Era mais um dia normal, com céu azul e nuvens brancas. Em dias como este, tranquilos e simpáticos, Karui se questionava ainda mais sobre o treinamento da filha ser “desnecessário” em tempos de paz. Ela estava tão distraída que não notou a pequena se aproximar.

— Mama...

Ela olhou para Chocho e sorriu.

— O treinamento foi puxado?

— Não, não teve treinamento... — a garota colocou a mão na cintura e sorriu — Eu estava em uma missão especial!

— Mas você não saiu com o seu pai? Tanto faz... Espero que tenha se saído bem, mas se não se saiu tão bem, ao menos você se esforçou...

— Sério que você nem liga para o dia de hoje, mama? É tão óbvio o que fomos fazer... Não lembra? Almoço com pratos de Kumogakure, eu e o papa saímos sem falar para onde...

A mais velha cruzou os braços, pensativa. Não seria a primeira e nem a última vez que ela esqueceu alguma data importante...

— Mais importante de gravar dias, é viver eles...

— Sério, você não consegue fingir que não esqueceu desse jeito. — Chocho ficou um tanto emburrada, mas estendeu um embrulho pequeno — Para você.

— Não precisava... — Karui sorriu, pegando o presente e abrindo com cuidado — Brincos!

— Eu sei, eu sei... Tenho um ótimo gosto! — a filha sorriu um tanto convencida.

— Não vai me dar os parabéns? — a mãe perguntou, experimentando as joias novas.

— ... Er... Parabéns por ser mãe, mama?

Se não era aniversário...

— Parabéns para você também, eu acho. Não seria mãe sem você, não é mesmo? — ela sorriu, estendendo o par antigo de brincos para a filha — Guarde com você, estes foram o seu pai quem me deu... Mas se perder um deles, acontece.

Apesar de falar coisas deste tipo, ela só confiou os brincos antigos para a filha por saber que ela não iria usar nem tão cedo, mas, caso usasse e possivelmente perdesse, não havia motivos de briga ou castigo e ela preferia já deixar isto claro. Na vida, coisas importantes também são perdidas, principalmente quando não as vivemos e Karui sempre quis deixar isto claro para a filha.