Edward Cullen era um sistemático advogado de trinta anos de idade, adorava rotina e nunca deixava de segui-la. Isso fazia com que ele há 4 anos tomasse sempre café da mesma cafeteria, um lugar não tão movimentado quanto a famosa Starbucks, mas que tinha um bom café, o que lhe importava de fato.

Todas as manhãs, antes de ir para seu escritório enfrentar o longo dia de trabalho ele parava na cafeteria e pedia o mesmo café de sempre. Ele também sempre via uma garota de vinte e tantos anos, do outro lado da rua parando sua bicicleta amarela na frente da floricultura.

O advogado detestava flores, não por ter alergias, ou qualquer coisa assim, ele só não via graça alguma nelas. Por isso, para Edward, era estranho ver sempre a garota da bicicleta sorridente ao chegar para seu trabalho na floricultura todas as manhãs.

Ele se questionava como flores podiam fazer alguém tão feliz.

Até que um dia, deixando a cafeteira, Edward viu novamente a garota e sua bicicleta amarela. Ele parou por um momento, observando ela prender sua bicicleta ao bicicletário e entrar na floricultura.

Tomado por um ato impulsivo Edward atravessou a rua, ele entrou na floricultura, ouvindo os sinos da porta tocando. Munido de seu café, ele se sentiu deslocado no meio de todas aquelas flores, mas precisava confessar que o cheiro era muito agradável.

— Olá, no que posso ajudá-lo? — a garota da bicicleta perguntou para ele, os cabelos castanhos dela estavam trançados em uma trança despojada.

— Oi — ele falou, meio sem jeito, voltando seu olhar para as flores, se distraindo com um buquê de girassóis.

— Quer um buquê dessas, senhor? — a garota perguntou.

— Sim, vou querer sim — Edward respondeu, sorrindo.

— Precisa que alguém faça a entrega? — a garota perguntou, já preparando o buquê para o advogado.

Ele respirou fundo, pensando no destino daquelas flores. Olhou em seu relógio, estava no horário de sua rotina, só que logo estaria atrasado para uma reunião.

— Não, você pode me dar elas mesmo — Edward falou para a garota.

Ela assentiu, terminou de preparar o buquê. Edward pagou pelas flores e antes de ir embora se permitiu dizer:

— Gostei da sua bicicleta!

— Obrigada, senhor — ela disse, ainda soando animada e jovial.

Edward pegou o buquê, deixando a floricultura. Se fosse para a esquerda iria seguir para seu escritório, se fosse para a direita voltaria para seu apartamento.

Encarou a bicicleta, tomando sua decisão.

Minutos mais tarde, ainda segurando o buquê e seu copo de café, Edward bateu a porta do apartamento número 21. A mulher de longos cabelos loiros abriu a porta, visivelmente confusa com a aparição de Edward.

— Oi — ele falou baixinho com ela, que o encarava ainda sem entender o que ele estava fazendo ali.

— Oi — ela devolveu o cumprimento. — Você precisa de algo? — perguntou ao seu vizinho.

Bella tinha se mudado para o prédio que Edward morava há cinco meses, naquele tempo eles apenas trocavam saudações cordiais no corredor ou elevador. Naquele tempo ele também vinha nutrindo certa paixão pela vizinha, mesmo sem a conhecer direito, mas aquilo poderia mudar, eles poderiam se conhecer melhor.

— Hum… Eu só — Edward falou, envergonhado. — Vim trazer isso para você, como um presente de boas vindas para a casa nova. — Estendeu as flores para Bella, que sorriu.

— Eu já estou morando aqui há cinco meses — observou, pegando com cuidado o buquê, cheirando o perfume das flores.

— Bom, me desculpe pelo atraso — Edward falou, sorrindo de volta. — Eu geralmente não costumo me atrasar.

— Não está atrasado para o trabalho agora? — ela indagou, mexendo em seus cabelos loiros, tinha pintado eles no dia anterior.

— Muito atrasado — Edward confidenciou, olhando seu relógio de pulso, rindo e fazendo com que Bella risse também.

— Por que não se atrasa mais e saímos para tomar um café? — ela sugeriu. — No caso, mais um. — Apontou para o copo na mão dele.

— Que tal irmos tomar sorvete? — ele falou.

— Oito da manhã? — perguntou surpresa.

— É, eu não tomo sorvete há anos — ele admitiu.

Bella arregalou seus olhos castanhos.

— Isso é terrível.

— Eu sei, não?

Ela riu de novo, olhando para o interior do seu apartamento.

— Eu tenho sorvete aqui, que tal entrar?

Edward sorriu, com um aceno de cabeça concordou e entrou no apartamento de Bella. Os dois passaram horas conversando e tomando sorvete, direto do pote, se conhecendo melhor.

Se conheceram tão bem que em cinco dias trocavam o primeiro beijo no elevador, em uma semana saiam para o primeiro encontro, em dez dias começaram a namorar, em duas semanas fizeram sexo pela primeira vez. Em um mês tiveram a primeira briga, em seis meses eles já dormiam só no apartamento de Bella, em um ano já alugavam um apartamento juntos em outro prédio. Em um ano e seis meses eles estavam na floricultura da garota da bicicleta amarela.

— Qual flores você acha melhor para o casamento, Edward? — Bella perguntou a ele.

— Girassóis — respondeu sem hesitar.