponto de prazer um do outro, com os corpos tão colados a ponto de sentirem os corações alheios disparados.

O tempo passou, os meses correram, e logo Ana estava em contagem regressiva às  trinta e nove semanas, e mesmo contra aos pedidos de Christian, ela havia ido ao parque com Kate - sendo seguida de perto por Sawyer, claro. A garota não aguentava mais ficar em casa, e precisava dar pelo menos uma volta. Ela estava com Kate no parque perto do Escala, no final da tarde, algumas horinhas antes de Christian chegar.

— ... e ela está perfeita, você tem que ver - ela comentava sobre a casa que Christian havia comprado.

O casal havia conversado sobre o bebê muitas vezes e uma dessas conversas decidiram que não seria muito viável - e muito menos fácil - criar uma criança num apartamento - mesmo que fosse bem grande. Crianças precisavam de espaço, de um jardim enorme, de uma casa na árvore e de uma cerca branca - como Ana pautou.

E Christian, é claro, não contrariou. Então eles estavam prestes a se mudar, provavelmente quando Ana saísse do hospital com o bebê já seria direto para a casa nova. Era perfeita, ficava no litoral, onde podia ver o sol se pondo na baía todos os dias.

Kate tinha uma das mãos na barriga de Ana e a outra segurando sua casquinha de sorvete.

Ana olhava para ela com estranheza, afinal, estavam no inverno, o tempo já dava sinal de que logo logo nevaria, Ana não dava duas semanas e logo Nova York estaria coberta de branco.

Em todo caso, a garota não se importava. Havia tanta coisa feliz em sua vida, que nem mesmo Kate sendo estranha como sempre à fazia perder o bom humor.

A morena havia feito dezenove anos em setembro e teve uma tremenda comemoração com Christian depois do jantar íntimo que teve com os amigos e a família, que havia vindo da Bulgária até Nova York por alguns dias. Ela também havia feito um ano de casamento com Christian no começo de novembro, mas não puderam comemorar do mesmo jeito pois sua barriga de oito meses mal a deixava dormir numa posição boa, imagine transar. Ainda assim, foi incrível ter Christian todo romântico com ela o dia inteiro. Durante a gestação, pode-se dizer que Ana ficou um pouco mais carente e mimada, nunca perdendo a necessidade de ter Christian por perto, ou os desejos de ser paparicada por ele.

— Ai, senti - Kate gritou, escandalosa como ela só ela era. - O bebê chutou na minha mão.

— Eu tenho certeza que foi na minha costela - Ana murmurou, fazendo uma careta.

Estava difícil nos últimos dias, o bebê muitas vezes sentava em sua bexiga, o que a fazia querer fazer xixi a cada minuto, ou então chutava-a com força por ficar sem espaço e querer se esticar. Ela não via a hora de tê-lo fora de si. Não conseguia aguentar a ansiedade de querer ver seu rostinho, de com quem ele iria se parecer... E, claro, ela também queria voltar a ver seus pés e colocar os próprios sapatos - ação que ficou a cargo de Christian a partir do sexto mês, ao qual sua barriga estufou para frente de uma maneira que a fazia parecer que comeu uma melancia.

Ela realmente chegou a questionar se não esperava gêmeos - ainda não estava convencida, na verdade.

Mas a Dra. Greene deixou claro que era sim apenas um, o que a fez decidir seu parto, optando por dar a luz ao seu bebê de forma natural - para o desespero de Christian e a graça dela, pois toda vez que o marido tentava persuadi-la a mudar o parto, a garota começava a rir com todos os motivos sem sentidos que ele lhe dava tentando convencê-la e ao mesmo tempo não colocar medo na menina.

Meia hora mais tarde, Ana já estava com as costas doendo e os pés também. Aproveitando que logo logo Christian chegaria, a garota se despediu de Kate - que a fez prometer pela milionésima vez que a morena ligaria assim que entrasse em trabalho de parto.

Como se fosse bem sensato Ana ligar para a loira dizendo que estava tendo o bebê em vez de ligar para o médico!

Mas okay, Ana prometeu mais uma vez, fazendo uma nota mental de lembrar a Christian para ligar ela - de novo.

Ana esperou Kate entrar no próprio carro e então se virou para o banco em que Sawyer estava sentado, porém o homem não estava lá. A morena se virou para o carro e o mesmo piscou.

A garota franziu o cenho e seguiu para o veículo, sentindo seu coração apertar ligeiramente.

Ela olhou em volta mais uma vez antes de colocar a mão na maçaneta.

O parque estava quase vazio, as poucas pessoas estavam tão espalhadas que ela mal conseguia distinguir seus rostos.

Nem estava nevando ainda, e as pessoas já não saíam mais de casa.

A morena balançou a cabeça e abriu a porta de trás do carro, pronta para perguntar a Sawyer se estava tudo bem pois ele nem havia a avisado que já estava no carro.

Apenas quando sentou no banco traseiro e ouviu o clique das portas sendo trancadas ela chegou a conclusão de Sawyer nunca entraria no carro sem ela, ele nunca a deixaria no parque sozinha - mesmo que o carro estivesse tão perto, ele nunca a deixaria abrir a porta, e ainda mais grávida, ele nunca deixaria de ajudá-la a entrar no carro.

Seu coração acelerou e ela olhou para o banco do motorista.

Não foi difícil reconhecer, mesmo com o boné azul e o óculos escuro.

Podia passar mais um ano, mais dez, mais um século e ela nunca - nunca— se esqueceria do rosto dele: Jack Hyde.

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Notas finais do capítulo

Gente, toma esse amor para vcs, amo tanto escrever cenas fofas, sinto o arco íris saindo do meu coração :D mas hj eu to bem vagabudiane tbm, postei e saí correndo ;) capítulo novo agora só no ano vem :p



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