Batalhas e Memórias escrita por KLKaulitz


Capítulo 16
Decreto


Notas iniciais do capítulo

Olá Pessoal,

Gostaria muito de conhecer quem está acompanhando a história. Não se esqueçam no final do capitulo colocar o que está achando desta história, como um incentivo mesmo para que possa continuar escrevendo.

Grande Abraço.



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Darius foi direto para seus aposentos. Salazar o seguiu. Então desabafando o rei começou a falar de Alannis.

− Achei uma ousadia ela ter me deixado falando sozinho. Imagina só. Por causa daquela criança pobre! O que a atraiu nele que em mim ela não se importa?

Ele pegou uma almofada e a arremessou longe. Salazar ouvia tudo atentamente.

− Ela me enlouquece com aquele jeitinho dela, desastrada que é! Achei um absurdo ela ainda me pedir para acha-lo. Amanhã bem cedo traga-o até aqui!

− Sim, meu senhor.

− Não entendo Salazar porque ela tem tanto medo de mim. Olhe para mim eu pareço ameaçador?

− Se meu rei desejar saber minha opinião.

− Claro que sim homem! Diga!

− Bem, eu não entendo muito de mulheres. Mas o senhor parece intimida-las com o seu jeito forte e imponente.

− Não sei o que fazer, nunca senti isso antes.

− Talvez essa noite, o senhor possa concertar as coisas e tentar conversar. Aprender mais com ela e sobre ela.

− Sim, essa noite.

Enquanto isto, Alannis traçava um plano de fugir dali, não ia ser mais uma das odaliscas do rei. Queria sair dali o mais rápido possível. O rei a assustava e a trazia medo. Ela se sentiu mal com o jeito infantil com que ele a tratava. Então ela viu que o Salazar não estava de guarda em sua porta e saiu apressadamente.

Darius após se banhar, foi ao encontro de Alannis, queria mostrar para ela o seu local favorito no palácio, quando perdia o sono e aproveitar e pedir desculpas por ter sido grosso. Ele bateu em sua porta e esperou, afinal de contas não queria entrar de uma vez e assusta-la mais. Bateu novamente, e mais outra impacientemente. Até que se cansou de esperar e abriu a porta fitando um quarto vazio.

− Ela foi embora. – Disse para si mesmo, sem acreditar – Salazar a encontre e traga para mim – disse desolado.

− Sim, meu rei – Então Salazar saiu a procurada dela juntamente com os outros guardas.

Darius estava ainda mais furioso andando de um lado para o outro. Quando recebeu a notícia de que não haviam encontrado.

− Como pode ela ter sumido assim? Por acaso não procuraram direito?! Eu não fui bem claro? Quero que encontrem ela, será que não é possível encontrar uma mulher como ela, por esta cidade imunda? Ela está sozinha e a pé! Não conseguirá ir muito longe. Só voltem aqui depois que acharem ela! Fui claro? – Disse ele praticamente gritando e se sentando no trono.

Já havia amanhecido e o rei não dormiu a noite toda, na expectativa de terem a achado. Ficou o tempo todo sentado no trono. Olhar fixo nos portões do grande salão. Mas para sua surpresa quem apareceu foi Bartolomeu querendo ver a filha. E então a última esperança havia se esvaído quando Darius percebeu que novamente Alannis pudesse estar em perigo.

Bartolomeu ficou arrasado, perguntava o que aconteceu a todo o momento, mas o rei não tinha coragem de dizer o porquê, apesar de ele também não entender o que deu na cabeça dela de fugir.

Enquanto isto Alannis voltou para sua casa, queria muito ver os seus pais novamente e nunca mais sair de lá. Queria esquecer o rei e tudo o que passou. Estava magoada e não queria tocar no assunto. Ao chegar em casa encontrou sua mãe sentada. Ela estava perdida em pensamentos e ao ver sua filha, correu para abraça-la. Pois havia recebido a notícia de um mensageiro de que a filha fugira do castelo e estava perdida.

− Minha filha! O que você tem na cabeça? Deixou todos nós preocupados.

− Desculpe mãe, não me senti à vontade de estar lá sozinha. Queria voltar para minha casa. – Elas se abraçaram

− Seu pai me contou o que aconteceu, como você está?

− Estou bem mamãe, foi só um susto, já estou bem melhor.

− Graças aos deuses. Agora tenho que avisar teu pai.

− Onde ele está?

− Você não o viu? Ele está te procurando, ele e o rei.

− O rei?

− Sim, eu também fiquei surpresa. Mas teu pai me contou tudo. Disse que o rei ficou encanto com você.

− Ora mãe, até parece. O rei encantando comigo.

− Não seja modesta, você é linda minha filha. Mas agora preciso enviar uma mensagem a teu pai. Fique aqui.

Alannis aproveitou para trocar de roupa e descansar. Sua casa era humilde. Ela dormia num monte de fenos. E seu travesseiro era um saco de pena de gansos.

O rei recebeu um mensageiro que dizia que Alannis conseguiu chegar em casa e estava bem. E que Anna e ela estão aguardando o retorno de Bartolomeu.

Ambos ficaram aliviados com a notícia. Darius já estava consolando Bartolomeu. Agora os dois partiram para encontrar a jovem. Bartolomeu de início achou estranho a atitude do rei. Mas como era velho e sabido, desconfiava que sabia o porquê Alannis havia fugido. E sabia também que o rei estava apaixonado.

O povoado onde Bartolomeu morava não era muito longe. Ficava a meio dia a pé, mas de cavalo foi bem mais rápido. O rei foi praticamente correndo de volta para Alannis. Ambos não conversaram muito durante a volta. Darius tentou evitar as perguntas de Bartolomeu.

Quando ambos cruzaram a soleira da casa. Só encontraram Anna que já estava preparando o jantar. Bartolomeu informou que o rei passaria a noite com eles. Anna ficou sem jeito e espantada. Pois eram muito humildes.

− Não precisa se preocupar Bartolomeu. Eu só vim ver Alannis. Onde ela está?

− Minha filha não é de ficar muito em casa, agora ela deve ter saído para conversar um pouco com as pessoas do povoado.

O rei ficou assustado com tal atitude dela, achava os pais muito irresponsáveis por permitir que uma jovem de família ficasse exposta. Agora ele entendia que os próprios pais incentivavam o jeito desorientado e extremamente louco de ser dela, e o pior achavam normal.

Então ele curioso e chateado, por ter se esforçado para vir e não ter sido recebido pela moça saiu a sua procura mais uma vez. Não estava longe de casa, estava sentada sob uma oliveira conversando com crianças e dando as agua, Darius a observava.

Ela não o viu. Depois ela se levantou e foi caminhando até um senhor bem mais velho e se abaixou sob os seus pés e estava pelo que parecia fazendo curativos. Ficou ali por um tempo. E então quando ele pensou que ela fosse acabar ela saiu dali em direção de mais pessoas pobres e carentes. Sempre ajudando de alguma forma. Darius então foi tocado pelo gesto bondoso de Alannis. Ele viu que ela tinha um grande coração e que fazia aquilo com muito entusiasmo e alegria. Ficou abatido pensando que ela com tão pouco conseguia ajudar a muitos, enquanto ele só sabia reclamar e dar ordens.

Não quis mais ficar naquele lugar, estava cabisbaixo, cansado da viagem mas sentiu que tudo o que ele havia feito e falado para ela até agora soava como hostil e maldoso. Ele não era assim, mas então como conseguiria provar a ela e a todos que não era cruel?

Então Darius teve uma ideia. Antes de sair, pediu Bartolomeu para que voltasse com ele para o palácio. Ele estranhou o pedido, mas como o rei quem decidia. Ele despediu-se de Anna e voltou com Darius.

Alannis voltou para casa tarde da noite, estava exausta, mas gostava de estar com as pessoas. Além de se sentia útil, podia ocupar a mente com outra coisa a não ser pensando em Darius. Havia tanto a ser feito, mas ela tinha tão pouco. Reclamando com a mãe sobre isso, ficou surpresa ao ouvir de Anna que o pai havia retornado com o rei e logo após ele sair a sua procura, voltou pedindo para que Bartolomeu voltasse novamente com ele para o castelo.

− O rei esteve aqui? Eu não o vi.

− Você não o viu? – Perguntou Anna estranhando

− Juro para você mãe. Porque eu iria mentir?

− Bem, eu não sei o que ele queria. Mas parecia ser muito importante, pois depois que ele voltou, não quis nem ficar para o jantar. E já partiu.

− Eu não gosto que o papai esteja se envolvendo com Darius. Ele é tão medíocre.

− Minha filha! Isso são modos? Eu e seu pai não te ensinamos a falar essas coisas.

− Eu disse alguma mentira?

− Você não se lembra, mas o pai de Darius foi muito bom para seu pai, nos ajudou muito.

−  O pai dele, não ele, ne mãe.

− Mesmo assim Alannis, não quero que fale mal dele aqui nesta casa. Se não fosse por eles, nessas horas nem teríamos para onde ir, onde morar ou o que comer. Sinto me agradecida.

− Só acho que ele é muito egoísta. Só isso. Não vou mudar minha opinião. Mas já que a senhora me pediu para ficar calada, não falarei mais nada.

− Se eu não te conhecesse bem, estou achando que você anda chateada.

− Eu?

− Sim, você. Você ainda não me explicou do por que fugiu. Esta história de que não queria ficar sozinha para mim não funciona. Te conheço bem, você mesma pediu seu pai para ir. Aconteceu alguma coisa? O rei fez algo com você?

− Aí mãe, eu sei que não consigo disfarçar, mas aconteceu sim. Eu e o rei nos desentendemos.

− Aí Alannis, eu sabia que o seu jeito iria acabar fazendo algo que não devia! – Disse Anna se sentando.

− Calma mãe, a culpa não foi minha. Vou te contar tudo.

E então ela começou a contar tudo para a mãe, desde o primeiro momento que havia pisado no palácio até as palavras ameaçadoras do rei.

− E então foi isto, agora a senhora me entende?

− Fez bem Alannis. Você é uma menina muito boa. Não merece ser tratada assim por ninguém, mas mesmo assim filha, foi arriscado o que fez. Sabe que aqui na província uma mulher sozinha é perigoso demais. Onde já se viu, onde o rei estava com a cabeça te adornado de joias? Nós somos pobres. Não somos da realeza! Darius realmente deve gostar muito de você.

− Eu também achei estanho, mas no fundo eu gostei muito dele mãe, mas depois me arrependi. Se não fosse pelas palavras maldosas dele e pelo jeito como ele olha para pessoas pobres como nós eu até pensaria em continuar lá por mais tempo.

− Mas então se ele não te encontrou então porque voltou tão rápido?

− Eu não sei, mas boa coisa não deve ter sido.

E então findando a conversa as duas foram se deitar. Já no outro dia bem cedo vários mensageiros do rei foram enviados em todas as 7 províncias, com uma mensagem a toda Valíria. O rei enviou um decreto dizendo que a partir daquele dia os comerciantes iriam pagar tributos e que estes tributos arrecadados iriam ser convertidos para ajudar os pobres e necessitados. E que todos receberiam ajuda medica, o qual iria ser enviado pela manhã juntamente com comida e agua também para todas as pessoas carentes e que quisessem ajuda.

O rei não conseguiu dormir por mais uma noite, estava exausto. Foi repreendido por Salazar sobre como estava obcecado pela plebeia.

− Infelizmente meu amigo eu cometi um erro e preciso reparar a tempo. Encontrei minha rainha e agora não posso deixar que ela vá embora de minha vida assim. Confesso que Alannis mexeu muito comigo e despertou em mim algo a muito tempo perdido.

− Se me permite meu rei, sugiro que o melhor a ser feito é descansar, a final de contas. Não quer ficar doente não é mesmo?

− Pois bem, você venceu, confesso que toda essa agitação, desses dias me deixaram fadigado. Quero me deitar, mas não paro de pensar no que ela achou do meu decreto. Será que ela virá aqui mais uma vez?

− Por que vossa Majestade não convida a família para um banquete? Assim pode aproveitar para perguntar sobre isto e outras coisas mais.

− Excelente ideia Salazar. Então faça isso, chame Bartolomeu e diga para trazer sua família para um banquete esta noite.

− Sim meu rei, farei isto e mais. Trarei ela até aqui.

− Sabe Salazar, meu pai sempre o estimou muito. Sempre me dizia que deveria ouvir os teus conselhos, que você sempre me protegeria e me orientaria. Não te vejo como meu comandante de guerra ou meu servo e sim como um irmão, um amigo. Afinal de contas você estava lá quando eles o mataram. Nunca irei me esquecer. – Disse Darius se deitando em sua cama.

− Eu também o estimo, meu rei. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para garantir a paz deste reino e sua felicidade. Irei partir agora mesmo e levarei comigo um presente enviado do meu rei para ela.

− Um presente? Bem pensado…Já sei, leve o guardião com você, ensine ela a montar nele. Este será o meu presente.

− Como o senhor quiser – ele se reverenciou e saiu.

Bartolomeu foi avisado que sua família iria vir para um Banquete. Ficou com o pé atrás, primeiro o decreto agora isto, estava tentando juntar os pontos e desconfiado dessa proximidade entre o rei e sua filha. Mas no fundo ele se alegrava.

Quem ficou realmente alegre foi Anna, ela primeiro se assustou com Salazar, mas depois o reconheceu. Então sorriu de orelha a orelha quando o convite foi feito. Alannis não disse uma palavra, não parava de alisar o cabelo do cavalo negro a sua frente. Mal podia acreditar que o rei havia o dado de presente.

Então elas partiram, o caminho era um pouco longo e Alannis pensava no rei e em muitas coisas inclusive ficou extremamente chocada com o decreto do rei. Pela manhã ao sair bem cedo, avistou uma movimentação fora do normal, e ao se aproximar escutou as pessoas gritando alto “Vida longa ao rei Darius”. Sem entender nada aproximou ainda mais e pode ler, afixado em uma taverna um decreto que dizia que o rei estava concedendo ajuda a todo o povo de Valíria com comida e cuidados. Alannis mal podia acreditar no que estava vendo, será que era o mesmo rei daquele dia. Foi então que ela se lembrou das palavras de sua mãe, dizendo que o rei saiu para procura-la e voltou levando consigo o seu pai, para algo importante.

Estava pensando nisto enquanto cavalgava de volta para o Palácio, sabia que iria ter que encará-lo novamente e se explicar do porquê fugira. Coisa muito séria para ela. Imagina só, sua vida estava mudando e com ela toda a Valíria.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo. Bjokas.



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