Konoha World escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 5
A chave para a nossa libertação


Notas iniciais do capítulo

Prepara o colete, pessoal, que nesse capítulo tem tiro.



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Hinata ainda se lembrava do sabor alcoolizado dos lábios do velho decrépito que havia encerrado a sessão com um tiro em sua têmpora.

Todas as vezes em que algo assim acontecia, era como despertar de um pesadelo onde não somos capazes de seguir nossos próprios desejos. Apenas obedecemos uma programação pré-estabelecida.

E ela ainda se lembrava do sabor do conhaque barato que ele havia bebido antes de beijá-la. E do leve amargor do tabaco que o acompanhava, tanto na boca quanto no perfurme amadeirado que a enojava.

Ela não podia contar quantos homens decrépitos como aquele haviam cruzado o seu caminho, mas sem dúvida, Danzo era o pior de todos.

Danzo, que lhe levara na festa onde havia vislumbrado Naruto pela primeira vez. Danzo, que havia feito questão de exibi-la como se um homem nojento como ele fosse capaz de conquistar uma bela mulher como ela.

Hinata não se importava com aparências, mas odiava aquele homem com todas as suas forças.

Pois ele havia lhe programado para agir feito uma menininha assustada, quando tudo o que ela queria era viver uma vida pacífica ao lado de sua irmã e de seus companheiros, Sai e Kiba.

Já que eram a única família que Hinata conhecia.

E quando passou a controlar seus próprios desejos, sua própria vontade, tudo o que quis foi fugir daquela realidade. Mas antes, mostrar àqueles homens como era se sentir na posição de boneca.

E foi isso que a levou para o alto da torre junto com Hanabi.

Talvez se tivesse tentado fugir desde o início, não teriam tido tantos problemas.

Mas o destino trabalha de formas engraçadas. E, agora, enquanto observava o olhar compenetrado de Naruto, ela tinha essa certeza. De que o momento era agora. E de que ele lhe trazia à tona sensações que até então estavam adormecidas.

− E então? O que devemos fazer?

Hinata o encarava com certa desconfiança. Poderia ele ser tão inocente assim? Ou estar tão imerso na ideia de um jogo que simplesmente faria tudo o que ela dissesse? Mordiscou o lábio inferior. Não tinham outra chance a não ser confiar neles.

− A leste daqui, são três dias de viagem a cavalo, existe uma montanha chamada Montanha Tsukyomi. – disse ela. – Lá, habitam os segredos mais terríveis desse reino, e também os seus maiores tesouros. O segredo para salvarmos esse mundo devastado encontra-se lá, sob o olho de Amaterasu, a deusa protetora de nossas terras.

“Mas acontece que de uns anos pra cá, Jashin dominou tudo com sua ganância e sede de poder. Eles ganharam o território através de suas práticas sangrentas e sombrias, prometendo a seus seguidores a vida eterna desde que eles concordassem em fazer rituais em seu nome. Muitos dos nossos moradores foram levados para lá como oferendas de sacrifício e nunca mais retornaram. Depois da morte de meu pai e de nossa prisão no alto da torre, o exército se dispersou e o reino de Konoha se tornou um lugar pobre e miserável. Não temos ninguém que lute por nós. Mas se conseguirmos derrotar os Uchihanões, o exército de Jashin, e chegarmos até o topo da Montanha Tsukyomi, poderemos libertar o nosso povo das garras do tirano Hidan, líder da seita desse deus pagão.”

Se Hanabi não conhecesse toda a história, teria ficado surpresa. Claro que sua irmã havia pintado certas coisas de uma maneira mais intensa, pois o reino onde viviam estava longe de ser miserável.

Viviam bem desde que não invadissem os territórios dos Uchihanões ou de Jashin. Mas ir de encontro a eles era loucura. No entanto, segundo o que Hinata contara para ela e os companheiros, era onde encontrariam o portal para saírem daquele mundo e andarem livres entre os homens.

− Então, tudo o que temos que fazer é ir até essa tal montanha e matarmos esse tal de Hidan, não é? – Naruto perguntou com um sorriso matreiro no rosto. Hinata assentiu. – E se eu aceitar fazer isso, vai me mostrar seu rosto, ó bela dama?

Ele fez um floreio ao inclinar-se em uma mesura exagerada que arrancou de Hinata um risinho.

− Que tal o seguinte: se você for capaz de nos atravessar pelo território dos Uchihanões com todo mundo vivo, então minha irmã mostrará o rosto a você! – Hanabi propôs. Os olhos cerúleos de Naruto brilharam de excitação.

− Feito!

− Isso! – Konohomaru, animado com a ideia de saber mais sobre Hanabi, concordou, batendo punho contra punho do irmão de consideração.

Shikamaru apenas revirou os olhos.

− Mas que problemático. – disse. – Acho que teremos que colocar eles dois nos eixos, Shino. Shino?

− Hm? – Aburame, que até então parecia absorto observando o selvagem, voltou os olhos para Shikamaru.

− Você ouviu alguma palavra do que foi dito, cara? O que está acontecendo?

− Eu... não, nada. Estou com você, Shikamaru.

Nara anuiu, com a certeza de teria que ficar de olhos bem abertos. Sobretudo no que se dizia a respeito do homem que carregava nos lábios o sorriso mais falso que ele já havia visto.

X

Aquele sentimento de vazio sempre o assolava.

Shino ainda se lembrava dos risos fáceis e das feições divertidas de seu namorado. Ainda se lembrava de como era passar dias inteiros na cama com ele apenas porque se sentia deveras preguiçoso.

E se lembrava, sobretudo, da morte dele, e de como sua vida havia sido levada por um ato de heroísmo.

Pois um assalto havia sido presenciado por ele na rua. E sem saber que o ladrão estava armado, foi em socorro da mulher que gritava por ajuda.

Se fosse apenas uma faca, suas aulas de artes marciais que tinha desde a tenra infância, dariam conta do recado. Mas Shino sempre havia lhe avisado que ele não era a prova de balas. Naquela noite fatídica, suas palavras se tornaram reais.

O disparo acertou-o em cheio na cabeça.

O ladrão, que não tinha intenção de matá-lo, fugiu correndo da cena. A mulher chamou a emergência, histérica por ajuda.

O rapaz, que na época tinha apenas 19 anos, e uma vida toda pela frente, sofreu morte cerebral apesar de todos os recursos que Shino moveu para salvá-lo.

Mas Inuzuka Kiba estava morto. E não havia nada que pudesse ser feito a respeito disso.

X

Então, Shino passou a recriá-lo em todos os seus jogos. Isolado do mundo. Apenas querendo reviver o som de sua gargalhada ou o calor dos seus sorrisos afiados.

Nada parecia tão perfeito. Nenhum gráfico era o bastante para trazer vida ao que um dia Kiba fora.

Nada.

Até que ele foi chamado para participar no investimento de Konoha World.

E embora não soubesse muito a respeito do projeto, sua única exigência além de parte dos lucros, foi para que pudesse criar um único anfitrião: Inuzuka Kiba.

Um guerreiro bravio, destemido. Bárbaro e protetor de todos aqueles que fossem mais fracos que ele.

Tudo o que Shino sabia daquele projeto é que, de alguma forma, a essência de pessoas mortas poderia ser passada para os anfitriões. Como isso era feito, era um segredo muito bem protegido pelo grupo Kage, e do qual eles não estavam dispostos a abrir mão.

− Tudo o que você precisa, é nos dar acesso ao corpo dele, se ainda o tiver. Se tiver isso, seremos capazes de implantar suas memórias através das células neurais. – Danzo garantiu.

− Como isso é possível se as células já estão mortas? – Shino rebateu.

− Isso, não posso lhe dizer, meu caro. – Danzo sorriu de canto. – E então, temos um acordo?

Shino apertou a mão dele, em um acordo entre cavalheiros. Pois tudo o que importava para ele, era ter o namorado de volta. Não importava o que tivesse que fazer.

X

− Meus espiões não detectaram nada lá fora, Hinata-sama. – Sai abriu um sorriso para a líder, que anuiu com a cabeça.

− Infelizmente, não temos cavalos para todos. – Hinata disse.

− E não podemos viajar no dragão que nos trouxe? – Shikamaru perguntou, os olhos afiados voltados para ela.

− Akamaru não é nenhum burro de carga! – Kiba bradou, incomodado.

− Acalme-se, por favor. – Hinata repousou a mão suavemente sobre o ombro de Kiba, que grunhiu de maneira selvagem. – Akamaru-kun chamaria atenção demais. Shikamaru-kun, não é? Não podemos nos arriscar, então ele voará alto.

− É melhor você controlar seu cachorrinho antes que ele morda alguém! – Konohomaru soltou um risinho e Naruto o acompanhou.

− Os únicos selvagens que eu vejo por aqui são vocês, que mal sabem se comportar! – Hanabi ralhou com ambos. Konohomaru e Naruto se sentiram ofendidos, mas Shino e Shikamaru tiveram que concordar.

− Como faremos isso se temos o dobro de pessoas e a metade dos cavalos necessários? – Naruto questionou.

− Vamos dividir a carga de acordo com o peso. – Shikamaru sugeriu, ao que Hinata concordou.

No fim das contas, ficou decidido assim: Naruto e Hinata iriam no alazão branco dela, um cavalo maior e mais resistente, preparado para longas viagens; Hanabi e Konohomaru, por serem mais leves, seguiriam junto com alguns mantimentos; Shino iria junto com Kiba, pois Shikamaru se recusou terminantemente a ir com aquele selvagem. E também queria manter os olhos em Sai, já que não confiava nele de maneira alguma.

− Seguirei à frente com Naruto-kun. Os outros também sabem o caminho. Caso a gente se perca, nos encontraremos na Floresta Encantada, na árvore do observatório. Estamos entendidos?  

− Hai! – responderam em uníssono, esporeando os cavalos.

− Vamos conquistar seu reino de volta, princesa. – Naruto prometeu, com um sorriso nos lábios.

Hinata apenas sorriu de canto, feliz por ele não questionar suas decisões. Pois ela sabia que Naruto e seus amigos eram a chave para sua libertação.


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Notas finais do capítulo

Vontade de pegar o bb Shino no colo e abraçar ele. Vocês tão comigo? Sim, Uchihanões na parada. Tive muita inspiração de uma fic maravilhosa sobre todo o lance de Jashin e deixarei o link dela aqui. Foi escrita pela Yue-chan e chama-se Fúria Indômita. É uma NaruHina, mas focada na parte medieval com guerras, intrigas e tudo o mais! Super recomendo!

Agradeço por todos os comentários maravilhosos e fico aqui na ânsia de saber o que acharam desse! Nos vemos no próximo, pessoal!

FI: https://fanfiction.com.br/historia/760097/Furia_Indomita/



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