As Lágrimas Do Assassino escrita por Flora Niandre
Notas iniciais do capítulo
Desculpem-me a demora!
Alguns dias se passaram. Apesar de Maka ter se acostumado com a presença do assassino de seus pais, sua raiva por ele crescia a cada dia.
Uma tempestade assola a região. Maka, se encontra há poucos metros da casa devido uma discussão com Soul. O rapaz a havia irritado chamando-a de “tábua”. De cabeça baixa, ela ouvia o som da chuva batendo no chão quando um barulho diferente que chamou sua atenção.
Levanta-se olhando para frente, alguém se aproximava. Um rapaz com roupas perfeitamente simétricas e três listras brancas somente de um lado da cabeça, carregava duas bolsas uma em cada mão. Ao ver Maka o desconhecido aperta o passo, alcançando a loira rapidamente. O estranho deixa as bolsas no chão, aproximando seu rosto do de Maka, a mesma cora violentamente, o rosto do rapaz tão próximo ao seu que podia sentir sua respiração. Inquieto, o rapaz levou as mãos no cabelo de Maka, arrumando suas maria-chiquinhas.
— Agora está perfeitamente simétrico — Diz radiante.
Maka não consegue responder sua voz. Ao ver que a moça não reagia volta a falar.
— Me chamo Death The Kid. Qual seria seu nome?
— M-Maka Albarn — Responde Maka recuperando sua voz.
— Maka-san...você saberia de algum lugar onde eu pudesse ficar até a chuva passar?
— P-pode ficar em minha casa, — Sugere virando-se em direção a casa. — Siga-me, Kid-san.
— Obrigado. — Kid agradece pegando suas malas no chão.
Assim que abre a porta, Maka sente algo sendo jogado em seu rosto, percebe tratar-se de uma toalha. Tira-a de seu rosto procurando encontrar de onde viera o objeto. Soul a encara com certa irritação.
— Seque-se senão ficará doente. — Diz.
Maka não responde, entra dando passagem a Kid. O rosto de Soul expressa profunda raiva ao ver o estranho rapaz entrar.
— Maka-san, não esperava que dividisse a casa com alguém — Kid olha-a surpreso.
— Esse é Soul. Soul esse é Death the Kid-san. Ele ficará conosco até a chuva passar — Apresenta Maka olhando preocupada as reações de Soul.
— Se não for muito incomodo...eu queria ficar em sua casa até que a chuva passasse, e também, queria sua permissão para construir uma casa no seu terreno para que eu pudesse viver. — Kid pede sem devaneios.
Soul permanece calado. Maka vira-se sorrindo para seu talvez novo companheiro de casa.
— Claro que pode, não é Soul? Kid-san sente-se. Eu farei algo quente para bebermos. — Aproximando-se do fogão, Maka acende o fogo.
Ignorando os olhares de Soul, Kid senta-se a mesa. Soul anda até o armário ao lado de Maka, com o pretexto de ajuda-la, abre a gaveta escolhendo a melhor faca.
— Então...o que o trouxe aqui, Death the Kid? — Pergunta Soul virando-se para o rapaz sentado à mesa, o braço direito para trás, escondendo a faca.
Maka percebendo as intenções de Soul, aproxima-se dele, segurando com firmeza seu pulso.
— Precisava de paz...para terminar meu livro. — Responde Kid, sem saber do que acontecia.
— E quanto tempo pretende ficar? — Continua Soul.
— Não é óbvio? Até eu acabar o livro. — Indiferente, o rapaz simétrico olha cada canto da casa.
Soul se move com raiva, mas é impedido pelo aperto de Maka em seu pulso.
— Por favor Soul — Maka implora num sussurro. — Deixe-o, ao menos esse. Deixe-o viver.
Soul a encara por alguns instantes até finalmente soltar a faca. Kid, que até então não suspeitava, ouve o barulho da faca caindo no chão. Para não assusta-lo Maka disfarça.
— Soul, deixei a faca cair, pegue-a pra mim, sim?
Soul se abaixa pegando a faca. Relutante entregue-a para Maka. Com nervos mais calmos, a loira cozinha uma sopa rala. A qual os três comem em silencio.
Terminado o jantar, Maka lava a louça, os rapazes continuam a mesa.
— Kid-san, que tipo de livros escreve? — Sem conter a curiosidade, Maka não consegue evitar a pergunta.
— Todos os tipos. — Responde Kid com certo orgulho.
— Então quando acabar de escrever seu livro, permita-me lê-lo.
— Gosta de ler Maka-san?
— Sim.
Satisfeito com a resposta que ouvira, Kid remexe em sua bolsa de onde retira três livros.
— Então lhe emprestarei esses. — Diz ajeitando os livros simetricamente em cima da mesa.
Maka se aproxima secando as mãos a fim de ver os livros. Lê os títulos com atenção e admiração, primeiro “O Assobiador”, o segundo “Até o mais amargo fim” e o ultimo “Histórias Espelhadas”.
— Obrigada, Kid-san! — Diz a loira sem conseguir conter a felicidade — Vou lê-los o mais rápido possível!
— Maka, quando irá tirar a roupa molhada? — Pergunta Soul irritado.
— Ah! Nem me lembrava. Kid-san você também esta ensopado devia se trocar. — Diz Maka apontando o cômodo à esquerda. — Pode usar o quarto para se trocar.
— Obrigado. Maka-san.
Kid levanta-se seguindo Maka que mostra-lhe o quarto, voltando a cozinha em seguida para que o rapaz possa se trocar em paz.
— Obrigada Soul — Agradece Maka sem olha-lo.
— Pelo que? — Soul a encara confuso.
— Por não matar Kid-san.
Antes que Soul pudesse responder, Kid retorna com roupas exatamente iguais as que usava antes.
— Você só tem roupas idênticas? — Soul debocha.
— Uso roupas simétricas, e essas são simétricas. — Kid senta-se a mesa novamente.
— Mas seu cabelo não é simétrico.
Kid lançou-se ao chão.
— Eu sou um lixo...
— V-vamos Kid-san, você não é um lixo, tenho certeza que ficará simétrico logo — Maka consola o rapaz olhando ameaçadoramente para Soul.
— Acha mesmo? — Kid pergunta num murmúrio.
— Sim, é claro! Ah, Kid–san, terei que deixá-lo se aconchegar na cozinha, tem algum problema para você dormir aqui?
— Problema nenhum, é uma casa pequena, afinal. — Responde se levantando.
—Certo, então.
Após se trocar, Maka retorna à cozinha trazendo consigo um colchão fino e cobertas para Kid, deixando que o mesmo se confortasse como quisesse.
##
Na manhã seguinte, comem o café da manhã feito por Maka, todos em silêncio. A chuva havia parado e o sol brilha forte.
Após o café, Kid começa determinado sua casa, construía com pedras que encontrava. Soul cuidava dos animais e Maka lia os livros.
Com apenas alguns dias, Kid termina sua casa. Uma casa pequena, mas perfeitamente simétrica, tanto dentro como fora. E a ultima noite que Kid passaria na mesma cada que Soul e Maka chegara. A loira não consegue parar de conversar com Kid sobre os livros que ele lhe emprestara. Ignorado por Maka, que estava absorta no assunto o tempo todo. Soul, num acesso de raiva sai da casa deixando os dois sozinhos. Kid levanta-se para ir atrás dele, mas é impedido por Maka.
— Deixe-o — Diz — Está só com ciúmes.
— Ciúmes? — Kid pergunta surpreso.
— Sim.
Andando sem rumo pela floresta, Soul é interrompido por um barulho que lhe chama a atenção, um ganido fraco. Aproxima-se procurando sua origem.
Com pressa, Soul quase derruba a porta ao entrar carregando algo em seus braços. Maka levanta-se assustada. Soul coloca-se à sua frente, estendo-lhe um filhote de raposa.
— Soul, o que é isso? — Pergunta Maka pegando o filhote com cuidado.
— Eu a encontrei, está machucada. — Responde Soul.
A raposa tinha uma das patas quebrada. Maka rapidamente improvisa um curativo, dando toda a atenção para a raposa. Soul sorri triunfante para Kid. Naquela noite Soul havia ganhado a atenção de Maka com a raposa.
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