Pyxidis escrita por ohstony


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Essa é a minha primeira tentativa de história (one) com nosso querido Pantera!

Espero que curtam ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/760352/chapter/1

O barulho das batidas da música não era atrativo para o rei de Wakanda. Com sua audição aguçada graças as habilidades de Pantera, o som parecia ecoar em sua mente como se estivesse rodeado de caixas de som enormes.

Empertigou os ombros enquanto levava a taça de Martini até os lábios, olhando ao redor e encontrando quem procurava, o motivo de estar ali tão longe de seu reino.

— Estou vendo ele. — Murmurou para Okoye e pelos comunicadores, disfarçando enquanto conversava com o barman, pedindo outra bebida.

Receberam alertas sobre um possível parceiro de Klaw que ainda estava no ramo de contrabandear vibranium, assumindo o cargo do falecido sócio. Mas o cara não era tão... precavido quanto Klaw, obviamente. Já que gastava seu dinheiro em noitadas, vivia metido em brigas de bar e esbanjava todo o dinheiro que conseguia com a venda do metal precioso.

Fora ridiculamente fácil de achar ele. E a missão do Pantera era cuidar para que ele fosse levado até Wakanda, enfrentasse o Conselho e enfim ele teria o que merecia, já que fora um dos homens de Klaw na invasão à Wakanda que resultou na morte de muitos wakandianos.

Não foi tão difícil, meu rei. — Okoye soou sarcástica, já que John Loyer estava rodeado de mulheres e havia acabado de gritar, bêbado, que a bebida de todos ali seria por sua conta.

— Vamos esperar ele sair e o abordamos. — Planejou, explicando sua tática. — Isso está cheio demais para arriscar um ataque direto.

Ewe, kumkani wam. [Sim, meu senhor] — Ouviu a confirmação da General das Dora Milaje.

Continuou a beber observando ao redor, até que uma voz suave se sobrepôs entre todo o alvoroço da música eletrônica que tocava no lugar.

Um Daiquiri, por favor.

Olhou ao redor, e acabou encontrando a dona da voz de veludo. A mulher era estonteante. Cabelos longos e armados, os cachos definidos, tão escuros que pareciam brilhar com o efeito de luz que tinha no local, tal qual uma noite estrelada em Wakanda. A pele cor de ébano parecia macia e bem cuidada, e os olhos estreitos, mas destacados pela maquiagem escura... Era a mulher mais linda que T’Challa já havia posto os olhos, mas toda aquela beleza parecia desfocada com a expressão que havia em seu rosto.

Os lábios grossos estavam numa linha, a postura parecia derrotada e ela olhava para o copo de sua bebida como se um filme triste e melancólico passasse ali.

— É apenas rum. — Ele comentou para ela, sentada ao seu lado. A mulher levantou a cabeça num átimo, olhando ao redor até encontrá-lo.

Ela balançou a cabeça de um lado para o outro, negando.

— Você esqueceu do limão, açúcar e do gelo. — Sua voz parecia arrastada, como se aquele não tivesse sido o primeiro drink que ela pedia. — Se fosse apenas rum, eu teria dito “Um copo de rum, por favor”.

— O limão e o açúcar são para disfarçar o teor alcoólico. — Levantou uma sobrancelha na direção dela.

— E quem perguntou? Eu só quero beber em paz, cara. — Deu de ombros, virando o copo e logo depois o depositando no tampo do balcão, levantando o dedo indicador na direção do barman pedindo por mais uma dose. — Eu mereço isso depois do dia de merda que tive.

O rei olhou surpreso na direção da mulher. Ela não fizera careta nem nada ao tomar quase um copo completo da bebida. Mas logo suas bochechas coraram levemente de vergonha, estava importunando uma moça que apenas queria beber sozinha. Que cara babaca ele era.

— Me desculpe por isso. — Pediu, sinceramente. E, pondo sua mão direita espalmada em seu peito, falou num tom calmo e solene: — Peço que aceite que eu pague seus drinks, para compensar minha atitude grosseira.

— Eu não preciso que pague nada. Se estou aqui, é por que tenho como pagar! Fala sério.

— Sei que pode pagar, mas peço que aceite meu pedido de desculpas.

Ela deu de ombros, tomando um gole comprido da bebida que o barman acabara de repor.

— Desculpas aceitas. — Falou e deu um suspiro, baixando seus olhos para sua mão esquerda, alisando a marca que havia em seu dedo anelar, provavelmente feita por anos de uso de um anel ali, ou aliança, supôs T’Challa. — O dia foi terrível; aliás, a semana, o mês, o ano têm sidos terríveis. Terminei um noivado de quatro anos há dois meses e está tudo tão desorganizado e corrido no trabalho, me desculpe por estar jogando tudo em cima de você, só que... Cara, ‘tá tudo desabando em cima de mim. — Desviou o olhar, levantando os ombros e os soltando, num suspiro pesado.

Naquela hora, T’Challa agradeceu por estar na área VIP e não ter tanto alvoroço e tanta música e, é claro, pelo dom que lhe fora concebido ao se tornar o Pantera. Se não fosse sua super audição, duvidada que teria escutado o desabafo da moça.

— Está tudo bem... — Fez uma pausa, para que a mulher dissesse seu nome.

— Pyxis. — Parou, revirando os olhos. — Pyxidis Harrison. Mas me chame apenas de Pyxis.

— Certo. — Acenou positivamente. — Pyxis, está tudo bem. Precisa colocar isso para fora, e quem melhor do que um estranho para te ouvir? — Sorriu de lado, olhando as orbes negras da mulher. — Meu pai morreu há algum tempo, tive problemas no meu reino e parece que ainda tem muita coisa por vir.

Ela pendeu a cabeça para o lado, franzindo as sobrancelhas.

— Você não tem um pensamento muito otimista. Problemas sempre vêm, você apenas tem que se manter forte e saber que, do mesmo jeito que vieram, eles também se irão. — Arregalou os olhos, ficando ereta no banco que estava sentada e espalmou as mãos delicadas no balcão. — Puta merda, esse conselho também vale pra minha situação! Cara, eu dou ótimos conselhos quando estou bêbada.

O rei de Wakanda riu, jogando a cabeça para trás.

— É um ótimo conselho, Pyxis. Não só pra mim ou pra você; acho que todos deveriam segui-lo.

— Você tem razão, é claro. — Fez um gesto de desdém com as mãos, bebendo de sua bebida. Ficou em silêncio por um minuto, mas logo virou-se para ele, animada. — Você ainda não me falou seu nome!

— Sou T’Challa. — Espalmou a mão direita no peito novamente e se curvou, em cumprimento.

Ela o observou por um tempo e logo um sorriso brilhante apareceu nos lábios carnudos, deixando-a iluminada.

T’Challa já a achava linda, mas agora, Pyxis se tornara uma mulher deslumbrante. E não, ele não estava falando da ótima visão que tinha do corpo feminino visto de frente, todo proporcional dentro do vestido até o joelho e colado no corpo, sem mangas e de gola alta. Era o sorriso.

Ele parecia mais brilhante que todas as joias preciosas existentes juntas. Reluzia.

— Sinto que te conheço, mas minha cabeça está embara... — Parou por um momento, assim que sua língua começou a enrolar na palavra. — Embaralhada pela bebida. Você é algum famoso? Ator, cantor? — Pendeu a cabeça de lado. — Acho que já te vi na televisão.

Ele abriu a boca para responder mas se brecou ao vê-la parar por um momento e logo tirar um celular da bolsa, crispando os lábios e levantando-se da cadeira.

— Tenho que ir, a babá está com problemas e não posso deixar meu irmão mais novo sozinho.

T’Challa se levantou, também, amparando-a quando a viu se desequilibrar.

— Vou chamar um táxi para você.

— Está tudo bem, eu consigo chamar um táxi sozinha.

— Pyxis...

— T’Challa, está tudo bem, obrigada. — Ela sorriu, sentindo suas bochechas corarem.

Meu rei? Loyer está se preparando para sair. — A voz de Okoye soou no comunicador.

Ele assentiu.

— Está bem, Pyxis. — Soltou-a devagar, testando o equilíbrio dela. — Como saberei se chegou em segurança?

— Você pode me mandar uma mensagem, assim que tiver salvo meu número. — Ela sorriu, dando um passo para trás e colocando a jaqueta que estivera o tempo todo em seu colo. — Ou você pode me procurar por cada canto da cidade, como o príncipe encantado fez pela Cinderela.

— Ele tinha um sapatinho de cristal; que dica eu tenho pra te achar?

— Eu te dei meu nome e sobrenome, o que quer mais? — Revirou os olhos. — Digamos que não tem muitas Pyxidis em Nova Iorque. — Sorriu novamente. — Preciso ir. Até mais, T’Challa.

E virou-se, dando as costas para o rei de Wakanda. E a única coisa que ele conseguia pensar, era em como seu nome soava saindo dos lábios carnudos dela, arrepiando seus pelos com a voz de veludo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pyxidis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.