Pesadelo Branco escrita por Agome chan


Capítulo 7
Pesadelo Branco


Notas iniciais do capítulo

Estou feliz de ter terminado essa fanfic. Ela ficou por muito tempo em sua versão original parada em hiatus, com esse finalzinho fixo, outras coisas acrescentadas da ideia original que não tinha pensando, mas fez bem em acrescentar.
Acho que foi bom porque escrevi do que sentia falta no anime, então

Agora eu editei também o nome dos capítulos anteriores que estavam sem títulos, os 4 primeiros
Vamos ao final!



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— Deixe-nos a sós. — Falou por fim Sesshoumaru olhando para os que estavam no jardim.

De primeira ficaram confusos, até verem Rin se prontificando entrando de volta ao quarto para se despedir de InuYasha e sair de sua residência, então os outros fizeram o mesmo.

— O que quer Sesshoumaru?

Finalmente o meio-irmão virou-se para lhe encarar:

— Precisa se comportar como tal, InuYasha. Uma proteção maior nesse feudo será necessária. No mínimo crie muros.

— Mas… eu não pretendo me tornar senhor feud—

— Tarde demais. Como é lento para perceber o óbvio, irei parafrasear. — InuYasha fez careta ao ouvir aquilo. — Os humanos daqui estão dependentes de sua proteção, não é a primeira vez que contam com você e com seu grupo, portanto faça o local ser mais seguro para evitar mais ataques de youkais.

— Está preocupado com a segurança de Rin, não é? Dissemos que cuidaremos dela, não precisa se preocupar tanto, ela está bem e foi treinada por nós, está mais independente.

— Não é o suficiente. Mantenha sua palavra de a manter segura, ou matarei você.

— Sempre mantenho minha palavra. O que não entendo é a sua de agora. Sesshoumaru, se falar para Rin se decidir agora sobre ficar aqui ou ir com você, ela vai com voc—

— Não é o momento para tal decisão. Precisa passar mais tempo entre os humanos, não irei tirar tal experiência dela.

— Mas há alguns youkais por aqui. Poucos, mas tem por esses arredores. São pacíficos, porém são youkais.

— Será bom para ela de qualquer forma estar aqui. E esse Sesshoumaru já sabia sobre esses pequenos insetos, uma imprudência sua pensar que não.

E então InuYasha ficou olhando bem para o irmão tentando lhe analisar, o que incomodava imensamente Sesshoumaru:

— O que foi agora?

— Não, nada é que… — Voltou a ficar fitando-o por um tempo. — …sinto que as coisas estão mudando entre vocês… na verdade, não, não sinto, Kagome sente.

Sesshoumaru fez pouco caso porque conhecia bem a cunhada que tinha.

— Ela é jovem para tomar a decisão, mas você também é para decidir quando ela deve tomar a decisão.

— Está sendo redundante.

— Só estou… confuso. Confia tanto em mim assim para continuar deixando ela aqui… de novo?

Pela cara do meio-irmão, InuYasha percebeu que fez uma pergunta idiota. Ele jamais admitiria uma coisa dessas.

— Estúpido. — Foi a resposta que teve pela sua “brilhante” pergunta, que ele sabia bem qual a resposta que teria e que o orgulhoso do Sesshomaru jamais admitiria. Orgulho estava realmente na família. — Ela ficará aqui, portanto, eu, Sesshoumaru, terei negócios a tratar pelo norte… e por onde mais esses nekos ficaram conhecidos.

— Por que?

— Não quero que tamanha petulância se repita desses youkais inferiores. Esqueceram com o que estão lidando. Mesmo que as notícias das mortes cruzem rapidamente as fronteiras e fiquem com medo novamente me enfrentar, é necessário lembrá-los de com quem estão lhe dando, para terem medo só de pensarem em meu nome.

InuYasha olhava para o irmão diante de si, chocado, meio perdido pelo olhar assassino dos  âmbares do mais velho que ficaram vermelhos e logo ao terminar de falar voltarem ao normal. Se perguntava como tinha conseguido enfrentar aquela criatura tantas vezes.

Moveu a cabeça, não era tempo para isso.

— Se você lutar contra quem ameaça aqui ou seja lá onde for, para virem atrás de nós, eu irei com você.

— Não.

Ficou sem entender com as mãos atadas indo com o corpo para trás:

— Sesshoumaru, vieram atrás delas…

— … eu sei.

— Eles devem saber que elas existem. Não posso deixar que voltem a… nem em pensar em ferir Kagome.

— A vingança já foi feita. Sabe tão bem quanto esse Sesshoumaru que não ter nenhum dos dois próximo delas é tolice. — InuYasha socou o tatame porque ele sabia disso. Tinha muita raiva e muita vontade de ter certeza que estariam a salvo, com ele destruindo aqueles que lhe ameaçassem. Mas sabia que seria loucura deixar todos ali, principalmente sua Kagome, sozinhos.

— Irei não sei por quanto tempo. — Ainda vendo a irritação, estranhamente por razão que eles mesmo desconhecia, Sesshoumaru falou. — Quando tiver certeza que não há nenhum perigo ao redor, avisarei os que poderão ser seu alvo. — O caçula ficou alegre. — Só serviços rápidos, não quero ficar nessa aldeia humana por tanto tempo, então não se empolgue.

Keh!

InuYasha já naquela conversa percebeu que o irmão tinha razão e que precisaria melhorar a segurança do lugar.

Rin esperou Sesshoumaru passar pela porta da casa de InuYasha, sentada na entrada com o Jaken. Toutousai e Myouga tinham ido embora naquela altura. O coração de Rin se apertava imaginando que logo seria ele, Sesshoumaru, a partir. Já fazia muito tempo que não o via… quanto mais os anos se passavam, menos ele aparecia.

— Rin.

Se levantou rapidamente ao ouvir ele lhe chamar.

Ficaram se olhando por um tempo. Ela tinha sido capaz de muito naquela luta com pouco treinamento, o que surpreendeu Sesshoumaru. Estava rápida, mais autônoma, mais forte e corajosa que muitos aldeões, estava mudada e prosseguia mudando… assim como ele também.

— Sesshoumaru-sama?

Passou por ela:

— Arrume suas coisas, daqui dois dias irei te levar para o Castelo. — O coração da jovem se aqueceu, se fosse possível, expandiu, mas logo se contraiu quando ele terminou de dizer. — Para uma visita em curto período, apenas.

Respirou fundo, cerrando os punhos e decidida a se manter positiva. Pelos menos teria a chance de uma visita, pensou.

Enquanto o youkai caminhava à frente, ouvindo os passos da humana vindo logo atrás de si, desejava a presença dela por perto, por enquanto, porque não saberia quanto tempo lhe tomaria para resolver tais questões burocráticas.

Ao mesmo tempo que aparentemente “esse tempo” que teria de distância veio em “bom” momento. Já estava com as visitas em pouca frequência, só aumentaram com as ameaças de perigo a jovem.

Na realidade ele já estava se afastando, consciente ou não, da mudança que ocorria entre eles, da diferença do brilho dos olhos dela ao vê-lo e da necessidade distinta em comparação a outra ora de estar com ela.

Era um campo minado que seu pai tinha percorrido e não era de seu interesse entrar, porém já estava se abrindo a ele, que tentava evitar.

E Rin o seguia sem fazer ideia de tais pensamentos que percorriam na cabeça do youkai, seu protetor. Vendo-o caminhar de maneira elegante, perdendo-se ao fixar seus olhos castanhos nas mãos de pele clara e de garras longas, imaginando que em algum mundo paralelo ela teria a coragem de correr até ele e tocá-la com a sua mão, entrelaçar seus dedos ali num aperto sôfrego.

Cobriu o próprio rosto em chamas com tais ideias que lhe deixaram constrangida. Jaken a observava pelo canto dos olhos sem entender a humana boba.

Preocupado com Kagome, InuYasha, depois de saber de tanto, se levanta para ir vê-la rapidamente. Ao chegar na tenda vendo Kaede-sama preparando tônicos com restos de youkais para sua esposa, ele toma as rédeas agradecendo e terminando rapidamente indo até onde sua amada estava. Suspiraram aliviados ao se verem, agora, a sós.

Ela já estava melhor que antes, seu rosto já se iluminava.

— Kagome, como está?

Sentou-se ao seu lado, ajudando ela a se sentar e lhe entregando a bebida que ela fez careta ao sentir o cheiro:

— O que tem aqui?

Se lembrou do pequeno Sota gesticulando um “não” quando soube que o remédio de gripe era feito. Esse era ainda mais forte.

— É… melhor não saber.

Kagome riu tendo a sensação de nostalgia.

Respirou fundo, preparando o estômago e virou o tônico tentando esquecer daquele gosto horrível que invadia sua boca, ao terminar bateu o copo no tatame sacudindo a cabeça para não perder pra náusea que lhe deu.

— Ah… que horror. — Riu de leve sendo acompanhada pelo seu querido. Tocou o rosto dele, percebendo as marcas roxas que não sumiram, mesmo que seus olhos estejam naturalmente daquela cor de mel apaixonante. — Está tudo bem?

— Você percebeu, não percebeu? — Enrugou o cenho. — Minha energia está diferente…

Pegou o rosto dele entre suas mãos para ter certeza que ele a encarava:

— Mas ainda é você. Era você também quando…?

Entendendo onde ela queria chegar, concordou rapidamente.

— O que houve então?

— Toutousai me explicou mais ou menos, leva um tempo para entender tudo. Mas parece que era possível de acontecer, mas não imaginavam que iria… é difícil explicar, Kagome, mas te garanto que eu não perdi o controle e não irei perder. Vai estar sempre protegida, segura ao meu lado.

Encostou sua testa na dele.

— Eu sei… posso te proteger também. — E juntos soltaram um riso anasalado.

Trocando olhares profundos aproximaram seus rostos para tocarem seus lábios e se beijarem de forma cuidadosa pela preocupação dele em relação a ela, para não fazer movimentos bruscos, mas ela já lhe envolvia pelos braços, beijando-o apaixonadamente e puxando para se deitar sobre si.

No dia seguinte de manhã Sango tentou se levantar de sua cama, mas foi puxada pela mão de Miroku de volta para baixo dos lençóis, senti-o lhe envolver num abraço. Ruborizou com o rosto contra o peito. Ambos vestiam hadajuban apenas.

— A-achava que estava dormindo.

Ele fez um som como um ronronar acariciando o topo da cabeça a nuca da esposa, depositando beijos em sua testa. Podia sentir a mão trêmula dela segurando apertando o lençol que cobria a cintura dele, sem jeito, o que ele achava extremamente adorável

— Estava dormindo… — respondeu manhoso. — Vamos voltar a dormir.

Ergueu a cabeça para poder fitar aqueles olhos azuis quase fechados:

— Mas há muito trabalho a ser feito na aldeia, houshi-sama. E as crianças…

A interrompeu falando mais baixo:

— Estão dormindo, graças a Buda. Tiveram um dia cheio ontem. Principalmente você, querida, precisa descansar, aquela senhora cuida de tudo.

— Eu não precis… — parou por um tempo, notando melhor o que ele tinha dito. — Senhora? Que senhora?

— A que vocês salvaram, sabe? A mãe com um bebê. A vizinha e ela ficaram cuidando de nossos filhos também, lembra?

— Sim, mas… lembre-se que ontem mesmo os aldeões estavam dispostos a aprender táticas para proteger melhor essa aldeia e pediram nossa ajuda. Precisam de nossa orientação.

Acariciou o rosto belo de pele suave de Sango, se perdendo nos belos e preocupados olhos castanhos. Tão maravilhosa mesmo cansada, foi o que pensou.

Imaginar que ela cresceu numa grande comunidade, era óbvio que tinha tendências maiores que as dele em pensar em se responsabilizar por um coletivo. De desejar proteger todos ali. Era a casa deles, afinal.

— Sabe do que precisamos? — Disse Miroku com um sorriso gentil passando as costas da mão nas mechas do cabelo chocolate sobre o rosto dela. — Ajuda com a casa e as crianças. Se vamos ter discípulos, não tem como darmos conta de tudo isso sozinhos. — Ela concordou. — Por isso já contratei a vizinha e a senhora para serem nossas primeiras servas. — E Sango enrugou o cenho.

— Já tinha tudo isso planejado, houshi-sama?

— Por que essa cara, querida?

— Porque eu te conheço, “querido”.

A apertou mais no abraço e depositou um beijo em sua boca. Ela escondeu o rosto no pescoço do monge, para ainda parecer séria, mesmo que ele pudesse ver pelas orelhas que ela tinha ficado vermelha de novo.

— Mesmo com o tom sarcástico, fico muito feliz quando me chamam de querido.

— Não me distraia. — Deu um tapa na coxa dele que só o fez rir. — Estamos falando de algo sério.

— Conseguir dinheiro por aqui está fácil, Sango, eu só não cobro como antes porque você não facilita.

— Você quer extorquir as pessoas.

— Tudo para um bem maior.

— Você ainda admiti.

— E para um bem maior, Sango, minha linda esposa.

Olhou para ele contrariada se segurando para não ri, mas não conseguiu por muito tempo vendo aquele sorriso na cara do seu esposo idiota. Riram se divertindo juntos. Pegou o rosto dele entre suas mãos e encostou suas testas.

— Eu espero que você cobre de quem for treinar com você. — Disse Miroku — Se torna exterminador sai caro e eles sabem disso. — Novamente o encarou, irritada.

— Vai dizer que é para um bem maior, de novo?

— Eu penso só em você…

— Hm-rum.

— E nas crianças que temos. — Pousou a mão, que em outra época possuía a kazana, sobre a barriga dela. — E as que virão.

A taijima deu um sorriso acolhedor se deixando levar pelo o que ele disse, mas logo moveu a cabeça lhe olhando de forma desafiadora:

— Mas antes mesmo de se casar comigo você sempre foi ganancioso.

— Por isso eu roubei a noiva de um príncipe.

Ela se levantou completamente na cor rubra, dos pés à cabeça, pegando o travesseiro e acertando-o várias vezes, que não parava de rir.

As servas que se aproximavam do quarto para avisar que o café da manhã estava pronto, se detiveram ouvindo o casal a se divertir, e rindo enquanto sussurravam envergonhadas, resolveram voltar a cozinha e deixar o casal apaixonado mais à vontade.

[…]

Para ter a proteção correta de seu lar, chame os espíritos corretos para ficarem de guarda, senão te levarão ao submundo e a desgraça cairá sobre teus descendentes.

Diz a lenda que nas noites de lua cheia, assim como o brilho mágico lunar se sobressaia a contraponto a escuridão, quando youkais vinham saquear os territórios humanos, tingindo o solo de sangue, corrompendo tudo ao redor… havia uma esperança.

Na riqueza dos pelos prateados que reluziam contra a luz, vindo dos céus atendendo suas preces, surgiram espíritos de enormes cães alados inteiramente brancos, rápidos e leves como a brisa noturna.

Um ainda maior com uma energia fria e o outro menor, em comparação, com sua energia quente. Um yin e yang, capazes de destruir um exército de mil youkais com apenas um golpe.

O pesadelo puro, branco, dos youkais.

A esperança de paz humana.

A lenda diz que tais youkais não servem aos humanos. O instinto protetor que fala mais alto, faz parte de sua natureza. Pois apenas a suas noivas humanas devem lealdade.

— Mais uma para coletânea, Souta? Realmente um dos melhores alunos que tenho, mas você tem muita sorte de viver num templo onde possui tantas relíquias folclóricas quanto essa. Me avise quando for publicar seu livro.

O jovem Souta, estudante universitário, coçou os cabelos sem jeito pelos elogios que recebia de sua professora e orientadora.

— Um livro é realmente uma boa ideia, sensei.

— Uma excelente ideia.

Fez referência guardando seus papéis na pasta e saindo da sala dela.

No trem ele pegou uma ilustração que seria de uma criatura de vestes vermelha com aparência grotesca. No rodapé estava escrito pesadelo vermelho e: “E imaginar que imaginam InuYasha desse jeito. Meus filhos não seriam tão bonitos então.”

Riu movendo a cabeça.

O senso de humor da sua irmã ainda era o mesmo.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a oportunidade a minha família, amigos e etc. por terminar essa fic com meus OTPs favoritos, com muita violência e ação que gosto muito e sem putaria que deixo pras próximas

Essa fanfic está relacionada a outras que fiz de InuYasha em oneshots como:
— O Poço
https://fanfiction.com.br/historia/758766/O_Poco/
— O Admirador Não Correspondido
https://fanfiction.com.br/historia/759835/O_admirador_nao_Correspondido/

Espero ver vocês por lá e em outras que postarei no futuro : 3



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