Castle of Glass escrita por FeerChan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, gente!

As imagens são da animação - Koe no Katachi - apenas me serviram de inspiração, ok?


Uma história curtinha, espero que gostem!



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Quando foi que o desprazer pelo colégio havia se tornado tão intenso a ponto de fingir estar doente para não ir nenhum dia da semana à aula? – Faltar uma vez, ok. Duas vezes, aceitável. Mas cinco? Cinco dias seguidos era muito tempo – e eu sei que deveria me culpar por isso, mas a verdade era que, me sentia aliviado. 

A escola vem acompanhada de uma sequência de dramatizações, onde - se abordado por alguém experiente – formaria inúmeros atores de sucesso. Por que digo isso? Bom, já estive lá – e como disse – cinco dias afastado por puro medo e desgosto, era muito tempo. Sendo apenas o estopim de uma série de faltas e dissabores – ou se quiserem nomear de maneira mais interessante: ensino médio + puberdade.

— O cabelo dele parece um porco-espinho – na primeira vez achei graça, não que fosse cômico, mas eu era apenas uma criança que estava tentando se enturmar.

O que não pus em nota, foi que, naquele breve momento, havia dado abertura para tudo começar a piorar.

Eles me perseguiam. Aqueles olhos grandes e maldosos – sempre estavam ali - desde o caminho à escola, até quando precisava ir ao banheiro durante o intervalo – me julgando, seja lá por qual motivo. E eu? Em algum momento já não via mais o rosto daquelas pessoas - apenas percebia seus orbes, o tom rude das palavras que proferiam, e por vezes o toque cruel contra meu corpo.

Eles me atingiam e quando digo isso quero enfatizar que eram de todas as maneiras possíveis – indiretamente para diretamente, do verbal para o físico, de uma risada abafada até uma humilhação geral – mas que fique claro que não eram todos, e mesmo assim acabei me isolando – seja na tentativa de proteger alguém querido, até o ponto de não acreditar que nada seria duradouro ou genuinamente verdadeiro.

— Ninguém te quer aqui– ouvi pela milésima vez, sentindo meu coração palpitar, ao passo que as batidas se tornavam mais e mais dolorosas.

 Eu acreditava no que falavam e deixava suas palavras me atingirem – como uma bomba nuclear: precisa e letal.

Minha armadura não estava tão forte, afinal, não estava mais suportando os ataques constantes que vinham dizimando minha integridade emocional – na qual estava  trincada há tempos.

 O que deveria fazer? Como parar de me quebrar?

— Mãe – a chamei sentindo que precisava conversar com alguém sobre a situação que me incomodava, mesmo que com medo da repercussão. Pois, imagine só, se até então só me davam apelidos, me atingiam com giz e rabiscavam minha carteira com alguma coisa ofensiva, o que seria de mim assim que ela chegasse na diretoria para me defender.

Neste pequeno momento de sobriedade, deixando o emocional de lado, pude sentir sabor amargo que vinha rasgando desde meu estomago até minha boca e retornava – queimando.

O que diabos eu estava pensando?

— O que foi querido? – ela perguntou, não dando tanta atenção por estar ocupada com alguma coisa do trabalho - agradeci mentalmente, percebendo que meu rosto definitivamente não iria conseguir esconder o que meus lábios o fariam.

— Nada. – calei-me, virando de costas, saindo da pequena sala, sem antes ela falar que me amava.

— Eu também te amo – e me perdoe;

Estava submerso na escuridão, sentindo-me ser envolvido por toda aquela água densa.

Abri meus olhos, procurando – não sei exatamente o que.

Qualquer coisa!

Por favor, eu não quero que acabe assim.

— Eu não quero que acabe assim! Então faça parar! - gritei. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, mesmo um pouco confuso.
Um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de bullying - sei que o texto não é reflexivo o suficiente, mas não deixo de me perguntar: qual o objetivo em causar dor no próximo? Qual é o objetivo em rebaixar alguém a ponto de que este segundo se sinta um ser desprezível?
As consequências já foram ditar inúmeras vezes, mas a cada dia vejo pessoas - dentre adolescentes e crianças - cometendo suicídio, por não "aguentarem mais". Isso me faz pensar: a que ponto chegamos?

XoXo



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