O Impossível é só questão de opinião escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 4
Amigas e Rivais




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P.O.V. Hope.

Eu consegui, a minha mãe voltou. Os seguidores da Hollow pegaram ela, mas ela conseguiu fugir.

—É tão bom estar de volta. Eu senti saudades querida. A única coisa me mantendo sã naquele lugar foi a esperança de que um dia eu te veria de novo. Foi você Hope. Olha pra você, já é uma moça.

—Eu senti saudades mãe.

—Eu também senti saudades Princesa.

O meu pai apareceu.

—Não vai fugir?

—Não. Eu não vou fugir.

—E o Elijah?

—Ele não vem.

—Tem certeza de que é o Elijah?

—Tenho. Ele tem as memórias dele de volta, mas ele não quer se envolver conosco novamente.

—Eu não posso culpá-lo. Se eu pudesse fugir de tudo isso, fugiria e levaria você comigo querida.

—Ele está noivo.

—Quem está noivo?

—Elijah. Ele vai casar.

—Casar? E com quem ele vai casar?

—Uma Duplicata de nome impronunciável.

—Eu não acredito que ele vai casar.

—Ele fez o pedido na minha frente e na frente de um restaurante lotado de gente.

Deu pra ver a decepção no rosto da minha mãe.

P.O.V. Hayley.

Ele vai casar? Mas, só ficamos separados sete anos. Mas, ele está desmemoriado.

Não. O Klaus acaba de dizer que ele se lembra.

—Ele se lembra de mim?

—Lembra. Mas, ele não tá nem ai.

Decidimos que era melhor tirar a Hope de Nova Orleans. Tínhamos que afastá-la da Hollow. Então, enfiei ela no carro e dirigi.

—Você está bem mamãe?

—Estou querida. Eu não queria isso pra você. Sabia que antes de você nascer, eu te fiz uma promessa? Eu prometi pra mim mesma e pra você que você não cresceria como eu, que cresceria á salvo e amada. Parece que eu fracassei.

—Não. Você fez o melhor que pode. Pra onde estamos indo?

—Pra casa.

Eu não acredito que estou fazendo isso.  Eu reconheci a fachada do prédio.

—Estamos em Manhattan! Que legal.

Nós entramos no prédio e o interfone tocou.

—Sim senhorita. 

O porteiro desligou.

—Qual de vocês é Hope?

—Sou eu. Porque?

Eu me coloquei entre o porteiro e Hope, mas ele disse:

—Apartamento vinte e sete. Pode subir.

—E quanto a mim?

—Lamento, parece-me que a senhorita não é bem vinda.

—Por favor, eu só quero conversar.

O elevador abriu e a cópia saiu. Ela era exatamente igual a Katherine.

—Hope! Olhe pra você, você é linda. Tem os cabelos do seu pai, mas os olhos da sua mãe. Dá uma voltinha.

Hope deu uma voltinha.

—O porteiro não deixou a minha mãe entrar.

—Não. Eu não deixei ela entrar. Tentando enganar um telepata, Marshall? Pensei que fosse mais inteligente.

—Não sei do que está falando.

—Então deixe-me esclarecer. Seu plano inicial era voltar para a sua família adotiva e se necessário compeli-los a cuidar de Hope e protegê-la. Mas, o seu ciúmes falou mais alto e você colocou sua filha em risco só pra vir aqui, ver a minha cara e tentar convencer o Elijah a voltar pra você.

Ela não podia ter definido melhor.

—Mãe?

—Parece que... eu não podia ter definido melhor. Acertei?

—Como você fez isso?

—Eu tenho habilidades que estão muito além da sua parca capacidade de compreensão. E você está sendo uma hipócrita, já que casou-se com Jackson e deixou Elijah de lado. Mas, no momento em que você soube que ele estava feliz, que estava seguindo em frente como o Klaus você veio. Vocês não ligam pro Elijah, vocês só querem que ele sirva aos seus propósitos. Você não é melhor do que a Katherine era. Mas, pelo menos, a Katherine tinha classe.

—Você está errada. Você é que é a cópia da Katherine.

—Por fora sim. Mas, por dentro somos muito diferentes. Katherine jamais acolheria Hope ou cuidaria do Elijah. Você sabe que tem uma parte da Hollow dentro do Elijah. Não sabe?

—Eu sei.

—E que essa batalha é da Hope. É dela a tarefa de matar a Hollow de uma vez por todas. Mas, ela ainda não está preparada.

—Eu sei.

—Mas, ainda assim está aqui. Você a trouxe pra cá. Sorte sua que eu vi essa chegando. Exorcizei o Elijah. Tirei a Hollow de dentro dele.

—Isso é impossível!

—Querida, o impossível é só questão de opinião. Então, Hope você gosta de rosa?

—Rosa? Não muito.

—Azul então. Venha, você pode me ajudar a escolher os vestidos de madrinha. Quer saber, eu não quero brigar. Venham, vocês podem me ajudar a escolher os vestidos.

O apartamento era enorme, era uma cobertura. E estava entulhado de revistas e tralhas de casamento.

—Eu gostaria muito que você fosse uma de minhas madrinhas Hope. Mas, se você não quiser eu vou entender. Deve ser entediante pra alguém tão jovem.

—Não, eu quero. Eu tenho lembranças do meu tio. Mas... tudo bem pra você mãe?

—Tudo. Se isso vai te fazer feliz.

—Legal! Obrigado!

Ela me abraçou e pulou.

—Você é líder de torcida?

—Sou. Estou na faculdade.

—E o que você cursa?

—Artes. Dança, música, canto. Que tal, depois que a gente encher de olhar vestidos de madrinha e de noiva irmos tomar um café? Tem um Starbucks aqui em baixo.

—Claro. Cadê o tio Elijah?

—Ele disse que ia comprar um terno. Deve estar com o meu pai e os meus tios agora.

—Você tem muitas ervas legais.

—Pode mexer no que quiser, menos essa aqui.

—Porque essa não?

—Isso é erva do diabo. Se for usada incorretamente, é fatal. Mas, se for usada corretamente impede o corpo de voltar-se contra si mesmo. Eu fiz vários cursos de medicina holística para aprimorar minhas habilidades, essa coisa da erva do diabo eu aprendi com outra bruxa. O nome dela é Devon, mas Devon não é confiável ela lida com artes das trevas. Magia negra. Entretanto, os conhecimentos dela me são muito úteis.

—Então, você a usou.

—Não. Eu fiz o curso dela assim como várias outras bruxas, eu decido o que eu vou ou não usar. E pra que eu vou usar. Diga-me senhorita Marshall como se sentiu quando quase perdeu a sua filha por conta de um objeto amaldiçoado, por conta de magia negra?

—Como você...

—Eu sei mais do que você imagina. Agulha das tristezas não é? Se não fosse por Davina Claire, a sua filha jamais teria nascido e como foi que a família Original retribuiu sua lealdade? Ah, é... despedaçaram a alma da pobre menina.

—Isso é verdade?

—Oh! Você não sabia? Eu sinto muito.

—Olha, eu não concordei com nada daquilo. Quando eu fiquei sabendo já era tarde demais.

—Você nem imagina o quanto o Kol ficou devastado. 

—Eu sei como ele ficou. Disso eu me lembro, ele fugiu. Isso está no passado e a Davina foi trazida de volta.

—Sim. Pela Hollow e logo no seu primeiro dia de volta a pobre menina já foi usada novamente. E você sabe, no fundo, no fundo que esse é o motivo de Kol não gostar de Freya. Porque ela foi a responsável pelo o que houve, ao invés de salvá-la, eles a condenaram. A estraçalharam.

—Por isso que a tia Davina nunca vai lá em casa.

—Você esquece que...

—Eu não esqueço. Eu sei que Elijah quebrou o pescoço de Marcel naquele dia e permitiu que Freya canalizasse a magia que destruiu a alma de Davina. Mas, pelo menos agora que ele teve suas memórias tiradas dele e devolvidas sob uma perspectiva diferente ele se arrepende. Mas, Freya não pode dizer o mesmo. Pode?

—E que perspectiva foi essa?

—Posso mostrar se quiser. Quando a gente observa de fora, as coisas ficam bem mais nítidas.

—Mostra então.

E eu vi tudo. Absolutamente tudo. Vi meus pais serem assassinados, vi a Hollow ser criada e nascer, eu a vi morrer, eu vi toda a história da família Original, a origem das duplicatas, a história de Katherine, a morte de Davina, seu retorno. Eu vi tudo o que eles viram, senti tudo o que eles sentiram. Quando acabou eu acordei com meus próprios gritos.

—Mãe! Mãe!

—Porque você fez isso?

—Você queria ver. Agora você sabe. É fácil pra você apontar o seu dedinho, me olhar com esses olhinhos cheios de julgamentos, mas você não sabe como é. Bom, agora você sabe. Isso é só uma amostra. Conhecimento atemporal e ilimitado. É mais uma maldição do que uma benção. E isso não é nem a metade do que eu já vi.

Ouvi um apito de chaleira. Ela serviu o conteúdo numa xícara preta e me estendeu a mesma.

—Beba.

—O que é isso?

—Vai ajudar a desacelerar a cabeça. Pode beber, se eu quisesse te matar com certeza não seria por envenenamento e nem na frente da sua filha.

Eu comecei a beber o chá e realmente ajudou a desacelerar.

—Você viu tudo isso?

—Vi. Eu posso ver as coisas que aconteceram no passado, posso ver as coisas acontecendo agora e posso ver coisas que ainda vão acontecer. Eu vejo um acontecimento sob milhares de perspectivas, milhares de sensações, dor, amor, morte, felicidade. Porque acha que eu tenho problemas pra dormir?

—Eu também tenho problemas pra dormir, mas não é nada comparado á isso. E como é? Saber de tudo, o tempo todo?

—É um belo fardo. Por isso eu sei exatamente o que veio fazer aqui. Pergunte ao Klaus como é apanhar de mim.

—Você bateu no meu pai?

—Ele atacou primeiro. Agarrou-me pelo pescoço e tentou me compelir, mas não deu certo. Ser portadora da Fênix pode ser um fardo pesado, mas tem suas vantagens. Eu sempre quis ter um filho, mas se por ventura essa criança nascer menina... ela vai herdar o meu fardo. Não desejo isso a ninguém Hayley. Então me chame de vadia ladra de namorado ou o que quer que caiba na sua história, mas eu amo Elijah apesar de tudo e de todos. E pretendo lutar por ele.


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