Faded Hearts escrita por Yukime Harukaze


Capítulo 28
Consequências


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal!
Era para ter postado domingo, mas o esperto aqui não viu e agendou o capitulo, então acabei deixando por isso mesmo xD
Reduzi 2 capítulos originais em 1, ficou um pouco mais direto do que o normal e espero que gostem o/



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Após minha mãe desaparecer da minha consciência, retorno para meu corpo e me deparo com a situação desfeita.

−Hector! Você está bem?

Selene vem até mim e pega na minha mão, com a intensão de chamar a minha atenção.

−Hmm! Sim, estou bem.

−Ah! Leon, a Fiore está em perigo.

Quando ele se aproxima de nós, aviso da situação que a minha intuição indica desde quando voltamos de dimensão das memorias.

−Huh? O que? A Fiore em perigo.

−Isso é ruim, mas porquê?

O coitado mal consegue raciocinar, após tudo que aconteceu, principalmente com o que a minha mãe falou e a ameaça do Jean diante dele com um sabre.

−Não sei porque, mas algo me diz isso.

−Ela trouxe a gente de volta muito rápido e não iriamos parar na Arcadia.

−Por isso penso que ela e as outras estão em perigo.

Chego perto dele junto com a Selene, minhas pernas estão um pouco fracas por causa do efeito da magia de possessão da Lucina e não consigo tirar da minha cabeça esse aviso da minha intuição.

No começo só pensei que ela estava realmente cansada pelo uso da sua magia e manter todos nós dentro da dimensão das memorias, mas agora acredito que tem algo a mais.

−Não faz sentido ela trazer vocês para cá, então pode ser que seja verdade.

−Tyki, você consegue transportar nós três para Moria?

A boneca de palha e panos velhos com botões vermelhos nos olhos aparece sobre seus ombros, tão pequena que cabe na palma da mão e lembra muito aqueles bonecos de magia negra e maldições.

−Consigo levar vocês, só que não vou poder ajudar se precisarem de mim, aquele gato maldito consumiu minha magia.

Ele se move do ombro dele para os cabelos no topo da sua cabeça, olhando para a Selene.

−Certo! Vamos então, o conselho da Arcadia pode esperar até que todos estejam seguros.

−Se preparem.

Tyki move seus braços para o chão e um selo de brilho com duas cores, azul no círculo e as escritas amareladas. A luz fica intensa impedindo de ver e tudo fica branco, sem poder ver nada.

 

~~~~~~~~~~~~

 

A forte luz se desfaz e quando sou capaz de ver, paramos logo na entrada da pousada que estamos desde o dia anterior ao dia dos Anciões.

Vuuh!

−Está frio aqui, estava acostumado com aquela dimensão doida.

−Hector! Fique com isso.

Zinng!

Leon tira seu sabre da bainha e entrega para mim, não sei por qual motivo, mas parece que ele vem confiando mais em mim.

−Você sabe usar espadas melhor do que qualquer um de nós.

Click!

−Vim preparado dessa vez.

Após me entregar o sabre dele, Leon tira uma pistola igual ao da Fior de seu casaco e seu olhar fica sério e concentrado.

−Isso... vamos entrar então.

−Selene esteja pronta.

Chego perto da porta para abrir sem que ouçam o barulho dela se movendo e a Selene se prepara com a foice negra em suas mãos.

−Sim, vamos bater nesses... sei lá o que são.

Ela sorri confiante e com a foice posicionada como se segurasse uma lança, a mão esquerda próximo a lamina e a direita perto do fim do cabo.

Vendo que eles estão prontos, sinalizo com a cabeça que vou abrir a porta para entrarmos com tudo. Fico de costas com a porta e deixo minha mão direita sob a maçaneta de prata, na mão esquerda seguro a espada com força e aponto ela para a direção da abertura da porta.

...

Empurro a porta que silenciosamente abre, então entramos no imóvel que não tem uma luz se quer e tudo aparentemente está silencioso. Juntos caminhamos até o quarto das meninas, Leon toma a frente quando chegamos na porta do cômodo.

Plam!

−Fiore! Huh!?

Leon chuta a porta com tudo e pelo seu olhar, ele se deparou com algo inesperado.

−Leon, o que foi?

−Huh!... Quem é esse?

Quando adentro no quarto, vejo as meninas com os braços amarrados e sentadas no sofá, com um estranho homem alto de cabelos loiros e longos.

−Huh... que surpresa Leon e você trouxe companhia.

−O filho da Lucina e a Raposa do Chaos..., quase não consigo acreditar que atrai vocês também.

−Muhaha!

Ele olha diretamente para a Selene, enquanto mantem uma pistola apontada para as meninas. Seus olhos azuis são assustadores, o sobretudo é diferente de qualquer um que eu conheça e o ar entorno dele é ruim e maligno.

−Vamos acabar com a brincadeira, Marian.

−O que você fez com elas? Solte-as agora.

O nome desse homem... foi ele que matou o Grim e o Marques Benjamin, dito como o membro mais perigoso da Arcadia.

−Porque eu soltaria elas assim?

−Só pus um pouco de veneno para deixar as coisas mais animadas.

−Né? Fiore Alma.

Marian se aproxima delas e mostra um frasco com um liquido avermelhado em mãos, apontando a arma junto ao queixo da Fiore.        

−Tsk!

Zinn! Trinn!

−Saia da frente.

Poof!

Por um momento de descuido dele, parti para cima com a espada fazendo um golpe vertical sobre o braço esquerdo com a arma apontada na Fiore, mas só sou capaz de empurra-lo para a porta próximo a sacada do quarto.

−Que pena você falhou em sua tentativa..., mas tenho de admitir que você é bem mais forte do que parece.

−Fogels falou que você era perigoso, agora entendo o que ele quis dizer.

Ele mostra o frasco preso por um cordão no pulso com um sorriso forçado e por um instante ele coloca a mão direita sobre a barriga, onde eu o acertei com a palma da mão esquerda. As luvas de são de aço, então não seria capaz de feri-lo mesmo se eu quisesse.

A May me contou um pouco sobre o Marian, embora não sei como ele age, tentei ser rápido o suficiente para que ele não consiga reagir.

−O que você quer, fazendo isso com elas?

−Responda, seu miserável.

Leon levanta o tom de voz, demonstrando estar bravo com a situação e a postura dele é a mesma de quando ele enfrentou o Cherry. Ele não está para as brincadeiras desse homem.

−Agora chegamos ao ponto que eu queria.

−Eu quero a coleira daquele Gato Cherry.

Marian abaixa a arma, falando de forma direta e fria sobre o que ele busca.

−Você está se perguntando como eu sei disso.

−É bom simples, vejamos... porque será que as Sombras estão atacando as fronteiras de Ebrima?

Leon reage imediatamente, quando ele cita a mesma frase que ele se perguntou desde quando começamos a lidar com o Grim.

−Agora você entendeu.

−Eu montei esse circo e vocês transformaram tudo em um belo show.

−O incendiário que tinha contrato com duas Sombras, mas tenho que admitir que nunca vi alguém conseguir refletir um ataque de uma Sombra e Raposa também se mostrou mais inteligente do que eu pensava.

−A Armadura também, assustadoramente foi derrotada por um único golpe e finalizada com tanta facilidade que nem se quer parecia uma ameaça a Arcadia.

−Ah! Temos o Grim e o Marques, que entregou sua alma para matar o traidor e no fim estava prestes a assassinar todos da cidade, até mesmo o próprio filho.

−Huuhaha! Cada um foi uma peça para atrair você e o Cherry, assim fazer você ir até a dimensão dele e conseguir para mim a coleira que vai me permitir chegar ao núcleo do Chaos.

Não acredito que ele planejou tudo isso, mas se parar para pensar pode ser verdade. Foi muito fácil encontrar o incendiário e parecia que ele estava esperando a gente, o mapa caído nos pés da cadeira do rei, no castelo abandonado no salão central e até mesmo a armação contra o Marques.

−Imaginei que tinha algo estranho nisso.

Fiore coloca as mãos sobre a barriga e fechando os olhos com força. Com um olhar cabisbaixo e triste ela fixa o olhar para nós três.

−Tsk! Eu entrego a coleira, mas antes como vou saber que nesse frasco tem o antidoto.

Leon retira uma coleira preta com um pequeno guizo dourado do seu casaco, hesitante com a possibilidade de ser enganado.

Preciso pensar em algo, rápido.

−Psiu! Selene.

−Escute, preciso que você pegue o frasco dele, quando ele estiver distraído com o Leon.

Sussurro para ela uma ideia, sei que a Selene tem uma velocidade a ponto de ele não conseguir perceber e vai ser uma boa vantagem agora. Vou me preparar também, porque se ele conseguir ver a Selene chegando, vou lançar o sabre até ele. Espero que não precise fazer isso.

−Hooo! Então vou provar isso para você, vou dar o antidoto na boca da sua amada amiga de cabelos pretos.

Marian pega o frasco e coloca um pouco do liquido vermelho na boca, se aproximando da Fiore ele pega no queixo dela novamente para beija-la.

−Agora, Selene!...

Hiss!

Vuum! Boom!

Ela aparece atrás do Marian, assim tenta acerta-lo com tudo fazendo um grande estrondo no chão com um golpe vertical.

−O que?

Ele desviou, mas não por muito tempo.

Zinn! Kichin!

−Isso!

Consegui acertar ponta do sabre no cordão, cravando a lamina na parede. Agora ele está com a atenção na Selene, porém não tenta ataca-la por algum motivo.

−Chega disso, Selene confirme se isso é o antidoto.

Ela abre o pequeno frasco e dá um pouco para Fiore, que parece parar o que estava causando dor. Aquela dor que ela tinha quando estava com as mãos na barriga, não parece ter vindo um veneno qualquer, o efeito é um pouco diferente e lembra um pouco os sintomas da Febre do Deserto.

−Não esperava por essa, Raposa.

−Você é outro incomodo que vou ter que eliminar, mas não agora.

−Agora que você viu que é o antidoto, me entregue a coleira, por favor.

Ele se vira para o Leon, aproximando-se devagar e atento ao mínimo movimento da minha pessoa. Mesmo sendo perigoso, nós juntos somos mais intimidantes do que ele imaginava e a única vantagem que ele tinha foi por agua baixo.

−Hmm! Está certo.

−Aqui, é todo seu.

Leon entrega a coleira para o Marian que sorri descaradamente de nós, passando por mim indo até a porta do quarto.

−Foi bom fazer negócios com vocês.

−Adeus, aquele que vai cumprir a Profecia do Chaos.

Saindo do local, após dizer tais palavras, ele desaparece como uma sombra na escuridão do corredor da pousada.

−Vocês estão bem agora.

−Sigh! Deixe eu ajudar vocês.

Selene termina de dar o antidoto para as meninas, eu começo a desamarrar as cordas sobre as pernas da Fiore e Leon ajuda a Fior.

−Obrigada, Hector.

−Que história é essa, de Profecia do Chaos?

Mesmo bem após ter bebido o antidoto, ela apresenta cansaço por causa da nossa ida a dimensão das memorias e ainda assim sua curiosidade é maior que seu estado físico.

−É uma longa história, desde quando eles caíram na sede da Arcadia.

−Temos que nos preparar porque o conselho com certeza vai nos dar um grande sermão sobre isso e sobre a Selene também.

−Vai ser uma longa noite.

Leon responde à pergunta dela, ele parece mais preocupado com elas do que eu.

−Sim, principalmente porque você foi egoísta e usou a Selene para descobrir uma teoria maluca que ninguém acredita.

Esse tom irritadiço é comum da Fior, mas a Fiore está furiosa com ele ao meu ver e conhecendo ela, não bom deixa-la assim porque é um pedido para enfrentar uma parede de gelo por vários dias.

−Agora não é hora disso, o problema já foi criado.

−Resta a nós, no momento voltar e aceitar a consequências por nossas ações.

May impede que isso vire uma discussão cansativa e que não leva a lugar nenhum, apenas irão um ferir ao outro com palavras.

−Obrigada, Selene.

−Agora que todos estão livres e bem, vou levar todos para a Arcadia.

Sem falar muitas palavras, May cria um gigantesco selo magico no chão do quarto e novamente um forte brilho branco fica sobre minha visão. A magia emite uma estranha sensação alegre e aconchegante, possivelmente é parte do que a May realmente é.

 

~~~~~~~~~~~~

 

Quando chegamos em Arcadia, Selene e eu fomos separados para uma sala ao lado da sala do conselho, enquanto os outros conversavam sobre o nosso futuro.

Não sei o que esperar... na verdade não sei quais passos tomar depois de tudo que aconteceu. Minha promessa com a Selene é a única coisa que ainda posso cumprir, mas vai depender do que eles decidirem agora.

Olho para ela agindo como uma menina comum, a ideia que eles têm dela ser um ser perigoso e assassino, não vem a minha mente desde o dia que encontramos um ao outro.

O silencio da sala e do corredor lá fora, permite ouvir o som dos passos e vozes por todo lado, as vozes da sala ao lado estão inquietas, não entendo o que dizem e porque estão assim.

O que minha mãe disse com certeza poder ser uma das causas, mas eles estão assim a duas horas.

...!

−Senhor Hector! Vim lhe trazer uma mensagem do conselho.

Jean entra na nossa sala calmamente e fecha porta de forma silenciosa.

−Sim, qual é a mensagem deles?

Me levanto do sofá em que estava esperando a quase 3 horas por alguma resposta ou informação, pensativo sobre as consequências de nossas ações nos últimos meses e preocupado que algo venha limitar minhas ações daqui para frente.

−O conselho decidiu que seus amigos sejam suspensos e afastados de seus afazeres como membros da Arcadia por tempo indeterminado.

−Quanto ao senhor e a Raposa ficarão sobre a vigia de dois membros escolhidos pelo conselho, que irão acompanhá-los para todo lugar que forem e impedir qualquer envolvimento com os assuntos da Arcadia ou com as Sombras.

−A partir de agora, fica estritamente proibido que vocês se aproximem da alguma Sombra ou qualquer investigação particular de mesmo teor.

Ele confirma o que eu temia, vou ficar mais limitado do que imaginava, assim não poderei nem se quer cumprir o que prometi para essa menina encrenqueira e nada delicada, que mais parece um garoto como eu.

−Porque?!

−Não posso mais ir atrás das minhas memorias?

−Humpf! Não vai ser dois bobões desse lugar chato que vão me impedir.

A Selene levanta no mesmo instante que ouve, vindo em direção ao Jean com um tom de voz grosseiro, discordando de tudo como se fosse a dona da razão.

−Calma, calma.

−Selene escute, não vamos ser precipitados.

−Deixe as coisas seguirem assim por enquanto, depois veremos o que fazer.

Impeço ela de chegar mais perto dele, colocando o braço na frente dela.

Sei o que ela quer fazer porque sinto a mesma coisa e evitar um confronto desnecessário de opiniões e objetivos, é o mais certo a se fazer no momento.

−Bem, o conselho me pediu para acomoda-los em seus quartos para que passem essa noite aqui e amanhã cedo serão levados para casa.

−Acredito que até de manhã, conselho decida quem serão as pessoas que ficarão responsáveis por vocês.

−Com licença, vou arrumar seus quartos.

Ele sai da sala com o mesmo olhar frio que fez quando estava preste a me matar naquela escada. Também é o mesmo que fez quando preparou para atacar o Leon.

Por hora não temos muito o que fazer, a não ser esperar.

Não sei como vamos recuperar minha casa Aeternam e suas memorias, Selene.

Mas o tempo que vamos ter será o suficiente para pensar em algo.


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Notas finais do capítulo

Que coisa, não? Até eu fiquei um pouco surpreso com a reviravolta, ficou melhor que a versão em 2 capítulos, para mim.
O que será de nossos heróis daqui para frente?



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