Art at dawn escrita por DhampirGirl


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

OI OI, GENTE!
Essa é uma fanfic bem calminha, sem grandes tramas mesmo. É apenas um momento Stucky para fazer nossos corações incharem de amor por eles - O que, bem, não é muito difícil. Já quase explodo todas as vezes que vejo um filme do Capitão América.
Eu só espero que gostem e aproveitem a leitura!



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O singelo toque do pincel no braço biônico era reconfortante para Bucky ao ponto de os seus pensamentos, outrora caóticos, se acalmarem pelas horas que a pintura estava durando. Aliás, a playlist de Marvin Gaye soando pela sala não só agradava sua alma de velho, mas também auxiliava na tarefa de calar a mente.

Fechar os olhos foi uma decisão que tomou logo no início da sessão a fim de todos os seus sentidos serem intensificados, principalmente o do tato no membro de metal, entretanto, quando ouviu o “Carambola” – Não “Caralho” nem “Caramba”, porque tinha que se ter cuidado com a boca – vindo da voz grossa tão conhecida por si, os abriu para se deparar com a cena do namorado encarando uma mancha de tinta azul claro sujando o carpete do cômodo.

“Você fez uma bagunça aí, ein?” Bucky sorriu, brincando com a situação. O silêncio como resposta o preocupou “Ei, tá tudo bem. A gente pode limpar isso depois.”

Seu parceiro levantou levemente a cabeça e Barnes foi atingido pela milésima vez pela magnitude que é ser fitado por aqueles olhos azuis sob os cílios mais incrivelmente longos já vistos. Faltava pouco para um dia ser morto pela doçura e beleza desse homem.

“Me desculpa” Ok. O repuxar tímido dos lábios rosados em um sorriso serviu para terminar de matá-lo.

Porra, Steven Grant Rogers.

Mais conhecido como apenas Steve ou Punk por Bucky, ele era seu namorado há dez meses desde o dia no qual os dois, enrolados em uma confusão de cobertores, afagos preguiçosos e sussurros cautelosos, entraram no tópico de qual nome dar à sua relação que já havia experimentado diversos níveis de intimidade e resolveram por se considerarem em um namoro de forma tranquila e sem cobranças, exatamente como funcionava o relacionamento todo deles.

Ambos se conheceram de forma clichê: Introduzidos na mesma roda de amigos, gravitaram um em volta do outro durante toda a noite no pequeno bar na esquina de uma rua no Brooklyn, trocaram números de celular e, ao se darem por si, estavam discutindo quem ia pagar a conta do sexto encontro. No entanto, o contexto daquela data não era exatamente corriqueira.

Depois de um ano trancado no apartamento, saindo apenas para comprar mantimentos, fazer visitas mensais a Indústrias Stark, ir ao seu, segundo ele, estúpido emprego de telefonista num pet shop na parte da manhã e encontrar sua terapeuta, aquele foi o primeiro dia em que Barnes sentiu-se bem para sair com seus colegas, Sam Wilson e Natasha Romanoff.

As razões de sua reclusão eram todas resultado do período que serviu o exército no Afeganistão. Três turnês, imensos traumas, pesadelos noturnos que o faziam muitas vezes ficar acordado durante 24 horas e a perda do braço esquerdo. No início, ele reconhecia que deveria estar pelo menos um pouco feliz, porque poderia ter sido morto por aquela explosão do veículo em que estava e também por ter dado a sorte de ser cobaia de um projeto de Tony Stark para criação de membros biônicos, os quais eram conectados ao cérebro e de extrema funcionalidade, mas nada o impediu de cair numa amarga depressão.

Os ruídos feitos por seu novo braço ao movê-lo pareciam torturar sua mente, cada barulho do trânsito de NY o qual entrava no apartamento o lembrava da freada desesperada que o piloto do carro em que estava deu quando a granada foi jogada próxima deles e seu sono se resumia às cenas de pessoas mortas, tiroteios e da visão de si mesmo queimado na parte sestra do corpo. Bucky de modo algum estava bem nos primeiros meses de seu retorno à cidade.

Entretanto, a terapia o ajudou a lentamente superar as marcas do passado, lhe dando assim a coragem de pegar o telefone a fim de ligar para os amigos de infância e marcar uma saída no bar perto de seu prédio. Sinceramente, sentiu-se tentado a desmarcar quando foi avisado sobre a presença de outra pessoa, porém hoje reconhece que a melhor coisa feita na sua vida foi ter preso o cabelo em um coque, vestido sua melhor roupa, prometido a si mesmo no espelho que tentaria e finalmente ir.

Steve, com suas calças cáqui, blusas as quais quase rasgavam no peito malhado, assuntos sobre arte, carvão ou tinta sob as unhas frequentemente, cabelo loiro arrumado, nariz longo e levemente torto para um lado, olhos azuis, cílios longos, timidez que em nenhum instante conseguia sobrepor sua gigantesca coragem e coração bom, foi uma lufada de ar fresco. Ele tornou-se seu maior confidente, sabendo desde quando trocou o conteúdo da acetona de sua irmã Rebecca por água e ela passou horas tentando remover o esmalte da unha até como o universo com todas as suas teorias de surgimento, planetas, estrelas e a visão dele sobre sua cabeça foi sua válvula de escape durante o exército.

Rogers o escutava, passava noites no terraço do prédio assistindo a noite consigo, o apoiava em cada consulta na Indústrias Stark, tratava seu braço metálico normalmente, o que era diferente comparado às demais pessoas, o amava embora fosse um cretino mal-humorado muitas vezes e o apoiava sempre que havia uma crise, justamente como aconteceu na noite da data em que estavam.

Apesar de ter ficado um pouco mais incomum, Bucky persistia a ter pesadelos e algumas crises de pânico aqui e ali, mas agora tinha um namorado para abraçá-lo, dizer que estava tudo bem e o puxar para sala de estar do apartamento deles com a fala de que iriam fazer uma obra de arte - O momento de silêncio e apreciação lhe faziam bem - logo depois que não só sua respiração, mas também mente já estavam sob um melhor controle.

Dessa vez, o desenho escolhido por Steve foi o universo em toda a sua grandeza e, para o espanto de Barnes, a tela foi seu braço biônico – Normalmente, só colocavam uma música calma e ele acomodava-se no sofá para ser pintado pelo parceiro.

“Já disse que está tudo bem, punk. É só você gastar um tempinho limpando sua bagunça, sabe? O que você não faz muito na verdade” Bucky falou, levando a mão direita ao queixo como uma representação de que estava refletindo.

“Jerk¹. Para de insultar minhas habilidades de limpeza, senão você vai ficar com uma Terra incompleta e eu vou embora” Steve disse, em seguida voltando a passar o pincel na tinta azul e a terminar seu desenho.

Sem conseguir voltar a fechar os olhos, Barnes ficou observando o namorado que se deixava algumas vezes colocar a ponta da língua entre os lábios inconscientemente tamanha a concentração na tarefa. O seu coração estava transbordando de amor naquele momento e ele sabia que teria algum ataque se não externasse isso.

Com a mão livre, tocou a bochecha de Steve, passou o polegar sobre a mancha da tinta ali e levantou a cabeça do parceiro. Sorrir foi automático quando ele fez uma adorável cara de confusão para a interrupção.

“Eu te amo.”

“Eu também amo você.” Rogers ergueu um pouco o tronco para que estivesse à altura do namorado, lhe deu um selinho e voltou para sua posição rindo suavemente “Sujei sua bochecha com tinta. Desculpa.”

Bucky levou a palma até a região e notou que realmente havia uma mancha azul ali quando seus dedos retornam sujos, porém ele não se importava nem um pouco. A tinta sairia facilmente com um banho, o que importava na realidade era ter aqueles lábios sobre os seus de novo. Talvez até mesmo o corpo.

E foi o que ele buscou: Retirou o pincel da mão do parceiro, puxou seu rosto até próximo de si, beijou-o languidamente e aproveitou o momento para rolar os corpos a fim de poder sentar-se sobre o colo do homem.

 

 

Por fim, Bucky, Steve e o carpete estavam sujos de tinta.


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Notas finais do capítulo

¹ = Idiota, tolo.
E aí, gente, o que acharam?
Gostei bastante de escrever essa história, porque foi um trabalho mais leve. Completado apenas em um dia, sem grandes neuroses de revisão e blábláblá. Eu queria mesmo era me divertir a escrevendo, o que consegui felizmente.

Um beijo,
DhampirGirl



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