Ted Lupin e o Herdeiro de Greyback escrita por Leo Fi


Capítulo 1
One Shot




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A Lua Crescente era emoldurada pela janela escancarada e sua luz iluminava todo o quarto. Quem entrasse ali veria um cômodo relativamente arrumado, a não ser pelas paredes, onde havia um número impressionante de pôsteres. A maioria com a temática de skates, alguns de bantas de rock, outros de belas mulheres de biquíni e tinha os que se mexiam, na qual se via pessoas voando em vassouras, rebatendo e lançando bolas. Na cama, alguém roncava sob as cobertas onde só se via um tufo de cabelos loiros. Imediatamente na parede a frente da cama em meio a pôsteres e prateleiras de livros tinha um relógio cuco de madeira, mostrando que faltava poucos segundo para a meia-noite. Quando os ponteiros ficaram sobre o 12 uma portinhola logo abaixo se abriu e onde devia surgir um pássaro cuco saiu um lobo que uivou tão alto que o som se propagou pela casa toda.

— Teeeeeeed!

Gritou uma voz idosa de mulher em algum lugar da casa.

Quase imediatamente Ted Lupin se sentou reto na cama e seus cabelos loiros, desarrumados pelo travesseiro, se tornaram branco giz. A porta se abriu e surgiu uma mulher de cabelos castanhos estavam salpicados de mexas brancas. Ted olhou para ela e sorriu meio desperto meio dormindo.

— Boa noite, vó! Dormiu bem?

— Ora essa, eu teria dormido bem se esse relógio que nem é um cuco não fosse tão escandaloso. Eu não tenho mais idade para isso, Theodore.

Exasperou-se a avó..

— Que isso vó, a senhora está na flor da idade.

Ted foi sincero, apesar da idade, sua avó ainda mantinha a beleza da juventude só que agora com um ar respeitável de uma senhora de idade. Andrômeda sorriu contrafeita com o elogio e olhou o cuco.

— Você não tinha um compromisso a meia noite? Vai chegar atrasado na própria formatura dos Aurores.

Ted olhou para o relógio e pulou da cama, vestia um pijama estampado com a lua em suas varias fases.

— É a meia-noite e meia, mas a senhora está certa, não posso me atrasar e errr… Eu preciso me vestir.

Disse sem graça. Andrômeda rolou os olhos para cima.     

— Não tem nada aí que eu já não tenha visto.

Disse a senhora em um tom sarcástico, porém, saiu mesmo assim, fechando a porta.

Ted não levou nem cinco minutos para se trocar. Foi até a mesa de cabeceira onde tinha um velho abajur e dois porta retratos. Em um deles ele estava abraçado a uma garota loira muito bonita. Pegou sua varinha em cima da mesa de cabeceira e com um aceno de varinha, trocou seu pijama por uma calça djeans e uma camisa preta estampada com o nome de uma banda de Rock. À sua frente surgiu um par de All Star com meias dentro que ele calçou rápido. Dentro do armário tirou um sobretudo de couro preto e um skate de rodas prateadas, onde na parte de baixo da prancha de madeira, tinha o desenho de uma fênix. Olhou para seu reflexo no espelho que ficava na parte interior da porta no armário.

— Pelas ceroulas de Merlin!

Exclamou, surpreso. Seu cabelo estava branco e todo despenteado. Ted se concentrou e imediatamente o cabelo se ajustou e ficou num tom de azul escuro. Satisfeito, saiu do quarto, correndo escada a baixo onde encontrou sua avo na cozinha preparando um chá. Ele a beijou na testa e saiu pela porta que dava para a parte dos fundos da casa.

Ted estava excitado e nervoso. Depois de 3 anos treinando incessantemente e sendo testado de diversas formas, finalmente seria um Auror, assim como seu padrinho. Desde que ouvira as historias antigas de como Harry Potter e seus amigos haviam derrotado o Lord das Trevas e principalmente as histórias de seu pai e sua mãe, decidiu que queria combater as artes das trevas. Sua mãe era uma Auror e seu pai, bem... Nunca conseguiu um emprego estável na vida, mas Ted tinha certeza de que se não fosse o fato de seu pai ser um lobisomem ele teria sido um Auror também e um muito bom, levando em conta como seu padrinho falava sobre ele e o quão corajoso era.

Seguia em velocidade moderada no seu skate, tomando impulso, ora sim ora não, com o  pé. Era apenas pelas aparências, para os trouxas não acharem estranho um Skate que se movia sozinho, sem motor. Desde que Ted viu uns trouxas num parque praticamente voando em rampas com seus skates, quando era pequeno, ao passar de carro com seu padrinho, decidiu que queria aquilo e não parou de praticar desde que ganhara o primeiro. De início se ralava todo ao tentar fazer as manobras e treinava sempre que podia nas férias de Hogwarts, já que não podia levar o veiculo para a escola e nem tinha como usar no castelo e em seus terrenos, porém com o tempo acabou ficando muito bom. As vezes só usava magia pra andar quando queria relaxar, como hoje. Victorie, sua namorada dizia que, seu skate era encantado de tantas formas que poderia ser enquadrado pelo setor de Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas.

Ted olhou para o relógio de pulso e viu que faltava 10 minutos para meia noite e meia. Com um pulo e uma manobra onde o skate girava no ar, desapareceu por uma rua deserta, surgindo logo depois caindo em cima da prancha. Olhou para os lados para garantir que não foi visto e se virou para um galpão abandonado na parte industrial de Londres. A travessou a rua na direção do prédio com o Skate de baixo do braço e se dirigiu à entrada que estava selada por chapas de madeira. Em uma placa de madeira atravessada na entrada tinha um pequeno símbolo que Ted reconheceu como sendo o do Ministério da Magia gravado a fogo e logo a baixo a marca de duas palmas - esquerda e direita - também feita a fogo. Ted pôs a mão que usa a varinha sobre uma das marcas e logo em seguida a passagem selada oscilou como uma miragem. Ted, guardou o skate no bolso interno do sobretudo, respirou fundo e entrou.

Ao atravessar a entrada mágica, Ted se deparou com um espaço amplo feito de pedra negra rústica, do piso ao teto. Não tinha janelas, porém, várias tochas de ferro preto estavam espalhadas pelas paredes a intervalos e a cima um grande lustre do mesmo material das tochas. A luz alaranjada e bruxuleante emitia várias sombras formadas pelo grande número de bruxos e bruxas que estavam espalhados por ali, alguns isolados, encostados na parede conversando, outros formando grupos. O grupo maior estava logo a baixo do grande lustre como se estivessem olhando para algo no chão. A julgar pela atmosfera sombria do ambiente as pessoas ali aparentavam estar bem alegres apesar de uma leve ansiedade. Alguém acenou do meio do grupo logo abaixo do lustre e Ted sorriu se perguntando por que não tinha visto Chuck, afinal era o único cujo cabelo estava no estilo moicano. Não chegava a ser extravagante, era mais curto, porém de um vermelho vivo pintado por magia. Chuck originalmente tinha o cabelo louro escuro quase castanho. Em suas orelhas tinha um brilho refletido que Ted sabia ser de seus espaçadores de prata.

Ted Lupin e Chuck Mcnamara eram melhores amigos desde Hogwarts. Apesar de Ted ser da Lufa-Lufa e Chuck da Grifinória, se tornaram inseparáveis desde o Expresso de Hogwarts. Mesmo naquela época Chuck tinha um estilo alternativo para os padrões bruxos e trouxas, na maioria das vezes. Influência de seus tios, trouxas, que o criaram e que tinham uma banda de Punk Rock. Chuck era um nascido trouxa, seus pais tinham morrido em um acidente de carro onde só ele, filho único, sobreviveu. Ele não gostava de tocar no assunto, tinha sete anos na época e meio que se culpava. Mas ali estava ele, prestes a se tornar Auror e Ted não poderia estar mais contente com isso, passaram por muita coisa juntos no treinamento.

Ted se aproximou e alguma coisa lhe dizia qual o motivo de todos estarem olhando para baixo, sorriu ao confirmar suas suspeitas, quando chegou no meio do grupo e ouviu uma voz feminina, falsamente severa.

— Está atrasado, Lupin.

Era uma moça bonita de cabelo preto e curto estilo Chanel cobrindo um dos olhos. Usava um casaquinho preto de couro de dragão, por cima de um vestido verde escuro, até os tornozelos, com uma abertura no lado da perna. Nos pés, calçava botas de cano alto, do mesmo material do casaco. O olho, que não estava coberto por parte do cabelo, era de um preto profundo e o olhava com um brilho intenso, como uma água pronta para agarrar um coelho desavisado. A boca com batom vermelho vivo, tinha um meio sorriso irônico, crianco covinhas na bochecha. Estava sentada numa poltrona estilo Luiz XV com espaldar alto. A madeira escura cheia de ornamentos envolvia o encosto e o acento de cor verde esmeralda. Pela postura reta e pernas cruzadas sentada no meio do grupo parecia alguém da nobreza britânica, coisa que Ted sabia que ela se julgava assim, ou pelo menos fingia bem.

— Deixa ele, Michelle, você não chegou nem 10 minutos antes dele e ainda ficou sentada nesse trono conjurado.

Disse Chuck em sua defesa. Michelle olhou para Chuck, se fingindo de ofendida.

— Chuck Mcnamara, eu sou uma rainha, não posso fazer nada se não reconhece minha realeza. E Ted já é bem grandinho a menos que o texuguinho precise de um leão para se defender.

Alguns que estavam em volta riram, outros fizeram sinal de negativo com a cabeça como se não acreditassem que os dois estavam tendo aquela conversa. Até Ted riu. Aqueles dois não paravam de se digladiar quando se viam e se viam bastante, já que junto com Chuck, Michelle era sua melhor amiga.

Ted se lembrava de quando se conheceram no Expresso de Hogwarts aos 11 anos. Carregava sua mala até a cabine onde um Chuck muito nervoso estava sentado olhando para a janela acenando para um casal de aparência bem pitoresca na plataforma. Ted descobriu depois serem os tios de Chuck. Os dois ficaram amigos depois de alguns minutos de conversa sobre a vida fascinante que ambos levavam. Ted sendo um bruxo e Chuck sendo um nascido trouxa que vivia num galpão/estúdio/casa onde ele e seus tios viviam e ensaiavam com a banda. Ted achava o corte de cabelo moicano de Chuck muito legal e Chuck achava fascinantes os cabelos de Ted mudarem de cor quando este queria. Os dois conheceram Michelle logo depois de o Expresso ter saído da estação 9 3/4 . Michelle havia entrado correndo na cabine onde os dois estavam, parecendo assustada e bastante agitada. Olhou para os dois, como que avaliando para quem seria melhor pedir ajuda, em seguida subiu o bagageiro e se escondeu onde estavam as malas dos meninos. Alguns segundos depois um rapaz mal-encarado do segundo ano entrou coçando furiosamente o rosto que estava vermelho e empolado. Perguntou agressivamente onde estava Michelle, a quem chamou de “pirralha repugnante” e por não gostar do tom prepotente do garoto, Ted e Chuck não contaram a verdade. Depois que o rapaz se foi e Michelle estava segura sentada com os dois na cabine, ela contou que tinha tacado Talco Coça-Coça no rosto do garoto depois que o menino a insultou por lhe ter esbarrado e derrubado sua caixa de Feijõezinhos de Todos os Sabores no chão. Ted e Chuck acharam tão divertido como Michelle havia resolvido a situação que os três se tornaram bons amigos dali para frente, mesmo que tivessem caído em Casas diferentes. Ted foi para a Lufa-lufa, Chuck para a Grifinória e Michelle para Sonserina. Depois de todos os anos posteriores aprontando de tudo na escola, agora eles se tornariam Aurores juntos. Hoje seria a formatura deles. Ted se perguntou em que momento seus superiores apareceriam para cerimônia quando ouviu um barulho vindo do outro lado do aposento. Todos olharam naquela direção.

 

O clima mudou de uma hora para outra e o nervosismo que antes estava contido se intensificou. As conversas cessaram, posições antes relaxadas se tornaram tensas e todos olhavam para a grande porta de elevador industrial, surgindo na parede imediatamente no lado oposto à porta por onde Ted entrou. No tempo que Ted levou para perceber a porta surgindo, Michele desfez a poltrona e estava em pé ao seu lado com Chuck suando do outro. A porta apareceu por completo e uma luz vinha de baixo, o barulho das máquinas parou e a porta se abriu. Cobertos pela luz intensa e azulada do elevador saíram um grupo de uns dez Aurores liderados por um bruxo de meia-idade, cabelos bagunçados e óculos redondos. No rosto pálido podia se ver a cicatriz de um raio na testa de Harry Potter. Apesar de ser a formatura Ted achou aquele número de Aurores bem grande para uma cerimônia. Dentre os que acompanhavam seu padrinho, estavam Dino Tomas e Ronald Weasley, cuja presença preocupou Ted, já que pelo que sabia Harry só chamava o “tio” Roni quando alguma coisa realmente séria acontecia. Talvez fosse preocupação excessiva, se fosse algo realmente sério os dois viriam acompanhados da “tia” Hermione, ai sim seria motivo para preocupação. Assim que os Aurores saíram do elevador, a porta do mesmo se fechou e começou a desaparecer deixando com o ambiente mais escuro e alaranjado das tochas. Harry se adiantou e olhou bem para o grupo de novatos que o olhavam com admiração e respeito. Com uma expressão cansada e um meio sorriso, Harry se pronunciou.

— Enfim chegou o momento onde vocês se tornam oficialmente Aurores. Apesar de eu estar contente que vocês passaram pelos testes rigorosos de nosso treinamento, infelizmente tenho que informar que o dia da formatura de vocês será o dia de sua primeira missão.

Ted se odiou por estar “meio” certo. Realmente alguma coisa séria estava acontecendo. Harry continuou.

— Dino, por favor.

Pediu, Harry. Prontamente, o Auror se afastou dando alguns passos para o lado. Acenou com a varinha e fez surgir um quadro negro de uns três metros quadrados, que flutuava à vista de todos. Um rosto feio porém jovem surgiu desenhado em giz brilhante seguido de um nome em baixo: Trevor Greyback. Ted ficou tenso de repente ao ler o nome e cerrou os punhos. Chuck, engolindo em seco e olhou com preocupação para o amigo enquanto Michelle estreitava os olhos para o desenho.

— Sim, sim eu sei que o nome traz um certo desconforto para alguns de vocês.

Disse Harry olhando de relance para Ted.

— Porém, precisamos analisar com calma essa situação. Como vocês sabem esse tal de Trevor Greyback tem surgido nos noticiários causando alarde e pânico na comunidade bruxa. Seus seguidores que foram capturados disseram nos interrogatórios que ele pretende “trazer a glória aos Lobisomens, pelo descaso que sua espécie sofreu no passado e…”

— Ele é realmente filho de Greyback, como diz no Profeta?

Ted se virou surpreso para Michelle, que tinha se adiantado a ele e feito a pergunta. Ela tinha uma expressão séria e avaliativa. A mesma expressão de quando usava para pensar numa resposta para uma questão de prova ou na pergunta de um instrutor.

— Na verdade, não sabemos. Ninguém que tenha conhecido Fenrir Greyback no passado, seja do lado Comensal ou do nosso, sequer imaginava que o Lobisomem pudesse ter uma esposa, quanto mais um filho. Apesar de inconclusivo, achamos que Trevor esteja usando o sobrenome do antigo facínora para gerar pânico e conseguir seguidores para sua causa.

— E que causa seria essa?

Perguntou Jannus, um dos colegas formandos.

— E por que o Quartel General não o prendeu ainda?

Cortou Ted, olhando inquisitivamente para o padrinho.

— Já faz um tempo que ele tem aparecido nos jornais, o que os veteranos estão fazendo que não o meteram em Azkaban?

Concluiu, com uma nota de acusação na voz. Boa parte dos formandos prenderam a respiração, olhando do General para Ted. Michelle o apertou de leve no pulso e Chuck pôs a mão em seu ombro, sussurrando: Segura a onda ai maninho. Rony, logo atras de Harry, imperceptivelmente, lhe deu uma piscadela condescendente. Harry pareceu não se abalar ante a insubordinação de Ted, mas foi firme ao responder.

— Você, com suas notas e a forma excelente com que passou em todos os testes para estar aqui, já deveria saber que não é tão fácil quanto parece resolver as coisas como a gente quer, Theodore.

Ante ao pronunciamento de seu nome,Ted engoliu em seco, mas manteve os olhos fixos no padrinho. Podia parecer estranho que Ted se importasse tanto com um possível filho de Greyback. Ele era recém nascido quando seus pais morreram na Batalha de Hogwarts, mas sempre soube, pelo próprio padrinho, a forma como seu pai havia sido transformado em Lobisomem ainda na infância e tudo o que tinha passado posteriormente. A vida pobre que levou por conta do preconceito dos bruxos contra os licantropos e o risco que correu ao ter um filho. Ted poderia ter nascido um lobisômem e tudo por que um homem mau e rancoroso atacou uma criança indefesa. Ted queria tirar a limpo essa história, saber que tipo de criatura ataca uma criança e decide ter um filho e também por que esse suposto filho decidiu seguir o mesmo caminho.

— Respondendo a pergunta de Jannus e a de Ted, pelo que nosso pessoal apurou ele quer fazer um Levante Licantropo. As ultimas notícias de nossos informantes dizem que ele pretende montar uma representação junto ao Ministério da Magia e criar um Estado próprio, apenas para Lobisomens e outras criaturas das trevas que queiram aderir ao movimento e ele já escolheu o lugar, que por um acaso fica dentro do território britânico.

A consternação foi geral diante àquela revelação.

— E tem mais, ele diz que as leis aprovadas posteriormente á queda de Voldemort, que por um acaso, a maioria são de autoria da Juíza Weasley, "não contemplam os verdadeiros anseios da comunidade de lobisomens".

— O que demonstra o quanto esse sujeito é dodói da cabeça, já que minha esposa não costuma errar nessas coisas. 

Concluiu Rony. Por algum motivo todos concordaram com essa afirmação. Harry continuou.

 - Nós estamos monitorando as ações de Greyback desde que os rumores sobre ele surgiram, mas o sujeito é esquivo e tem a proteção de muitos bruxos escusos que querem lucrar com esse embróglio político que ele está forçando sobre nós. Mesmo assim suas ações nunca chegaram a ameaçar seriamente a comunidade bruxa, e até então não foi provado que os recentes ataques de lobisomens foram praticados por ele ou seus seguidores, já que sempre houve ataques de lobisomem, ocasionais, por um descuido ou outro. E mesmo assim, ele nunca teve muita adesão de outros lobisomens, pelo menos não até o presente momento.

O silêncio no ambiente era sepulcral. Todos prestavam atenção ás palavras de Harry. Até então todos os formandos ali presentes pensavam que hoje seria uma noite de comemoração do longo e árduo período de treinamento que se submeteram. Mas pelo visto as coisas não seriam tão fáceis assim e teriam seu verdadeiro teste naquela noite. Esperaram resolutos, seu General e herói terminar o briefing.

— Agora o que eu vou passar pra vocês é informação ultra sigilosa do Ministério da Magia e jamais poderá sair daqui, estejam entendidos! O Departamento de Mistérios estava desenvolvendo uma cura para a licantropia e os últimos resultados foram promissores até serem testados in loco. O que aconteceu foi que a poção não retira a maldição, mas faz com que a transformação seja controlável, até mesmo fora da Lua cheia, porém a contaminação é duas vezes pior sendo o lobisomem capaz de contaminar sua vítima até quando não está transformado.

— Mas a poção está bem segura no Departamento de Mistérios, né?

Perguntou, Chuck, já imaginando a resposta.

— É ai que tá, colega, ele foi roubado ontem, um barril inteiro dela sumiu de onde estava guardado.

Concluiu Rony, fazendo uma careta de desgosto.

— Francamente, o único Mistério daquele departamento é descobrir como não ser invadido.

O silêncio deu lugar a murmúrios e conversas, alguns escandalizados outros de consternação. Era natural estarem nervosos. Não precisava ser uma Hermione para saber o quanto aquela poção nas mãos erradas poderia causar, principalmente nas mãos de Trevor e sua ideia de construir um Estado Lobisômem, onde poderiam transformar qualquer bruxo num potencial aliado. Se houvesse um ataque em massa desses super lobisômens a população bruxa seria superada rapidamente. Alguma coisa dizia a Ted que era exatamente isso que iria acontecer.

— Sim, sim foi roubado e sabemos que está com Trevor e seus seguidores.

Disse Harry em voz alta, acenando para que se calassem.

— E é por isso que hoje vão ter sua primeira missão. Precisamos do máximo de Aurores disponíveis. É claro, como hoje seria a formatura e o ingresso no departamento ainda não foi oficializado, vocês serão voluntários, sem penalidade para os que recusarem, mas lembrem-se do que está em jogo aqui.

Todos pararam e olharam para o General. Ted não precisou olhar seus companheiros para saber que aceitariam qualquer coisa que viesse, principalmente se fosse uma ordem direta d’O Menino Que Sobreviveu.

 

Depois de ouvirem o plano do General as equipes se dividiram. Um veterano pra cada 3 novatos. Harry ficou com Ted, Michelle e Chuck, Rony com Jannus, Tobby e Rebecca, Dino com Agro, Isla e Emily. Um dos Aurores veteranos trouxe uma caixa de madeira, de onde cada grupo pegaria uma chave de portal, previamente encantada, que os deixariam nos lugares marcados pelo mapa, desenhado por Dino e mostrado para todos na lousa magica. Depois que cada grupo estava com seu objeto, desapareceram em meio á luz azulada, para reaparecer no meio de uma floresta silenciosa e escura. Assim que a sensação de incompreenção e sufocamento do portal terminou, Ted firmou o pé no chão e sacou sua varinha. Quase ao mesmo tempo, Harry e seus companheiros fizeram o mesmo.

Era uma noite agradável, apesar do que enfrentariam. Ao longe Ted avistou uma cadeia de montanhas e a reconheceu imediatamente, apesar de nunca te-la visto daquele ângulo. Se o mapa de Dino estivesse correto e certamente estaria, alguns metros ao leste, numa clareira, estaria a base de Trevor e dos Lobisômens, uns poucos quilômetros depois em meios à terras de cultivo e floresta ficava Hogsmead, o alvo dos inimigos. A batalha estava perto demais de Hogwarts pro gosto de Ted. Mesmo na penumbra, Harry percebeu a preocupação nos olhos dele.

— Não se preocupe, alertei Minerva de que faríamos uma operação nas redondezas, ela vai redobrar a vigilância. Os alunos estão seguros.

Ted pensou naquilo, mas mesmo assim não sentiu nenhum conforto. Ele mesmo junto de seus amigos burlaram varias vezes a segurança da escola para explorar a região a noite.

— Tem certeza que não vai ter Lobisomens nas redondezas?

Preocupou-se, Chuck, olhando em volta e verificando o céu.

— Absoluta.

Respondeu, o General.

— Hoje não tem lua cheia e nosso informante entre os inimigos disse que Trevor só vai distribuir a poção perto do amanhecer. Com sorte iremos surpreende-los antes que a tomem.

Michelle girou o pulso e olhou o pequeno relógio prateado.

— Falta pouco pro sinal.

— Sim… a qualquer momento.

A floresta estava mortalmente silenciosa, como se tivesse um predador à espreita e de certa forma tinha, já que bem perto dali havia uma horda de lobisomens sedentos por sangue. Não demorou muito e uma borboleta emitindo uma luz prateada apareceu voando proximo a eles e disse: “Psiu!”

— É o sinal! Vamos, com calma.

Disse Harry, alerta e avançou devagar sem emitir nenhum som. Ted, Michelle e Chuck o seguiram. A medida que chegavam próximo á clareira, os sons de gritaria, palavrões e gritos de ordem iam aumentando. A penumbra ia diminuindo e uma luz alaranjada ia tomando conta do ambiente. Como combinado os quatro tinham usado em si mesmos feitiços de desilusão para não serem vistos antes da hora. Uma voz ecoou por toda a floresta, reverberando entre as copas das árvores. Pelo visto alguém estava discursando usando o Sonorus.

— Meus irmãos!! É chegada a hora! Em que o Mundo Bruxo irá conhecer a verdadeira força dos Lobisomens. A muito tempo Fenrir Lobo Greyback decidiu se aliar ao Lord das Trevas na esperança de que nós que carregamos a maldição da licantropia, pudéssemos ter lugar junto aos bruxos, mas sabemos que mesmo que o Lord tivesse ganhado a guerra isso nunca teria acontecido, pois os bruxos não nos querem em seu meio, eles nos temem e temem nosso sangue! Mas hoje, nós vamos lembrá-los que não precisamos da boa vontade daqueles que podem caminhar sob a luz da lua livremente. Hoje mostraremos que podemos caminhar livremente sob qualquer astro! As forças da natureza estão sob nosso controle! Venham! Caminhemos para o amanhecer como lobos orgulhosos!! Por um Mundo Lobo!!

Ante o final dramático a balburdia se intensificou com gritos de “Trevor!”, “Greyback!” “Por um Mundo Lobo!”. Aproveitando, enquanto Trevor fazia seu discurso e a gritaria dos Lobisomens ficavam maiores, os Aurores se aproximaram em silêncio. A equipe de Harry parou próxima á borda da grande clareira. Mesmo na mesma linha de altura, Ted pode ter uma noção da extensão das forças inimigas. Eram para mais de 50 lobisomens, a maioria homens, agrupados no meio da terra que tinham devastado para montar seu acampamento. Ted deu graças ás cuecas de Merlin que não tinha nenhuma criança ou estudante. Barracas desmontadas estavam jogadas pelos cantos, já que ao amanhecer eles caminhariam para Hogsmead em suas formas lupinas e forçar o Ministério a aceitar a criação de seu Estado Lobisomem. Quatro enormes fogueiras crepitavam em cantos estratégicos da clareira. Próximo de onde observavam, Trevor estava parado de braços abertos chamando os lobisomens para beber da poção que os livrariam pra sempre de serem reféns de sua propria condição. Ted ficou estarrecido. Se por um lado isso era bom, os lobisomens terem controle sobre o próprio corpo e não sair por ai enlouquecidos atacando cada humano que ver pela frente, por outro eles seriam um perigo ocupacional duas vezes pior para os outros bruxos e principalmente trouxas, já que estes não teriam a menor chance de resistir à maldição ampliada. Fora que estavam sendo liderados por um lunático que não daria direito de escolha para as pessoas se transformarem ou não. Se para Ted, o Greyback original era mal e rancoroso, que se aliava a quem lhe desse oportunidade de conseguir mais vitimas, Trevor era mal e ambicioso, pois ele queria poder. E quem merecia mais poder liderar os lobisomens rumo ao futuro do que o filho do infame e notório Fenrir Lobo Greyback? E ele nem era grandes coisas assim. Ted sorriu ao constatar que não importava se Trevor fosse filho legítimo ou não, pois o sujeito era só mais um usando da notoriedade dos outros pra conseguir o que queria. Ted sentiria pena do sujeito, se não fosse a vontade louca de apresentar ele á ponta de sua varinha.

Harry não demorou a agir. Mesmo com o efeito da Desilusão, conjurou um patrono e o veado prateado trotou até parar ao lado de Trevor. Demorou algum tempo para repararem no patrono parado calmamente ao lado de seu líder que levou alguns segundos parta se dar conta, mas antes que pudesse ter qualquer reação, a voz de Harry saiu ampliada.

— Departamento de Aurores, larguem suas varinhas e se entreguem sem resistir!

Outros patronos entorno da clareira surgiram, dando o mesmo comando, em seguida os Aurores antes ocultos apareceram.

— O Ministério veio nos impedir! Ataquem!!

Gritou, Trevor, sacando a varinha. E o que se seguiu foi uma zona de guerra. Muitos dos lobisomens tentaram aparatar, mas por conta do plano de Harry dos Aurores lançarem feitiços anti aparatação em torno da clareira, não conseguiram e não vendo outra alternativa de fuga tentaram abrir caminho duelando.

Feitiços e maldições voavam para todos os lados, alguns lobisômens não se garantindo na varinha avançaram para o grande barril perto de Trevor na tentativa de se transformarem sem Lua Cheia, porém foram impedidos pela equipe de Dino e Roni que tinham a função de proteger o barril. Trevor e um grupo de cinco bruxos, talvez capangas, pensou Ted, avançaram no grupo de Harry.

— O Eleito veio me levar para Azkaban!! Que honra!! Mas vou avisando eu tomei a poção a muito tempo, sabe, para testar e ela teve um efeito muito melhor do que o esperado.

Trevor levou dez segundos para sofrer convulsões terríveis e se transformar no maior Lobisomem que Ted já vira. Batia quase no peito de Chuck e ele era o maior entre os quatro. Nesse meio tempo dois comparsas saltaram na frente do líder para protege-los dos feitiços lançados ao mesmo tempo por Harry, Ted, Michelle e Chuck que não esperariam dez segundos para atacar. Os dois caíram no chão feito duas panquecas, mas quase pareciam panquecas mesmo dado os diferentes feitiços lançados. Os outros três comparsas avançaram e Harry os interceptou. Os feitiços eram lançados tão rápidos que Ted mal via a mão do padrinho, mas os três bruxos eram páreos para um Harry que não tinha outro jeito se não deixar o lobo para os três novatos.

— Lobo, malvado! Malvado! Junto!

Dizia, Chuck, tentando contornar o lobo pelo lado esquerdo.

— Por isso prefiro gatos!

Disse, Michelle, indo pelo direito.

Ted ficou no centro. Os quatro ficaram se encarando por um tempo, o olhar assassino do lobo indo de um para outro tentando escolher quem seria mais saboroso. Por fim avançou em Michelle. Imediatamente, Ted lançou um Bombarda que explodiu o chão deixando uma cratera fumegante. A poeira levantou e o Lobo deu um salto sobre Ted, o abocanhando pelo tórax. Chuck gritou e lançou um estupefaça que ricocheteou na pele grossa. Michelle conjurou facas afiadas que atingiram o lobo mas não eram profundas o suficiente para causar dano. De repente o Lobo largou Ted que caiu no chão, gemendo de dor.

—Ted!!

Gritaram os dois companheiros em uníssono.

Quando acharam que o Lobo iria finalizar o amigo, a criatura se afastou ganindo, saia fumaça de sua boca. Chuck e Michelle foram correndo até Ted.

— Você tá bem maninho?

Disse, Chuck virando o amigo que estava de barriga pra baixo.

— Sua avó não disse pra você nunca virar ração de cachorro seu idiota??

Gritou Michelle, preocupada.

Ted se apoiou com o cotovelo no chão e pôs a outra mão dentro do sobretudo, tirando seu Skate. Michelle esfregou a mão pelo torax de Ted procurando feridas, mas não achou nada, só a camisa rasgada.

— O Skate o salvou?Perguntou, Michelle, num falsete.

— O Skate e um segredo do Texuguinho.

Disse Ted sorrindo. Com dificuldade ele se levantou.

— Acho que ele tentou jantar as rodas do meu Skate.

Disse girando as rodas prateadas que refletiam o brilho das chamas e dos feitiços.

— Sendo assim…

Disse Michelle, que olhou decidida para o Lobo tentando comer terra por causa da língua queimada pela prata. Ela retirou o pequeno relógio do pulso e pressionou o visor, fazendo com que a corrente se esticasse e ficasse reta. Uma das pontas se estigou a pelo menos uns dois metros e ficou se balançando na frente dela como uma cobra prestes a dar o bote. Chuck sorriu travesso e retirou seus espaçador do ouvido deixando-os com dois buracos molengas de cada lado. Michelle fez uma careta. Os espaçadores cresceram o suficiente para serem colocados nos pulsos. Filetes de prata se trançaram a partir dos, agora braceletes e se transformaram em luvas. Chuck cerrou os punhos e fez posição de luta para o Lobo. A criatura encarou os três com raiva. Rosnando e mostrando os dentes afiados. Avançou novamente sobre Ted que girou o skate no ar e deu com as rodas no focinho do lobisomem que ganiu, mas continuou avançando.

Michelle chicoteou e acertou o Lobo pelo flanco, deixando um rastro de pelo queimado. Chuck foi grifinório e pulou nas costas do bicho tentando segurar o máximo de tempo possível no pescoço do da criatura que gania selvagemente, pulando e girando feito um touro desgovernado. Ted deu mais uma pancada de roda de skate do focinho, fazendo alguns caninos voarem. O lobo empinou e caiu pra trás Chuck evitou por pouco ser esmagado, caindo e rolando para o lado. Michelle fez um movimento com a mão e largou a corrente/chicote que se enrolou entre as patas da criatura, dando voltas pelo corpo à medida que ela se debatia no chão até por fim enrolar uma parte no focinho. A criatura teimosa ainda se debatia, mesmo que seu corpo fumegasse pelo contato constante com a prata. Os três reouveram as varinhas e apontaram para o Lobisomem.

— Vai continuar queimando a menos que volte a forma humana, você que sabe.

Disse Ted, tocando a ponta da varinha no nariz molhado do bicho. Por um momento o lobisomem encarou Ted com ódio, mas lentamente começou a voltar à forma humana. O chicote/corrente se ajustava á medida que a transformação sucedia. No fim surgiu um homem nu, cheio de vergões e marcas de queimadura preso pelos pulsos e tornozelos.

Os três amigos e companheiros de batalha notaram a diminuição do som em volta e repararam pela primeira vez o resto de batalha que ainda sobrava. Muitos já estavam mobilizados no chão, impedidos de se mover por cordas e algemas mágicas conjuradas pelos Aurores. Os que começaram a notar que a luta estava perdida, se ajoelhavam e se entregavam. Ted procurou o padrinho e o viu prender com a varinha uns cinco sujeitos com cordas. Quando terminou, Harry mandou juntar todos os prisioneiros onde ele prendeu os cinco e foi até Ted, Michelle e Chuck.

— Ted você está bem?

Disse preocupado, deixando a hierarquia pra lá.

— Se acontece alguma coisa com você, sua avó me mata! E, Gina e Hermione, ajudam a enterrar.

— Eu to bem padrin.. General.

Corrigiu Ted na última hora.

— Ah! Pelo cabelo oleoso de Severo Snape, quem se importa!  Quando eu vi o lobo te abocanhar achei… pensei..

Disse abraçando o afilhado, em seguida se afastou e olhou para Chuck e Michelle, parecia não acreditar nos dois.

— E vocês lutaram muito bem! Que bom que estão bem, mas..

Harry olhava para a corrente prateada prendendo Trevor e para a luva prateada nas mãos de Chuck.

— O que são essas coisas? Isso não é equipamento padrão dos Aurores.

— Ah, isso foi eu!

Falou, Rony, caminhando depressa na direção dos quatro, Dino vinha logo atrás. Harry olhou surpreso para ele.

— Quer dizer, Jorge e eu! O Jorge projetou, claro, mas a ideia foi minha… err.. Tudo bem né?

Disse Rony, olhando meio culpado, a expressão exasperada de Harry.

— Sabe, foi uma ideia genial para as Gemialidades Weasley.

Disse animado.

— Protetores anti-lobisemens de luxo, sabe, de luxo por que bem, prata pura 90% é bem cara e esses são protótipos que eu emprestei para esses dois testarem e o formato varia de acordo com o cliente, feito sobre encomenda.

Harry olhou aborrecido para os dois que fizeram uma cara mais culpada que a que Rony tinha feito.

— Só me avise da próxima vez quando for usar meus Aurores de cobaia de novo e eu vou ter uma conversinha com os dois depois, sobre embarcar nas suas maluquices.

— Ah, se for ter uma conversinha com eles, vai ter que ter uma com o Ted também. As rodas dos skate dele são do mesmo material, mas ele não quis que se transformasse em nada então tem dupla densidade, pra não entortar ou rachar. Ah! E a prancha é feita de um dos troncos do Salgueiro Lutador, bem rígida também.

Harry levantou os braços para o alto dando a entender que era melhor não ligar para isso.

— De qualquer forma vocês três se saíram muito bem, mérito do instrutor claro.

Harry olhou na Direção de Dino que voltava depois de ter entregado Trevor para um grupo de Aurores veteranos que o levariam para a Ala Hospitalar de Azkaban devido ao alto nível de contágio. Trazia na mão o relógio de Michelle, a devolvendo.

— Não só vocês.

Disse Dino sorrindo.

— Os outros novatos se saíram muito bem. Isla encarou três desses caras, não deram nem pro cheiro.

— Falando neles e quanto a Trevor e seus seguidores? Aquele discurso populista dele pode se espalhar igual infestação de fada mordente.

Perguntou Michelle, inteligentemente.

— Já informei ao Ministério, eles vão mandar reforço e todos, vão daqui direto para Azkaban aguardar julgamento. Quanto ao discurso populista, bem, só o tempo dirá. Trevor não seria tão eloquente e nem com tanto seguidores, sem a promessa que essa poção dava e eu vou pessoalmente resolver para que qualquer amostra dela seja destruída. E ainda vou mandar abrir um inquérito para apurar a pesquisa desse tal antídoto. Aliás…

Harry se virou pra Rony e colocou a mão sobre o ombro do amigo como dando pêsames.

— Sua esposa vai ter muito trabalho com a prisão dessa galera e ainda o inquérito que eu vou solicitar.

— Nem me fale amigo ela já está estressada que Hugo levou bomba em História da Magia de novo, mas quem pode culpa-lo?

 

Mais bruxos do Ministério tinham chegado e pra desgosto de Harry, entre eles, alguns eram jornalistas. Rapidamente, Dino e Rony trataram de diminuir o tamanho do barril e trasporta-lo em segurança para o Departamento de Mistérios. No dia seguinte, O Profeta Diério, alardeaou que o país quase sofreu uma invasão de Lobisômens, mas foram impedidos pelos Aurores e com a ajuda de itens exclusivos das Gemialidades Weasley. Ted achava que tinha dedo do “tio” Rony, nisso. Mas nada saiu sobre a poção que permitia controlar a transformação fora da lua cheia e sua incrível capacidade de transmitir a licantropia mesmo na forma humana. O Pasquim por outro lado noticiou que um experimento do Departamento de Mistérios permitia que os Lobisômens ganhassem poderes extraordinários, tais como habilidade de voar e soltar feitiços pelos olhos. Mas ninguém levava o Pasquim a sério.

Um mês se passou e os formandos já tinham finalmente se tornado Aurores recebendo suas missões. Algumas solo, outras em equipes, além das missões secretas e de disfarce que apenas os envolvidos conheciam.

Ted estava no Quartel General, sentado em sua baia, terminando o relatório da ultima missão. À sua frente, na divisória diante dele, fotos de suspeitos e procurados, se mechiam. Popups e bilhetes estavam colados por feitiços nas divisórias laterais e em cima da mesa abarrotada de papéis tinha os porta retratos, um com ele abraçando sua namorada e a outra tinha os três amigos juntos fazendo careta para a câmera. Era uma foto antiga dos tempos de Hogwarts, pois eles estavam bem mais jovens ali. Na baia do lado esquerdo, uma das retratadas deu um grito de “Viva!” e esticou os braços para o alto. Virando a cadeira na direção de Ted disse animada.

— Terminei os relatórios, então… Wiski de Fogo, Três Vassouras, quem vamos?

Ted ainda estava escrevendo quando disse.

— Vou me encontrar com Victorie, no Madame Poodifoot.

Michelle esticou a lingua pra fora e apontou o indicador pra garganta fazendo cara de vômito.

— Você me deprime, Lupin, indo pra esses lugares fofos. E você Chuck?

— Hoje não dá, vou me encontrar com a vendedora trouxa da loja de discos.

Disse na baia do lado direito de Ted.

— Odeio vocês!

— Ah, vai sozinha. Quem sabe você não arruma um encontro com o velho Mundungus.

Chuck retrucou, implicando.

Michelle fez um gesto obsceno com o dedo.

— Agora sou eu que acabei.

Disse Ted se espreguiçando na cadeira. Olhando pra Chuck e a pilha de relatorios que tinha diante do amigo, disse.

— Tem certeza que acaba hoje? Não vai deixar a moça da loja de discos esperando.

— Relaxa! Eu termino e aparato lá num instante.

Disse olhando de relance para a pilha como que duvidando. Ted pegou sua pilha de relatórios, se levantou e levou até o arquivo ali proximo. Em seguida voltou e cumprimentou os amigos antes de ir.

— Vejo vocês amanha!

— Manda um beijo pra Victorie!

— Cara , acho que nao termino isso hoje e eu não tenho telefone pra desmarcar.

Ted saiu do Ministério pela cabine de telefone vermelha que dava para um beco logo a cima em Londres. Tirou seu skate do sobretudo e ficou deslizando pelas ruas noturnas até que virou em uma esquina deserta,  pulou girando o skate no ar e desaparatou.


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