Faded Hearts escrita por Yukime Harukaze


Capítulo 15
A Carta de Lucina


Notas iniciais do capítulo

Ola caros leitores!
Vamos abrir o novo arco hoje, porque eu consegui a façanha de deletar ontem o arquivo com o capitulo 15 pronto.



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Ontem foi um dia surpreendente para mim com o que a May me disse e agora estou de frente com o Leon para ajudar a Arcadia. Ele apareceu na mansão cedo dizendo que precisa conversar sobre um assunto importante.

−Bom, eu soube sobre o selo da Selene em você.

−Então tratei de pesquisar nos registros antigos e o único que tinha um selo como seu era o Isaac Grave, o antigo líder da Graveyard.

Ele me mostra folha com uma cópia manuscrita dos livros de registro em suas mãos.

Isaac Grave é uma figura histórica para a capital do mundo, principalmente por ser um dos principais nobres daquela cidade independente e até onde as histórias dizem, ele estava envolvido na destruição da cidade. Os outros nomes que aparecem nas ultimas linhas são de pessoas que morreram no desastre de Perpetua a 200 anos atrás.

−Essa informação pode ter relação com o motivo deles me seguirem?

Aquela pessoa no castelo abandonado era um deles, mesmo com a chuva sobre meu rosto consegui ver uma capa.

−É uma possibilidade.

−Até onde eu sei a Graveyard vem afirmando que seu líder irá retornar dos mortos.

−O porque deles fazerem isso é estranho para mim, mas eu diria que tem coisa ruim por vir.

Guardando o pedaço de papel em seu bolso.

−Bom, por hora não podemos afirmar nada e o motivo de você ter um selo escuro e preenchido após fazer um contrato com uma Sombra é um mistério.

−Vou continuar as minhas pesquisas em relação isso.

Ele sorri calmamente mesmo com seu tom sério.

−Entendi, vou tomar cuidado daqui para frente.

Informei para ele ontem sobre aquela mulher de cabelos castanho-escuros e fui recomendado a ficar em alerta.

−Ah! Quase esqueci.

−A equipe de reconhecimento identificou uma possível atividade de Sombras na fronteira com Moria, ao sul.

−Eles afirmaram ser algo recente e possivelmente um morador da cidade.

−Quero que vocês verifiquem isso para mim.

Ele cruza os braços ao fazer seu pedido.

−Pode deixar, vamos cuidar disso o mais rápido que der.

−Selene ficou animada ao conseguir encontrar mais uma de suas memorias.

Comento sobre a Selene e suas memorias.

−Verdade, ela está em busca de suas memorias.

−Como ela vai reagir ao recuperar todas elas? É o que me preocupa.

−Muitas vezes nossas memorias atormentam nossos sonhos e assombram o presente.

Seu olhar fica sério.

−A Raposa Caótica é um ser misterioso por si só, em algumas pesquisas encontrei relatos da presença dela em Perpetua e em Ebrima logo quando os reinos surgiram.

−Não contei para a Arcadia que ela está aqui com vocês, porque eles consideram essa Sombra como a maior ameaça e a causadora dessas recentes aparições de Sombras.

−Os contratantes ilegais e as Sombras estão aparecendo nas fronteiras com muita frequência e isso está me preocupando.

Suas sobrancelhas inclinam demonstrando seu medo.

Leon não parece muito alegre como da última vez, desde o dia que informei da presença da Graveyard nos locais onde estavam dois membros deles e de um deles ter me atacado.

−Alguma coisa vai acontecer e vai ser breve, por isso quero que você me ajude com a fronteira de Moria.

−Estou indo verificar a fronteira leste de Ebrima que informou a presença de uma Sombra humanoide como a Armadura.

Ele anda em direção a saída da sala de visitas.

−Quando terminar, me informe por favor.

Leon olha para trás até mim com um olhar sério.

−Sim, farei isso.

−Buscarei informações se tiver um contratante ilegal lá.

Ele acena para mim e entra no corredor para ir embora.

Minha intuição não estava me avisando atoa, o perigo se aproxima de todos nós de forma silenciosa e pode vir de um inimigo desconhecido. Precisamos nos preparar para isso ou vamos ser pegos de surpresa por alguma coisa que seremos incapazes de lidar.

 

~~~~~~~~~~~~

 

Mais tarde fui até a biblioteca da mansão em busca de informações históricas sobre criaturas misteriosas e desastres ocorridos ao longo desses quase 550 anos dos 5 reinos.

A biblioteca é uma sala com teto alto e paredes cheias de livros, tendo somente espaço para uma lareira com três poltronas posicionadas na sua frente e entorno de uma mesa de centro retangular de vidro.

−Está bem escuro aqui.

−Vou deixar a porta aberta, sozinho o lampião não vai ajudar.

A luz do sol no corredor ilumina a entrada.

Procuro por livros históricos que contavam a lenda do Rei Cinza e seu povo. Acredito que nele possa ter informações das Sombras, essas criaturas não seriam vistas somente agora com o desaparecimento do povo dele.

−Lembro vagamente dos títulos de três enciclopédias antigas, mas a mais importante é a Renascente.

−Eu vi sua capa quando peguei emprestado aquele livro de filosofia.

−Hmm... estante 18, prateleira 7 e capa 1, 2, 3...

Passo pelas estantes altas enumeradas de acordo com a ordem alfabética.

−Achei você.

−Espere, esse livro é... da minha mãe?

Ao encontrar o livro com capa de couro marrom, percebo o livro que minha mãe sempre carregava com si quando me ensinava magias.

Esse livro é irreconhecível, ela mesmo refez a capa dele com couro tingido de preto e o título pintando com a cor dourada feita com a sua letra.

−Ars Noxia.

−Então você esteve aqui o tempo todo? Mas não está na prateleira correta.

Reparo em todos os detalhes presentes no livro e no estado de conservação.

−Será que você está fora do lugar porque alguém trouxe a pouco tempo? Ou foi deixado de propósito?

−Vou leva-lo comigo, pode ser de grande ajuda.

−Só espero lembrar de como abrir o segredo dele.

Coloco o livro junto do outro nos meus braços para ler no meu quarto e vou em direção a saída.

−Huh! Porque a lareira não está acesa?

−A Cyan deve ter esquecido da lenha daqui.

Viro de costas para as poltronas e saio da biblioteca fechando a porta silenciosamente.

−Como era que eu abria esse livro?

−A proteção de ouro feita sobre o livro tem a marca de um pequeno círculo que reflete minha imagem nele.

−Tem algo a ver com uma magia simples.

Tento lembrar das formas de abrir o segredo do livro de magias anciãs que minha mãe tinha.

−O cadeado abria com a magia de Libertação ou com as Correntes de Selamento?

−Que problemas você vai me dar hoje livrinho?

Caminho pelo corredor calmamente carregando os livros.

Estou curioso quanto ao livro da minha mãe, foi com ele que aprendi muito sobre bloquear e impedir o uso da magia. Talvez eu aprenda a usar alguma magia de ataque ou que atrapalhe meu inimigo.

Chego no meu quarto e vou até a mesa.

−Hmm...

−Vou tentar a magia de Libertação.

Coloco os livros sobre a mesa e deixo o Renascente na borda da mesa.

−Não sou nada, sou pessoa, o meu reino é minha dor e somente uma arma me aprisiona. Saia da escuridão do meu coração e veja como o céu é lindo, escute minha voz ressoar.

Recito a magia de Libertação com minha mão direita aberta em cima do livro, mas ele não responde a minha magia.

Essa é a única magia que precisa recitar um encantamento, não sei exatamente por qual motivo ela é assim e também é a magia que lembro perfeitamente como funciona.

Sua história tem relação com o tempo de escravização do povo do Rei Cinza, os livros contam que ele criou a magia para quebrar as correntes dos escravos e então poderem fugir do reino Skadi, mas como não conseguia alguma forma de canalizar a magia, ele criou esse encantamento que possibilitou o uso desse poder.

Existem variações na magia também, por exemplo, se eu demorar para recitar a segunda frase e terminar, uma luz vai surgir de minha mão e posso desfazer qualquer magia que aprisione uma pessoa. Outra variação é se eu recitar somente a primeira frase, não posso ser aprisionado por magias e se preso por correntes, elas vão quebrar com o brilho da magia.

−Será que a primeira variação vai funcionar?

−Se não der certo só resta desfazer a magia das Correntes de Selamento.

−Sigh! Não sei se vou conseguir executar ela, nunca acertei a forma de usa-la.

Sento na cadeira e fico pensando em uma forma de liberar o livro de magias.

Vamos tentar a primeira variação da magia.

−Não sou nada, sou pessoa, o meu reino é minha dor e somente uma arma me aprisiona.

Mantenho o silencio por alguns segundos.

−Saia da escuridão do meu coração e veja como o céu é lindo, escute minha voz ressoar.

Ao terminar de recitar com a mão posicionada na frente do livro, o brilho da magia encosta na capa e ilumina o cadeado.

−Será que deu certo?

É preciso estudar bastante história para lembrar dessas coisas, no meu caso tive um professor de história bem exigente, que me fez estudar sobre o início dos reinos muitas vezes.

Click!

O cadeado abre ao brilho claro da magia desaparecer.

−Funcionou!

−Já estava preocupado com a demora da magia desaparecer.

−Agora vamos abrir o indicie... o que é isso?

Quando abro o livro perto de mim, um envelope escorrega caindo no meu colo.

−Hmm... essa letra é da minha mãe.

−“Para o meu filho Hector Sabrie”.

Coloco o livro novamente na mesa e pego o envelope escrito com uma escrita anciã.

Por sorte foi a primeira coisa que aprendi porque para conseguir ler os textos que me davam quando era pequeno era necessário saber o mínimo da língua morta Nox.

−Uma carta com um aviso?

−Deixa eu ler isso.

“Hector se você está lendo este aviso significa que você cresceu sabiamente e foi capaz de abrir o meu livro de magias, a carta que está no envelope tem a resposta para as suas perguntas e pode aumentar suas dúvidas sobre outras coisas, então leia com atenção e cuidado a cada palavra”.

Porque ela escreveu essa carta para mim?

Mamãe era muito misteriosa com tudo, até mesmo na sua forma de educar seus filhos e agir diante aos nobres do reino. Se ela escreveu essa carta para mim, pode ter um significado por trás disso.

−“Lucina Sabrie, Aeternam, 5 de maio de 754”.

−“Querido filho, venho através dessa mensagem lhe contar uma história e avisar de ameaças a você e suas irmãs”.

Pego a outra folha também escrita em língua anciã e começo a ler em voz baixa.

−“Hoje a reunião com a Arcadia resultou em uma grande discussão sobre os herdeiros de cada reino e também sobre a educação deles”.

−“Quando eu contei a eles sobre o ensino que lhe dei com magias e livros antigos, Fogels reagiu de forma diferente”.

−“Não tenho certeza sobre o que incomodou ele, mas após a reunião ele conversou com o seu pai por horas e meu medo é que alguma tormenta caia sobre você e suas irmãs, por isso quero ensina-las da mesma forma”.

Fogels estava com medo de algo, podendo ser eu e minhas irmãs.

−“Enquanto vocês brincavam, seu pai pediu para que eu não ensinasse mais magia para vocês três, eu insisti dizendo que tudo isso era parte de sua herança e história da sua família, mas ele bateu o pé ameaçando me exilar da minha própria casa”.

−“Como eu pensava Fogels temia que os herdeiros de Aeternam se tornassem fortes o suficiente para poder atacar os outros quatro reinos, ele já tem medo da minha presença no conselho de Arcadia porque sou a única mulher com voz dentro daquele local”.

−“Seu pai começou a dar ouvidos ao Fogels desde daquela reunião, não sei porque ele fez aquelas ameaças, mas minha intuição dizia que algo ruim iria acontecer”.

−“Meses depois foi feita uma reunião que me tirou do conselho de Arcadia e isso foi um sinal de que as coisas estavam ficando estranhas e fora do lugar”.

−“Desde então pedi para Lucrécia Alma guardar meu relógio e livros importantes em sua casa. Ela também dizia estar preocupada com essa amizade entre o Oscar e Fogels, temendo que seu pai entregue Aeternam para ele”.

Pai o que você tem na cabeça para fazer algo do tipo como entregar sua terrar natal?

−“2 anos depois, Lucrécia morre de forma desconhecida e seu enterro foi feito em segredo. As meninas estavam acabadas com a terrível notícia da morte da sua mãe, ajudei um pouco a jovem May a cuidar dos assuntos familiares e fiz você se aproximar mais das irmãs dela para anima-las nesse momento difícil”.

−“Embora desconheça isso, uma das qualidades mais importantes que você tem é a capacidade de passar segurança emocional aos outros e sempre fez isso instintivamente”.

−“Após isso, ensinei a você algumas magias em segredo do seu pai, preparando-o para o pior”.

Mamãe o que você sabia?

−“Meses antes da sua festa de aniversário de 12 anos, descobri que seu pai entregaria Aeternam a Fogels em algum determinado momento e seria antes de você alcançar a maioridade”.

−“Sem conseguir ajuda de alguém, foi aí que eu realmente me desesperei”.

−“Isso não podia acontecer de jeito nenhum com meu povo, mesmo que custe minha vida, não vou deixar meu povo cair nas mãos de um líder que destrói sua população para enriquecer”.

Sinto um aperto no meu coração ao terminar de ler esse trecho e dobro a carta.

−Não consigo ler mais dessa carta.

−Mamãe, o que aconteceu quando todos viviam despreocupados?

Meu peito doe como se cravasse uma faca em meu coração, minhas mãos estão suadas e começo a ter dores de cabeça.

Não posso acreditar no que está escrito nessa carta. Com certeza foi escrita por minha mãe, essa é a letra dela e algumas frases parecem ser escritas apressadamente, talvez porque ela não queria que alguém soubesse o que ela escrevia.

−Está anoitecendo, vou deixar esses livros e a carta para outro dia.

Guardo os livros junto aos de filosofia na pequena estante próximo a minha cama e carta deixo na gaveta com fechadura no criado mudo. Após trancar a gaveta, vou encontrar os outros na sala e me distrair um pouco.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao fim dessa surpresa de capitulo.
Espero que tenham gostado e até a próxima.



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