Prometidos escrita por Carolina Muniz


Capítulo 10
Capítulo IX


Notas iniciais do capítulo



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|9|

— Até que a morte nos separe - ele repetiu.

— Que Deus abençoe essas alianças que vocês colocaram um no outro como símbolo de amor e fidelidade - disse o padre. - Pode beijar a noiva.

Finalmente havia terminado.

Christian se inclinou para frente, tocando os lábios levemente nos dela, por nada mais que dois segundos.

Não precisava ser exibido ali, no altar de uma igreja, na frente de quase quinhentas pessoas que não conhecia nem mesmo um terço.

O casal entrou no carro, rumo à festa de casamento.

— Nervosa? - questionou ele à garota.

— Na verdade, eu estou desconfortável. Esse vestido é uma droga.

Com os últimos dias, Ana havia se tornado quase complemente confortável com Christian, muito mais do que com seus pais em todos os seus anos de vida, aquilo era fato.

O mais velho franziu cenho.

Ela estava bonita, o vestido deixava-a parecendo uma verdadeira princesa - como o pai da mesma havia dito em muitas e muitas ocasiões - mas parecia realmente desconfortável.

— Vem cá - chamou ele, tirando o cinto de segurança da garota, que o encarou confusa, mas se aproximou.

O outro a virou de costas, desfivelou o cinto branco, e descolou a parte maior da saia. A garota arregalou os olhos, segurando o vestido, mas deixando que o homem tirasse. Grey arfou quando olhou para as pernas da garota. A menina estava bronzeada pelo dia na piscina com algumas amigas que havia ido há dois dias, e ainda usava uma cinta liga, a renda branca e desenhada sobre a pele brilhante e macia.

— Melhor? - perguntou ele, colocando o pano no banco da frente, engolindo em seco logo em seguida.

— Muito - suspirou ela enquanto ele colocava o cinto novamente no vestido.

Estava realmente melhor, suas coxas estavam a mostra, mas nada tão curto à ponto de mostrar sua lingerie.

Mesmo assim, ela sabia que seus pais iriam surtar com aquilo.

A garota retirou a cinta liga, sob os olhos tempestuosos de Christian que seguiam cada movimento de seus dedos. A morena jogou as meias em cima da peça no banco da frente, e voltou a colocar os sapatos, logo se sentando normalmente e pondo o cinto de segurança.

— Tudo bem? - perguntou à Christian que ainda a encarava.

— S-sim. Quer dizer, é claro. Tudo perfeito - disse ele, olhando através do vidro.

A garota reprimiu o sorriso, e recostou a cabeça no banco. O silêncio predominou por mais alguns minutos, apenas o barulho leve e baixo do motor do carro.

— E então... - começou Ana. - Para onde vamos depois da festa?

Christian riu.

O lugar da lua de mel era um mistério que Christian guardou à sete chaves desde que decidiu para onde iriam. Até mesmo as malas da garota ele havia mandado sua governanta de Nova York fazer, para que ninguém dali soubesse.

— Você vai ver quando estivermos no avião. Prometo te contar assim que decolarmos.

— Por que não pode me dizer agora?

— Porque se não seus pais e os meus vão pirar.

A garota mordeu o lábio.

— Vai me levar para um lugar que eles nunca aprovariam?

— Vou te levar para um lugar que eles iriam me encher com regras, ordens e toda aquela porcaria de comportamento adequado.

Ela riu baixo.

Christian simplesmente ligava o "foda-se" quando seus pais começavam a mandá-lo mudar algum comportamento, ou não fazer certas coisas porque seria um homem casado.

— Espero que não esteja aprontando - murmurou ela. - Agora você é um homem casado.

Ele sorriu.

— Não é nada que você não vá gostar - prometeu ele.

— Mas os nossos pais não podem saber? Até parece que você não está aprontando - resmungou ela antes do carro parar na estrada rodeada de flores em direção ao jardim.

Seu coração apertou levemente.

Seu vestido estava curto demais - para o que seus pais decidiam, a cinta liga estava jogada no bando da frente, e ela também havia tirado alguns grampos do cabelo, fazendo alguns fios soltos caírem. Mas estranhamente, não estava com medo da reação de seus pais.

Christian havia dito que a partir do momento que ela dissesse sim, não teria mais que obedecer cegamente às regras dos pais, e muito menos ter que dar cada passo pensando sobre o que eles achariam.

E pela primeira vez estava escutando alguém além deles.

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Notas finais do capítulo

Xx



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