Realidades - Ernesto e Ema escrita por Anne Liack
Notas iniciais do capítulo
Capítulo especial por causa das cenas ERMA de hoje, que por sinal eu ainda não superei.
Aqui TUDO se explica...
— Ema! Querida, Ema! Acorde!!
A voz de Elisabeta desesperada a chamando lhe deu acendeu uma fagulha de esperança no fundo de seu peito! Num susto abriu os olhos, ainda a tempo de ouvir que gritava!
— Ema, calma! Calma! Foi só um pesadelo, está tudo bem!!
— Elisa?! Elisa!
A amiga a abraçava forte enquanto ela soluçava e ainda assim olhava ao redor, demorou para se certificar que estava acordada, de que o abandono fora apenas um sonho, pois ainda estava no cortiço, porém não no quarto de Ernesto e sim no que ela ocupava com Elisabeta e Jane. Fora um pesadelo, entendeu. Fora um pesadelo, repetia a si mesmo enquanto abraçava ainda mais forte a amiga!
— Mas foi tão real, Elisa! Tão terrivelmente real!
— Foi apenas um sonho, um pesadelo - Elisabeta a soltou, a encarando segurando seu rosto - Está tudo, Ema! Está tudo bem! Respire fundo - ela obedeceu, percebendo que tremia. - Mais uma vez - pediu Elisa e ela novamente obedeceu. - Oh minha amiga! Que susto você me deu, voltei do café e você estava gritando!
— Já é dia? - perguntou soluçando.
— Sim!
Ela tentou situar-se tentou separar sonho de realidade. Por fim...
— E-eu preciso falar com Ernesto! - disso de súbito.
— Ernesto?
— Sim! Preciso esclarecer as coisas, Elisa.
Elisabeta levantou-se.
— Acho que não é um bom momento, Ema.
— Por que?
— Ele está magoado!
— Magoado? Comigo? O que eu fiz dessa vez? - perguntou confusa sentando-se na cama, secando as lágrimas com as mãos.
— Eu não deveria lhe dizer, mas... - Elisa pigarreou. - Ernesto ouviu você falando para Jane que jamais poderia ficar com ele.
Os olhos de Ema se arregalaram.
— Ele ouviu?
— Sim, ouviu! E como você pode imaginar ele está muito magoado!
Ema levantou-se e foi direto para seu mísero baú de poucos vestidos que Jorge havia lhe trazido.
— Então é exatamente por isso que eu preciso falar com ele, e esclarecer as coisas.
— Ema, isso tem haver com seu sonho? Porque se for, você pode está agindo pelo calor do momento.
— Tem haver com meu "pesadelo" sim, mas eu não estou agindo precipitadamente Elisa, na verdade eu já me demorei o suficiente. E nesse passo lento eu tive um vislumbre de como essa história termina, e acredite - parou seu trabalho de catar um vestido "apresentável para ocasião" e olhou para amiga. - Não é nada bonito!
— Tudo bem, eu entendo! Mas você não acha melhor se acalmar antes – disse Elisabeta se pondo realmente preocupada, andou até amiga trazendo-a para sentar-se na cama novamente – Não quer me contar o que aconteceu nesse pesadelo?
— Foi horrível! – disse, sua voz ainda um tanto alterada e com um aperto no peito, não queria falar sobre o que vira, não queria reviver aquele último sentimento antes de abrir os olhos. Mas, achou que seria necessário realmente se acalmar. – Eu machuquei todos, Elisa! – lágrimas vieram a seus olhos. – Pela minha covardia deixei as coisas irem longe demais e aí acabei com tudo, machuquei todos!
— Ema?! – Elisabeta não sabia o que dizer, até porque não estava entendendo muito bem ao que ela se referia.
— É como se eu tivesse visto o meu futuro. E foi tão real – ela repetiu. – Eu senti cada sentimento. Ainda posso senti-los se pensar. E agora simplesmente só consigo agradecer por ter sido um sonho, porque eu acho que não saberia viver com aquele remorso. – ela pensou um pouco. – Às vezes agimos pensando apenas em nossos sentimentos, querendo nos proteger, querendo realizar as nossas vontades! Mas, quando os sentimentos são contrários as nossas vontades... agora entendo que não é inteligente lutar contra eles, uma hora ou outra eles vencem, e sabe-se lá o estrago que você já terá feito tentando controlá-los. É uma avalanche, um efeito dominó. Jorge, papai, vovô, Ernesto... e é tudo em vão, Elisa.
— Mesmo não entendendo o contexto, acho que está certa! – disse Elisa, lhe fazendo um carinho nos cabelos. Tomando para ela mesma as palavras da amiga – Você tem a oportunidade de fazer diferente então. Ser corajosa!
— Sim! – ele disse enxugando as lágrimas. – E é exatamente isso que pretendo fazer. – levantou-se novamente e voltou para o baú. – Um vestido novo não me faria mal nesse momento... Não, não Ema, concentre-se! Ficará sem vestidos novos por um bom tempo!
Elisabeta sorriu, Ema estava crescendo, amadurecendo. Mas sempre seria Ema! E torceu, torceu muito para que tudo entre os amigos terminasse bem.
#
Ema teve que esperar até à hora do almoço, até Ernesto voltar do trabalho, o que lhe pareceu uma eternidade. Porém, apesar da ansiedade, ela achou que foi melhor para se acalmar, o rosto desinchar das lágrimas e finalmente parar de tremer. E então lá e estava ela parada na frente do quarto dele, naquela mesma porta em que em seu sonho batera trajada de noiva. Respirou fundo e finalmente bateu. Nem três segundos e Ernesto já tinha aberto a porta, ao vê-la assumiu uma carranca e um olhar altivo.
— O que quer?
— Não seja groseiro! Arre! Você realmente não cria modos?! - ela reclamou.
Ele rolou os olhos.
— Como já lhe disse uma vez, nem minha mama conseguiu essa proeza! E agora baronesinha, se me der licença, eu tenho que voltar ao trabalho.
— Não sem antes me ouvir! - ela disse e o empurrou para dentro do quarto, entrando junto e fechando a porta atrás de si. Ernesto a olhava entre abismado e divertido. – Quero lhe falar e você irá me ouvir italiano bronco!
Ele suspirou, querendo demonstrar impaciência.
— Tudo bem! Tudo bem... Sou-lhe só ouvidos, baronesinha! - ele lhe fez uma referencia e permitiu que ela começasse a falar.
Ema respirou fundo!
— Ernesto, eu... eu... – como é possível ela ter perdido na mente o discurso que havia ensaiado a manhã toda?
— Desenvolveu gagueira?
— Não troce de mim! Apenas não sei, eu só não sei mais por onde começar... - ela pareceu totalmente frustrada, uma coisa era falar tudo que sentia em sua mente, outra era está de frente a Ernesto, Ernesto e aquele seu olhar petulante. - Não sei como me explicar!
— Não precisa se explicar, eu já entendi, entendi tudo!
— Não Ernesto você não entendeu, é exatamente o contrario. Não é o que pensa.
— Tem razão, eu não estou entendendo!
Ela sentiu que já tinha ouvido aquilo antes, e lembrou de certa parte de seu sonho:
"Eu não entendo!" ele havia dito.
"Não entende?! O que não entende? É tão óbvio! Você estava certo, Ernesto. Você sempre esteve certo!
"Repita isso, por favor... É um momento único na vida! A baronesinha admitindo que o carcamano aqui sempre esteve certo!"
Ela sorriu consigo mesma, não querendo lhe dar aquele gostinho!
— Não seja arrogante! Eu estou realmente tentando fazer uma coisa aqui, uma coisa que para mim não é fácil! E você não facilita nenhum pouco!
— E por que eu deveria facilitar, baronesinha? Por acaso a senhorita alguma vez facilitou as coisas para mim? Alias, porque insiste em vir até mim, hein? Por que insiste em falar ao prego, bruto, pobre que não lhe serve?
— Estou tentando lhe dizer, mas o senhor não deixa! –
— Porque não quero ouvir! Se veio se desculpar mais uma vez, perdeu seu precioso tempo!
— Eu não vim me desculpar...
— Claro que não! Onde eu estava com a cabeça!
— Me deixe falar seu... seu... seu bronco! – ela exasperou-se o segurando pela frente das vestes, ficando perigosamente perto!
— Pois então diga de uma vez! – ele disse a voz rouca e contida, o olhar desenhando o contorno dos lábios dela, havia tanto desejo ali.
Ela não esperou outro segundo, naquele furacão que estava seus sentimentos, onde seu coração bobeava de medo e nervoso, de desejo e constatação, ela não podia fazer diferente. Simplesmente beijo-o com toda paixão que reprimia. Ernesto de sua parte demorou apenas poucos segundos para se dar conta do que estava acontecendo, Ema realmente havia atirado-se em seus braços. Sorriu ainda em meio ao beijo e quando ela tencionou afastar-se ele a agarrou, a prendendo com força em seu abraço finalmente retribuindo aquele beijo tão ansiosamente esperado.
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Oie.....
Gente, vamos lá... Espero não ter decepcionado muito com o fato do casamento com o Jorge ter sido "um sonho". Vejam bem, eu vejo a Ema como uma pessoa realmente sensivel, e na historia não quis da a ela o peso de ter machucado pessoas que ela ama o pai, o avô, e ate mesmo o Jorge que ela tem como amigo. Mas também queria que ela visse o que acontece quando tomamos escolhas erradas.
Bem espero que tenham gostado DA REALIDADE!
E acho que estamos chegando ao final. Particularmente eu não gosto de fics longa, acaba enrolando a história.
Próximo Capítulo: O Começo
Até lá...
Um Xero!