Akai Ito, o fio vermelho do destino. escrita por LethFersil


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Meu primeiro drama original que está sendo postado aqui, então espero que gostem.

Já peço para serem compreensivos com a Alice, no início ela é uma drama queen, mas depois melhora (juro de dedinho).

Obs: História também postada no spirit
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Antes de explicar os fatos, prefiro contá-los.

As coisas em um primeiro momento podem parecer difíceis de explicar, um abandono após três anos de relacionamento é inexplicável, porém os fatos são como fotos, você as vê, mas não sabe a verdade por trás delas, muitas vezes imagens não valem mais que mil palavras.

Dia 15 de setembro, a previsão do tempo era de sol sem nuvens, porém uma enorme tempestade se formou, nuvens pesadas de chuva e ventos ferozes destruíam impiedosamente o cenário do que seria o melhor dia da minha vida, o meu casamento ao ar livre. No meio do cenário desolador uma noiva, com o vestido branco sujo de lama, grama e do bolo que havia destruído com as próprias mãos, sim, destruí o bolo, o altar, as flores e taças de tanto ódio e fúria que senti.

 Aquele casamento foi planejado como nos meus sonhos, sonhos esses que nunca tive, não até ele aparecer na minha vida. O vestido foi desenhado pelo meu noivo, Kei Yamamoto, percebia detalhes de sua personalidade em cada pérola e em cada detalhe de renda do vestido. Kei... O homem que após jurar amor eterno, me abandonou, naquele sonho que se tornou um pesadelo.

Eu gritava até perder o fôlego enquanto rasgava o vestido, sentia meu coração bater devagar e uma dor que subia meu estômago e me sufocava. Da janela da mansão do meu pai, os empregados e minha família observavam com pena.

Lydia, minha melhor amiga, veio com um guarda chuva me buscar, me ajudou a levantar, em silêncio, ela sabia que eu não queria falar. Me levou até a cozinha e lá eu vi todos aqueles doces as comidas, todos aqueles cheiros me davam náuseas e mais ódio, senti a fúria ferver meu sangue e gritei com todos ali:

  - Tira toda essa porcaria de perto de mim! Joga fora, queima, some com tudo isso! Some com isso!

Os empregados me obedeceram rapidamente e eu tirei o vestido molhado e rasgado no meio da cozinha. Lydia pediu que trouxessem toalhas e um roupão. Mas a verdade é que eu estava cega e surda de ódio, vesti apenas o roupão e andei até o meu antigo quarto na casa, tomei banho, vesti um pijama e deitei na minha cama. Lydia me deixou sozinha e eu fiquei lá, chorando enquanto lembrava do dia que conheci o Kei.

Eu e Lydia estávamos fugindo do casamento de uma amiga do qual éramos madrinhas, vestidas a caráter, vestido longo de chiffon, na cor champanhe, salto alto, andávamos rindo e dançado pelas ruas de São Paulo. Éramos amigas desde o ensino médio e Lydia era namorada do meu irmão. Costumávamos frequentar um barzinho que tinha um Karaokê, Lydia cantava e eu só olhava. Entramos no bar e eu fui beber alguma coisa, já que minha amiga queria cantar e foi se preparar para isso.

Todos no bar me olhavam estranho, e com razão. Sempre fui a garota que entrava nos bares e boates sozinha e saia com um ou vários homens. Nunca fui santa, admito, mas aquela noite foi diferente. Enquanto o barman fazia meu martine, ouvi uma voz doce e firme cantando a música Hallelujah. Fiquei parada, quase como se estivesse enfeitiçada por aquela voz e então me virei devagar, olhei fixamente para o homem, ele era japonês, de ombros largos, alto, tinha um sotaque forte, mas cantava a música com tanto sentimento, encostei-me ao balcão. Os homens no bar tentavam chamar minha atenção, mas naquele dia ela era toda do japonês com voz de anjo.

Aquilo ia além da música, era meu passado. Meu avô era cantor e gostava muito dessa música, ele também era um homem muito severo e tradicional. Não demonstrava amor a ninguém, só a mim. Ele me ensinou a cantar Hallelujah e quando recebeu seu diagnóstico de esclerose múltipla tentou fingir que estava tudo bem enquanto eu o via definhar claramente até morrer, meu avô não queria que eu perdesse a esperança nas coisas, mas falhou miseravelmente. Antes do velório recebi uma carta com seu último desejo, ele queria que eu cantasse Hallelujah em seu velório e eu realizei esse desejo, mas nunca mais cantei novamente.

Vê-lo cantar me lembrou meu avô, tudo que aprendi com ele, como me senti sozinha depois de sua morte, comecei a chorar, lutei contra minhas lágrimas o quanto pude, mas elas me venceram, desisti de secá-las pois era inevitável que elas rolassem pelo meu rosto. O homem terminou de cantar e agradeceu, desceu do palco e me encarou, de forma que veio andando lentamente na minha direção e me deu um lenço, eu sequei meu rosto e agradeci:

 - Obrigada.

 - Por nada, Eu sou Kei Yamamoto.

Ri da formalidade do rapaz e acabei seguindo o mesmo ritmo dele:

 -E o meu é Maria Alice Lenmer

 - Prazer.

 - Prazer, onde você aprendeu a cantar tão bem?

 - Num coral no Japão.

Eu ri, nós conversamos, bebemos, rimos, mas para eu ficar feliz, aquela noite teria que terminar em um motel.

Mas Kei era resistente e totalmente diferente de todos os homens que já havia conhecido, ele me levou até em casa, me deixou na porta e me deu seu telefone, eu dei o meu e ele foi embora feliz e sorridente. Nenhum beijo, nenhum abraço, só um “Até logo”. Fiquei ansiosa por ele.

Depois de lembrar esse momento, chorei até adormecer.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro podem me avisar, adoro críticas construtivas. ;)
* Me comprometo a postar toda a segunda feira, a história já está completamente escrita o que quer dizer que a não ser que eu morra, não haverá atrasos nas postagens ^.^



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