Meu Querido Padrasto escrita por Suzanna


Capítulo 11
Divórcio


Notas iniciais do capítulo

Voltei!

E agora é pra valer. Tomei vergonha e comprei um computador novo!



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Lembrei-me dos dias ensolarados em que minha mãe me trazia café quentinho na cama e me acordava com um beijo na testa. Lembrei-me de quando era verão e íamos na praia com meu pai. O dia passava tão rápido que eu ficava sempre com o sentimento de querer mais. Suspiro e olho para o homem dormindo ao meu lado. Ele parece um anjo com seus cabelos loiros bagunçados e sua pele rosada. Eu não consigo evitar a sensação de me sentir culpada por destruir o casamento de minha mãe. Não consigo evitar de me sentir triste por tê-la decepcionado. 

Fecho os olhos e a imagem do meu pai vem em minha mente. Ele costumava dizer que eu não deveria evitar e me sentir culpada por algo que me faz feliz. Queria que minha mãe entendesse isso tanto quanto ele entenderia. Sinto um toque suave em minha perna e abro os olhos, me deparando com o homem de olhos abertos, sorrindo para mim. 

— Não deveria dormir sentada! - Brinca, arrancando-me um sorriso travesso. — Quero acordar todos os dias ao seu assim. Dessa maneira! 

— O que? Comigo sentada? 

Ele me puxa para cima dele e me abraça. — Não! Contigo ao meu lado, dentro dos meus braços, sentindo seu cheiro e tendo a visão do seu rosto. 

— Não pretendo fugir. - Brinco e ele beija o topo da minha cabeça.  

— No que estava pensando? - Pergunta. 

— Ainda não me acostumei com a ideia de que minha mãe me odeia e torce para minha infelicidade. - Respondo e ele suspira me soltando e se levantando. 

— Acho que a partir de hoje, ela odiará mais ainda nós dois. - Diz se pondo de pé e vestindo uma calça moletom que está jogada no chão. 

— Porque? 

— Darei entrada no divórcio. Provavelmente ela receberá a intimação. - Respiro fundo e passo a mão pelos cabelos. 

— Eu me sinto encurralada. - Resmungo e ele me olha preocupado. — De um lado quero viver feliz ao seu lado e do outro me sinto um monstro em ter feito isso com minha mãe. 

Ele se senta na cama e acaricia meu cabelo. — Meu amor! - Diz me puxando para um abraço. — Isso vai passar, te prometo! 

— Não acha melhor esperar um pouco? – Digo e ele se afasta me olhando pasmo. — Sei lá, pensar direito pra não se... 

— Arrepender? – Corta-me. — Eu não tenho motivo nenhum pra me arrepender, tenho certeza do que quero. Porque? Você quer desistir? 

Arregalo os olhos. — Não. Eu... – Bufo. — Eu só não quero perder minha mãe. – Meus olhos marejam. — Ela é a única pessoa que tenho na vida. 

— Isso não é verdade. Você tem a mim! 

— Eu sei. Mas ela é minha mãe, sabe?! – Ele assente. — Eu já perdi meu pai, não quero perder ela também. – Uma lágrima escorre dos meus olhos. — Queria que ela fosse como ele, que não media esforços para correr atrás da felicidade e que me entendia até do avesso.  

— Ela não é, mais você pode ser. – Chris diz atraindo minha atenção. — Seja forte como ele e corra atrás de sua felicidade. 

Fungo e sorrio. — Quando ele era vivo, eu costumava chegar em casa, andava até o quarto dele, abria a porta e me deitava ao seu lado na cama... – Choro . — Eu sussurrava um preciso de você! E ele abria os olhos, sorria pra mim e respondia estou aqui, o que houve? – Meu coração aperta. — No dia que ele morreu, eu entrei no quarto, me deitei na cama dele e repeti a mesma coisa, mais nesse dia, ele não abriu os olhos, não sorriu e não me respondeu. – Chris me abraça forte. — Minha mãe entrou no quarto e disse eu estou aqui para você agora! E foi ai que eu percebi que ela sempre esteve ali, mesmo quando eu sussurrava somente pra ele, ela estava por de trás da porta ou de coração.  

— Eu lamento muito! 

— Eu também. – Choro. — Éramos unidas até o dia que ela decidiu de casar contigo. – Ele me afasta e me olha triste. 

— Eu sinto muito que esteja passando por isso, mas, como acha que me sinto vendo todos sofrerem com isso? – Diz me pegando de surpresa. Eu nunca parei pra pensar nisso. — Lauren, eu não escolhi te conhecer e me apaixonar. Porém, também não me arrependo e nem me culpo disso. Porque se Deus te colocou na minha vida é por que é o certo e estou disposto a tudo pra ficar contigo. – Sorrio. — Sei que passaremos por tempestades, sofrimentos e muitas desavenças da vida, mais quero lutar por ti. Só não posso fazer isso sozinho! 

Eu observo suas feições enquanto fala e eu sinto como se o peso do meu corpo esvaziasse. Sinto que posso tudo quando estou com ele. Ele me olha desesperado e eu apenas pego sua nuca, puxando-o para um beijo urgente. 

***  

Sem coragem de encarar o mundo, eu permaneço em casa enquanto Chris sai para resolver suas coisas e trabalhar. Ando pelo apartamento enorme, procurando conhecer melhor meu mais novo lar. Abro uma porta e adentro um espaço que considero como seu escritório, Há fotografias de motos pelas paredes, uma mesa grande no centro e várias estantes de livros. Analiso as capas de alguns e procuro por algo que atraia minha atenção. Um livro em si, chama minha atenção. Ligados pelo amor! 

O som da campainha soa alto na casa, impedindo-me de lê-lo. Caminho vagarosamente pelo chão gelado até a porta de entrada e abro a mesma. — Olá! 

— Dom? - Ofego. Eu não o vejo desde que o deixei e fui atrás do seu irmão. — O que faz aqui? - Resmungo e olho para baixo. — E com uma mala? 

— Posso entrar? 

Pisco. — Claro. - Lhe dou passagem. Ele adentra o apartamento, arrastando sua mala pela sala e se aproxima do sofá, sentando-se logo em seguida. Fecho a porta e me junto a ele. — Está tudo bem? 

— Sim. - Respondo me olhando fixamente. — Eu vim me despedir, Lauren! - Arregalo os olhos. — Chris não te falou, não é? - Dou de ombros. — Eu aceitei ficar em seu lugar em Paris! 

— O que? Mais porquê?  

— Eu preciso disso! - Respondi se levantando. — Eu passei muito tempo na sombra do meu irmão, Lauren. E foi por isso que eu me senti tão mal quando descobri que amava ele. - Ele suspira colocando as mãos nos bolsos. — Ele sempre tinha tudo, até mesmo o que eu desejava. E ele fazia isso sem querer e sem perceber. - Sorri. — Por isso nunca o odiei! 

— Eu sinto muito por tudo que passou por minha causa e... 

— Não foi sua culpa! - Corta-me. — Essa é minha chance de crescer. - Me olha. — De ser alguém, de fazer algo importante na minha vida. - Se aproxima de mim e me estende a mão. Eu agarro-a e ele me convida a levantar. Ele solta minha mão e então acaricia meu rosto. — Chance de recomeçar e te esquecer! 

— Dom, eu.... 

— Deus, como eu te amei! 

Fecho os olhos sentindo seu toque acariciar minha bochecha. Sinto sua respiração em meu rosto e abro os olhos, surpresa. Me deparo com seus olhos azuis e sua boca próxima a minha. — E ainda amo! - Diz e eu prendo a respiração. De repente desvia da minha boca, depositando um beijo em minha testa. — Se cuida! - Meu coração para vendo-o se afastar e pegar sua mala. — E seja feliz. 

— Dom! - Grito e ele para por um segundo. — Obrigada por tudo. - Uma lágrima rola dos meus olhos, observando-o caminhar até a porta, abrir a mesma e sumir do meu campo de vista. Caio no sofá e fecho os olhos. Você continua perdendo as pessoas, Lauren! 

Chris Evans 

— Eu não me importo em ter que dividir parte das minhas ações com ela. - Resmungo para o advogado em minha frente. Que reunião! — Eu só preciso que isso seja o mais breve possível.  

— Sr. Evans, tentaremos um divórcio amigável. Ou seja, com o consenso dela. - Responde. — Mais temo que se ela não aceitar, teremos que correr para justiça e isso leva tempo. 

Passo as mãos pelos cabelos e bufo. — Quando a intimação estará pronta? - Pergunto pegando uma caneta de cima da mesa e batendo-a freneticamente na mesma.  

— Posso agilizá-la para hoje.  

— Ótimo! - Molho os lábios. — Tem duas horas para ela está em minha mesa. Quero entregar e conversar com ela pessoalmente. 

— Sim senhor! - Ele se levanta e caminha até a porta, assim que a abre, a figura ruiva surge na porta. — Com licença... 

Ele sai e dá espaço para mesma adentrar. — O que quer? - Resmungo assim que Scarlett entra na sala. Ela fecha a porta e se aproxima. 

— Conversar. 

— Scarlett, não concordo com o que fez ontem... 

— Fala do beijo, da declaração ou de sua vadia achando que pode brincar comigo? - Devolve e eu sorrio debochado. 

— Vá para o RH e pegue sua carta de demissão. - Digo fazendo-a arregalar os olhos. — Você morreu para mim a partir do momento que mexeu com a minha futura esposa. 

— O que? - Grita. — Vai mesmo abandonar sua família por uma garota que conheceu há uns dois meses, ou sei lá? 

— Você não é minha família! - Levanto-me. 

— Não acredito que está mesmo querendo se casar com aquela menina mijona. - Grita e franzo a testa com ironia. 

— Aquela menina mijona... - Me aproximo dela. — Me faz gozar como homem! - Cuspo as palavras e vejo a raiva em seus olhos. — Não deixarei o Tristan desamparado, mais meus laços contigo estão cortados a partir de hoje! 

— Seu irmão estaria decepcionado com você. - Rebate tentando me abalar. — Ele jamais concordaria com isso tudo. 

— É mesmo? - Pisco. — E o que acha que ele sentiria se soubesse que você tinha desejos pelo irmão dele? - Ela engole em seco e vejo algumas lágrimas em seus olhos. — Ou melhor, que você se tornou essa mulher amargurada e com coração cheio de maldade. 

— Você... 

— Saia daqui... - Peço educadamente. — E nunca mais volte! - Lhe dou as costas e volto a me sentar na poltrona, pegando os papéis e ignorando sua presença. 

*** 

Ouço o som de alguém bater na porta e depois a mesma sendo aberta. — Sr. Evans, aqui estão os papéis do divórcio.  

— Maravilha! – Me levanto e pego os mesmos, saindo da sala. — Molly! – Chamo a garota que vem correndo em minha direção.  

— Senhor? 

— Por favor, cancele toda minha agenda desta tarde. – Ela assente. — E por favor, selecione umas garotas para o cargo de minha secretária. – Finalizo. 

— Mais e a Scarlett? – Pergunta. 

— Não faz mais parte da equipe. – Respondo e o telefone toca. A garota corre para atendê-lo enquanto caminho para o elevador. 

— Senhor! – Me chama e eu paro, olhando-a. — É a sua mãe.   

— Transfira pra meu escritório. – Digo voltando para minha sala, fechando a porta e pagando o telefone do gancho.  

— Chris? – Ela diz do outro lado da linha. 

— Sim, mãe.  

— Liguei para avisar que seu irmão já viajou. – Arregalo os olhos. 

— Ele estava com tanta pressa que nem se despediu. – Brinco . — Mais vai dar tudo certo, mãe. – Ela suspira. — Vamos, fale. Sei que não ligou para isso. 

 Você demitiu a Scarlett? 

— Nossa, ela foi rápida. – Sorrio. 

— Porque fez isso? 

— Ela não te contou? 

— Não. – Responde e eu sorrio com ar de deboche. É claro que ela não iria contar, ela cavou a própria cova. 

— Simplesmente ela teve a audácia de aparecer ontem no meu apartamento, enquanto eu estava com a Lauren e se declarar para mim. – Resmungo e ouço minha mãe suspirar. — Além de que ofendeu a Lauren, ou seja, sem condições de trabalhar no meu espaço que ela. 

— Eu não acredito que ela fez isso. – A mulher bufa. — Você é irmão do falecido esposo dela, você é  cunhado dela. 

— Por isso, não a quero mais na minha empresa. 

— Querido, lembre-se de que a empresa não é somente sua. - Reviro os olhos. — Mais confio em seu julgamento e sei o quanto é justo. Porém, você sabe em quem temos que pensar com essa sua decisão. 

— Sim, eu já pensei e deixei muito claro para ela que estou disposto a arcar com uma pensão todo mês para o Tristan. 

— Outra coisa, filho! - Ela suspira. — Eu não posso colocá-la para fora da nossa casa, afinal ela faz parte da nossa família e seu irmão confiava em nós. 

— Não te pediria isso, mãe. - Resmungo. — Não precisa fazer isso. Apenas quero pôde chegar ai com Lauren sem ela ter que espirrar seu veneno. 

— Conversarei com ela sobre isso ou eu mesma a colocarei para fora daqui! 

— Obrigado! 

Encerro a ligação e coloco o telefone de volta no gancho. Pego novamente os papéis de cima da mesa e caminho para o elevador. Respiro fundo. Preciso está psicologicamente preparado. Pego meu celular e disco o número da garota. 

Após alguns toques, ela atende. — Oi. 

 Meu amor! Está tudo bem? - Pergunto assim que percebo sua voz chorosa. — Esteve chorando, Lauren? - Ela suspira. 

— Dom esteve aqui. 

— É, ele foi embora. - Suspiro. — Mais por que está chorando? 

— Porque não queria ter bagunçado tanto a vida dele, de ninguém. - Chora. — Não queria fazer ninguém sofrer. 

— Engraçado, eu tenho a impressão de que a única que está sofrendo é você. - Bufo e ela fica muda. — Todos estão seguindo sua vida e você continua se martirizando. - Digo irritado. — Essa é uma oportunidade de o Dominic crescer, ele precisava disso. 

Um silêncio paira na ligação e depois escuto um suspiro.  Tem razão! - Ela diz. — Me desculpe por isso.  

— Não precisa! 

— Aonde está? - Pergunta. — Cansei de ficar sozinha.  

— Estou indo na sua casa e já estou indo pra ai. 

— O que fará lá? 

— Os papéis do divórcio saíram! 

*** 

Toco a campainha umas três vezes até que finalmente uma silhueta abatida surge na porta. — O que faz aqui? - Curta e grossa. 

— Não tem comido? - Pergunto observando sua feição. 

— O que faz aqui? - Repete entrando e me dando passagem. — Cansou de sua aventura e voltou pra sua mulherzinha medíocre? - Debocha e eu rio, adentrando a casa bagunçada e abafada. 

— Não. Até porque Lauren não é uma aventura! 

— Ah, desculpe! - Tossi. — Eu sou, não é?! - Senta-se no sofá. — Não me faça perguntar de novo, por favor... 

Assinto e lhe estendo os papéis. — Aqui! 

— O que é isso? - Pergunta pegando os papéis. — Divórcio? - Pisca enquanto lê. — Realmente está com pressa para se livrar de mim, hein? Como conseguiu isso tão rápido? 

— Advogado! 

—  Claro. O que um sobrenome não faz. - Joga os papéis ao lado e me olha. — O que quer que eu faça com isso mesmo? - Ri. 

— Não dificulte as coisas, Jennifer! - Digo me sentando ao seu lado. — Assine logo isso e nos livre de um tribunal. 

— Foi tudo uma mentira? - Olha-me nos olhos. 

— O que? 

— Tudo isso. - Responde circulando-nos. — Nós! 

Suspiro. — Não! - Resmungo e ela sorri. — Eu realmente gostei de você. - Ela se aproxima de mim e segura meu rosto. Pego suas mãos e afasto. — Mais nunca foi amor! - Seu rosto entristece. — Você é uma mulher incrível, mas meu coração escolheu sua filha. - Ela abaixa a cabeça. — Me perdoe! - E de repente, ela cai com a cabeça em meu colo. — Jennifer? - Chamo-a. — Ei? - Cutuco-a e sem resposta. Pego sua cabeça com cuidado e vejo seus olhos fechados. — Merda! - Me contorço e pego-a no colo rapidamente levando-a para o carro. 

Lauren Foster 

Leio algumas páginas do livro e então paro para pensar no que Chris me disse. Eu sou a única que está sofrendo e se martirizando? Porque me sentir culpada de estar feliz? Sinto meus sentimentos relaxarem um pouco, como se eu estivesse a ponto de entender que não preciso me sentir assim. Meu celular vibra encima da mesma e vejo uma mensagem do Chris. 

—Venha ao hospital, sua mãe passou mal e precisa de você! - Chris. 


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Notas finais do capítulo

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Aqui vão os links...

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