Em Segurança escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Em segurança


Notas iniciais do capítulo

É um conto modesto, que escrevi ontem para meu aniversário. Bateu saudade da Robin ♥

Vocês vão encontrar um nome famoso aí no texto kkk minha OC e volta as fanfics xD

Boa leitura.

Sorry pela revisão simplória.



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Ela estava sozinha na cabine do capitão, o que não era algo ruim, considerando que estava no navio de Sir Crocodile e o pirata encontrava-se ocupado com suas atividades na ilha em que haviam aportado. Atividades essas que a jovem Nico Robin não estava interessada em saber detalhes. Por isso estar sozinha era um grande prazer.

Os demais piratas do navio tinham suas próprias obrigações a cumprir, enquanto a de Robin era analisar o mapa onde supostamente encontrariam um tesouro enterrado. O dinheiro seria destinado à organização criminosa que Crocodile participava. E caso conseguisse decifrar aquele mapa, ela ganharia mais confiança do pirata. Visto que era a garantia que ela precisava para se manter em segurança, e esse posto era ao lado do pirata.

Robin ainda possuía pouco conhecimento dos planos da organização, sabia que havia algo relacionado com o reino de Alabasta, e era por isso que ela precisava da confiança de Crocodile. Assim teria mais chances de andar pelo reino e ficar mais próximo de encontrar um poneglyphs.

Após algumas horas de leitura e anotações, Robin decidiu levantar-se e tomar um café para se manter acordada por mais tempos, talvez comer alguma coisa nesse tempo.

Encontrou a cozinha vazia, assim como os armários. Não haviam ainda abastecido a dispensa, o que poderia atrasar a partida deles dali dois dias. Contudo, esse não era o maior dos problemas de Robin naquele momento.

Ela decidiu descer do navio em busca de alimento, deixando Scar, o segundo comandante, a par de sua ausência.

A Vila Esmeralda era a maior cidade do arquipélago Diamante, possuía uma paisagem bastante coloria, devido as árvores frutíferas e as plantações de flores no entorno da costa. Robin usava um par de óculos escuros, que protegia sua visão no sol primaveril. Ela caminhou tranquilamente pela rua de terra batida, o vento do litoral erguia com delicadeza seus cabelos curtos, movendo o tecido do vestido que usava.

Aquele era um dia normal e agradável para qualquer pessoa que passava. Para Robin, era um dia a se comemorar mais um ano de vida. Ela parou diante de uma vitrine, havia um bolo de aniversário decorado sendo exposto. O bolo a fez recordar-se de seu aniversário, quando era criança. A festa surpresa que prepararam na biblioteca de Ohara.

Robin sorriu com a lembrança e decidiu entrar na padaria. Ela procurou uma mesa para sentar, tirando os óculos e deixando-os sobre a mesa. Em instantes, uma mulher parou ao seu lado, com um olhar letárgico, batendo a caneta no caderninho em sua mão.

— O que vai querer? — Ela perguntou.

— Um pedaço de bolo de baunilha e café, por favor. — Robin pediu, com um sorriso gentil. — Poderia adicionar chantilly na bebida?

— Sim, claro, cobramos por fora.

— Tudo bem. — Robin concordou e pousou as mãos sobre a mesa, olhando para a janela ao seu lado. As pessoas caminhavam de um lado para o outro, seguindo suas vidas, uma cena cotidiana bem comum.

Robin notou a presença de alguns oficiais da marinha, e ergueu o cardápio na frente do rosto. Eles passaram, em seguida, uma mulher entrou no estabelecimento e sentou na mesa em que Robin ocupava.

— Aja naturalmente. — Ela falou, pegando o cardápio das mãos de Robin. A garçonete retornou com o pedido, deixando o prato com bolo sobre a mesa e servindo o café em seguida.

— O que vai querer? — Ela perguntou novamente, dando um olhar direcionado para a nova companhia.

— Um chocolate quente, por favor.

— E para comer?

— O mesmo que ela. — O olhar dela parecia agitado, Robin conhecia muito bem aquele sinal. Ela estava se fugindo.

A garçonete saiu de perto da mesa e foi buscar mais uma fatia de bolo, trazendo junto o chantilly para colocar na bebida da cliente.

O clima parecia instável, até que os marinheiros deixaram a rua, seguindo para o porto. Então Robin saboreou seu café com chantilly, oferecendo a única coisa que poderia naquele momento.

Uma conversa amigável.

— Qual o seu nome? — Robin perguntou, pegando uma fatia de bolo com a colher. O sabor era delicioso.

— É arriscado falar. — Ela respondeu. — Mas pode me chamar de Kori.

— Hmm, certo, Kori. — Robin falou. — Coma, está muito bom o bolo.

A expressão tensa no semblante da mulher foi adquirindo uma suavidade conforme ela relaxava e comia o bolo.

— Desculpe por envolve-la nisso. — Ela mexeu nos cabelos vermelhos, que caiam sobre sua face.

— Não é um problema para mim. — Robin bebeu mais do café. — Está um lindo dia, não acha?

— Hã? Sim, sim. — Ela bebeu o café e suspirou, parecendo aflita.

— Você conhece a vila? — Robin continuou insistindo na conversa, tentando ao máximo manter um clima sem tensão. — Preciso fazer uma pesquisa, uma livraria ou biblioteca, quem sabe.

A mulher ergueu a cabeça, seus olhos cor de mel adquiririam um brilho especial. Aquilo Robin também sabia identificar, quando há afinidade.

— Conheço uma livraria na Vila, é pequena, mas possui muitas coisas interessantes e antigas. Poucas pessoas vão lá, na verdade. A maioria turistas em busca de aventuras e coisas diferentes.

— Parece maravilhoso, se puder me dizer onde é.

— Posso fazer melhor do que isso. — Ela se levantou, tirando várias moedas do bolso da calça que vestia e jogou na mesa. — Se não for incomodo para você sair pelos fundos.

— Não é.

Robin se levantou também, agradecendo à garçonete pelo bolo. Ela deixou a padaria na companhia de Kori, que caminhava em estado de alerta. Robin viu alguns marinheiros aproximando-se, então ela moveu discretamente as mãos, criando algumas distrações no caminho com braços brotando da terra.

Ao se virar, Kori viu apenas os marinheiros caindo no chão. Ambas correram em outra direção, escondendo-se atrás de alguns barris empilhados.

— Alguma chance de você me contar porque estamos fugindo dos marinheiros? — Robin perguntou.

— Talvez. — Kori respondeu. — Venha, estamos perto.

Elas andaram mais alguns minutos por uma viela onde haviam casas construídas muito próximas uma da outra, com cordas amarradas em janelas e roupas penduradas. Robin observava os detalhes das casas, que possuíam belas esculturas entalhadas nas madeiras.

Ao chegarem numa pequena construção de madeira, com porta de correr, Robin não tinha olhos para outra coisa senão as prateleiras recheadas de livros antigos. Ela pegou alguns livros, deixando-os sobre o balcão, onde Kori estava sentada, bastante a vontade.

— Você não é daqui, está de passagem?

— Sim, estou com um grupo de piratas. — Robin falou, tranquilamente, enquanto a outra quase engasgava com a maçã que comia.

— O bando de Crocodile?

— Isso mesmo. — Robin respondeu, com seu costumeiro sorriso. — Estamos de passagem, vamos partir logo para a próxima ilha.

— O que te faz pensar que eu deixaria você partir depois de me revelar isso? — Ela pulou do balcão, irritada e com o corpo numa posição clara de ataque.

— Você pode tentar. — Robin foleou um livro, achando algumas informações importantes para sua pesquisa.

Havia uma espada presa a parede, como enfeite. A arqueóloga previu os próximos passos da jovem e adiantou, impedindo-a de pegar a espada. Algumas mãos apareceram na parede, fazendo Kori dar alguns passos para trás.

— Uma usuária de Akuma no mi? — Kori avançou na direção de Robin, mas foi impedida de continuar, com o corpo preso por vários membros que a seguravam na parede.

— Sinto muito se de alguma forma traí a confiança que depositou em mim nos últimos vinte minutos, mas eu não posso deixar que me prenda aqui. — Robin aproximou-se dela.

— Saia da minha livraria, agora. — Kori ordenou, os olhos flamejantes de ódio. Um ódio que Robin também já experimentara.

— Eu vou, mas, por favor, preciso desse livro. Quanto custa? — A voz dela ainda era pacífica, não queria terminar aquele encontro de forma ruim.

— Não quero seu dinheiro sujo provindo daquele pirata maldito. Ele, junto com a marinha, está acabando com o nosso lar. Mas você não entenderia, não é de lugar nenhum.

— Todos somos de algum lugar. — Robin suspirou, sabendo que a influência de Crocodile ao redor do mundo traria para ela momentos como aquele. Afinal, ele usava as pessoas de qualquer maneira para obter todos os resultados desejados. E assim também fazia a marinha. — Eu não posso prometer que as coisas vão ficar bem, mas com a ajuda desse livro, posso seguir um caminho em que eu tente encontrar a verdade que a marinha deseja esconder...

— Você vive no mesmo navio que um criminoso. — Kori crispou os lábios. — Não posso esperar nada além de mentiras.

— Faz trinta minutos que a gente se conhece, a primeira impressão realmente foi muito impactante. — Robin colocou o livro na pilha com os outros. — Esse dinheiro não tem relação com Crocodile, eu o consegui trabalhando. Não posso dizer que foram trabalhos cem por cento legalizados. Mas é o que tenho.

Ela deixou o dinheiro em cima do balcão, pegando a pilha de livros e deixou o estabelecimento.

Ao retornar para o navio, Robin ouviu a conversa de alguns piratas sobre os ataques que estavam sendo feitos a marinha. Um grupo de moradores tentavam recuperar a vila do poder da Marinha corrupta, que vinha extorquindo os habitantes. Isso explicava o porque de Kori estar se escondendo da marinha.

Robin deixou os livros sobre a mesa, retomou os estudos, mas ainda pensativa sobre o que Crocodile e a Marinha pretendiam naquele lugar, não deveria ser apenas pelo tesouro. Ao terminar de ler o livro que havia se interessado, Robin refletiu melhor sobre a importância daquele arquipélago e sua conexão fácil conexão entre outros mares. Era uma rota disputada entre piratas e marinheiro, um caldeirão que em breve explodiria. E quem pagaria o preço seriam os habitantes da ilha.

Robin não poderia permitir que mais uma ilha fosse dizimada pelo poder, mas não tinha forças o suficiente para impedir que o inimigo se apossasse do que desejava. E durante suas viagens, ela sabia que o poder sobre outras pessoas mais fracas só trazia miséria e dor.

 Mas poderia encontrar uma alternativa para aquele povo.

Ela ouviu a voz do pirata se aproximar, então Crocodile entrou na sala. O charuto pendia em seus lábios e seu olhar parecia cansado. Ele sentou na poltrona, pousando uma perna dobrada sobre a outra, analisando a arqueóloga.

— Novidades sobre meu tesouro? — Perguntou, a voz séria e rígida, levemente alcoolizado.

— Sim, desenhei um mapa para ficar mais fácil, já fiz os cálculos, há uma margem de erro, mas eu diria que é pequena.

— Ótimo, Nico Robin, você realmente se mostrou membro valioso para minha tripulação. — Ele gargalhou, passando a mão no cabelo negro. — Vamos partir imediatamente.

— Ainda estão abastecendo o navio.

Crocodile fechou os olhos, claramente estressado pelo inconveniente do atraso.

— Resta aguardar. — Disse, por fim, com um olhar malicioso na direção dela. — Podemos arrumar algo interessante para fazer o tempo passar.

— Eu tenho um compromisso inadiável. — Robin se levantou e deixou a cabine do capitão, carregando com ela um livro.

Os marinheiros estavam por toda a parte da ilha, Robin caminhou até a livraria, mas a encontrou fechada. Depois, andou pela vila, até que a encontrou sentada próxima de uma colina.

— O que faz aqui? — Kori perguntou, virando-se para ela.

— Eu mudei de ideia, esse não é assim tão importante. — Robin entregou o livro para Kori. Havia um mapa dobrado no meio do livro que chamou a atenção dela. — Um lar é onde nós podemos viver com pessoas que amamos. Não importa onde seja nossa localização. Você pode salvar muitas pessoas.

— Onde é esse lugar? — Kori verificou o mapa com atenção, sem entender os motivos de Robin.

— Uma ilha que conheci em minhas viagens, não é muito longe, poderão refazer suas vidas.

Robin moveu a cabeça, sem perder o seu sorriso gracioso. Ela sabia que em sua jornada muitas pessoas cairiam aos seus pés em busca de ajudar. Estava claro que ela não possuía condições de salvar a todos, não sem prejudicar seu disfarce.

Contudo, chegaria o dia em que Nico Robin não se esconderia mais atrás de pessoas como Crocodile. Ela poderia salvar as pessoas ao invés de prejudica-las. Só que, até esse dia chegar, Robin não poderia contar muito mais do que um pouco da sorte, prudência e um bom mapa.


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Notas finais do capítulo

Beijos!



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