Por Obra do Acaso. escrita por Itiana Chan


Capítulo 6
Capítulo 7- Ganhando pontos...




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Longe dali, embaixo de uma cobertura protegendo-se da chuva, Dylan e Addison discutiam sobre a situação em que o jovem se encontrava.

— eu descobri algumas coisas! Ele sussurrava olhando para os lados com preocupação. - Nero é irmão de Tiranus... é por isso que são tão unidos e facção é única também...

— o que mais? Addison questionou também olhando para os lados discretamente.

— o tal K... ele era um de seus subordinados e acabou se rebelando e agora, está dando dor de cabeça...- Completou colocando as mãos nos bolsos do casaco preto e quente que usava.

— Pelo visto você está bem... já que está viv... - Addison teve sua frase cortada por Dylan que a beijou desesperadamente.

— não temos tempo para isso... Vamos! Caio apareceu, de repente, mal humorado como sempre. E Dylan afastou-se da loira deixando-a sozinha e com os cabelos bagunçados.

— o que foi isso? Se perguntou rindo enquanto tentava arrumar os cabelos. - pena que é comprometido! Sussurrou mordendo levemente o lábio inferior, levou a mão á bolsa e trouxe um cigarro a boca.

— esse deve ser o Caio, espero que ele não te mate...

Algumas horas depois os dois já encontravam-se dentro do carro chegando ao cais principal, onde Tiranus e Sam já estavam em uma grande negociação de armas de grosso calibre, inclusive algumas de uso exclusivo do exército.

Cada um prostrou-se ao lado de Tiranus em silencio observando tudo com extrema cautela. Seus olhos azuis estavam fixos nas mãos dos capangas de outro traficante que lhe parecia mais perigoso que Tiranus, não conseguiu se distrair sequer um minuto, era como se pressentisse que algo aconteceria.

Não estava paranoico. Graças a suas suspeitas, conseguira perceber a tempo quando um rapaz que estava em frente a si, começou a atirar.

Em um movimento rápido, puxou Tiranus, que estava mais próximo, para trás de alguns caixotes escondendo-se do tiroteio que iniciou. Sam e Caio faziam o mesmo, mas diferente de si, estavam revidando.

— você precisa sair daqui agora! Sam gritava com Tiranus, certamente era o único que podia fazer isso sem perder alguns dentes.

— eu estou bem! O outro resmungou calando-se logo em seguida ao notar sua blusa tingida de sangue. - droga! Isso é sério? Atingido de novo?

— posso ver 16 homens, eles estão bem armados... acho que mais que nós! Dylan murmurou enquanto recarregava seu revolver, contou rapidamente e viu que ainda possuía seis balas. Bem menos do que precisava.

— eu tenho um plano! Sam falou, dessa vez mais baixo observando o local em volta vendo que Dylan estava certo. - pode ver aquele barco no cais? Esperou que o outro fizesse um sinal positivo com a cabeça e continuou:

— quero que leve Tiranus até lá... te darei cobertura!

Acima deles, em um prédio Nero utilizava um rifle de alta precisão para atirar nos homens que estivessem melhor armados, isso deu grande vantagem aos três que atravessaram o cais até a agua sendo alvejados por uma chuva de balas caiu sobre suas cabeças.

— todos os meus compradores passaram a querer me matar agora? Tiranus resmungou após ser colocado dentro da cabine de sua lancha. Felizmente, Nero sempre fora mais sagaz e tinha um plano de fuga.

 Dylan ainda tentava estancar o ferimento no ombro do traficante quando um tiro derrubou Sam na água, caminhou lentamente até um revólver caído no chão e esperou que o atirador se descuidasse e aparecer. Foi uma fração de segundos, qualquer um dos dois poderia ter acertado, mas por um pouco mais de destreza Dylan conseguiu acertar sua perna primeiro.

Ainda foi preciso tentar ligar o motor manualmente três vezes até que finalmente a lancha se movesse.

— porque não o matou? Sam questionou frio olhando para o homem que ainda se movia no cais.

— estava mais preocupado em nos tirar daqui! O moreno resmungou sentando-se com dificuldade. Aos poucos a adrenalina foi passando e uma dor excruciante tomou conta do seu corpo, olhou para baixo e notou que havia 3 marcas de tiros e sua camisa tingindo-se de vermelho. Foi a última coisa que viu antes de tudo escurecer.

 Ao acordar horas depois, notou que estava novamente no alojamento, Tiranus estava ao seu lado deitado em silêncio.

— finalmente eu sou trazida aqui sem precisar ser pelos cabelos! Ouviu a voz de Celly, virou-se com dificuldade e a viu vindo em sua direção. Quando seus olhos se encontraram, ela abriu a boca surpresa, mas logo voltou-se para Tiranus.

Dylan mal acreditava que ela não havia dado um chilique ao vê-lo ali, poderia ter pensado milhões de coisas ruins, mas preferiu confiar nele. Sorriu de canto e fechou os olhos novamente.

— vou começar a achar que ele leva tiros só pra te ver! Kouki brincou ajudando-a. - tudo bem gêmea?

— estou sim! A loira sorriu carinhosa.

Ao chegar a vez de Dylan, a loira sentiu seu coração acelerar ao vê-lo, seu rosto estava pálido pela perca excessiva de sangue. Suspirou aproximando-se e sentiu as mãos tremerem.

— q- qual o seu... tipo... sanguíneo? Questionou já sabendo a resposta, precisava fingir que não o conhecia, mas temia que isso o prejudicasse.

— sou o negativo! Ele respondeu em um sussurro quase inaudível. - acho que há balas em meu estômago...

Ao ouvir isso, os olhos de Celly arregalaram-se, rapidamente rasgou sua camisa e começou a apalpar o abdômen dele procurando o local das balas, mas nada viu, o que só a deixou mais desesperada.

Resolveu então tomar uma medida mais radical, respirou fundo e fez um corte com um bisturi alargando o local da bala, analisou minunciosamente o local e suspirou aliviada ao ver que havia ficado presa no musculo sem afetar nenhum órgão vital. Repetiu o mesmo processo com as outras e então as retirou, costumou e medicou, Com sorte, em alguns dias já estaria melhor.

Ao terminar, voltou o rosto na direção do dele e viu que estava inconsciente, mas respirava normalmente. Sorriu mais tranquila e então afastou-se. Precisava ir embora, ou iriam suspeitar de algo.

Kouki a guiou até o banheiro, onde lavou bem as mãos até não ficar nenhuma mancha de sangue, sentia se estômago se revirar enquanto se lembrava de praticamente ter aberto a barriga de homem que amava e nem podia se mostrar preoculpada. No final, Dylan ficara com três cortes no abdomem, cada um com doze pontos.

— porque escolheu essa profissão? Kouki questionou entregando-lhe um copo com água após sair do lavabo.

— sempre sonhei em salvar vidas, mas... sempre que vejo alguém quase morrendo... bem... - Celly atrapalhava-se com as palavras sentindo-se confusa, levou o copo de cristal a boca e solveu todo o liquido.

— a verdade é que nunca tive estômago para isso!

—eu descobri uma coisa sobre a gente! Kouki mudou de assunto tornando-se mais séria. - eu nunca quis saber sobre meu passado, mas depois que descobri que tenho uma parente, as coisas mudaram...

— já eu sempre quis encontrar minha família biológica... - A loira mais jovem soltou com um suspiro cansado.

— ao que parece, nascemos em Moscou em 1989, seu registro deve estar próximo a isso! A outra murmurou lembrando-se dos dados que recebera. - nossos pais não tinham nada haver com a máfia, caso queira saber... e fomos sequestradas aos seis anos... eu ainda tenho alguns borrões de memória...

— eu não me lembro de nada...

— então deve ter sido em você que o sequestrador bateu... estava chorando muito e ele se irritou, você bateu a cabeça e deve ter tido perda de memórias...

— entendo... e onde estão nossos pais?

— isso eu ainda não sei...

— Tiranus me pediu para levar a moça de volta! Sam entrou na sala surpreendendo as duas loiras. - caralho, vocês são muito parecidas!

— tudo bem... precisamos de discrição! Kouki concordou abraçando a irmã antes de deixá-la ir. Aos poucos estavam se conectando e não demorou nada para que sentisse os laços sanguíneos.


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