Realidades - Ernesto e Ema escrita por Anne Liack


Capítulo 9
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Então, lá vamos nós!
Aviso de anti mão que não sou boa em NCs, mas a pedidos, aí está!
Espero que gostem, de um pedacinho do futuro mundinho ERMA...



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Era simplesmente indescritível suas sensações. Se entregar sem reservas tinha realmente um novo sentido. O beijo era diferente, não tinha o medo de ultrapassar limites. Não tinha contenção, a  única coisa da qual seu cérebro a informava era as sensações que os lábios doce dele lhe causava e nada mais. Aquela liberdade lhe aflorou sentimentos novos, não totalmente novos, porém mais intensos. Estava ciente de seu nervosismo, mas este estava sendo malogrado pela avalanche de desejo e paixão que a acometia naquele momento.

Os braços fortes do homem que amava estava em volta de seu corpo, apertando-a a trazendo para mais próximo, mesmo que fisicamente aquilo já fosse impossível, mas ela entendeu aquele sentimento de posse quando percebeu que também o puxava para si. E a explicação era: queria fundir-se a ele. Nada racional, obviamente. Mas, quando seus sentimentos em relação a Ernesto fora racionais? Ele lhe apertava a cintura com uma das mãos enquanto a outra se embrenhara pelos seus cabelos, aquele carinho a estava deixando entorpecida, por isso se assustou um pouco quando de súbito ele a pegou nos braços. Agarrou-se logo ao pescoço dele enquanto beijava sua mandíbula e queixo, o cheiro dele era inebriante e acolhedor, Ema pensou que sempre que sentisse aquele cheiro sabia que estaria protegida.

Ernesto a deitou na cama delicadamente o colo dela subia e descia forte, denunciando sua respiração pesada, ele a observou enquanto desatava o nó da gravata. Não queria assustá-la, precisava manter a calma e controlar-se. Aquela situação para ele era como uma quimera, era como algo fantasioso e inalcançável, porém lá estava ele prestes a tomar para si a mulher de sua vida. E ela era tão delicada, tão graciosa que lhe doeu o coração. E no estado em que estava, de cabelos espalhados nos lençóis brancos, bochechas coradas, olhar flamejante num brilho intenso, lábios vermelhos e a respiração descompassada ela era irresistível. Ele se emocionou. Como se só ali tivesse se dado conta do que sabia a muito tempo: estava completamente apaixonado e era correspondido.

Ao ver aquele olhar dele sobre si, algo descontrolado atravessou o corpo de Ema, algo que fez até seus dedos dos pés formigarem. Ernesto afrouxou alguns botões de sua camisa e veio até ela novamente, lhe tirou a franja da testa e delicadamente a beijou ali, desceu os beijos pelos seus olhos, bochechas , queixo. Ela se sentia cada vez mais febril. Agarrou-se a ele com força, pois quando ele alcançou com beijos o seu pescoço teve a sensação que iria cair.

— Meu amor? - ele a chamou, fazendo o calor que ela sentia atingir seu coração.

— Hm? - murmurou o olhando.

— Eu amo você! 

Ema se emocionou.

— Eu também amo você. E confio em você, mais que tudo! - ela buscou o ar.

Então ele entendeu, que ela estava pronta, e que não havia nenhum vestígio de medo ali. Levantou-se e estendeu a mão para ela. Ema a segurou e ele a puxou delicadamente a pondo de pé. Ela deixou-se conduzir, com o coração disparado no peito. Ernesto foi até suas costas, afastou-lhes os cabelos, lhes colocando a frente do ombro. Desabotoou calmamente a trilha de botões de pérolas que fechava o vestido dela. Descobrindo e beijando cada centímetro de pele que se era revelado, vendo a pele dela se arrepiar. Afastou o tecido descobrindo os ombros macios e também os beijou delicadamente, Ema apertava os dentes nos lábios enquanto uma sensação fria e ansiosa aflorava em seu estomago. Ernesto desceu-lhe as mangas do vestidos pelos ombros passeando pela pele macia de seus braços. Depois voltou a sua frente, lhe acariciou os cabelos e a face parecendo decalcá-la com o seu toque.

— Minha mulher! - sussurrou e então novamente a beijou.

Enquanto a distraia com o beijo, lhe despia discretamente, para não despertar nela nenhum tipo de constrangimento. Depois a tomou em seus braços e novamente deitou sobre seu corpo, vibrou quando sentiu as mãos dela tateando os botões de sua camisa, tão sedenta de sua pele quando ele da dela. Deixou que ela fizesse seu trabalho de desabotoá-lo, e quase seu auto controle foi para o espaço quando sentiu as pequenas mãos passear sobre seu peito. Continuou a beijá-la, dessa vez sem mais tanto pudor, Ema o desejava e isso o fazia o homem mais realizado da face da terra.

Aquilo para ela era novo e extremamente prazeroso o misto de emoções e sensações era confuso, chegava a ser insano. O calor e o frio contrastavam em pele e interior.  O tremor e a moleza em seu corpo, o impeto e a paz. Ela sentiu o rastro quente dos lábios dele em seu corpo, teve que morder seus lábios pra não gritar, porém não percebia que sua garganta murmurava silabas desconexas, e tão pouco sabia que aquilo tocava forte e direto em seu marido. 

Estava tão concentrada nas sensações de seu corpo que só se deu conta de estavam totalmente despidos quando as intimidades se chocaram, ela deixou escapar dos lábios um murmuro alto e logo enrubesceu por isso.

— Não se envergonhe - ele pareceu ler seus pensamentos. - Está me dizendo exatamente o que quero ouvir, meu anjo. - E assim ela se libertou de mais uma amarra. Ele beijou sua testa. - Se sentir-se desconfortável, me avise imediatamente. 

Ema sabia do que ele estava falando. Elisabeta tinha conversado com ela, e ela realmente agradeceu a amiga, pois quando sentiu Ernesto forçar-se para dentro de si a dor lhe cegou, foi então que lembrou-se que era natural e passageiro, como Elisa dissera. Mas as lágrimas em seus olhos foram inevitáveis.

— Ema! Você está bem? -  a voz rouca de Ernesto a atingiu ainda mais e ela fincou as unhas em suas costas, quando ele parou de se mover. 

— Não faça isso! - murmurou com a voz entrecortada. - Não pare, por favor!

— Estou lhe machucando, meu amor! - a voz dele parecia desesperada.

— Não, não está, está me fazendo mulher! Eu quero... quero ser sua mulher, por favor, não... n-não desista de mim. - ela choramingou, apesar da emoção dificultar sua fala.

O corpo dele vibrou, como ele podia resistir aquilo? A beijou, a beijou com impeto e força, com tanta paixão na intensão de varrer do cérebro dela qualquer vestígio de dor. E assim se deu, algum tempo depois Ema relaxou, o acolhendo dentro de si. 

Nunca se sentira tão preenchida. Emocionou-se, naquele momento tornaram-se um. Um só corpo, uma só alma. Era lindo. Era divino e sagrado. A dor já esquecida e o prazer lhe tomando por inteira. Apertava-se a ele, o puxava para si. Se tivesse condições de falar lhe imploraria para não parar jamais. Os beijos dele eram mais sedentos que nunca e a sua vontade de gritar era alucinante. Porém em determinado momento ela sentiu algo forte devastar seu ventre como uma avalanche, algo intenso e assustador que fez seu corpo inteiro tremer, o abraçou com força, mordendo seu ombro suprimindo assim um grito desesperado que se formou em sua garganta e então sentiu-se derramar. Em seguida, também o sentiu  aquecer seu intimo, percebeu que não estava preparada para aquilo, não aquela intensidade. Seu corpo perdeu completamente as forças, se não respirasse tão pesadamente podia pensar que havia morrido. Ernesto tombou o corpo por cima do dela a abraçando, ficou assim por um tempo, até afastar-se e puxá-la para deitar em seu peito. 

Ema não reagia, nunca se sentira tão mole em toda sua vida. O único que sentiu antes de realmente perder os sentidos foi o seu interior ainda agitado, contrastando com o leve carinho em seus cabelos. 

 

~

 

Ela despertou com o coração aquecido. Fora um sonho! 

 

Sorriu antes mesmo de abrir os olhos, tateou pela cama e encontrou o corpo quente do marido, se aconchegou a ele. Ela o sentiu abraçar sua cintura e cheirar os seus cabelos, lhe fazendo correr um arrepio desde sua nuca. Sorriu novamente, sua realidade continuava maravilhosa. 

— Teve um sonho bom? - a voz dele ao acordar era mais rouca que o normal e era algo que ela simplesmente amava.

— Tive. Maravilhoso!

— Com o que sonhou, meu amor? 

Ela respirou fundo e virou-se para ele. Finalmente abrindo os olhos para mirá-lo.

— Você riria de mim se soubesse!

— Jamais riria de você.

Ele por sua vez ainda tinha os olhos fechado e falava preguiçosamente. Ela sorriu. Ernesto continuava lindo, e até os fios perdidos de cabelos brancos, que ele teimava com ela que não existia, o deixava ainda mais charmoso aos seus olhos. 

— Não acredito em você! - disse lhe acarinhando a face.

— Isso é um ultraje! - murmurou ele, com falso espanto. - Que especie de esposa é você, baronesinha, que não acredita no próprio marido?

— O tipo de esposa que conhece bem o homem com quem casou.

— Que calunia! Tanto mistério está me deixando curioso.

— Estava sonhando conosco!

— Isso eu sei! Que outro tipo de sonho seria descrito como maravilhoso?!

— Pedante!

Ele sorriu. Ela decalcou seu sorriso com os dedos, lembrando-se de quão doce eram aqueles lábios. 

— Foi uma lembrança, na verdade!

— Tá ficando mais interessante!

Ela sorriu. Lembrando que quando despertou aquela manhã era a mulher mais feliz do mundo e isso não mudara. 

— Eu amo você! - ela sussurrou.

Ele finalmente abriu os olhos, e deu de cara com os dela brilhando. Demorou alguns segundos, apenas admirando-a.

— Eu também amo você! - disse por fim.

— Como amou desde a primeira vez? 

— Você duvida?

— Não! Em nenhum só momento duvidei, durante esses dez anos.

Ele a beijou levemente. 

— Fico feliz por isso!

— Por falar em feliz, escolheu sua roupa para o baile?

Ele revirou os olhos.

— Você acabou de quebrar o momento, e eu não entendi a ligação? - disse deitando-se de costas.

— Se disser que sim, me deixará muito feliz! - ela apoiou-se em seu peito.

— Então sim, minha amada, escolhi! 

— Me deixará ainda mais feliz se for verdade! 

— É verdade!Sua filha não me deixou em paz um segundo depois que você anunciou que daria o baile de nossas bodas. - Ema sorriu, sabendo que era verdade. - Elena é igualzinha a você! Como pode, aquele tico de gente?  Disse que eu não podia fazê-la passar vexame no baile com os mesmo trajes do baile de fim de ano. 

Ema tentou segurara a risada, imaginando a cena.

— E quem a autorizou a ir ao baile de hoje? - perguntou já sabendo a resposta.

— Como eu disse, ela é igualzinha a você. Não resisto aqueles olhos pidão! - respondeu acarinhando os cabelos da esposa.

— Ela só tem seis anos, e já o vence tão fácil?! 

— Tão quão Afrânio com oito consegue tudo que quer de você!

— Isso não é verdade! - protestou ela.

— Não? Quem prometeu férias no Vale, quando tínhamos combinado de esse ano voltar a Itália?

Ela corou. 

— Ora... Ora... - simplesmente perdera os argumentos, por hora não queria contar a ele o real motivo de ter adiado a viagem para Itália.

— Ora...?

— Você também está com saudades do Vale! - soltou por fim

Ele sorriu.

— E eu acho ótimo que ele goste de lá, da fazenda e da plantação. - continuou ela em sua defesa. - Também papai fica muito feliz quando passamos as férias. E os seus pais também... 

— Nenhum desses argumentos muda o fato de que você cedeu a ele. 

Ela revirou os olhos.

— Mas isso é porque ele é tão terrivelmente teimoso e insistente quanto você, ou seja, a culpa é sua!

Ele gargalhou. Em seguida, a pegando de surpresa, trocou as posições se colocando em cima dela.

— Isso quer dizer que você não resiste a mim, baronesinha?!

— Despudorado!

— Que você ama!

Ela sorriu. E abraçou pelo pescoço.

— Eu estava sonhando com nossa noite de núpcias! - confessou, de repente.

Ernesto alçou as sobrancelhas. 

— Foi a noite mais especial da minha vida! - ela continuou. -  E todas as outras desde aquela são acolhedoras e todas as manhãs revigorantes. Eu nunca pensei que pudesse existir tamanha felicidade, Ernesto! 

Os olhos de ambos brilhavam!

— Vamos ao Vale de férias! - ele decretou. - Estou mesmo com saudades de seu quarto na fazenda!

Ema gargalhou.

— Sinto falta de você pulando a minha janela - ela o beijou. - Mas acredito que seus ossos não o permita mais - provocou.

— Está louca?! Ainda sou capaz de escalar um coqueiral, quizar sua janela!

— Não quero vê-lo tentar, meu amor! Sou muito jovem para ficar viúva! 

 -Ah, Ema Pricelli você não devia ter dito isso...

Ela não pôde responder porque em seguida o quarto fora invadido por uma algazarra de exclamações e gritos infantil. Os dois logo se arrumaram na cama para receber os seus rebentos. 

— Mama, venha ver a surpresa que papai preparou para o seu grande dia! - pedia a mais nova entusiasmada, escalando a cama dos pais.

— Você estava com a língua coçando para me entregar a sua mãe, não é Elena?! - perguntou Ernesto puxando e a enchendo de cócegas!

A pequena ria, e esperneava!

— Pa-para papá, para! - pediu sem controlar as gargalhadas.

— Só não entendi porque nós também não ganhamos presente! Porque só a mamãe? - perguntou Afrânio

— Ora, mas não seja por isso. - Ernesto largou Elena vermelha de tanto sorrir, e atacou o filho com as mesmas cócegas.

Era uma algazarra que Ema olhava encantada. Nunca pensara que aquela bagunça fosse sinônimo de felicidade, mas assim o era. E ao que imaginava, dentro de oito meses haveria mais um rebento para mimar. Aquela era a sua realidade, a realidade que ela construía a cada dia ao lado do homem que amava. A deliciosa realidade de uma vida de quem luta contra tudo em prol de um amor. E ela tinha certeza, jamais se arrependeria de sua decisão.

 

Fim...(?)


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Notas finais do capítulo

~ Ler-se eu vermelhinha!
Enfim, chegou ao fim! Agradeço novamente por tudo e pelo carinho com a história e os comentários!
Espero não ter decepcionado, e que por favor me deem suas opiniões.
Um grande beijo e até próxima!



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