Ampulheta escrita por hina dono


Capítulo 1
Aniversário de Morte


Notas iniciais do capítulo

Olá! Talvez alguns de vcs estranhem esse casal, já que no mangá/anime a Rin era só um bebê, então deixa eu explicar: em 2013 foi lançado um CD-Drama em que o Sesshomaru aparece se declarando para a Rin (depois de crescida né k). Essa fic vai se basear nesse áudio e seguir a partir daí.



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Parada sob a sombra de uma árvore cerejeira, uma garota esperava. Já fazia algum tempo que estava ali e o sol logo iria se pôr. Mas tudo bem, ela também havia o feito esperar. E ele esperou, por alguns bons anos, sem reclamar ou tentar forçá-la, até que ela estivesse pronta. E agora estava. 

 Era seu aniversário de 20 anos. Não a data de seu nascimento - como uma órfã, ela desconhecia o dia em que viera ao mundo -, mas a data de sua morte. Bom, a primeira delas pelo menos. Quando tinha oito anos, um ataque de lobos dera fim a sua vida precocemente. Felizmente, durou apenas um momento. Naquele dia, 12 anos atrás, ela foi resgatada do mundo dos mortos por um Youkai - um ser imortal, que para muitos representa o que há de pior no mundo. Um demônio, capaz de causar o mais absoluto terror nos humanos. Mas não nela. Para ela, aquele Dai-Youkai significava segurança; carinho; cuidado; amor... Enfim, lar

 Depois de muito tempo, voltava para casa. Finalmente pronta para aceitar seu lar e ali permanecer até seu coração parar de bater mais uma vez.

Pela última vez.

Mas não pensaria nisso agora, tinha tempo. Ao invés, retirou de seu quimono um pedaço de pergaminho. O papel queimava em suas mãos, marcas de dobras eram a prova de que o conteúdo fora lido e relido dezenas, centenas, de vezes. Ela não precisava olhar para a elegante caligrafia para saber o que as palavras ali escritas à tinta tinham a dizer. Seu significado há muito fora marcado em sua mente e coração. Com os olhos da alma, releu a carta enviada por seu protetor a ela quando tinha apenas 16 anos:

 "Rin, você já se acostumou à vida na aldeia? Ninguém te perturba ou algo assim? Você fez um quimono com o pano que lhe dei outro dia? Quando estiver com problemas, ansiosa ou triste, ou qualquer outra coisa; mesmo que estejamos distantes, se você chamar este Sesshoumaru, virei voando por você. Se você chamar meu nome, virei absolutamente por você. Se não puder falar, pode assoviar. Assovie por entre os dedos, se quiser. A distância não é um problema. Nossos corações estão unidos. Com o poder da confiança não há nada a temer. Basta ter esse sentimento, deve ser o suficiente para encher seu coração. Por isso é bom que as coisas permaneçam como estão por enquanto. Temos tempo de sobra. Você pode examinar seu coração em seu próprio ritmo. Até então... Cuide de si mesma."

 Rin não poderia adorá-lo mais depois daquilo. Ele tinha razão sobre ambos terem tempo, sobre ela precisar de tempo. Houve uma época - logo quando ele a deixou para trás, para que pudesse conviver com humanos e ter uma vida normal entre os seus - em que não se passava um dia sem que desejasse sair daquela vila e voltar para junto de seu protetor, mas, conforme o tempo passava e ela aprendia a enxergar o mundo com os olhos de uma humana crescida, começou a ser grata pela oportunidade. 

Apreciava o tempo que passou no vilarejo da senhora Kaede - principalmente tudo o que esta lhe ensinara -, os amigos que fez e todos os momentos preciosos que compartilhou com eles. Por isso, quando a carta chegou... ela hesitou. Não por duvidar da veracidade dos sentimentos ali contidos, mas por não saber se era digna deles. Seria ela capaz de retribui-los à altura? O quê sentia realmente?

Sua confusão interna só aumentava conforme pensava sobre o assunto. Em vista disso, não hesitou em fazer o que lhe foi sugerido e levou seu tempo para examinar o próprio coração, decidida a só procurá-lo quando encontrasse uma resposta concreta. 

 Por isso estava ali.

 - Rin. - Uma voz foi ouvida às suas costas. 

 Foram necessários quatro anos, mas finalmente pôde responder aquela pergunta silenciosa escondida em meio as palavras escritas no pergaminho.

 - Sesshoumaru-sama. - Sorriu para ele.

 Sim, ela também o amava.  


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