Uma Gota de Água escrita por HViana


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem pessoal. Críticas e sugestões sempre são muito bem vindas. A história de Lilly é algo que tenho trabalhado nos últimos dias, e todo dia existem novas ideias e mudanças.
Espero que vocês gostem.



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Eram 04h21min da manhã. O mês era maio.

Mais uma noite em claro, ocupada com livros de fantasias mágicas enquanto tentava fugir da realidade distorcida que via nas redes sociais. Ela sentia o sono, sentia o cansaço, mas não conseguia dormir. Seu cérebro queria descansar, mas lá no fundo de sua mente podia ouvir uma voz ressoar como um eco: há muito que fazer, não podemos mais perder tempo dormindo.  Era a quinta noite que ela dormia menos de três horas.

No criado mudo ao lado, sua pilha de livros amontoada de forma simétrica com os marca páginas destoando dava ênfase em um de seus passatempos nas madrugadas em que tinha passado em claro. Ela sempre gostou de ler vários livros ao mesmo tempo, intercalando-os. Tocou a capa de um dos seus prediletos naquele momento e o abriu, fechando-o novamente em seguida, enquanto soava outra frase em sua mente: “preciso dormir”. Seu cérebro implorava pelo sono. Com os olhos verdes afundados num vermelho claro, fitou a capa do livro admirando o rosto de um dos personagens principais presente nela. A capa era linda e o personagem era seu predileto naquela história. “Preciso acordar cedo”, a frase soou na sua mente como se seu cérebro procurasse motivos pelos quais ela deveria pegar no sono, fazendo-a desistir do livro devolvendo o mesmo para a pilha no criado mudo ao lado.  Era a quinta noite em que ela dormiria menos de três horas. No tapete ao lado da cama, Nina dormia num profundo sono, com a barriga virada para cima numa posição encantadora, a Golden retriever roncava como um porquinho. Lilly admirou-a por alguns segundos, sentindo a afeição aquecer-lhe o peito.

Seu cérebro novamente insistiu para que tentasse dormir e ela concordou, pois estava completamente vencida pelo cansaço.  Porém, antes mesmo de pensar em se cobrir, sentiu seu corpo estremecer na mesma dor que sentiu outro dia. Ela deitou em posição fetal se contorcendo, sentindo seu peito arder em chamas as quais subiam para sua cabeça, dando a sensação de que iria explodir como um vulcão.  O ar não entrava em seus pulmões, por mais que ela puxasse e forçasse sua respiração, algo travava o ar. Em consequência, seus braços e pernas formigavam e as marteladas soavam em sua cabeça, latejando de forma que ela não conseguia raciocinar, muito menos gritar por ajuda. Sentou-se na cama tonta ainda tentando respirar, sem sucesso. Sua voz saia em resposta ao desespero, como pequenos uivos de algum animal assustado, o que custou o sono de Nina. A cachorra começou a chiar e latir em resposta a estranha reação da tutora: um choro de preocupação, enquanto chacoalhava seu corpo com as patas apoiadas na ponta da cama, com as orelhinhas abaixadas e olhos fixos na menina deitada.

Lilly lutava para se levantar. Sabia o motivo daquela sensação horrível, às manchas que apareciam em seu rosto, as cores vivas que as formavam, aquilo era um sinal de que algo sobrenatural realmente estava acontecendo em sua vida. Porém, ela não queria aceitar, não podia aceitar. Como resposta à sua teimosia, Ele foi ao seu encontro novamente. Os olhos da garota, vermelhos e cheios de lágrimas, encontraram seu reflexo no espelho pendurado na parede, do lado da cama, atrás de Nina. A imagem estava distorcida devido às lágrimas, mas ela pôde reconhecê-lo sem esforço: os olhos negros como o céu à noite, os fios ondulados de seu cabelo castanho escuro formando a moldura de seu rosto. Sua expressão era debochada e irônica. Como quem aprecia uma comédia, ele apreciava o sofrimento da garota. Com força, Lilly consegue respirar por um breve momento e segura o ar em seus pulmões como uma criança com medo de perdê-lo.

— Você sabe o que está acontecendo, sabe que pode parar isso. _ Ele diz enquanto encara o reflexo da menina no espelho, do outro lado do quarto.

Contudo as dores não param. Seu corpo humano cansado e com toda aquela dor que o atinge, cede. Ela perde qualquer força, sua voz se cala e a visão fica turva. Ela escuta os passos caminhando pelo quarto, mas não consegue se mexer. Com lágrimas inundando os olhos observa com esforço: Ele, agora do outro lado da cama, abaixado acariciando Nina, que deita novamente no chão com a mesma tranquilidade que antes. Ele volta seus olhos negros para os dela e abre um sorriso de canto.

— Já passou da hora de dormir, menina.

Seus olhos se fecham e ela desmaia. A dor e o sono vencem, assim como Ele.


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Notas finais do capítulo

Continua!



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