À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 23
De Volta ao Futuro


Notas iniciais do capítulo

Oooeeeeeeee, gente!

Eu sei que vocês querem muito saber o que vai rolar! E aqui estamos nós!

Boa leitura!



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Vi os olhos de Nathaniel se arregalando com as luzes que passavam pela janela da porta. A cabine continuava tremendo e nos seguramos um no outro. De repente, a cabine bateu no chão, fazendo um barulho metálico alto.

Olhei pela janela, não conseguindo ver nada. Arrisquei e destravei a porta, a abrindo. Saímos para a garagem escura. Depois daquela barulheira toda, estava um silêncio mortal. Até que ouvi passos no andar de cima, que pareciam apressados.

Segundos depois, a porta para a casa foi escancarada e a luz acesa. Castiel respirava rápido e ficou perplexo ao me ver ali. Então, viu Nathaniel atrás de mim e ficou bravo.

— O que você pensa que está fazendo? Quem é esse cara?! Ficou maluca?!

— Oi para você também! Que saudade! — Me aproximei e o abracei, não sendo abraçada de volta. Muito pelo contrário, ele me afastou.

— Heloise, você deixou seu cérebro lá?! Você quer que esse cara morra?!

— Ai, Castiel, relaxa. Ele está ótimo, sobreviveu a viagem. — Me afastei dele.

Castiel olhou para o loiro e chegou perto, o rondando. Nathaniel parecia perdido, talvez se perguntando porque o outro estava só de cueca e eu ainda havia o abraçado.

— Você é Castiel, então...? — Nathaniel analisou o rosto dele. — Não é totalmente igual, mas lembra, realmente — comentou comigo.

— Eu falei.

— Lembra o quê? — Castiel me encarou.

— Tem uma versão sua lá, e acredite, ele tem cinco irmãos.

— Cinco?! — Arregalou os olhos. — Deus me livre.

Não disse que ele ia reagir assim?

Eu ri. — Foi o que eu pensei.

— Tá, e... você conseguiu? — Cruzou os braços ao se aproximar de mim.

— Hm... Ainda não.

— Então por que voltou?

— Porque meus gatos vão ficar sem comida e sem areia limpa.

— Voltou só por isso?

— Como assim só? É o suficiente para me fazer voltar, ainda mais porque não lembrei de deixar a chave com alguém. Você também voltaria pelo Dragon.

Ele fez uma cara de “voltaria mesmo”, mas que não queria concordar comigo.

— Enfim, vamos voltar quando a máquina recarregar. Leva uns dois dias, não é?

Castiel esfregou os olhos. — Mais ou menos isso.

— Estava dormindo? — Aproveitei e tirei o vestido.

— Sim.

— Ah... Vamos te deixar dormir, depois conversamos....

— Heloise! — Me virei e vi Íris na porta, que correu para me abraçar. — Você já voltou!

— Voltei, sim. Ainda não consegui achar Adeline.

— Ainda não? Mas por quê? — Se afastou.

— Porque a criatura está viajando com o pai! Não prevemos isso.

— Puts... E como você ficou sabendo?

— Eu fui até a loja, e a mãe dela me disse. E que os dois só voltariam no começo da semana.

— Então por que você voltou agora?

— Por causa dos gatos — resmungou Castiel, ficando ao lado dela.

Íris reprovou a fala dele com um olhar bravo. — Mas você vai voltar, não é?

— Claro. Até por que também tenho uma bagagem para levar de volta — brinquei, indicando Nathaniel ali parado.

— Heloise, você ficou doida? E se acontecesse algo com ele?

— Não aconteceu nada, ele está ótimo. Não está, Nathaniel?

— O quê? — Parou de encarar a máquina e me olhou.

— Você está se sentindo bem?

— Sim.

— Viu? — Voltei a olhá-los.

— Menos mal, então.

— Bom, preciso ir para casa. Amanhã a gente conversa.

— Claro.

— Vem, Nathaniel. — Ele me seguiu e os dois nos levaram até a entrada principal. — Até amanhã.

— Até — disseram juntos.

Puxei o loiro para a rua, que olhava tudo com muita atenção.

— Diferente, não é?

— Muito... Isso... é um automóvel? — Apontou para o carro estacionado.

— Sim. Olha como as coisas evoluíram.

Como imaginei, é engraçado ver a reação dele.

Nathaniel afrouxou sua gravata. — Como está quente aqui.

— Sim... O clima aqui é bem mais quente do que no passado. Quando chegarmos na minha casa, você toma um banho para se refrescar e troca de roupa, tudo bem?

— Claro.

Seguimos o resto do caminho em silêncio, com o psicólogo admirando tudo o que estava ao alcance de seus olhos. A casa de Castiel não era longe da minha, então chegamos em poucos minutos.

— Sabe, eu não esperava que você ficaria tão calmo assim — comentei, enquanto abria o portão do prédio e acenava para o porteiro.

— Acho que eu... ainda não acredito completamente. Parece que estou sonhando.

— Sei como é. — Esperei ele passar e tranquei. Segui pelo caminho de pedras até o meu prédio e abri a porta de vidro. — Talvez caia a ficha mais tarde.

Seguimos para as escadas, para o segundo andar. Cacei minhas chaves no bolso da calça e fiquei na frente da minha porta. A abri, já ouvindo miados e sorri, sentindo a saudade dos meus filhos bater.

— Oi, meus amorecos! — Acendi a luz e agachei ali para abraçar os dois peludos que vinham me receber, miando alto. — Eu sei, eu sei, sou uma péssima mãe.

Acariciei os dois, que se esfregavam e me cheiravam. Ouvi Nathaniel rindo e o olhei.

— Esses são Tom e Jerry. — Nem adiantaria explicar, ele não entenderia a referência. — Esse é o Nathaniel, gente, digam olá para ele.

Eu sei que Jerry é um rato, mas quando vi esses dois juntos, um gato cinza e outro laranja, foi inevitável não pensar nesses nomes.

— Muito prazer, senhores. — Nathaniel abaixou enquanto eu me erguia, e os gatos foram cheirá-lo.

— Fecha a porta, por favor — pedi enquanto virava no corredor e ia para o final, saindo na cozinha.

Os potes eletrônicos de comida ainda tinham ração suficiente para mais uma refeição, então fiquei mais tranquila. Pelo menos ninguém passou fome.

Ouvi a porta ser fechada e fui para o banheiro. Deixei o vestido na cesta de roupa suja, limpei as caixas de areia e joguei a sujeira no lixo da lavanderia. Quando voltei, Nathaniel estava observando os móveis da cozinha, boquiaberto.

— É tão... claro. — Ele disse. — E pequeno.

— Bom, comparando com seu apartamento gigantesco, sim, é minúsculo. Eu não preciso de mais espaço do que isso. — Me apoiei na mesa e tirei os tênis.

Se eu estivesse sozinha já teria tirado todas as roupas.

Ainda admirando tudo, Nathaniel tirou seu casaco e terminou de afrouxar a gravata.

— Me dá aqui. Vou colocar para lavar.... — E assim ele o fez. — Não quer tomar um banho?

— Seria agradável...

— Eu vou ver se acho algumas roupas para você. — Passei por ele, indo ao corredor e entrei no meu quarto. Ouvi seus passos logo atrás.

Abri as portas do guarda roupa e parei, olhando e pensando, tentando lembrar onde estavam as roupas. Procurei nos nichos, e no fundo, achei uma pequena pilha. A tirei e a levei para a cama e me sentei, pegando uma por uma e as olhando.

— De quem são essas roupas? — Nathaniel questionou, também sentando na ponta do colchão.

— Do meu ex.

— Ex... ex-noivo?

— Sim.

— Mas você não tinha dito que queimou as roupas dele?

— Ah sim, eu queimei, mas eram outras. Essas aqui são novas... Tínhamos feito compras uns dois dias antes de eu descobrir a traição, e como ele estava quase sempre aqui, essas ficaram guardadas. Pelo menos agora vão servir para alguma coisa. Talvez fique um pouquinho grande, mas vai servir.

Tinha três camisetas básicas brancas, uma preta e uma azul marinho, um moletom cinza escuro, duas calças jeans, duas calças de moletom cinza claro, três pares de meias, cinco cuecas pretas e uma bermuda jeans clara.

— Que roupas... extravagantes. — Ele comentou, as olhando.

— São roupas comuns, todo mundo usa. Uma hora você se acostuma. Agora vai tomar banho.

Separei uma cueca, uma camiseta branca e calça de moletom para ele e entreguei. Ele pegou a cueca e me olhou.

— Isso... é uma roupa de baixo, eu suponho.

— Sim, é.

— Mas é só isso?

— Sim, só. Se tivesse mais tecido do que isso, você morreria de calor, acredite.

— Não que eu já não esteja... — Levantou.

Mostrei onde era o banheiro — na porta logo de frente a porta do quarto — e entrei com ele. — Imagino que você saiba como uma torneira funcione.

— Claro — respondeu meio irônico.

— Talvez você não esteja acostumado, mas isso é um chuveiro, a água sai por ali. — Apontei para ele.

— Ah... ok.

— Não demore muito, temos que economizar a água. Aqui no futuro ela está acabando.

— A água está acabando? — perguntou, assustado.

— É, mais ou menos. Por isso temos que economizar, para ela não acabar de vez... — Fui para a porta. — Você tem no máximo, dez minutos. Qualquer coisa é só chamar. Tem toalha limpa pendurada.

— Certo... obrigado.

Fechei a porta e olhei pelo corredor, matando a saudade de casa aos poucos.


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Notas finais do capítulo

Lá e de volta outra vez! Finalmente chegaram em casa.

Nathaniel reagindo a tudo, Castiel surtando um pouco pela loucura da Lolo...

Assim as coisas vão acontecendo.

No próximo capítulo acontecerá algo bem... engraçado? Estranho? Não sei como descrever, mas já digo que teremos uma tretinha básica!

Mais detalhes da casa da Lolo, só ver aqui:

https://br.pinterest.com/biahmastrocollo/%C3%A0-procura-de-adeline-legrand/casas/

Nos vemos no sábado! o/



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