AS TRÊS AVENTUREIRAS escrita por Aventure


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa história será muita animada. Desenvolvida para o público jovem. Onde os dois autores amigos Leti Ribeiro e Miguel Carqueija irão trazer a cada semana capítulos incríveis. Vale a pena seguir e indicar a um amigo.



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Apresentação

Os desertos por vezes são cenários de histórias lendárias, como de Ali Babá e os quarenta ladrões, ou mesmo a Saga de Aladdin e sua Princesa Jasmine.

Os caminhos perigosos com areias movediças, cavaleiros, assaltantes. É o mundo perfeito de imaginação e aventura. Um grande portal de sonhos que nos permitirá conhecer muitos personagens incríveis.

A aventura começa com a jovem Alter que resolve romper com o sistema patriarcal de sua aldeia, sua vida estava predestinada a ser eternamente submissa aos homens. Ela não aceita e resolve fugir dali e desafiar seu destino, conhecendo o mundo e as possibilidades de viver fora de um regime ditador e opressivo.

A esperança de construir nova vida e encontrar pessoas que de verdade poderia amar e protegê-la, ou não, tudo depende de onde irá chegar e com quem encontrará. Só uma coisa Alter queria com certeza, era ter seu destino abençoado pelo o grande sábio ─ O Senhor da Árvore Oca, um lendário mestre das terras desérticas.  Ele poderia certamente ver "o seu futuro" e abrir as portas de prosperidade para sua vida.

Não sabia ao certo quanto tempo levaria para atravessar o deserto e encontrar o mestre, mas sabia que além daquelas montanhas de areias deveria ter um lugar melhor para ela viver. Essa esperança era a força que a movia.

Desta vez, vamos viajar numa aventura bem diferente do já visto por aí. Em sua trajetória em busca do grande mestre, Alter encontra duas novas amigas, Gésane e Semíramis.  A partir de então, começa uma série de aventuras com três amigas que se tornam inseparáveis - AS TRÊS AVENTUREIRAS, difícil é dizer qual será a heroína preferida do leitor, visto que, cada uma tem seu charme e característica marcante.

As três aventureiras irão aprontar muito, fazendo novos amigos e desvendando os mistérios do deserto numa viagem incrível, com animação e coragem de desbravar novos caminhos e conquistar uma nova vida.

Leti Ribeiro

 

PRIMEIRA PARTE

O SENHOR DA ÁRVORE OCA

 

Capítulo 1

O DESERTO

 

         Longe, muito longe da Vila de Akar, para além do árido e ventoso Deserto de Id, ficava o monstruoso e petrificado baobá oco, onde habitava o Grande Sábio, como o costumavam chamar. Peregrinos de vários países para lá se dirigiam arrostando os perigos de difíceis jornadas por regiões rebarbativas, repletas de privações e animais venenosos, somente para pedir conselho àquele homem misterioso.

         Foi para lá que, certa ocasião, Alter se dirigiu, na calada da noite, esgotados os recursos para um entendimento com a família, em especial o pai. Para isso ela arrumou poucas mudas de roupa na mochila e, silenciosamente, esgueirou-se para fora de casa enquanto dormiam os familiares, pegou o seu pequeno unicórnio e se foi. Chegou ao deserto antes que o sol nascesse e, dali para a frente, respirou aliviada. Não conseguiriam pega-la.

         Na primeira estela votiva que encontrou, a garota se ajoelhou e pôs-se a rezar com ardor:

         — Deus, que ordenas ao vento e às areias do deserto, conduzi-me em segurança ao Grande Sábio para que este homem santo me oriente. Não permitas que me falte água, que Ariel morra de sede. Protegei-me neste grande e hostil deserto.

         A cabeça protegida por um turbante, tendo também protegido Ariel com uma toalha, a adolescente seguiu firmemente pelo longo caminho, parando às vezes para repousar à sombra dos cactos gigantes e repartir com Ariel os vegetais e as frutas secas que carregava. Caminhava descalça para poupar as sandálias, sentindo o calor da areia e a dureza das pedras sob as solas dos pés.

         Não lhe saía da cabeça aquele homem alto e magro, que mais parecia um caniço, e que a família queria lhe impor como marido. Bud, que tinha o dobro da sua idade e que, ora viúvo, havia sido um ferrabrás para a pobre esposa, enquanto esta aguentara viver. Um opressor e espancador de mulheres, eis o que Bud era. E Alter, de pundonor muito aguçado, sabia que não poderia suportar ou admitir um dia sequer de opressão. E por isso, suportara até ser esbofeteada pelo pai, que estava mais interessado em casar a filha com quem tivesse dinheiro e posição social — requisitos que Bud preenchia.

         “Fazer um casamento de conveniência, e destruir a minha vida”, filosofava ela, sacudindo a areia com os dedos dos pés.

         A jornada era triste, melancólica, por aquela terra desolada. Quando conseguia reunir gravetos, Alter fazia fogo habilmente e, com a farinha de trigo que carregava, produziu um pão subcinerício, pesado para o estômago. A comida natural do deserto era escassa, exceto em alguns oásis onde cresciam tamareiras e parreiras. Naquela época do ano dificilmente se viam caravanas e a garota atravessou semanas sem avistar vivalma. À noite, quando a temperatura esfriava, ela se aconchegava ao corpo de Ariel e dormiam juntos, protegidos por cobertores.

         Por vezes a jornada era angustiante e assustadora. Guiada pela bússola, Alter não temia se perder. Em diversas ocasiões, porém, ela sentira medo ao escutar vozerios e tropéis de caravanas ou rebanhos, vozes dissonantes, gritos de turbas que pareciam se aproximar. Eram apenas alucinações auditivas ou, quem sabe, por algum fenômeno atmosférico, poderia ser a repercussão de sons que se originavam a centenas ou milhares de quilômetros.

         Às vezes, sentada numa toalha sobre a areia, conversava com Ariel, pois não havia mais ninguém para conversar. O belo chifre rosa do unicórnio rebrilhava ao sol, e o animal a fitava com aquela afeição incondicional de que só os animais são capazes. Certa vez Alter foi picada na planta do pé esquerdo por um escorpião do deserto, mas como trazia consigo os antídotos — tópico e oral — não houve maior conseqüência que uma inflamação local, que logo passou.

         Num entardecer, do alto de uma colina avistou, na planície, um grande e animado oásis, repleto de nômades com seus camelos e suas cabras. Sorrindo, ela comentou:

         — Está vendo, querida Ariel? Aquilo só pode ser uma miragem, não existe no meu mapa!

         Sentindo uma graça que há muito não experimentava, a garota montou no pequeno unicórnio e desceu o outeiro, em direção à miragem que, a certa altura, desfez-se quase num instante. Em seu lugar, a areia ardente do deserto.

         Alter não permanecia muito tempo sobre Ariel, pois este já carregava a mochila e a pequena barraca necessária se houvesse tempestade de areia. De fato, durante a jornada ocorreram três. Alter sabia que, se sobrecarregasse a sua montaria, poderia perdê-la. A região era impiedosa.    

         Um entardecer, quando já sentia crescer em si a angústia causada pela falta de água, teve a sorte de encontrar um pequeno bosque de cactos hídricos, que chupavam como esponja o líquido de profundos aqüíferos. Ela realizou uma profunda incisão num deles e recolheu o abençoado líquido em seus cantis; encheu uma vasilha de barro para Ariel — que bebeu sofregamente — e uma caneca para si própria.

         No décimo dia de marcha, à noitinha, avistou os nômades, do alto de um pequeno morro.


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Notas finais do capítulo

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