Dust n’ Shards: Um mundo pós-Guerra Infinita escrita por Jessyhmary


Capítulo 2
Capítulo 1 - Últimos Minutos


Notas iniciais do capítulo

E aí, spacewalkers!

Voltei aqui para o primeiro capítulo impactante dessa fic.
Decidi mostrar um pouco da emoção de alguns personagens no decorrer do "estalar de Thanos".

E temos surpresas no final!

Enfim, vamos, estou ansiosa! rsrs



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Jemma Simmons, Agente da S.H.I.E.L.D.

 

"Geralmente, quando se ouve sobre uma guerra a caminho, uma agitação se inicia. E aqueles que não suportam o conhecimento da ameaça acabam por se tornar uma.

Foi assim com o General Talbot, ou devo dizer... Graviton.

Fitz e eu nem imaginávamos o que estaria por vir quando aceitamos a missão de resgatar o doutor Franklin Hall das garras malvadas de Ian Quinn.

Skye havia acabado de se juntar a nós e se alguém me dissesse na época que ela seria a responsável por bani-lo da Terra e, por consequência destruí-lo, provavelmente riríamos dessa estória.

O que não sabíamos, o que desprezamos no meio do caminho era que, na busca por salvar a Terra de rachar feito um ovo nos perderíamos do foco.

Buscando a todo custo contradizer a linha aparentemente fixa do espaço-tempo e simultaneamente tentando salvar nosso líder da morte certa, fomos o escudo da Terra...

Mas não foi o suficiente.

As fronteiras entre nós e eles haviam sido rompidas há anos... Mas nem em mil éons poderíamos prever a obliteração de metade do universo por parte de uma ameaça que nem ao menos sabíamos existir. Pelo menos não antes que fosse tarde demais: Thanos."

 

Dublin, minutos antes do início das mortes

— Precisamos chamá-la.

— Ahn... Eu acho melhor não.

— Não está vendo os noticiários? Nem precisamos de um radar para saber que isso é maior do que nossas mentes podem imaginar.

— Oh, eu estou vendo. – Daisy balançou os braços, ligeiramente tensa. – Esse braço é maior do que o meu tronco, eu acho...

Aproximou sua mão de uma das telas para “medir” o braço da criatura com dois dedos.

— Então... Precisamos chama-la.

— Ah, gente... Qual é! Vocês não viram o que eu vi! – Ela deu de ombros, descendo da bancada e olhando para todos nós com os olhos arregalados. – Ele agarrou ela, tipo... com pegada! No meio do fogo cruzado. Nunca vi a May com uma cara tão de idiota como naquela hora.

          Mack segurou a risada e recebeu uma cotovelada silenciosa de Yo-yo.

— Você tem sorte de ela não estar aqui agora. – Piper pontuou com humor.

— Olha, eu sei que a situação no mundo parece estar de ponta cabeça... Mas o dia foi cheio... Lidamos com tudo hoje. Acabei de me injetar com um soro de centopeia zoado, não consegui salvar o Talbot e Fitz está...

— Perdido. – Completei, mesmo sabendo que era isso que ela ia dizer.

— Era isso que eu ia dizer.

— Eu sei.

          Fazia apenas algumas horas do fim de toda a bagunça que havia nos levado ao futuro e uma nova ameaça, aparentemente mais poderosa do que Graviton, havia chegado à terra.

As câmeras mostravam claramente o Homem de Ferro e o cientista Bruce Banner lutando ao lado de dois seres formidáveis que dominavam um tipo de luta aprimorada que conseguia alterar a realidade e criar portais.

Místico? Não sei ainda. Quando desconsiderar o improvável, apelarei para o impossível.

As ameaças certamente não são desse mundo e não sabemos o tamanho do risco que corremos.

Minha ideia é chamar a May e recomeçar o trabalho. Adiar um pouco minha missão de encontrar o Fitz apenas para garantir que ainda haverá um planeta para onde ele possa voltar.

Daisy está esgotada. De todos nós, ela é a que está mais fisicamente exausta e ainda a pouco ouvi ela chorando no banheiro. Coulson.

Nunca foi segredo para ninguém que ele foi como um pai para ela. E Coulson nunca escondeu seu apreço pela promissora hacker que se infiltrou em nosso avião e em nossas vidas tão facilmente.

Eu também tinha minhas perdas, ou quase perdas... Estava mais para um aperto na alma que só passaria ao ter Fitz acoplado em meus braços de novo. Mais uma promessa. Mais um abismo que o Universo colocou entre nós.

E que, como sempre iríamos transpor.

— Pessoal, vamos deixar a May fora disso... Todos sabemos quanto tempo ela e Coulson perderam juntos. Deixemos que ela passe os últimos... – ela engasgou, mas respirou fundo para completar a frase. – Ela ficará com ele até o fim. Não podemos tirar isso dela. Deles.

          Todos concordamos. Afinal, havia sido um dia cheio. E longo. E o pior... Estava longe de acabar.

 

Wakanda – Minutos antes do início das mortes

Wanda Maximoff – membro dos Vingadores

Depois da morte de Pietro, eu me vi sem chão. Literalmente.

Se não fosse pela benevolência e extrema perspicácia do Visão, certamente eu não existiria para narrar essa breve história.

Por ironia do destino, ele se encontrava agora à minha frente, implorando que eu destruísse a coisa que o mantinha vivo.

Não que ele precisasse da joia para ser quem era.

Mas a extração brusca resultaria em danos irreparáveis, culminando com a sua morte.

E eu não estava pronta para abrir mão dele.

Porém, quando Thanos nos encurralou, eu sabia o que era preciso fazer. Passei meus últimos minutos olhando com pesar nos olhos que me mantiveram viva por esses dois anos.

E mesmo assim... Tudo havia sido em vão.

A joia do tempo... A maldita joia capaz de manipular o agente mais voraz do universo. O irreversível, agora, era como um simples e pequeno relógio. Um toque sutil no sentido anti-horário e BOOM! Tudo voltaria ao que era.

E foi assim que vi o Visão morrer. Não uma, mas duas vezes.

E quando enfim chegou o fim, eu já estava quase morta.


 

Taiti, minutos antes do início das mortes

Philip Coulson, Agente da S.H.I.E.L.D.

— Você é um idiota.

          May aconchegou-se ao meu lado, sua pele reluzindo como uma joia e exalando um aroma de lavanda. Tão clichê e linda que eu não pude deixar de sorrir de lado.

— Eu não sabia como te contar, ora bolas.

— Nós estávamos em uma dança... Era o clima perfeito.

— Mas eu achei que...

— Você é um idiota, Philip – sua voz amansou e eu entendi o sentido de sua frase. Não era um insulto, afinal. – Meu idiota.

          E com um beijo que me pareceu durar uma eternidade, Melinda May interrompeu todos os meus pensamentos a respeito de sua própria existência na minha vida.

Ela era minha desde o dia um. E eu esperei a última semana da minha vida para toma-la para mim.

Engraçado como o destino não consegue ser engraçado.

Eu precisei viver duas vidas para me permitir amá-la com tudo o que eu tinha, e ela estava ali para mim no fim, como esteve desde o começo.

Tomei uma coragem absurda, como se pressentisse que os ventos naquela varanda não ficaram mais fortes por acaso.

— Eu te amo, May. Desde a primeira missão.

          Ela sorriu docemente, um sorriso convencido delineando seus lábios asiáticos que eu tinha acabado de beijar. Os cabelos envoltos numa toalha, a pele levemente marcada. Céus, eu estava em devaneios com essa mulher, como se fosse um adolescente de novo.

Como se soubesse que eu havia viajado novamente para o planeta Melinda, ela voltou a aconchegar-se em meu peito, seu coração em chamas, me queimando. Eu amaria essa mulher em qualquer universo que existisse.

— Eu sei, Phil. Eu também te amei desde o dia um.

Dublin. No momento do estalar de dedos catastrófico

 

Jemma Simmons, Agente da S.H.I.E.L.D.

— Galera, retiro o que disse.

          Daisy adentrou a sala, vestindo novamente seu traje de batalha.

— Você viu o mesmo que eu, Tremor? – Mack virou-se preocupado, trazendo consigo a atenção de Yo-Yo.

— Alguma coisa muito errada aconteceu. – Seus olhos procuravam alguma coisa pela sala de comando. – Droga! Onde o Coulson colocou?!

— Calma, Daisy – fui até ela com cautela, inconscientemente fechando minhas mãos em volta do meu pescoço. Tensa. – O que está procurando?

—  Um pager! Uma droga de pager...

— Pager? Coulson nunca nos falou sobre um...

— Nick Fury está morto.

          Daisy disparou a mil, seu peito subia e descia em uma agonia excruciante, dava para sentir a sala em vibrações quase imperceptíveis.

— Skye... – Minha voz vacilou, bem como meu senso temporal... – Digo... O que está falando?

— Jemma, você estava certa em querer chamar a May, mas... Não sei se teríamos conseguido fazer alguma coisa a respeito da ameaça.

— Dá pra parar de falar em enigmas, por favor? – Yo-Yo interrompeu nosso diálogo e fechou seus punhos metálicos. – Na minha língua.

— Você quer dizer em espan...

— Você entendeu o que eu quis dizer! – Vociferou Rodriguez.

          Ela não perdia o humor. Nunca. Nem se soubesse o que estava prestes a acontecer conosco.

— Coulson me deu uma coisa antes de ir. – Daisy começou – Era uma espécie de pager ou não sei o quê. Parecia tecnologia antiga. Ele me disse que era um comunicador de emergência... Uma linha direta com alguém muito poderoso que poderíamos contar quando a última linha de defesa tivesse sido destruída. – Suspirou e tomou um longo fôlego – Fury e Maria Hill desapareceram. Tipo, como se tivessem sido desintegrados por algum raio laser! Eu acabei de receber uma chamada dos EUA...

— Gente, olha...

          Piper apontou para o nosso painel. Vermelho. Pontos de energia. Frações de segundo. Aniquilação em escala global. Ou talvez até...

— Não foram apenas Fury e Hill que desapareceram – murmurei atônita e senti minhas pernas pesarem o suficiente para sentar inerte em uma cadeira. – Daisy, as câmeras. Pegue imagens em tempo real e coloque-as no painel. – Pronunciei quase sem forças, a cada palavra pronunciada, o medo de estar certa aumentava exponencialmente.

          Daisy digitou mais rápido do que o normal e então veio o baque.

Sabe quando a realidade não parece ser real? Quando o espaço parece estar se desdobrando em frente aos seus olhos? Foi como se o tempo tivesse parado de andar em seu curso normal e todo o poder estivesse convergindo para um único ponto. Minha mente trabalhando a mil e uma dor sufocando minha alma.

— As pessoas estão...

— Se desintegrando.

Mack completou e permitiu-se abraçar Yo-Yo como se quisesse impedir que aquilo pudesse chegar até ela.

— Mack...? Mack!

— Não. – Daisy murmurou baixinho e apertou os olhos, fechando-os com toda força. Desviei meu olhar dela e encontrei Yo-Yo de joelhos, apegando-se ao que parecia ser cinzas. – Mack.

          O tom meloso de Daisy tornou-se o meu, quando a realidade me bateu como uma luva pesada e brilhando em neon.

— O que está acontecendo? – Murmurei com pesar ao ver Piper se desfazendo tal como Mack, bem ali, na nossa frente.

          Olhei para os meus braços, eles estavam aqui. Firmes e intactos, diferentes dos de Davis que começavam a se desintegrar.

— Gente, eu não estou me sentindo bem... – ele cambaleou e caiu aos meus pés. – As coisas estão ficando...

— Meu Deus...

          Daisy ajoelhou-se, tampando seus ouvidos com as duas mãos e deixou uma torrente de sentimentos lhe invadirem por completo.

— Jemma...

— Precisamos fazer algo.

— Você ao menos entendeu o que aconteceu aqui? – Sua voz era chorosa, ela estava em estilhaços. – Nós perdemos.

— Não, Daisy... Nós vamos dar um jeito nisso. – Minha voz não era mais do que um sussurro, imagens de Fitz se desintegrando rondando minha mente confusa. – Você precisa se focar. Lembra-se do treinamento? Nada de deixar suas emoções levarem o melhor de você...

— Coulson, Fitz, Lincoln, Tripplet... Não aguento mais isso, Simmons! – Seus gritos saíram entrecortados, a voz esganiçada de dor. – Se você sumir... E a May...

— Nós vamos descobrir o que está acontecendo. – Segurei suas mãos e lembrei-me da Skye assustada de anos atrás. Ali estava ela. O tempo todo.

Ei, nueva directora. – Yo-yo surgiu atrás de mim, igualmente alarmada. – Vamos descobrir o que aconteceu. Com Mack, Piper, Davis... – ela deu uma pausa e engoliu em seco, atraindo minha atenção. – E com você.

          Meu olhar se tornou como vidro, recusando-se a sair de seu rosto choroso e preocupado e ganhar suas mãos, agora não tão íntegras quanto eu me lembrava.

— Jemma... Encontre o pager, a May e o Coulson, eu... Meu Deus... Não vou poder dizer adeus a eles...

          Um sorriso triste surgiu em seus lábios e ela apenas desapareceu como poeira e estilhaços.

— Daisy.

Murmurei, não conseguindo mais segurar as lágrimas e esperei desaparecer também, juntamente com Yo-Yo. Mas nada aconteceu.

Por alguma loteria maligna nós duas sobrevivemos ao que parecia ser um genocídio.

Que força do universo poderia acabar com tantas vidas num estalar de dedos?

— Jemma – A voz de Yo-Yo me despertou para a realidade. – Seu telefone... Tocando.

          Rodriguez estava tão perplexa quanto eu.

— Alô. – Atendi sem nem ver quem era.

O que diabos está acontecendo com o mundo?

          Era May.

E por que diabos Phil acabou de se desintegrar como farinha murmurando algo sobre um pager?


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Notas finais do capítulo

AAAAAHHHH! Socorro, que dorzinha na alma...
O que acharam?

#ItsAllConnected



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