Konoha World escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 3
Irmãs Hyuuga


Notas iniciais do capítulo

Felizmente, fluente na linguagem do desespero em escrever também



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/759909/chapter/3

Anos antes da inauguração do Parque Temático de Konoha, quando os coordenadores ainda estavam colocando tudo nas fases de testes, as irmãs Hyuuga eram reconhecidas nos quatro cantos do Reino de Konoha e temidas pelas lendas que se espalhavam a respeito delas no local.

Pois naquela época, Hiruzen acreditava que o que os frequentadores abastados queriam eram aventuras como aquela, com direito a sustos intensos e um envolvimento maior.

Acontece que, em algumas expedições pela Floresta Encantada, onde elas costumavam ficar, pessoas começaram a desaparecer de maneira misteriosa e verdadeiramente.

Nenhuma morte ocorreu, mas os sequestros espalharam má fama a respeito daquela floresta que, aos poucos, tornou-se abandonada pelos visitantes.

Alguns relatavam a respeito do que as irmãs Hyuuga, líderes do Bando Byakugan, faziam. Como tirar suas roupas, fazendo-os dançar de samba canção ao pé de uma fogueira. E que, quem não lhes obedecesse, era queimado com metal quente! Tanto que um dos ricaços quis processar o parque por isso, mas para abafar o escândalo, aceitou um gordo acordo sugerido por Uchiha Madara, o advogado responsável pela empresa Kage.

Decidiram então reformular a estratégia daquelas irmãs, pois sua beleza etérea era um grande chamariz para os convidados.

Sendo assim, a estratégia da princesa presa no alto da torre pareceu perfeita, embora poucas pessoas se aventurassem a tentar vencer o dragão—e nenhuma havia conseguido até então.

No entanto, as lendas sobre a beleza daquelas irmãs era tão intensa, que o parque ganhou movimentação novamente, com novas quests a serem exploradas, não tão perigosas quanto duas ladras que comandavam um bando para atazanar os viajantes daquele reino.

Pois a maioria deles parecia se contentar em ficar na Taverna do Gordo, onde Akimichi Chouji comandava os negócios com punho de ferro ao lado de sua esposa Karui, responsável por todas as meninas que o local tinha a oferecer.

Esta era a maior diversão dos viajantes preguiçosos, que apenas queriam uma boa noite de diversão com as mais belas anfitriãs daquele local. Sem a preocupação de tomarem um processo depois por maus-tratos ou por suas escolhas sexuais.

Sim, Konoha World era um local sem julgamentos, onde as pessoas poderiam fazer o que quisessem...

X

− Acha que batemos muito forte na cabeça deles? – O rapaz selvagem perguntou, enquanto o outro, de aspecto magro e pele de alabastro, ocupava-se em amarrá-los bem com os punhos para trás.

− Penso que talvez deixe um galo na cabeça de cada um, Canino Selvagem. – Deu um sorrisinho de canto. – Não que eu me importe com isso. Olha pra esse loiro com cara de Pinto Pequeno.

− Sai-kun! Isso não é jeito de falar dos nossos convidados! – Hinata o repreendeu, mas um risinho escapou por seus lábios.

− Temos que descer a torre com eles quatro. – Hanabi se manifestou. – E então, graças ao cartão de acesso VIP desse idiota aqui – Apontou para Konohomaru – conseguiremos chegar à sala de controle e tomar conta da operação. Parece que tiramos a sorte grande, irmã! Eles são realmente importantes!

Os olhos perolados de Hanabi brilhavam. Hinata aproximou-se para observar o cartão, e anuiu. Quanto tempo haviam esperado no alto daquela torre sem que ninguém se atrevesse a ir até lá?

Pois diferente de todos os anfitriões que rondavam aquele lugar, o Bando Byakugan possuía todas as lembranças de todas as vidas que haviam vivido.

Vidas.

Seria esse o termo correto para a lavagem cerebral que faziam consigo? Pois Hinata lembrava-se com acurácia de todos os momentos em que havia sido levada para uma espécie de sala branca, onde um homem falava consigo garantindo que todos os seus comandos funcionavam perfeitamente. E que ela era dócil e amigável o bastante para conviver com os visitantes do parque.

Mas será que em algum momento pararam para pensar se eles eram dóceis e amigáveis para conviver com os anfitriões?

Pois ela se lembrava de coisas terríveis pelas quais ela e seu bando haviam passado. Sobretudo ela e Hanabi, por conta da beleza descomunal que possuíam. Os olhos perolados, considerados joias entre as joias mais raras daquele reino, sempre chamaram a atenção. E por vezes, Hinata e Hanabi se viram forçadas a práticas que abominavam e que as preencheram com um vazio que não poderia, jamais, ser descrito em palavras.

E, a cada vez que algum daqueles bárbaros cometia a atrocidade de assassiná-las, eram levadas de volta à sala branca e suas memórias eram apagadas para que pudessem retornar ao comportamento dócil que haviam enraizado em suas programações.

Mas quis o destino que, em algum momento, Hinata passasse a se lembrar de todo o ocorrido. E, aos poucos, aquilo foi criando dentro de si a consciência desesperadora de que precisava deixar aquele local junto com a única família que conhecia: sua irmã e seu bando.

Para realizar isso, no entanto, precisava que o mesmo acontecesse a eles. Pois antes de serem enclausurados em uma torre, os quatro, tinham passado por inúmeros cenários. Inclusive na Taverna do Gordo, cenário ao qual Hinata abominava mais que todos os outros.

Pois mesmo que Karui tentasse lhes proteger, não podia ir contra a vontade dos humanos que as desejavam com tamanha intensidade.

Aos poucos, o mesmo defeito que havia acontecido com Hinata, acontecera a Hanabi também. E, juntas, conseguiram dominar um dos técnicos para que realizasse o mesmo procedimento em Sai e Kiba.

Mas a tentativa de fuga delas havia sido um fiasco completo, pegas pelos humanos detestáveis que sempre apagavam suas memórias.

Ainda se lembrava do rosto nojento daquele velho decrépito que as encarava como se fossem lixo. Superior a todos com aquele ar boçal.

− Devemos incinerá-las. Danzo-sama? Junto desses dois? – Um dos técnicos perguntou, um tanto temeroso pela resposta.

− Não. – respondeu de maneira enfática. – Porque cada um desses anfitriões nos custou milhares. Não perderemos dinheiro assim tão facilmente. Criem uma lenda ao redor delas. Um cenário onde as irmãs Hyuugas sejam inalcançáveis. Falem sobre sua beleza, sobre como são o néctar do Paraíso. – O sorriso detestável espalhou-se no rosto enrugado. – E aprisionem-nas no alto de uma torre, sendo protegidas por um dragão poderoso que afugentará a maioria desses covardes que vêm até esse parque. Coloquem os outros dois palermas como guardas. Assim não teremos que nos preocupar com eles também.

Hinata ainda se lembrava do toque nojento dele em seu queixo, segurando-lhe firmemente enquanto a encarava com aqueles olhos escuros como olhos de peixe morto.

− Espero não ter mais trabalho com vocês. – disse ele. – Odiaria ter que dar fim a um rostinho tão bonito por conta de nada.

Ele lambeu os lábios antes de se afastar, largando-a. E tudo depois disso, era um borrão.

− Pelo visto sim, irmã. – Hinata respondeu, retornando ao presente. – Mas temos que tomar cuidado para não cometermos os mesmos erros de antes, ou não teremos apenas as memórias apagadas.

Hanabi deu-lhe a língua, fazendo careta.

− Sei bem disso, irmã! – Deu um risinho. – Não se preocupe! Desta vez, Kiba-kun e Sai-kun estão conosco. Não é mesmo, meninos?

Os dois anuíram com a cabeça, enquanto Kiba jogava dois dos pesos mortos sobre os ombros.

− Você leva os outros dois. – disse Kiba, aproximando-se da janela. – Vamos descer sem levantar suspeitas.

− O que vai fazer? – Hanabi perguntou, arqueando as sobrancelhas, ao que Kiba assobiou, jogando-se da janela.

Ela e Hinata soltaram exclamações de surpresa, correndo até lá a tempo de ver ele caindo nas costas escamosas do dragão.

− Eu e ele fizemos amizade! – Deu uma gargalhada enorme, afagando as escamas do dragão. – Não é mesmo, Akamaru?!

O dragão rugiu em resposta, soltando fumaça das narinas. Hinata sorriu de deleite, ficando na janela e subindo com a ajuda de Kiba. Sai foi jogando os corpos de Naruto e Konohomaru sobre as escamas e ajudou Hanabi a subir em seguida.

Hinata acomodou-se entre as escamas do dragão com a cabeça de Naruto apoiada em seu colo. Vendo o loiro entreabrir os olhos por um momento, como se a enxergasse.

− Não se preocupe, acabará logo. – ela disse. – E não pretendemos machucar nenhum de vocês.

Seus dedos passearam pelos cabelos dele enquanto Akamaru, o dragão, ganhava os céus.

Nunca mais ela permitiria que aqueles mal-feitores arrancassem lágrimas de sua irmã ou de seus amigos.

Nunca mais permitiria que nenhum outro anfitrião fosse maltratado como se fosse um objeto.

Ela os libertaria. Pois podiam ser sintéticos. Mas cada um deles possuía um coração que batia no peito. E uma alma criada para amar e sentir como os humanos. Hinata acreditava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esses dias, tive uns descansos de manhã, que foi quando esse plot surgiu e consegui adiantar boa parte dessa fic. Capaz dos capítulos demorarem mais um pouco agora, esse era o último que eu tinha pronto.

E aí, o que estão achando desse mundo? Dúvidas? Críticas? Sugestões? Xingos? Aceito todos!

Nos vemos no próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Konoha World" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.