O problema das noites - Johnlock escrita por Jupiter


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

*Os personagens não me pertencem, eu somente utilizo deles para brincar com a minha imaginação.
*Ela não foi postada somente aqui no Nyah.
*Me desculpem pelos erros que podem encontrar pelo caminho.

* Com dor no coração digo que esse é o ultimo capítulo dessa fanfic, eu comecei ela porque não me sentia bem então desde o primeiro capítulo eu sabia que iria escrever sobre sofrimento mas então quando vi, acabei de apegando a ela e agora é triste dizer que acabou.
*O final ficou melhor do que tinha planejado mas com certeza não era como vocês esperavam, realmente espero que gostem de como ficou.
*É definitivamente o ultimo capítulo, gosto de como terminou então não vou fazer mais nada em "O problema das noites".



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Você tá é precisando de amor.

— Charles Bukowski.

 

6 de janeiro de 2017

Notting Hill, Londres

 

John Watson ainda se lembrava com clareza de quando encontrou o moreno desacordado no beco ao lado da boate. O seu primeiro instinto foi pegar ele no colo e levar ele pra casa, e quando chegou lá mesmo sendo médico o desespero não deixou ele pensar direito, teve que ficar um minuto em silêncio e respirando fundo para se lembrar do que tinha que fazer.

O Doutor Watson se aproximou do Sherlock vendo que ele estava gelado então pegando ele no colo mais uma vez percebendo como era fácil mesmo que o outro fosse mais alto que ele, levando ele até o banheiro tirou os sapatos, meia, calça e blusa de frio deixando o moreno somente de camiseta e cueca; colocando o mesmo sentado na banheira e ligando o chuveiro na água quente que iria não só esquentar ele como também relaxar.

John já tinha visto muita coisa na guerra, podia ser considerado um homem com grandes experiências e de difícil surpreender mas ainda sim ficou sem reação quando viu sangue escorrendo do corpo dele; não foi o sangue que chocou ele mas sim de onde estava saindo o sangue, naquele momento ele entendeu o porque Sherlock era uma daquelas pessoas feridas se escondendo em uma casca feliz.

 

Cale a boca, amor se levante e entregue (Levante-se e entregue-se)

mãos santas, ooh eles me fazem um pecador (fazem-me um pecador)

Como um rio, como um rio (como um rio)

Cale a boca e me corra como um rio (e me corra como um rio)

 

Vinte e quatro horas haviam se passado desde que Sherlock havia sido encontrado, e durante todo esses tempo John ficou sentada em uma cadeira observando Sherlock desacordado em sua pequena cama de solteiro e estava tão machucado que fazia o coração do loiro doer por conta disso.

O moreno tinha marcas de mãos no pescoço o que dizia claramente que tinha sido enforcado, tinha marcas claras de fivelas de cinto nas coxas e nas costas como também tinha cicatrizes naquelas áreas, tinha claramente uma marca de tapa em um dos lados do rosto e então o que mais deveria ferir deveria ser o abuso sexual que não machucava só o Sherlock mais também o loiro por ver o outro machucado.

John queria se aproximar e tocar no Sherlock porém do pouco que sabia das pessoas que sofrem traumas daquela forma, sabia que tudo tinha que ser feito com calma e no tempo da pessoa, ele não podia simplesmente correr até o moreno e puxar o mesmo para os seus braços, tinha que ficar ao lado dele com os braços abertos esperando que ele viesse em seu encontro.

 

Não diga, você não vai dizer

Não diga, você não vai dizer

Uma respiração, ele vai se quebrar

Então cale a boca e me corra como um rio

 

O tempo passava de forma tão devagar que a cada respirada mais funda que o Doutor dava ele esperava que o moreno também respirasse fundo e abrisse os seus lindos olhos claros para ele mas a cada momento ele sabia que isso parecia estar ficando cada vez mais distante, John pegou o seu celular ligando para emergência sabendo que já era hora de pedir por ajuda.

 

Telefonema on

— Alô, boa noite, qual é a sua emergência? -a atendente falou no mesmo momento em que atendeu fazendo com que pelo menos por um momento tudo começasse a dar certo.

— O meu amigo, eu encontrei ele desacordado na noite de ontem e desde então eu ainda não consegui fazer ele acordar. -John falou tentando explicar o que sabia sem dar muitos detalhes pra quem não precisava realmente saber.

— Eu estou enviando uma ambulância para o seu destino, eles não vão demorar para chegar procure se manter calmo e prepare os documentos que no hospital para onde serão levados irão precisar. -a moça do outro lado da linha falou por último antes de desligar a ligação e observar pelo seu computador o GPS da ambulância mostrando que ela já estava a caminho e não iria demorar para chegar.

Telefonema off

 

— Está tudo bem Sherlock, eu já chamei a ajuda, você vai ficar bem e depois que já estiver melhor eu vou cuidar muito bem de você e não vou deixar que mais nada aconteça. -John falou baixo se aproximando e se sentando na beirada da cama.

Mesmo com um pouco de receio o loiro com cuidado fez um carinho no rosto do moreno tirando o cabelo do mesmo do rosto dele, e diferente do que esperava Sherlock não se afastou ou demonstrou qualquer sinal de protesto e medo somente se manteve parado mas com o rosto demonstrando estar mais sereno.

 

A ambulância não demorou para chegar como a atendente tinha dito, no mesmo momento eles entraram no apartamento rapidamente os paramédicos começaram os primeiros socorros entubando o moreno e ligando ele em algumas máquinas e no soro; o hospital não ficava muito distante do quarto alugado do John que durante todo o momento ficou ali atento a tudo que acontecia com o mais novo, mesmo sendo médico ele no momento só queria saber de uma única pessoa.

Aquela única pessoa que ele queria passar o resto da sua vida, ele ainda não tinha dito em voz alta porque sabia que qualquer pessoa que escutasse iria achar isso uma loucura mas em sua mente aquele era o seu sentimento mais real e profundo.

 

Do mesmo bom tratamento que recebeu na ambulância Sherlock recebeu ao chegar no hospital, antes mesmo do loiro conseguir dizer alguma coisa toda uma equipe se aproximou começando a cuidar dele com delicadeza e ao mesmo tempo muita competência; a equipe do hospital conhecia aqueles machucados como ninguém e sabia muito bem o que significava, e por mais que eles tivessem que perguntar para o acompanhante do paciente o que tinha acontecido eles já tinham a certeza de que não havia sido o John que tinha batido no mais novo.

O olhar de amor e preocupação era verdadeiro, e era muito diferente do olhar que eles viam em quem praticava um relacionamento abusivo, John não tinha o olhar de quem abusava e feria não só o psicologico como o fisico de uma pessoa e sim de quem amava e fazia a outra pessoa se sentir a pessoa mais amada do mundo. E mesmo que a equipe não conhecesse o Sherlock, pelo que podiam ver ele era alguém que merecia se sentir a pessoa mais especial do mundo.

 

Contos de um coração sem fim

Maldições é o tolo que está disposto

Não é possível alterar a forma como estamos

Um beijo de distância de matar

 

[...]

8 de janeiro de 2017

Notting Hill, Londres

Hospital Anna Scott

 

Sherlock já estava dormindo a mais de quarenta e oito horas e mesmo que no início John tivesse ficado preocupado depois de conversar com o médico do moreno, ele entendeu que tudo isso era devido ao cansaço que o corpo dele estava sentindo, que não tinha nada para se preocupar era somente questão de deixar ele descansar. O mais novo já não estava mais ligado a máquinas ele somente tinha ligado nele a que mostrava a sua frequência cardíaca, e o soro que estava misturado em uma bomba de nutrientes que o organismo sentia falta.

Durante o tempo em que o outro ficou dormindo, o loiro resolveu alguns problemas que ele sabia que uma hora teriam que ser feitos e que ele queria privar o moreno só sofrimento de fazer eles; ele junto com o hospital chamou a polícia dando queixa de agressão que depois de exames ficou mais do que claro que era sexual e físico e que acontecia já a algum tempo, os oficiais escutaram tudo com atenção e quando foram embora já sabendo quem deveriam procurar deixaram um policial na porta do quarto somente em caso de emergência e proteção.

O Doutor Watson não saiu do quarto em mais nenhum momento além do que tempo em que usou para falar com a polícia, durante todo o tempo em que o moreno de olhos claros dormiu ele se manteve acordado observando; e mesmo que durante a madrugada quando o seu corpo acabava pedindo um pouco de descanso que cochilava ele se criticava por isso, porque quem importava era o Sherlock.

Mas em um desses cochilos, quando o dia já estava amanhecendo, encontro um par de olhos azuis como o mar encarando ele com um misto de confusão e alívio por ver o outro ali.

— A quanto tempo estamos aqui? Não gosto de hospitais. -o moreno falou com a voz baixa sentindo ela arranhar por estar a tanto tempo sem beber qualquer coisa.

— Estamos só o tempo necessário, não importa o que já aconteceu, o que importa agora é o que vamos fazer depois. -o loiro falou também com a voz baixa se aproximando com um copo de água e fazendo o outro beber.

Sherlock ficou em silêncio sem saber o que responder ao mais velho, ele sabia do que o outro estava falando mas não conseguia acreditar que era sério aquela conversa de “vamos”, ele podia ver nos olhos claros do outro que era verdade mas ainda sim era surreal demais e quando se deu conta estava chorando; e o motivo que fez ele chorar fez com que o choro somente aumentasse.

Ele chorava porque não acreditava que alguém podia ou queria lutar por ele, porque depois de tanto tempo sendo tratado como ninguém achou alguém que se importava e não sabia se merecia aquele tratamento.

— Eu preciso de ajuda e não sei se você vai conseguir me ajudar, eu não me vejo ou sinto que ainda sou um humano digno ter o sentimento de alguma pessoa; como você consegue me olhar dessa forma? Eu somente vou te ferir, fuja agora enquanto eu ainda não te corrompi e fiz com que se tornasse uma pessoa ruim. -Sherlock falou em meio a soluços desviando o olhar o loiro e tampando o seu rosto com as mãos, mostrando pela primeira vez a pessoa ferida por trás da casca sorridente.

— Eu não vou fugir agora, amanhã ou depois, eu vou ser a ajuda que você precisa, não vou me ferir e você não vai me corromper e me tornar uma pessoa ruim; eu vou ficar ao seu lado o tempo que me for me permitido por Deus e a partir de agora eu rezo para que seja muito tempo porque quero te amar até que não me reste mais calor no corpo. -John sussurrou aproximando a mão e tocando a do moreno que no primeiro momento nem mesmo se moveu somente continuou chorando mas depois apertou a mesma percebendo que nem se lembrava da ultima vez que sentiu aquilo.

Aquilo a qual ele se referia era carinho, e não saber uma resposta tão simples destruiu o restante da pessoa que ele havia se tornado mas deu lugar a uma pessoa que a muito tempo ele não via; uma pessoa que tinha um companheiro de verdade, que ia além de dividir uma cama e palavras vazias, era alguém para o resto da vida com direito a promessas de contos de fadas, “Ser feliz para sempre”.

 

Ainda vai sorrir quando eu for teu único motivo?

Ainda vai ouvir o que eu digo, mesmo quando eu só quiser falar de amor?

Ainda vai tentar me entender quando eu não fizer mais sentido?

E ficar comigo quando tiver visto o pior lado de quem eu sou?


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Notas finais do capítulo

*A musica usada durante toda a fanfic foi River - Bishop, não foi usada em sequencia e sim alguns pedaços soltos para se encaixar melhor no contexto.
*A ultima estrofe desse capítulo é de A musica mais triste do ano - Luiz Lins.

Espero que tenham gostado, e que a gente se veja em meus outros projetos ♥



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