Ampulheta escrita por hina dono


Capítulo 4
Move-se o Primeiro Peão


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Trouxe um capítulo bem curtinho para vcs. Preparem-se pois um personagem novo vai aparecer /0 E me digam o que estão achando da história (estão conseguindo acompanhar as passagens de tempo?). Eu gosto de interagir com os leitores, então fiquem à vontade para comentar :D



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Faltam: 15 meses

 - Realmente, é um lugar muito bonito - comentou Jaken. - Está à altura de um Dai-Youkai como o senhor, Sesshoumaru-sama.

 O youkai ignorou o comentário de seu servo e dirigiu-se a ela:

 - Rin? 

 Sabendo que ele queria ouvir sua opinião a respeito do local, respondeu:

 - É lindo. 

 E realmente era. Eles estavam em Edras - cidade localizada no extremo oeste do território pertencente a Sesshoumaru e, a partir daquele momento, o lar de sua família. Em frente a eles, erguia-se, imponente, o maior castelo que Rin já vira em sua vida - ousava dizer que o responsável por construí-lo quis superar o próprio Criador da enorme montanha sob os seus pés. 

 Talvez por isso tenha sido necessário quase quatro anos até que ficasse pronto. 

 Não atreveria-se a negar que a espera valeu a pena - não mesmo - mas, naquele momento, não tinha ânimo algum para observar atentamente o exterior do castelo, ou a aldeia que estendia-se a partir do sopé da montanha. Estava mais interessada no interior dele. Mais precisamente, nos quartos - que ela tinha certeza de já estarem completamente mobiliados.

 O motivo para toda sua pressa dormia um sono tranquilo em seu colo, totalmente alheia a dor que afligia as costas e nádegas de sua mãe por ter passado as últimas horas sentada em cima de Ah-un - o dragão de duas cabeças da família.

 - Sesshoumaru-sama?

 - Diga.

 - Podemos conhecer o castelo e seus arredores em outro momento? - perguntou. - Yuki está cansada da viagem e, honestamente, eu também - foi sincera.

Sesshoumaru não respondeu, apenas aproximou-se do dragão e ajudou-a a descer. 

— Obrigada. 

 - Dê-me ela - pediu, estendendo os braços para pegar a filha. Rin agradeceu internamente por aquilo. A cada dia que passava, Yuki ficava maior e, consequentemente, mais pesada.

Mesmo com a mudança de posição, a menina não deu sinal algum de que acordaria. Devia estar realmente cansada. 

 Aproveitando sua liberdade, Rin alongou seus membros, sentindo os ossos de seu corpo estralarem. Seguiu, então, atrás do marido que já havia cruzado os enormes portões do castelo.

O castelo. Se do lado de fora ele já parecia grandioso, por dentro... Era como entrar em outro mundo. Um mundo cheio de cores, aromas e alegrias. Um lugar que apenas recentemente ouviu falar sobre, e só agora podia comprovar a existência. Ao invés de terra batida, o chão do pátio central era coberto por uma grama rasteira. O verde - um tanto amarelado devido ao outono - se estendia até uma fonte na extrema direita do local, onde vários cachorros de gesso descansavam, água saindo de suas bocas. E bem no meio, uma pequena árvore cerejeira. Percebia-se que fora plantada há algum tempo - talvez na época em que o castelo começou a ser construído -, pois já tinha um tamanho razoável e seus galhos pareciam firmes.

Ao vê-la, não pôde conter um sorriso. Teria aquilo algo a ver com o fato de o romance deles ter começado sob a sombra de uma cerejeira? Ou era apenas uma coincidência? Esperava que não. Gostava da ideia de Sesshoumaru lembrar-se desse detalhe e tê-lo levado em conta. Seu sorriso aumentou ao pensar nessa hipótese.

Correndo, alcançou seu amado Dai-Youkai e pôs-se a caminhar ao lado dele.

Deixando o pátio para trás, entraram por uma porta lateral no castelo propriamente dito. Como pensou, o lugar já tinha sido todo mobiliado. Inclusive, podia sentir o doce aroma de incensos e ver bonitas flores em vários vasos conforme andavam pelo corredor, o que a confundiu. Havia outras pessoas ali? Servos talvez?

Fez essas perguntas para Sesshoumaru, ao que ele respondeu: 

 - Não. Apenas ordenei que os responsáveis pela construção do castelo deixassem tudo pronto para nossa chegada antes de irem embora.

 - Bem, então você deveria contratar alguns. Esse lugar é grande demais para ter somente Jaken como responsável - retrucou. 

Não cederia naquele assunto. Apesar deles sempre terem cuidado de suas necessidades particulares, era o pequeno youkai quem cuidava dos afazeres domésticos tais como: limpar, cozinhar e etc. E se ele já ficou sobrecarregado, a ponto de adoentar-se, na antiga mansão que era 10 vezes menor que aquele castelo, imagine agora!

 - Não quero estranhos em nossa casa.

 - Contrate guardas também. 

 - Este Sesshoumaru pode muito bem protegê-las. 

 Rin irritou-se com o tom de voz dele. Honestamente, Sesshoumaru era tão teimoso quanto uma mula certas vezes.

 - Sesshoumaru-sama tem razão! - Intrometeu-se Jaken, sempre bajulador. - O que é que você está dizendo menina b... - Parou subitamente ao perceber o que quase disse e com que olhar seu mestre olhava-o.

Era divertido para ela vê-lo tentar não desrespeitá-la.

Suando, ele consertou sua frase:

— Lady Rin, agradeço pela preocupação, mas posso muito bem cuidar do castelo sozinho. Afinal, ainda estou na flor da juventude. 

— Você? Na flor da juventude? - Rin não pôde esconder sua surpresa. Não importa por qual ângulo se olhe, Jaken parecia um vovô youkai.

Indignado, ele levantou-se da posição curvada em que estava e brandiu seu cajado em direção a ela, gritando: 

 - É claro que sou jovem! Quem pensa que eu sou, menina burra?! 

 Rin gargalhou. Realmente, ele a divertia.

Para a sorte de Jaken, Sesshoumaru ignorou a ofensa dele contra sua Lady e continuou andando pelo corredor. Não queria que o riso e os gritos daqueles dois acordassem a pequena em seu colo. Pequena... Não tanto assim. É claro que para ele Yuki não passava de um grão de areia em suas roupas, porém, para os padrões humanos, ela era uma criança grande. Iria fazer quatro anos no próximo mês, mas, segundo Rin, podia muito bem passar por uma humana de sete ou até mesmo dez. A razão para isso é que ela não era humana. Não completamente. 

 Hanyou

  Sua filha, uma hanyou. Sua rainha, uma humana. O que eles diriam sobre isso? Não que importasse. Não poderia importar-se menos com o que os outros pensariam sobre sua família. E caso eles tivessem algo a falar, os esmagaria como insetos.

Simples assim. 

 *** 

 Norio-sama, 

 Como andam as delícias do Norte? As exóticas flores, a saborosa comida, e as fêmeas exuberantes? Espero que continuem tão graciosas como da última vez que estive em seu território - com exceção da bebida, que não magoaria descobrir que foi melhorada.

Há quanto tempo foi mesmo? Duzentos anos? Mais? O tempo passa tão rápido que, quando damos por nós mesmos, bons amigos tornaram-se não mais do que rostos borrados em pinturas antigas. Peço humildemente que perdoe meu relapso de memória. Temo estar envelhecendo precocemente, pois só isto justificaria as cartas que não escrevi, os convites que não enviei, e as visitas que não fiz ao senhor, velho amigo, durante todos esses anos. Mas não mais! De hoje em diante, farei tudo ao meu alcance para que nossa amizade, que eu tanto estimo, volte aos exatos termos em que a deixamos.

Tendo esclarecido como me sinto e presumindo que encontrarei uma resposta favorável em seus sentimentos, passo agora a relatar as novidades que me acometem. Bem, não exatamente a mim, mas a um saudoso amigo meu - e por que não dizer nosso amigo, não é mesmo? -, filho do temível General Cão, Inu no Taishou: Sesshoumaru. Lembra-se dele, é claro. Alto, expressão azeda, sorriso assustador e uma aversão natural a humanos? Pois saiba que ainda que seus trejeitos exteriores não tenham mudado, o mesmo não pode ser dito sobre seu interior. O vento trouxe consigo rumores... O desprezo de Sesshoumaru pelos humanos encontrou seu fim, eles dizem. Não apenas ele teria desistido de matar o meio-irmão hanyou - eu realmente não sabia que Inu no Taishou teve um segundo filho! -, como também tornou uma humana sua Lady! Uma humana, veja só! Surpreendente, não é mesmo?

Pessoalmente, hesitei em aceitar estes rumores como verdades, mas, após vê-lo construir um castelo em Edras e sentar-se no trono com uma humana ao seu lado e um hanyou sob suas vestes... Bem, acredito que não há nada a ser feito agora. O que é realmente uma lástima, já que estando casado e tendo um herdeiro para instruir, não há dúvidas de que Sesshoumaru terá pouco ou nenhum tempo para nós. Uma lástima! Uma lástima! Sempre tive muita consideração por ele, o senhor deve saber. Talvez eu vá visitá-lo para prestar meus respeitos. Gostaria de ir comigo? Ah, sinto muito por finalizar esta carta tão abruptamente, mas o dever me chama, e não posso rejeitá-lo! 

Aguardando ansiosamente sua resposta, 

 Rihan, Lorde do Leste


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