Quinta finalmente chegou, alguns pensavam no baile que a escola daria, já outros, em treino e se melhorar a cada dia.

    Você já deve saber de quem estou falando...

    - AAAAAAH! – A azulada choramingava, enquanto lanchavam na escadaria

    - Se acalme, Marinette! – Alya tentou acalmá-la – Vai dar tempo de treinar e ir para o baile... – Sussurrou, para que somente a amiga ouvisse

    - Eu só vou para comer doce mesmo – Iasmin deu de ombros – Não sei para que tento drama... – Revirou os olhos

    - Somos dois – Assentiu Nino – Se tem comida, eu já estou lá

    - Eu vou porque a Marinette vai me obrigar – Adrien sorriu, com inocência

    - Eu vou para reclamar da decoração que eles fizeram esse ano. Me voluntariei para ajudar, mas não me chamaram... – Bufou Alya, cruzando os braços

    - Ei! Você não vai reclamar da decoração que eu ajudei a fazer! – Protestou Marinette – E que, sem dúvida, está linda! Modéstia à parte... – Se gabou

    - Você ajudou na decoração? – A morena indignou-se

    - Sim! – Respondeu ela – Mas, se eu soubesse que você tinha se voluntariado, daria um jeito de ter te colocado no meio. – Justificou-se

[...]

    - Eu queria ter faltado hoje. – Reclamou Pâmela, bocejando, enquanto entravam na sala – Passei a noite jogando, quero dormir...

    - Eu quero morrer mesmo – Bufou Iasmin, fazendo a franja, que cobria um de seus olhos, se levantar um pouco, mas, logo, voltar ao lugar, normalmente – Minha vida é um lixo

    - É mesmo – Concordou, balançando a cabeça

    - Apoio moral dez! – Iasmin ironizou, fazendo um sinal positivo, com as mãos

    - Só eu percebi que a Mari não chegou atrasada, nem hoje, nem esses dias atrás? – Indagou Alya, confusa

    - Eu bolei um jeito infalível de não atrasar! – A azulada sorriu, como se fosse um Cebolinha e o plano infalível houvesse acabado de dar certo

    - Como? Só se for por milagre, né? – Nino riu anasalado

    - Simples, eu durmo com um daqueles despertadores antigos, que fazem um barulhão, embaixo da cama. Quando ele faz aquele barulho irritante eu tenho que levantar para desligar. – Explicou a garota, sorrindo

    - Inteligente – Confirmou o loiro

    - Só que parece que tem uma bomba relógio embaixo de mim. O que é bem irritante. – Observou, revirando os olhos – Nem tudo é perfeito

[...]

    - Ô, Pâmela! Ô, Pâmela! Ô Pâmela... – Iasmin cutucava as costas da amiga, chamando-a

    - O que foi, inferno?! – Se virou para trás, com uma carranca e querendo arrancar a cabeça da esverdeada

    - Posso contar? Posso contar? Posso contar? – Perguntou, freneticamente

    - Conta logo, você não vai conseguir guardar por muito tempo... – Resmungou, suspirando

    - Isso! – Comemorou – Ei, vocês seis! – Chamou os outros – O que vocês acham de passar as férias de julho no Brasil? O país do futebol e da zoeira infinita?

    - Sério? – Alya indagou, arqueando uma das sobrancelhas, sorrindo

    - Sim – Respondeu Pâmela

    - Não sei se meu pai vai deixar... – Objetou o loiro, olhando para o chão

    - Você o convence... – Marinette colocou a mão sobre o ombro do namorado – Se precisar, a gente ajuda!

    - Brasil? – Nino exclamou, surpreso – Mano! A gente vai poder sair na rua gritando “Fora Temer”?

    - Talvez... – Pensou Iasmin – Dependendo de mim, nós íamos! Mas...

    - Não vamos sair gritando: “Fora Temer”! – Repreendeu Pâmela

    - Alimente os sonhos da criança – Refletiu, apontando para Nino

    - Mas... Tipo... Nós veremos tiroteios? Seremos assaltados? – Marinette preocupou-se, vendo os pontos negativos da viagem

    - Se andarmos em áreas de risco... – Refletiu Pâmela – O que não vai ser o caso!

    - Fechou! Plano para as férias: Brasil! – Exclamou Marco

    - Quase certeza de que eu não vou... – Akira murmurou

    - Ah, mas você vai, sim! – Esbravejou Pâmela – Vai para andar comigo na Montanha Russa do parque! Iasmin e Marinette são duas cagonas, Alya sente enjoo, Adrien nem sabe se vai e Nino toda hora fala: “Tô com fome”! Deve existir, pelo menos, alguém decente no meio dos meus amigos!

    - Está bem... – O jovem resmungou, corando e mirando o olhar para outro lugar – Eu vou...

    - Valeu! – Pâmela abraçou a cabeça do garoto, já que o mesmo estava sentado e ela de pé. Ele riu, constrangido e vermelho, como um tomate.

    - Vê, menino prodígio? Isto é o que denominamos “shipp” – Disse a jovem, em um tom sério – Esta maravilhosa espécie, chamamos de “Akiela”, faz parte do grupo dos “opostos”... Um garoto antissocial que possui cara de tacho – Apontou para Akira – E a garota que fala com todo mundo. – Deu uma pausa – Está a anotar tudo?

    - Sim! – Confirmou Marco, enquanto relia suas anotações, em um bloquinho

    - Ótimo, logo passaremos para a área da “brotherzone” – Gesticulou para Alya e Nino – Logo após para os shipps já reais – Gesticulou para Adrien e Marinette

    - E quando você irá explicar sobre a “friendzone”? – Ele indagou, confuso

    - Em breve, jovem padawan... Em breve...

    - E quando vocês dois vão falar da amizade colorida?! – Bradou Pâmela – Conheço um lindo exemplo!

    - Está a insinuar o que com isto, jovem? – Continuou, no mesmo tom calmo de antes – Pois, por aqui, a única amizade colorida no momento é Akiela, mas não por muito mais tempo...

    - Iasmin... – Marco lhe cutucou o ombro – O que significa a amizade colorida mesmo?

    - Logo será explicado, jovem padawan... Muito em breve será explicado...

    A pequena kwami de joaninha começa a mexer na bolsa, a ponto de só Marinette perceber. A garota vai até um canto da sala, para poder conversar com a kwami.

    - O que foi Tikki? – Perguntou, confusa

    - Waizz pediu para avisar sobre o treinamento. Ele foi adiado por hoje. Mestre está resolvendo assuntos importantes... – Ela respondeu, calma

    - Tudo bem, mas como você soube disso?

    - Telepatia Kwami – Explicou ela, voltando para dentro da bolsinha, vendo que a professora chegara na sala.

[...]

    - E aí? Quem quer se produzir para a festa? – Indaga Marinette, com um sorriso no rosto, se aproximando das garotas e segurando várias maquiagens e afins.

    - Acho que eu quero – Pâmela abriu um sorriso forçado

    - Certeza? – Ironizou Iasmin – Acho que eu não. Para ser sincera, nem sei por que estou aqui, sendo podia estar assistindo Scooby-Doo Mistério S.A – Deu de ombros – Mas vocês, simplesmente, me arrastaram para a casa da Marinette!

    -  Vamos ao ponto que interessa... – Disse a azulada, abrindo o guarda-roupa – As roupas!

    - Tem algum sapato que combine com o meu vestido? – Indagou Alya, mostrando seu vestido dourado

    - Claro! Vá se trocar, eu acho logo – Disse Marinette, fuçando no meio de seus sapatos – Encontrei!

    - Valeu, Mari! – Alya agradeceu, retirando os sapatos das mãos da amiga e entrando no banheiro

    - Agora vou resolver o “Caso Pâmela”... – Pôs a mão sobre o queixo, observando a garota, que, por sua vez, mirava o olha em um canto fixo, concentrada.

    - Pâmela... Pâmela... – Iasmin passa a mão na frente da cara da jovem, que nem se move – Pâmela! ACORDA, DESGRAÇA!

    - Que? Quando? Como? Onde? – Acordou do transe, balançando a cabeça

    - Você é a segunda cobaia da Marinette – Explicou a esverdeada

    Marinette observava o vestido da morena, sorrindo igual idiota.

    - O que está acontecendo? – Olhou para os lados, confusa

    - Nada! Só vai trocar de roupa! – Exclamou, entregando o vestido a ela e empurrando-a para o banheiro, vendo Alya sair de lá

    - Marinette, esse troço é grande, pode arrumar para mim? Ou eu acabo tropeçando e caindo... – Resmungou, após alguns minutos, ao sair do banheiro, já trocada

    - Pode deixar! – Ela sorriu, se agachando para fazer a barra do vestido

    - Só avisando... A roupa que eu escolhi não é nenhum vestido! E eu também não sou obrigada a usar algum!

    - Tudo bem... – Alya e Marinette pareciam desapontadas

    - Ótimo! – Iasmin entrou no banheiro para se trocar, saindo de lá rapidamente, já trocada

    - Como você troca de roupa tão rápido? – Indagou Alya, impressionada

    - Costume... – Deu de ombros

    - Agora você! – Exclama Alya, empurrando Marinette para o banheiro e lhe entregando um vestido

    - Agora... – Anunciou, enquanto saía de lá – Maquiagens!  

    - Outro fato: Não vou passar esses trecos na cara! Me obriguem! – Iasmin se escondeu embaixo da cama

    - Sobrou para mim – Pâmela resmungou, cruzando os braços, enquanto via Alya se aproximar, pronta para lhe maquiar – Cuidado para não cagar meu rosto, Alya!

    - Confia em mim, sonsa...

[...]

    - Olha que decoração linda! – Marinette abanava o próprio rosto, como se estivesse prestes a chorar

    - Tenho que admitir... Fizeram um bom trabalho aqui – Alya concordou, a contragosto

    - Achei meio chatinho, isso é um baile! Por que não tem ninguém dançando? – Nino exclamou, indignado, mudando o som e colocando cupcakes sobre uma mesa vazia

    - Nino, o que tem dentro dessas caixas? – Perguntou Iasmin, enquanto entrava carregando duas caixas grandes

   - Canhões de festa, óbvio! – Revirou os olhos, abrindo as caixas e revelando os dois canhões

    - Tem certeza disso? – Marco indagou, receoso

    - Absoluta! – Gritou, estourando ambos os canhões

[...]

    - Boa noite, alunos, alunas e professores. – O diretor subiu ao palco, com um microfone –  É com prazer, que eu peço que se dirijam ao pátio para a valsa – Gesticulou, para a saída, que dava até o pátio – Quando a Luz Sangrenta cair sobre nós, escolhe duas almas sortudas, contendo elas por toda eternidade, em sua conexão rubi-hipnótica. – Anunciou, enquanto via todos se dirigindo ao local, alguns para dançar, outros para observar a lua... E alguns só porque todos estavam indo mesmo.

    Alguns começam a dançar, no meio estavam Adrien e Marinette.

    - An... Quer dançar? – Perguntou o garoto, enquanto estendia uma das mãos para a jovem e coçava a nuca com a outra.

    - Por que não? – Pâmela sorriu e segurou a mão de Akira, indo junto dele para o meio dos casais dançantes.

    As pessoas dançavam conforme a música, os casais torcendo para a lua os escolherem, outros estavam sorrateiramente roubando doces, mas... A lua acabou escolhendo um dos casais mais inesperados para derramar sua luz... O casal cujo ninguém estava esperando... Bom, tirando uma pessoa...

    - Meu shipp! É meu shipp! – Exclamou Iasmin, apontando para lá, quase deixando os doces que segurava cair no chão

    - O que a gente faz? – Indagou Pâmela, confusa

    - Continuamos dançando? – Akira arqueou uma das sobrancelhas

   - Vem comigo! – O puxou para fora do lugar, entrando em algum lugar além de arbustos

    - Que lugar é esse? – Olhou ao redor, impressionado

    - É meio que um jardim secreto... – Sentou-se em um banquinho – Achei ele enquanto estava vasculhando a escola...

    - Vasculhando a escola? – Sentou ao lado dela, olhando-a, confuso

    - Sou estranha – Riu anasalada, dando de ombros

    - É verdade – Ele concordou

    Ambos riem e, enfim, percebem a aproximação que estavam, corando e desviando o olhar. A garota pôs as mãos no rosto de Akira, puxando-o, para que os lábios se colassem e, logo, o selinho se transformasse em algo a mais.

    - Se isso já tiver sido um pedido de namoro, eu aceito – Anunciou, abraçando o pescoço do garoto

    - Então considere um pedido de namoro – Respondeu, rápido, causando risos, vindos dela

    - Meu shipp! – Exclamou alguém, saindo detrás dos arbustos – É MEU SHIIIIIIP! – Logo, ela fez uma pose séria – O que podemos fazer com Akiela agora, menino prodígio?

    Marco também surgiu dos arbustos, com seu bloquinho

    - O shipp permanece no grupo dos “opostos”, mas sai da “amizade colorida”, indo para o “shipps cannons” – Explicou, anotando

    - Muito bem! Estou orgulhosa de você, jovem padawan... Mas, se me permite, sua professora irá surtar agora... – Ela limpou a garganta e começou a berrar – CHUPA ESSA MANGA, QUEM DUVIDOU DESSE SHIPP! CARALHO!

    - Ah, é! Ela também conhece esse lugar... – Resmungou a morena, bufando

    - Akiela is cannon! TOMA ESSA SOCIEDADE! – Gritou, fazendo uma dancinha escrota

    - Ignore a retardada – Pâmela gesticulou para a amiga

    - Já estou ignorando – Akira deu de ombros

    - Eu preciso contar pra Deus e o mundo! – Berrou, saindo correndo, aos prantos

    - Volta aqui, inferno! Eu vou te matar, sua demônia! – Brada Pâmela, a perseguindo

E assim, meus amigos... Se inicia o Arco de Pâmela e Akira...

Beleza! Explico isso nas notas finais!